terça-feira, 28 de outubro de 2008

Estratégia política

Alguns tradicionais e históricos eleitores ramistas, também amigos meus, se queixam de que a Terezinha Ramos foi muito infeliz na escolha do seu candidato a vice-prefeito. Consideram que o candidato era antipático e não tinha nenhum prestigio eleitoral.
Concordo, em parte, com o raciocínio deles.
No entanto, no meu entendimento, acredito que a escolha do vice não partiu dela, mas sim, do próprio João Ramos Filho. Ela apenas respeitou a sua memória cumprindo assim os seus últimos desejos. Ao contrário do que pensa os ramistas, a parceria entre João Ramos e o empresário tinha uma lógica vantajosa para ambos os lados: um entraria com sua popularidade e o outro bancaria as despesas de campanha eleitoral. Depois de eleitos, ambos teriam reciprocamente também óbvios e amplos interesses político-eleitorais, empresariais, econômicos e comerciais lucrativos a preservar.
Segundo fontes bem fidedignas, rejeitar coligação com as demais forças políticas que disputaram as eleições municipais deste ano, como de fato aconteceu, já fazia parte do plano estratégico de João Ramos que acreditava muito na união dos ramistas em torno de seu nome, contando com a eventual dispersão de votos dos demais candidatos adversários.
Foi usando essa estratégia que João Ramos foi eleito nas eleições de 1992, quando disputou o cargo de prefeito com quatro candidatos: Nonô Miranda, Nonô Pimenta, Derly Pedro e Luiz Breyner. Naquela ocasião, teve mais votos que a soma dos quatro e ainda colocou 2.500 votos de frente.
Ele raciocinava que poderia vencer as eleições novamente repetindo a mesma estratégia de 1992. Em parte ele tinha razão, senão vejamos. A viúva candidata perdeu as eleições por apenas 2.633 votos. Os outros dois principais candidatos adversários dela foram muito prejudicados, pois tomaram muitos votos, reciprocamente, um do outro. Se, depois de morto, ele conseguiu transferir 11.305 votos, imagina se estivesse vivo.
Se fossem, apenas, dois candidatos, João Ramos não teria a menor chance de ganhar as eleições, como não ganhou ao disputar com Celso Cota. Pois, a partir do ano 2000, quando da eleição de Celso Cota e o rompimento dele com João Ramos, o antagonismo político em Mariana não era mais entre Direita e Esquerda, mas sim, entre ramistas e antiramistas. Tanto isso é verdade que, na reeleição de Celso Cota em 2004, a Direita coligou-se com ele e indicou Roque Camêllo como seu vice.
No colégio eleitoral de Mariana, o ramismo nunca foi maioria, mas possui um grupo bem unido de um terço do eleitorado, enquanto os antiramistas são dois terços, mas muito dispersos e desunidos. A tradicional união do ramismo é fruto do já folclórico fanatismo político de seus eleitores. Os antiramistas, mais escolarizados e politizados, se dispersam quando existem três ou mais partidos disputando eleições. Enquanto o ramismo só se concentra na Esquerda tradicional, hoje herdada pela Terezinha Ramos, o antiramismo pode está na Esquerda dissidente 1, liderada por Celso Cota, na Esquerda dissidente 2, liderada por Duarte Jr, na Direita tradicional, liderada por Roque Camêllo e onde se concentra o maior número de antiramistas e, finalmente, na Direita dissidente comandada pelo Cássio Brigolini Neme.
Afinal de contas, foram 1.704 votos nulos, 643 votos brancos e 21.485 eleitores que, dispersos, não votaram no ramismo, numa dispersão total de 23.832 de eleitores não ramistas, que lhe poderia dar, quem sabe, uma eventual vitória nas eleições municipais deste ano, caso estivesse vivo. Uma minoria ramista unida poderia perfeitamente ganhar a eleição de uma maioria não ramista desunida.
Como sabia que não poderia vencer seus adversários unidos, João Ramos Filho, como velha e experimentada raposa política, sempre contou com a crônica desunião de seus adversários políticos para ganhar eleições.
A estratégia quase deu certo!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Nova administração municipal

