sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Posse da Mesa Diretora Da Câmara

Mesa Diretora da Câmara Municipal de Mariana será empossada no sábado *
Vereador Geraldo Sales de Souza (Bambu) assume pela primeira vez a presidência do Legislativo de Mariana.
Está marcada para amanhã, sábado, 1º de janeiro de 2011, às 19horas, a posse da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Mariana para o biênio 2011/2012. Na solenidade, que acontecerá no Centro de Convenções, o atual presidente do legislativo marianense, Edson Agostinho de Castro Carneiro (PTN), (Leitão), passará o cargo ao novo presidente, eleito no último dia 27, Geraldo Sales de Souza, Bambu, (PDT).
Tomarão posse ainda o vice-presidente Fernando Sampaio de Castro (PRB), o 1º secretário Reginaldo Antônio de Castro Santos (PR) e a 2ª secretária Ailda Ribeiro Anacleto (PT).
O novo presidente da Câmara Municipal de Mariana está em seu 3º mandato e assumirá pela primeira vez a presidência da Casa.
*Isabella Almeida ,Coord. da Assessoria de Imprensa Prefeitura de Mariana.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Habemus Bambu prefeito

Até que enfim a fumacinha branca da paz saiu da histórica chaminé da Câmara Municipal de Mariana anunciando a eleição do novo presidente da Câmara e futuro prefeito de Mariana por tempo indeterminado. Seu nome: Geraldo Sales de Souza, o Bambu.
No dia 20 de dezembro, a fumaça negra virtual que saia da chaminé indicava que os vereadores, numa reunião ordinária tumultuada, ainda não haviam chegado a um consenso para a escolha da nova mesa diretora da Casa. O clima ficou tenso não só dentro do plenário entre os vereadores, como também fora dele entre manifestantes. Para apaziguar os ânimos exaltados foi solicitada a presença da Policia Militar e da Guarda Municipal para garantir a ordem e a segurança dos vereadores e manifestantes.
Com a posse de Bambu no cargo de prefeito, um suplente de sua coligação tomará posse em sua Cadeira na Câmara Municipal. Com a volta de Raimundo Horta ao cargo de vereador, sai o seu suplente Pedro Eldorado. Fernando Sampaio, eleito vice na chapa única, ocupará a presidência da Câmara.
A eleição foi realizada, hoje, dia 27 de dezembro, com a apresentação de chapa única assim constituída: Presidente: Geraldo Sales de Souza – Bambu; vice: Fernando Sampaio, 1º secretário: Reginaldo Antonio de Castro Santos, 2ª secretária: Aílda Ribeiro Anacleto.
Segundo informações do jornalista Roberto Verona do jornal Território Notícias, a chapa única foi sufragada por nove dos dez vereadores da Câmara. O único voto contrário foi o do vereador Pedro Eldorado. A votação foi aberta. O vereador suplente que irá ocupar o lugar do Bambu, de acordo com a mesma fonte, será Serginho Sobreira, caso o critério seja partidário (PDT); ou será Bené do Caminhão, caso o critério seja pela coligação. A interpretação do Supremo Tribunal Federal impõe a ordem de suplentes pelos partidos, não pelas coligações. Vamos ver qual critério irá prevalecer.
É a quarta mudança de prefeito de Mariana, em 2010. Roque Camêllo passou o poder para Raimundo Horta, este para Terezinha Ramos, esta para Mundinho Horta e este para o Bambu. Um fato inédito e recorde na história politica de Mariana, tudo por culpa da crônica lentidão da Justiça Eleitoral do país que não resolve nada.
Na sessão de eleição da nova mesa diretora da Câmara, tranquila por sinal, não foi permitida a entrada franca do público no recinto. Por medida de segurança, além dos vereadores, só tiveram acesso ao recinto da Câmara os jornalistas e outras pessoas credenciadas pela direção da Casa. Forte esquema de segurança foi montado pela Policia Militar e a Guarda Municipal para evitar a repetição do tumulto ocorrido na reunião de 20.12.2010.
Meu comentário: se o Bambu fizer uma ampla reforma administrativa na prefeitura com a nomeação de novos secretários, de centenas de pessoas em cargos de confiança e comissionados sem concurso, como está sendo de praxe nesse período de posse transitória no cargo de prefeito, as pessoas nomeadas correm sério risco de ficar desempregadas: ficar no cargo até 31.12.2012 ou então serem exoneradas a qualquer momento, caso a Justiça Eleitoral decida resolver o problema político-eleitoral de Mariana.
Solução mágica
Quando se iniciaram os primeiros conchavos políticos para eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Mariana, os vereadores lançaram duas chapas concorrentes. Uma chapa tendo como candidato a presidente o vereador Nêgo e a outra chapa como candidato a presidente Leitão. Curiosamente, em nenhuma das duas chapas apresentadas constava o nome do vereador Bambu. De repente, depois de tantas escaramuças, de tentativas de mudar a Lei Orgânica do Município e do Regimento Interno da Câmara, para manter Mundinho Horta como prefeito, tumulto parlamentar no plenário e fora dele, ao invés de duas chapas, surgiu uma chapa única com o vereador Bambu como candidato a presidente. Foi eleito por maioria absoluta, quase que por unanimidade. Vamos ver até quando essa lua-de-mel entre ramistas tradicionais e dissidentes vai perdurar. Debaixo dessa solução mágica oculta deve haver muito angu-de-caroço.
Sem dúvida, uma solução política mágica, estranha, muito estranha, estranhíssima!
Mudando de assunto, Mariana ainda corre sério risco de ser dominada pelos latifundiários que estão doidos para tomar o poder político e derrubar novamente as leis de preservação ambiental do município e entregar a grupo estrangeiro a exploração de mineração predadora próxima ao centro histórico de Mariana. Há políticos que não resistem à tentação de uma cantada financeira. Afinal de contas são interesses bilionários em jogo. Todo cuidado é pouco. A imprensa independente de Mariana e a opinião pública marianense precisam ficar atentas ao comportamento de nossos políticos e denunciar caso a preservação ambiental do município seja de fato desrespeitada.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Eleição da Mesa da Câmara Municipal