Quando Celso Cota foi reeleito com o apoio da Direita e tendo como vice Roque Camêllo, a classe política ficou muito curiosa em saber como seria a composição política do novo secretariado municipal.
Para surpresa de todos, inclusive dos observadores políticos, quase nada mudou. Os mesmos secretários continuaram nos cargos mais importantes da administração municipal.
A manutenção da mesma equipe causou descontentamento na Direita, principalmente entre os membros do PSDB, partido que indicou o vice na chapa reeleita. O Roque Camêllo, na ocasião, sofreu muita pressão por parte de seus correligionários do PSDB que queriam participar da atual administração com cargos no secretariado.
Muito tempo depois, após muita pressão partidária, finalmente coube à Direita indicar um nome para ocupar a Secretaria da Educação. A indicada foi Marilda Petrillo que ocupou o cargo no lugar de Rinaldo Urzedo da Silva, nomeado por Celso Cota. Com a saída de Marilda Petrillo do cargo entrou no seu lugar Lêda Fortes. Muito tempo depois, com a saída de Myriam Magalhães Rocha da Secretaria de Cultura e Turismo, nomeada por Celso Cota, ocupou o seu cargo Marcilio Vieira de Queiroz.
O fato de ter aceitado apenas duas secretarias municipais pelo apoio que a Direita deu à reeleição de Celso Cota deixa agora Roque Camêllo numa situação bastante confortável para indicar e nomear, numa isonomia recíproca, sem nenhum constrangimento ou eventuais atritos com a atual administração, a maioria do secretariado e dos cargos de confiança da futura administração municipal.
Porém, o acordo político para formação do futuro secretariado municipal e da nomeação dos cargos de confiança não deverá ser de fácil solução, pois a Coligação ”Mariana avança com a força do povo” é composta por dez partidos.
Haja cargos para agradar a tantos partidos!
Fonte: editorial do jornal "Território Notícias", Edição 10, de 23 a 29.10.08.



segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Quinze vereadores provocam polêmica

O aumento do número de vereadores na Câmara Municipal de Mariana provocou polêmica entre a Assessoria Jurídica da Câmara e o Ministério Público Eleitoral. Segundo Querino Bento Peixoto, advogado da Câmara, a edilidade marianense aprovou a Resolução nº 10 em 31 de dezembro de 2007 e em fevereiro de 2008 foi enviado o expediente ao TRE em Belo Horizonte que não se manifestou a respeito.
Em setembro de 2008, o Departamento Jurídico da Câmara elaborou uma suscitação de dúvidas encaminhando ao juiz eleitoral que, por sua vez, encaminhou ao TRE que não se manifestou expressamente, mas colocou no sistema servindo de base para apuração.
No resultado das eleições municipais deste ano, o juiz considerou para o quociente eleitoral o numero de 15 vereadores. Segundo Querino, o artigo 29 da Constituição Federal é claro e taxativo quando diz que nos municípios de até um milhão de habitantes o número de vereadores será entre nove e 21, logo 15 está em número proporcional. Considerando ainda que o número de vereadores antes da Resolução 21.702 só teve eficácia para as eleições de 2004, sendo Mariana com 15 vereadores até então, acho não ter nada de ilegal voltar para 15.
Contestando o entendimento do advogado da Câmara Municipal de Mariana, o Promotor de Justiça de Mariana, Dr. Antonio Carlos de Oliveira, encaminhou à Justiça Eleitoral uma ação de impugnação eleitoral solicitando que sejam realizados novos cálculos para o quociente eleitoral tomando-se por base nove cargos de vereadores. O promotor baseou sua ação recorrendo ao artigo 28, inciso IV, alínea “a” da Constituição Federal e à Resolução do TSE nº 22.823, de junho de 2008, combinada com outra resolução do TSE de nº 21.702/04 e RE-197.917 do STF e ainda ao artigo 22, parágrafo 6º da resolução 22.717 do TSE, para pedir a imediata suspensão da proclamação dos vereadores eleitos, até a realização dos novos cálculos, de acordo com a legislação citada. O Promotor acrescentou que o referido acréscimo do numero de vereadores encontra-se completamente contrário à legalidade, merecendo ser imediatamente corrigida a distorção pela Justiça Eleitoral.
Meu comentário: O Poder Legislativo no Brasil está tão desmoralizado que a existência ou não dele não faz a menor falta. As Assembléias Legislativas não legislam nem fiscalizam os governadores; o Congresso Nacional (Câmara de Deputados e Senado) não fiscaliza, nem legisla, pois quem legisla é o Presidente da República através de Medidas Provisórias. As Câmaras Municipais, além de não fiscalizar nada, também não faz a sua principal obrigação: legislar, fazer leis. Há casos em que, quando o Tribunal de Contas do Estado (TCE) rejeita contas dos prefeitos, as Câmaras Municipais ignoram solenemente o parecer contrário do TCE e aprovam assim mesmo suas contas.
A maioria dos projetos de lei aprovados nas Câmaras Municipais é de autoria dos prefeitos municipais. Os projetos de lei preferidos dos vereadores são dar nome a logradouros públicos, declarar entidades de utilidade pública municipal, fazer “caridade” aos seus eleitores com dinheiro público, conceder anualmente dezenas de títulos de cidadania honorária, diplomas de mérito legislativo, tudo comemorado com rega-bofes festivos e suntuosos e que custam muito caro aos cofres públicos.
Os únicos interessados no aumento do número de vereadores em Mariana são os atuais legisladores que votaram a proposta por unanimidade em causa própria. Com quinze vereadores, o quociente eleitoral seria bem menor e eles teriam que ter menos votos para se reeleger. O Ministério Público está de parabéns ao reivindicar a posse de apenas nove vereadores.
Nós, eleitores e contribuintes, agradecemos!

sábado, 18 de outubro de 2008

Estratégia política

Alguns tradicionais e históricos eleitores ramistas, também amigos meus, se queixam comigo de que a Terezinha Ramos foi muito infeliz na escolha do seu candidato a vice-prefeito. Consideram que o candidato era antipático e não tinha nenhum prestigio eleitoral.
Concordo, em parte, com a tese deles.
No entanto, no meu entendimento, acredito que a escolha do vice não partiu dela, mas sim, do próprio João Ramos Filho. Ela apenas respeitou a sua memória cumprindo assim os seus últimos desejos. Ao contrário do que pensa os ramistas, a parceria entre João Ramos e o empresário tinha uma lógica vantajosa para ambos os lados: um entraria com sua popularidade e o outro bancaria as despesas de campanha eleitoral. Depois de eleitos, ambos teriam também óbvios e amplos interesses político-eleitorais, empresariais, econômicos, comerciais lucrativos a preservar.
Segundo fontes bem fidedignas, rejeitar coligação com as demais forças políticas que disputaram as eleições municipais deste ano, como de fato aconteceu, já fazia parte do plano estratégico de João Ramos que acreditava muito na união dos ramistas em torno de seu nome, contando com a eventual dispersão de votos dos demais candidatos adversários. Foi usando essa estratégia que João Ramos foi eleito nas eleições de 1992, quando disputou o cargo de prefeito com quatro candidatos: Nonô Miranda, Nonô Pimenta, Derly Pedro e Luiz Breyner.
Naquela ocasião, teve mais votos que a soma dos quatro e ainda com 2.500 votos de frente. Ele raciocinava que poderia vencer as eleições novamente repetindo a mesma estratégia de 1992. Em parte ele tinha razão, senão vejamos.
A viúva candidata perdeu as eleições por apenas 2.633 votos. Os outros dois principais candidatos adversários foram muito prejudicados, pois tomaram muitos votos, reciprocamente, um do outro. Se, depois de morto, ele conseguiu transferir 11.305 votos, imagina se estivesse vivo.
Se fossem, apenas, dois candidatos, João Ramos não teria a menor chance de ganhar as eleições, como não ganhou ao disputar com Celso Cota. Pois, a partir do ano 2000, quando da eleição de Celso Cota e o rompimento dele com João Ramos, o antagonismo político em Mariana não era mais entre Direita e Esquerda, mas sim, entre ramistas e antiramistas. Tanto isso é verdade que, na reeleição de Celso Cota em 2004, a Direita coligou-se com ele e indicou Roque Camêllo como seu vice.
No colégio eleitoral de Mariana, o ramismo não é maioria, mas possui um grupo bem unido de um terço do eleitorado, enquanto os antiramistas são dois terços, mas muito dispersos e desunidos. A tradicional união do ramismo é fruto do já folclórico fanatismo político de seus eleitores. Os antiramistas, mais escolarizados e politizados, se dispersam quando têm três ou mais partidos disputando eleições.
Enquanto o ramismo só se concentra na Esquerda tradicional, hoje herdada pela Terezinha Ramos, o antiramismo pode está na Esquerda dissidente 1, liderada por Celso Cota, na Esquerda dissidente 2, liderada por Duarte Jr, na Direita tradicional, liderada por Roque Camêllo e onde se concentra o maior número de antiramistas e, finalmente, na Direita dissidente comandada pelo Cássio Brigolini Neme.
Como sabia que não poderia vencer seus adversários unidos, João Ramos, como velha e experimentada raposa política, incentivou os adversários a lançar vários candidatos. Afinal de contas, foram 21.485 eleitores que, dispersos, não votaram no ramismo nas eleições deste ano, dispersão enorme que poderia lhe dar uma vitória.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Coronelismo latifundiário