Chapa única concorre às eleições da Câmara Municipal de Mariana*
A Câmara Municipal de Mariana informa que, às 17h desta sexta-feira (24), foi encerrado o prazo para o registro de novas chapas para a eleição da Mesa Diretora do legislativo marianense para o biênio 2011/2012.
As eleições da Câmara terão apenas uma chapa concorrendo neste pleito. A única chapa tem como membros os vereadores:
Presidente - Geraldo Sales de Souza (PDT - Bambu)
Vice-presidente - Fernando Sampaio (PRB)
1º Secretário - Reginaldo Antônio de Castro Santos (PR)
2ª Secretária - Aílda Ribeiro Anacleto (PT).
As eleições serão realizadas na reunião ordinária da próxima segunda-feira (27) , no plenário da Câmara Municipal de Mariana.
*Fonte: Dilson Cláudio, jornalista
Meu comentário: no meu entendimento o ideal era a Justiça Eleitoral ter restituído o cargo a quem disputou e ganhou nas urnas as eleições municipais ou então tivesse autorizado há muito tempo a realização de novas eleições diretas para a escolha do novo prefeito. Como a Justiça Eleitoral do país não resolveu o caso até hoje, por omissão, a solução passou a ser política, quando os vereadores foram obrigados por lei municipal a escolher prefeitos interinos para suprir a vacância do cargo. Se não houver uma inesperada virada de mesa, Bambu será o próximo prefeito interino de Mariana. Dos males o menor. Pior para Mariana seria se o cargo de prefeito interino caísse nas mãos de vereador simpático às causas dos empresários do latifúndio improdutivo marianense. Seus primeiros atos seriam derrubar as leis de preservação ambiental e pagar 100 milhões de reais por suposta indenização que os latifundiários acham que devem receber por causa das desapropriações de suas terras no município. O nosso meu ambiente iria para o espaço com a chegada da mineração predadora próxima do centro histórico de Mariana.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Clube dos aflitos