No seu entendimento, como se comportaria a nova administração municipal de Mariana,a partir de 2009, caso Roque Camêllo não tivesse sido eleito?
No meu entendimento, Mariana seria administrada pelos maiores latifundiários de terras devolutas, improdutivas e ociosas, outrora pertencentes ao município.
Como já era do conhecimento público, a eventual coligação vencedora já teria assumido com os latifundiários, antes do pleito eleitoral, um compromisso danoso aos interesses de Mariana.
O plano político-diabólico acordado consistiria em derrubar artigos do Plano Diretor que declaram o entorno de Mariana como áreas de preservação ambiental e histórica.
Essa área de preservação ambiental e histórica seria transformada em áreas de interesse econômico e comercial dos latifundiários. Em troca do apoio financeiro doado na campanha eleitoral, o município iria desapropriar essas áreas para construção de bairros populares pagando indenizações milionárias a terras consideradas de risco pelo Departamento de Geologia da UFOP, sujeitas a inundações de rios e a desmoronamento de encostas. Seria um negócio da China para os latifundiários.
Não ficaríamos livres do coronelismo político que infelicitou Mariana durante quase todo século XX e, o que é pior, herdaríamos também a sua herança maldita, pois ainda estaríamos sujeitos, no limiar do século XXI, ao coronelismo latifundiário que, em parceria com o município, inundaria a cidade de bairros em áreas de risco, provocando o temível e precoce inchaço populacional que causa um caos social e tanta violência urbana.
Mariana precisa crescer economicamente e não demograficamente. Precisa de mais empresas para gerar empregos para os que já vivem aqui e estão desempregados. O que adianta doar lotes e casas para todo mundo se não há emprego para todos? Como viver dignamente sem ter um emprego?
Felizmente, ficamos livres, por enquanto, desse plano diabólico, mas o perigo ainda continua.
O próximo prefeito, a exemplo dos anteriores, ainda terá muito trabalho para acabar com a ganância dos nossos coronéis latifundiários!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Terrorismo eleitoral noturno

Durante a madrugada de 4 para 5 de outubro, os partidos políticos que perderam as eleições sujaram as ruas e avenidas da cidade, com propaganda enganosa, forjada e criminosamente adulterada. Toda a baixaria que eles aprontaram durante a campanha eleitoral tentando ganhar a eleição no tapetão foi repetida.
Inclusive forjaram documentos do Tribunal Regional Eleitoral. Montaram uma grotesca farsa e, usando fotografia de Roque Camêllo, queriam convencer o eleitorado que o candidato já estava inapto e cassado pelo TSE, induzindo os eleitores a não votar nele.
O coronelismo em Mariana já morreu, mas o sonho de acabar com sua herança maldita ainda não: virou pesadelo!