Como aconteceu no início de março, este glorioso final de 2010 transformou novamente a Câmara Municipal de Mariana num verdadeiro clube dos aflitos. A escolha do futuro presidente da Câmara, que automaticamente será o próximo prefeito da cidade, mobilizou toda a tropa de choque da política marianense.
Estas substituições transitórias no cargo de prefeito - de Roque Camêllo para Raimundo Horta, de Raimundo Horta para Terezinha Ramos, de Terezinha Ramos para Raimundo Horta e deste para o futuro presidente da Câmara a ser eleito no final deste ano, tudo causado pela irresponsável lentidão da Justiça Eleitoral, - estão causando uma tremenda aflição nos meios políticos, empresariais, empreiteiras de obras públicas, nos prestadores de serviços, cabos eleitorais, funcionários públicos comissionados ou nomeados sem concurso em cargos de confiança, empresários de órgãos de comunicação da região, enfim de todo mundo que vive às custas das generosas e providenciais verbas públicas das duas viúvas ricas Prefeitura e Câmara.
A preocupação dessas pessoas não é com o bem-estar de Mariana, mas sim, sua aflição, ansiedade e angústia é saber se a mudança de prefeito vai beneficiar ou prejudicar seus interesses políticos, pessoais e profissionais. São profissionais acostumados a viver à sombra de verbas públicas.
Em termos políticos nada mudará para o bem de Mariana: entram e saem ramistas tradicionais ou dissidentes, fiéis ou infiéis de sempre, todos formados e diplomados em mestrado e doutorado na escola política de João Ramos. Confesso que, sem querer ser sadista, divirto-me bastante com o sofrimento dessa gente medíocre que milita em nosso paupérrimo quadro político e empresarial e que só consegue sobreviver, melhorar de vida, arranjar emprego público sem concurso, prestar serviços quando ganham eleições nas urnas ou no tapetão da Câmara.
Para nós marianenses independentes, o comportamento desses gananciosos mercenários da política na nossa sociedade, apesar de constrangedor, chega a ser divertido, quase tragicômico...

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Nota à imprensa*

A Câmara Municipal de Mariana, devido às ocorrências registradas na última reunião ordinária do Legislativo, esclarece a população marianense que não houve nenhuma tentativa de impedir a realização das eleições para a nova Mesa Diretora da Casa de Leis, apenas foi estabelecida a ordem de precedência como reza o artigo 120 do Regimento Interno da Câmara de Mariana. “O Presidente procurará estabelecer, para as discussões e votações, a ordem de precedência, ressalvadas as circunstâncias de urgência e importância atribuídas às matérias sujeitas à deliberação da Câmara”.
Como a Resolução 011/2010, que trata sobre as eleições para a Mesa Diretora, biênio 2011-2012, em seu artigo 3º, item I, faculta uma segunda data para a escolha dos novos membros, “Caso não se realize a eleição ou não seja conhecida a Mesa Diretora nesta data, fica desde já designada nova eleição na reunião ordinária do dia 27 de dezembro 2010, conforme termos do parágrafo 3º, do artigo 3º desta resolução.”, não haverá prejuízo a importância desta matéria, uma vez que as eleições ocorrerão dentro do prazo previsto pela Resolução 011/2010, aprovada pelos vereadores.
A Câmara de Mariana também informa que o encerramento da sessão ordinária da última segunda-feira (20), se deu pela não observância dos assistentes ao artigo 49 do Regimento Interno, “Qualquer cidadão poderá assistir as reuniões públicas, desde que se apresente decentemente vestido, guarde silêncio, sem dar sinal de aplauso ou reprovação, sendo compelido a sair imediatamente do edifício, caso perturbe os trabalhos e não atenda às advertências do Presidente.”.
Como seus pedidos não eram atendidos pelo público presente e por não conseguir prosseguir com a discussão da pauta do dia, o Presidente viu-se obrigado, regimentalmente, a encerrar a sessão ordinária para garantir a segurança dos vereadores e do prédio público.
Todos os assuntos que seriam discutidos e votados na pauta da última segunda-feira (20), serão apreciados novamente na próxima sessão ordinária, que acontece no dia 27, ou em uma reunião extraordinária que pode ser solicitada pelo Chefe do Executivo marianense para que aconteça ainda esta semana.
*Fonte: Dilson Cláudio, Jornalista e Assessor de Comunicação da Câmara Municipal de Mariana.

Briga de foice pelo poder

Enquanto o bipartidarismo entre a Direita e Esquerda prevaleceu durante todo o século passado até o começo deste século XXI e a Prefeitura ainda era uma viúva paupérrima, nunca houve uma disputa tão feroz pelo poder municipal como agora. Naquela época, apesar da rivalidade, a facção que ganhasse eleição e tivesse maioria parlamentar na Câmara entrava em acordo com a oposição e a composição da mesa era eclética, quando os quatro cargos da mesa diretora, presidência, vice, 1ª e 2ª secretarias, eram divididos proporcionalmente ao tamanho de cada bancada.
A partir do primeiro mandato de Celso Cota (2001 a 2004) e de sua reeleição (2005 a 2008) quando disputou e venceu a eleição com João Ramos Filho, causando definitivo rompimento político entre os dois, o bipartidarismo entre Direita e Esquerda acabou dando lugar ao pluripartidarismo. Surgiram para disputar as eleições municipais de 2008 cinco grupos políticos distintos: a Esquerda tradicional, liderada por Terezinha Ramos, a Esquerda dissidente I, liderado por Celso Cota, a Esquerda dissidente II, liderado por Duarte Júnior, a Direita tradicional liderado por Roque Camêllo e Direita dissidente I, liderado por Cássio Brigolini Neme, além de três partidos nanicos. Nas eleições gerais deste ano, todos esses cinco grupos voltaram a atuar politicamente trabalhando para a eleição de seus respectivos candidatos a deputado estadual, federal, senador, governador do Estado e presidente da República.
A coligação que ganhou as eleições municipais de 2008 elegeu sete vereadores, enquanto a oposição fez apenas três vereadores. Caso os dois vereadores não tivessem passado para a oposição, a eleição para Mesa diretora dos trabalhos para o biênio 2011 a 2012 seria muito tranquila, sem essa disputa feroz pelo cargo de presidente da Câmara e futuro prefeito interino de Mariana, ainda que por tempo indeterminado.
Farra da transição
Caso a oposição ganhe a eleição na Câmara, o atual prefeito terá que demitir não só o seu secretariado, como centenas de correligionários que ocupam cargos comissionados e não concursados no segundo e terceiros escalões da administração pública municipal. Em contrapartida, o próximo prefeito interino irá nomear também sem concurso para ocupar cargos de secretários e centenas de correligionários nos cargos de confiança e comissionados. Essa briga política e feroz por cargos e poder na prefeitura municipal, agora a viúva mais rica e cobiçada do município, virou rotina em Mariana: quem está dentro não quer sair, quem está fora está doido para entrar. Os dois lados só pensam em preservar seus interesses particulares e políticos. Mariana que se dane!
Comportamento político
O eleitorado marianense tem um procedimento muito curioso em relação ao comportamento ético de seus políticos. Ele é capaz de eleger e reeleger prefeitos corruptos, mas não suporta e derrota nas urnas políticos que praticam infidelidade partidária, quando são eleitos por um partido e, quando no exercício do cargo, mudam de partido ou traem os companheiros apoiando os adversários. Conheço diversos ex-vereadores que tentam um cargo eletivo e não conseguem por causa da infidelidade partidária praticada no passado. Há vários ex-vereadores infiéis ainda vivos que não me deixam mentir. No meu entendimento o eleitorado marianense deveria banir da vida pública tanto os políticos corruptos quanto aqueles que são oportunistas e traem a confiança do seu eleitorado.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O CEP dos Correios