Cobertura radiofônica das eleições
O eleitorado marianense que acompanhou a apuração das eleições municipais através das emissoras de rádio da Região dos Inconfidentes sofreu muito. Enquanto as emissoras divulgavam, monotonamente, o resultado de urna a urna, a apuração paralela dos partidos políticos já mostrava e divulgava os resultados finais da apuração para seus correligionários e o candidato eleito já desfilava nas ruas em cima do trem elétrico.

Para amenizar o sofrimento dos ouvintes, as emissoras deveriam também divulgar a apuração paralela dos partidos. No meu entendimento, salvo melhor juízo, não há proibição da Justiça Eleitoral em divulgar esses resultados extra-oficiais, desde que indicada a fonte.

Agora, se as emissoras de rádio antecipassem o resultado para os seus ouvintes com base na apuração paralela, certamente iriam perder audiência e, com isso, prejudicar seus patrocinadores.
Na era da informática, quando as informações são instantâneas, ouvir apuração de eleições municipais em emissoras de rádio, convenhamos, é puro masoquismo eleitoral dos ouvintes!

Bairro Ingrato

A história política de Mariana mostra que o eleitorado do bairro Cabanas não gosta muito de prefeitos benfeitores. Quando criou o bairro e, no seu governo, a prefeitura doou aos moradores dali duas mil casas populares, João Ramos Filho quase perdeu a eleição ali, quando deveria dar um verdadeiro banho de votos.
Seu então candidato, Nilton Godoy, venceu seu adversário Cássio Brigolini Neme por apenas um voto. O resultado nas urnas foi de 223 a 222. Por causa disso, naquele ano Cássio se tornou prefeito eleito de Mariana vencendo Nilton por apenas 26 votos.
A história se repete agora. Celso Cota fez o saneamento básico do bairro, a contenção de encostas em áreas de risco que, no passado, provocavam sistemáticos deslizamentos de terra e desmoronamento de casas e que obrigavam o município, todo ano, em épocas de chuva, decretar estado de emergência ou de calamidade pública na região. Criou o ginásio poliesportivo, creche, policlínica, restaurou a Escola Monsenhor Jose Cota, construiu a Escola Dom Oscar de Oliveira, Postos de Saúde e de Segurança. Resultado: seu candidato, Roque Camêllo, também perdeu a eleição lá.
Virou tradição: ser prefeito benfeitor dali tornou-se uma maldição eleitoral!
Como diria um amigo meu ramista e cruzeirense: Cruz Credo!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Quinze Vereadores

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o respaldo do Supremo Tribunal Federal, para acabar com a farra das Câmaras Municipais de todo país em aumentar irresponsavelmente o número de vereadores e para moralizar o poder legislativo, baixou instruções determinando o número deles de acordo com a Constituição Federal. Mas a norma só teve efeito para as eleições municipais de 2004.
Como o Congresso Nacional, como sempre, não legislou e nem regulamentou a matéria, de propósito, os vereadores de Mariana não perderam tempo: legislaram em causa própria aumentando o número de 10 para 15 vereadores. O aumento do número de vereadores para quinze foi uma esperteza política, pois, com quinze vereadores, o quociente eleitoral diminuiria. Com isso a eleição ficaria mais fácil. Um vereador se elegeria com muito menos votos.
A famigerada Resolução, aprovada por todos os dez vereadores, portanto por unanimidade, foi realizada na última sessão ordinária de 2007, entre o Natal e o Reveillon. Ninguém ficou sabendo. Nem mesmo a imprensa tomou conhecimento do fato. O contribuinte marianense vai pagar mais caro a conta para manter um poder inútil, que não fiscaliza nada e custa muito caro aos cofres públicos.
A Câmara Municipal de Ouro Preto, cidade onde o colégio eleitoral é bem maior, deu uma bela lição de moral aos nossos vereadores. Lá eles não usaram da esperteza jurídica para tungar o contribuinte aumentando assim o número de vereadores.
O Ministério Público precisa fiscalizar com rigor o procedimento casuístico de nossos legisladores que, se não é ilegal, é muito imoral!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Roque Camêllo eleito Prefeito de Mariana

Abaixo a relação dos candidatos que disputaram as eleições para o cargo de prefeito e o número de votos que obtiveram no pleito de 05.10.2008.


Roque Camêllo - 13.938
Terezinha Ramos – 11.305
Duarte Jr. – 7.140
Chico Veterinário – 350
Neuza Zuzu – 57
Votos brancos: 643
Votos Nulos: 1.704
Eleitorado: 39.788 – Votos Válidos: 32.790 – Nulos: 1.704 – Brancos: 643
Comparecimento: 35.137 – Não compareceram: 4.651.


Meu comentário: A diferença de votos entre Roque Camêllo e Terezinha Ramos foi de 2.633 votos. A Coligação de Roque Camêllo, sozinha, teve que enfrentar três coligações muito fortes. Venceu a Esquerda tradicional, mais unida do que nunca, devido à comoção da morte violenta de seu líder carismático, João Ramos Filho. Venceu a Esquerda dissidente, liderada pelo candidato Duarte Júnior, aliada com a Direita dissidente comandada pelo ex-prefeito Cássio Brigolini Neme. Venceu os partidos nanicos que, a serviço dos grandes partidos acima, sempre apelaram e pediram socorro ao Ministério Público e à Justiça Eleitoral para tirar Roque Camêllo do páreo. A oposição queria ganhar as eleição de qualquer maneira, não nas urnas, mas no tapetão.
No meu entendimento, foi uma vitória consagradora, pois venceu a oposição marianense totalmente unida!
O Instituto Nexus contratado pela Rádio Mariana FM errou feio. O Neaspoc, apesar de ter sido impedida de divulgar a segunda pesquisa pela Justiça Eleitoral, a terceira que foi divulgada na última hora, mais uma vez acertou em cheio.
Curiosidade: a candidata a prefeito Neuza Zuzu teve 57 votos, enquanto seu irmão, Geraldo Zuzu, candidato a vereador, teve 82 votos, 25 votos a mais. O cunhado dela, Chico Veterinário, teve 350 votos para prefeito.

Vereadores Eleitos
Bruno Mol (PSDB) – Novo – 1.837 votos
Marcelo Macedo (PSDB) – Reeleito – 1.728 votos
Bambu (PDT) - Reeleito – 1.562 votos
Leitão (PTN) – Reeleito – 1.469 votos
Raimundo Horta (PMDB) – Reeleito – 1.238 votos
Juliano Gonçalves (PPS) – Novo – 991 votos
Sonia Azzi - Nova – 874 votos
Aída Anacleto – (PT) – Nova – 842 votos
Roberto Cota - Novo – 756 votos
Adimar José Cota (PP) Novo – 649 votos
Bené do Caminhão – Novo – 649 votos
Prof. Reginaldo – Novo – 618 votos
Jarbas Ramos (Nêgo) – PTB – Reeleito – 573 votos
Fabinho Ramos – Novo – 560 votos
Fernando Sampaio – Novo – 515 votos

Comentário: A Câmara Municipal de Mariana teve 50% de renovação. Foram reeleitos cinco vereadores e eleitos 10 novos vereadores. A Coligação Mariana Avança com a Força do Povo, situacionista, fez a maioria da Câmara com nove vereadores, enquanto a oposição elegeu seis vereadores através da Coligação Honestidade em Primeiro Lugar com três vereadores, a Coligação Mariana de Cara Nova, apesar da excelente votação de seu candidato a prefeito, elegeu apenas dois vereadores e o PV elegeu uma vereadora.
Curiosidades: Fabinho Ramos, hoje eleito, não conseguiu se eleger nas eleições municipais de 2004, quando o seu pai ainda era vivo. Adimar e Bené do Caminhão que retornou ao legislativo tiveram o mesmo número de votos: 649. O candidato a vereador não eleito, Geraldo Zuzu, teve mais votos do que sua irmã Neuza Zuzu, candidata a prefeito. Geraldo Zuzu obteve 82 votos enquanto ela apenas 57, ou seja, 25 votos a mais. A grande surpresa foi a eleição Sonia Azzi do PV, muito bem votada. Diversos policiais militares como um soldado, um cabo, um tenente e um capitão disputaram as eleições municipais para o cargo de vereador. Nenhum deles foi eleito. Dois candidatos que aprontaram muita confusão na campanha o fotógrafo Silvio que teve 31votos e Dan Mol que obteve 316 votos também não foram eleitos. A Direita dissidente, liderada por Cássio Brigoline Neme, deu muitos votos para Coligação de Cara Nova: elegeu Fernando Sampaio com 515 votos e Tareco, não eleito, com 304 votos.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o respaldo do Supremo Tribunal Federal para acabar com a farra das Câmaras Municipais de todo país em aumentar irresponsavelmente o número de vereadores, para moralizar o poder legislativo, baixou instruções determinando o número deles de acordo com a Constituição Federal. Mas a norma só teve efeito para as eleições municipais de 2004. Com essa brecha, os vereadores de Mariana não perderam tempo: legislaram em causa própria aumentando o número de 10 para 15 vereadores, diminuindo assim quociente eleitoral, mas aumentando assim a despesas do nosso poder legislativo. O contribuinte marianense vai pagar a conta para manter um poder inútil, que não fiscaliza nada e custa muito caro aos cofres públicos!