Há 30 anos resido num imóvel de minha propriedade situado na Rua Dom Viçoso, onde recebo todas as minhas correspondências pessoais e comerciais. A partir do ano passado, uma revista de circulação nacional, que eu assino há 25 anos, resolveu por conta própria mudar meu endereço para a Rua Viçosa, no bairro Cabanas, onde nunca morei. Apesar do endereço incorreto, o correio e a empresa terceirizada entregavam as revistas no endereço correto. Tive sorte, pois, parece-me, os funcionários dos Correios e da empresa me conheciam e sabiam onde eu resido.
Inconformado com a remessa da revista para o endereço incorreto, telefonei para a editora e fiz a reclamação. Quando dei o CEP-35.420-000 de Mariana, a funcionária disse que era impossível enviar a revista para mim neste endereço, pois o nome “Rua Dom Viçoso” não existia em Mariana (MG). Ao consultar o CEP dos Correios na Internet, verifiquei que há várias ruas com o nome de Dom Viçoso em todo o Brasil, menos em Mariana onde ele foi bispo, viveu e morreu aqui. Para que a revista no futuro não fosse parar na Rua Viçosa, no bairro Cabanas, tive que “mudar” de residência. Tive que usar o endereço da Rua Direita onde residem meus familiares.
Conto essa história particular para chamar a atenção de nossos políticos. Como se sabe, uma das prerrogativas exclusivas da Câmara Municipal de Mariana é dar nome a logradouros públicos como ruas, avenidas, praças e bairros. Após a aprovação legislativa, os nomes são sancionados pelo prefeito municipal. Após a sanção, legislativo e executivo devem comunicar às repartições públicas competentes estaduais e federais, inclusive ao correio, a existência desses novos logradouros públicos. É um absurdo que não exista no CEP do correio o nome da Rua Dom Viçoso em Mariana.
Catálogo de telefones
Atualmente, o trabalho mais penoso e cansativo para os assinantes de telefonia é descobrir nomes de ruas, avenidas, praças, travessas nos catálogos de telefone de Mariana. Ao invés de os logradouros públicos serem nomeados pelos nomes, o que é de praxe no mundo todo, aqui os nomes são precedidos pela profissão, pelo cargo que as pessoas ocuparam quando eram vivas. Um absurdo!
Temos nomes de escultor, de prefeitos, de presidentes da República, de professores, de taxistas e vereadores. Quem não sabe o cargo ou a profissão de quem tem nomes de logradouros públicos vai ter que ler o catálogo todo para encontrar o nome que deseja. Seria muito mais fácil de encontrar pela lista alfabética de nomes e não de cargos ou profissões. No catálogo de Mariana na letra P, de prefeito, encontramos os nomes de quatro ex-prefeitos: Daniel Carlos Gomes, Euclydes de Souza Vieira, Jadir Macêdo e João Chaves Sampaio. O único ex-prefeito, cujo nome não é precedido do cargo que ocupou, é Manoel Leandro Corrêa. Na letra P, de presidente da República, encontramos os nomes de Afonso Pena, Arthur da Costa Silva, Castelo Branco, Getúlio Vargas, Tancredo Neves, Hermes da Fonseca, Pedro Aleixo, Prudente de Morais. O único ex-presidente, cujo nome não é precedido do cargo que ocupou, é Juscelino Kubitscheck. Na letra P, de professor (a), encontramos nomes de Eunice Queiróz, Selma Armache, Lauro Morais e Waldemar de Moura Santos. O nome de José Mesquita é precedido de sua profissão de escultor e Joãozinho Vieira, precedida de sua profissão de taxista.
Fica aí a nossa sugestão para a elaboração dos próximos catálogos telefônicos a fim de facilitar a tarefa dos assinantes em localizar em ordem alfabética os nomes de nossos logradouros públicos.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Rodovias urbanas

Com a conivência e omissão do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran), as principais ruas do centro histórico de Mariana se transformaram em verdadeiras rodovias urbanas, com tráfego pesado e intenso de automóveis, ônibus, caminhões e até carretas. As vias públicas mais prejudicadas pelo tráfego intenso são as ruas Josafá Macedo, Waldemar Moura Santos, Praça Minas Gerais e Dom Silvério de um lado e, de outro lado, as ruas Frei Durão, Rua Dom Viçoso até o Bairro São José (Chácara). São ruas estreitas, com mão dupla e estacionamento permitido pelos dois lados provocando crônicos congestionamentos e retenções de trânsito o dia todo. Nesses momentos cruciais de paralisação do trânsito, não há nenhum guarda de trânsito disponível para orientar os motoristas que, habilidosos, conseguem por milagre sair da enrascada do congestionamento sem batidas. O tráfego de veiculo pesado pelo centro histórico é proibido por lei municipal. Mas o que adianta a existência da lei no papel, se não há a fiscalização do Demutran para que ela seja cumprida e respeitada?
Poluição sonora
Outro problema social sério existente no centro histórico de Mariana e que incomoda a sociedade marianense é a poluição sonora provocada por jovens tímidos que são carentes afetivo-sexuais, que não conseguem arranjar namoradas, são mal-amados e que usam o lixo musical para chamar a atenção delas. São jovens desajustados, exibicionistas, idiotas, de baixo nível cultural e musical, que precisam de tratamento psicológico ou psiquiátrico. A poluição sonora é também proibida por lei municipal, mas o Demutran, omisso e conivente, não usa o aparelho adquirido pelo município e que mede os decibéis, deixando que a poluição sonora atormente a maioria da população marianense. Um absurdo!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Informações equivocadas