sábado, 4 de outubro de 2008

NEASPOC divulga pesquisa eleitoral

O Núcleo de Estudos Aplicados e Sócio-Políticos Comparados (Neaspoc) divulgou ontem, dia 03 de outubro de 2008, a 3ª Pesquisa Pré-Eleitoral de Mariana, registrada no Cartório Eleitoral – Processo 418/2008, realizada no período de 27 a 29.09.2008, numa pesquisa quantitativa com 380 eleitores, com margem de erro de 5% para mais ou para menos, sob a coordenação de Adriano da Gama Cerqueira.
A pesquisa foi realizada em Mariana e nos distritos de Bandeirantes, Cachoeira do Brumado, Camargos, Cláudio Manoel, Furquim, Monsenhor Horta, Padre Viegas, Passagem de Mariana e Santa Rita Durão.

Intenção espontânea de votos
Roque Camêllo – 36%
Terezinha Ramos – 26%
Dú – 12%
Chico Veterinário – 1%
NR/Ninguém/Voto Nulo 2%
NR/Indeciso/Voto Branco – 23%
Quem obteve um percentual abaixo de 0,05% não foi indicado na tabela.

Intenção estimulada de votos
Roque Camêllo – 33%
Terezinha Ramos – 27%
Dú – 12%
Neuza Zuzu – 1%
NR/Ninguém/Voto Nulo – 7%
NS/Indeciso/Voto Branco – 19%
Quem obteve um percentual abaixo de 0,5% não foi indicado na tabela.

Único em quem votaria
Roque Camêllo – 30%
Terezinha Ramos – 19%
Dú – 10%
Chico Veterinário – 1%
Neuza Zuzu – 1%
Chico da Farmácia – 0,0%

Não votaria de jeito nenhum/Grau de Rejeição e de Aceitação
Roque Camêllo – 31%
Terezinha Ramos – 41%
Dú – 38%
Chico Veterinário – 61%
Neuza Zuzu – 64%
Chico da Farmácia – 68%

Tendência do eleitorado
Segundo a pesquisa, 69% do eleitorado gostariam de votar em uma candidatura que represente a continuidade da atual administração, enquanto 27% gostariam de votar em uma candidatura que represente a oposição. Esse quadro favorece uma candidatura apoiada pelo prefeito Celso Cota por representar sua continuidade. Saúde, infra-estrutura e violências são os principais problemas apontados pelos eleitores.

Meu comentário: Esta pesquisa também foi realizada no período anterior à decisão do Tribunal Regional Eleitoral de confirmar a candidatura de Roque Camêllo. As pesquisas do Instituto Nexus e do Neaspoc indicam alto número de indecisos, as duas apontam Roque Camêllo na frente seguido de Terezinha Ramos e Dú, mas os índices percentuais de intenção de votos são bem diferentes.
A Coligação Honestidade em Primeiro Lugar distribuiu 50 mil boletins na cidade e nos distritos anunciando os percentuais de votos de três candidatos.
Como a “pesquisa” era clandestina e não registrada, a Coligação, precavida, para não sofrer punição da Justiça Eleitoral, apelidou a “Pesquisa” de “Enquete Popular” e explicou que a sondagem realizada não configura pesquisa na acepção científica da palavra.
Para quem confia na honestidade em primeiro lugar, os números da enquete popular foram os seguintes: Terezinha Ramos 39%; Roque Camêllo 36% e Dú 15%.
Somente amanhã, após a apuração dos votos, é que saberemos qual das três pesquisas foi a mais correta e precisa.
Vamos aguardar!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Pesquisas Eleitorais à granel

Como os Institutos de Opinião aqui em Mariana estavam tendo sérias dificuldades para liberar suas pesquisas eleitorais, a solução era apelar para o Tribunal Regional Eleitoral a fim de conseguir a liberação delas através de liminares.
Segundo informações que obtive, para evitar uma enxurrada de liminares, a Justiça Eleitoral finalmente resolveu liberar todas elas. Estão na lista de espera, entre outros, os Institutos Neaspoc e o Vox Populi.
É bem provável que, a partir de hoje, quinta-feira, 02.10.08, até domingo, 05.10,08, dia das eleições municipais, o eleitorado terá várias pesquisas ao seu dispor.
Mas, na verdade, só na noite de cinco de outubro é que saberemos, com certeza, quais serão os Institutos de Pesquisas idôneos ou picaretas. Os que acertarem o resultado eleitoral terão credibilidade para as próximas eleições e os que não acertarem ficarão definitivamente desmoralizados.
Vamos aguardar!

Pesquisa não liberada

O jornal Diário de Ouro Preto, na edição 1081, de 01.10.2008, publica uma matéria informando que a pesquisa eleitoral realizada em Mariana pelo Neaspoc foi novamente impugnada em seu registro e não será divulgada por determinação do juiz eleitoral Paulo Roberto da Silva. Em sentença, o juiz acolheu as ponderações do Ministério Público Eleitoral, depois que a coligação Honestidade em Primeiro Lugar questionou a pesquisa, alegando parcialidade e tendenciosidade nos levantamentos.
Segundo o jornal, o juiz considerou que o Neaspoc, organização ligada à UFOP, não possui legitimidade para realizar pesquisas eleitorais por não atender a todos os requisitos estabelecidos pela Resolução 22.623/07. Ele acrescenta que o Neaspoc não possui personalidade jurídica que lhe permita realizar pesquisas, a forma como acordaram para a efetivação dos trabalhos, por mais bem intencionado que seja, não deixou de configurar um subterfúgio para burlar a vedação legal.
Meu comentário: o juiz eleitoral que está impedindo a divulgação desta pesquisa do Neaspoc é o mesmo que liberou a divulgação da primeira pesquisa. Entre o período da liberação da primeira pesquisa e o impedimento da segunda, afinal de contas o que foi que mudou: o juiz ou o Neaspoc? Enquanto aqui o Neaspoc é impedido de divulgar pesquisas, em Ouro Preto o juiz eleitoral de lá está permitindo que o mesmo Neaspoc divulgue as pesquisas. Este blog recebeu um release do jornalista Dilson Cláudio informando que uma pesquisa registrada sob o número 406/2008, realizada pela Rádio Mariana FM, que contratou o Instituto Nexus, só foi liberada aqui graças a uma liminar concedida pelo desembargador Gutemberg Motta do Tribunal Regional Eleitoral.

Audiência de Instrução e Julgamento
Nos tempos do coronelismo em Mariana, marcar uma audiência de instrução e julgamento de um crime com conotações políticas em plena campanha eleitoral municipal seria uma temeridade. Era o mesmo que colocar lenha, álcool e gasolina na fogueira. Seria nitroglicerina pura. Haveria tensões, emoções, comoção, violência, chantagem emocional eleitoral. Felizmente, os fanáticos políticos em Mariana é uma espécie em extinção. O eleitorado marianense hoje está mais civilizado e politizado. Não mais aceita provocações políticas. Quem apostou que a coincidência das audiências com as eleições municipais poderia tirar proveito político eleitoral quebrou a cara!