Desde que começou a campanha eleitoral em 2008, o eleitorado marianense foi bombardeado por uma grosseira série de informações equivocadas sobre o processo eleitoral.
Quando Roque Camêllo teve o registro de sua candidatura cassada pelo Juiz Eleitoral de Mariana, a população foi informada pelos meios de comunicação e pela Central de Boatos Políticos (CBP) de que o seu mandato teria sido cassado. Confundiram cassação de registro de candidatura com cassação de mandato, pois apenas era candidato, portanto ainda não tinha mandato.
Depois divulgaram a informação de que Roque Camêllo teria sido cassado por captação ilícita de sufrágio e ter entrado com recurso eleitoral fora do prazo legal. Na verdade, o candidato foi absolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pelo suposto crime de compra de votos. Foi afastado tão somente do cargo e não cassado, pois ainda recorre nos tribunais superiores, pelo fato de ter entrado com o recurso fora do prazo.
Quando Terezinha Ramos foi tomar posse no cargo de prefeita, em 09.03.2010, os partidos de oposição, PMDB e PR, através de uma ação de tutela antecipada pediram e conseguiram do Juiz Eleitoral de Mariana o impedimento de sua posse no cargo. Porém ela recorreu ao TRE e uma juíza daquele tribunal garantiu a sua posse. Posteriormente, um desembargador do TRE derrubou a liminar da juíza e afastou Terezinha Ramos reconduzindo ao cargo o então presidente da Câmara Raimundo Horta.
Inconformada com o seu afastamento do cargo, Terezinha entrou com diversos recursos eleitorais tanto no TRE quanto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por causa desses recursos, o Juiz Eleitoral de Mariana ficou impedido de decidir o mérito da ação e o processo ficou paralisado esse tempo todo, sem poder dar solução ao caso. Parece que os recursos já foram decididos nas instâncias superiores e, para recomeçar o processo, o Juiz Eleitoral de Mariana já marcou audiência para o próximo dia 6 de dezembro, na próxima segunda feira.
Ao contrário do que é divulgado pelos meios de comunicação, enquanto não forem decididos os recursos de Roque Camêllo e Terezinha Ramos, é uma aberração ficar falando em eleição direta ou indireta para o cargo de prefeito. Essa é uma decisão jurídica e não política. Tanto eleição direta quanto indireta para o cargo de prefeito, quem decide é a Justiça Eleitoral.
O que irá acontecer na Câmara Municipal de Mariana neste final de dezembro é uma decisão política: a eleição direta dos vereadores para a escolha da Mesa Diretora constituída de Presidente, Vice Presidente e Secretário. Como o cargo de prefeito ainda está vago, a Lei Orgânica do Município e o Regimento Interno da Câmara estabelecem que o cargo será exercido interinamente pelo presidente, em caráter provisório, até que a Justiça Eleitoral resolva o caso. Só quando a Justiça Eleitoral decidir a vacância definitiva do cargo de prefeito de Mariana, caso houver essa hipótese, é que haverá a tal eleição indireta para prefeito, quando todos os dez vereadores poderão votar e ser votados e concorrer ao cargo, independentemente de ser ou não presidente da Câmara.
Nota de esclarecimento: o editor do jornal Território Notícias, José Roberto Verona, em email enviado ao Blog do Ozanan, informou que o Juiz Eleitoral de Mariana teria adiado a audiência que seria realizada no dia 6 de dezembro, segunda-feira, às 12 horas no fórum, para o mês de fevereiro de 2011, portanto, após as férias forenses.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Novela político-eleitoral

Memória política
A novela eleitoral de Mariana começou em 15.08.2008, quando o Juiz Eleitoral de Mariana cassou o registro da candidatura de Roque Camêllo por suposta captação ilícita de sufrágio. Ele recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e ganhou não só no mérito, quando foi absolvido pela acusação de captação ilícita de sufrágio, como também o TRE reconheceu que o recorrente entrou com o recurso dentro do prazo. Com base nessa decisão, Roque Camêllo se tornou candidato, ganhou as eleições, foi aclamado e diplomado pela Justiça Eleitoral e empossado no cargo de prefeito pela Câmara Municipal de Mariana em 01.01.2009, onde nele permaneceu até fevereiro de 2010, quando foi afastado do cargo por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Quem o sucedeu no cargo, provisoriamente, foi o presidente da Câmara, Raimundo Horta que permaneceu nele apenas um mês, quando então o passaria para Terezinha Ramos, a segunda mais votada no pleito de 2008. Antes, porém, dela tomar posse, dois partidos da oposição, o PMDB e o PR, entraram com uma ação de tutela antecipada, com pedido de liminar, para impedir a posse dela no cargo. O Juiz Eleitoral de Mariana deferiu o pedido impedindo a sua posse. Mas ela recorreu ao TRE e uma juíza daquele tribunal garantiu a sua posse no cargo de prefeito em 09.03.2010, nele permanecendo durante quase três meses, quando novamente o TRE, agora através de um desembargador do tribunal, a afastou do cargo colocando em seu lugar novamente o presidente da Câmara Raimundo Horta que irá exercer o cargo provisoriamente até o final de seu mandato de presidente da Câmara, em 31.12.2010, caso não haja antes uma decisão judicial.
À guisa de esclarecimento, é bom frisar que os dois candidatos mais votados nas eleições de 2008, Roque Camêllo e Terezinha Ramos, ainda recorrem nos tribunais visando voltar ao cargo.
Por causa de vários recursos impetrados por ela mesma contra a decisão do Juiz Eleitoral de Mariana, o processo de afastamento do cargo de Terezinha Ramos ainda sequer foi decidido em primeira instância. Enquanto esses recursos não forem julgados pelos tribunais superiores eleitorais, mesmo sem decisão de mérito, a liminar do Juiz de Mariana afastando-a do cargo fica valendo. A exemplo do que aconteceu com o Roque Camêllo que percorreu a primeira, a segunda e a terceira instância eleitoral durante dois anos e até hoje não conseguiu voltar ao cargo, Terezinha Ramos terá também que percorrer o mesmo longo e demorado caminho onde predomina a notória morosidade da justiça eleitoral do Brasil.
No meu entendimento, a não ser que aconteça um santo e remoto milagre de agilidade da justiça eleitoral, o cargo de prefeito de Mariana será exercido interinamente até 31.12.2012, por um presidente da Câmara Municipal de Mariana a ser eleito agora no final deste ano.
Infelizmente, por culpa exclusiva da lentidão da justiça eleitoral, a normalidade político-administrativa de Mariana só ocorrerá mesmo depois das eleições municipais de outubro de 2012, quando então será eleito o novo prefeito para o quadriênio de 2013 a 2016.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Ganância pelo poder

A contumaz e vergonhosa morosidade da Justiça Eleitoral em resolver um impasse político-eleitoral e que ocasionou a vacância no cargo de prefeito do município não só rachou o quadro político marianense, como também instigou uma briga de foice entre dois grupos políticos antagônicos, ambos postulando o mesmo cargo de presidente da Câmara com o único objetivo de ocupar o cobiçado e bem remunerado cargo de prefeito interino de Mariana.
Comenta-se nos bastidores políticos que um grupo de cinco vereadores quer mudar a Lei Orgânica do Município e o Regimento Interno da Câmara para que o atual prefeito interino Raimundo Horta seja reeleito presidente da Câmara para assim continuar como prefeito interino, mas a atual legislação não permite a reeleição. O outro grupo, constituído também por cinco vereadores, não concorda com a mudança na legislação. Como a Câmara só tem dez vereadores, número par, surgiu o empate e o impasse.
Como até hoje não julgou todos os recursos impetrados por Roque Camêllo e Terezinha Ramos, ambos usando dos recursos legais para defender seus supostos direitos políticos de exercer o cargo de prefeito, a Justiça Eleitoral ainda não pode declarar a vacância do cargo de prefeito definitiva. Enquanto isso não acontece, a solução é política e não jurídica. A solução política correta é realizar a eleição do novo presidente da Câmara que deverá ser o próximo prefeito interino. Mudar a legislação agora é oportunismo político. As leis vigentes devem ser respeitadas e não modificadas ao sabor de interesses individuais de pessoas ou grupos. Fora deste contexto legal, é golpe, é ganância pelo poder.
Quero deixar bem claro a minha posição: não tenho a menor simpatia pelos dois grupos políticos que agora disputam o poder, pois, no meu entendimento, Mariana, coitada, merece gente mais competente para administrá-la.
Finalmente, é bom frisar, a maioria dos marianenses, por ignorância ou boa-fé, por falta de esclarecimentos por parte dos meios de comunicação, acha que os políticos deveriam realizar uma eleição municipal para escolha direta pelo eleitorado do novo prefeito de Mariana. Esquece que quem tem competência única e constitucional para realizar eleições no Brasil é a Justiça Eleitoral e não os políticos. E a Justiça Eleitoral não realiza eleições porque é lenta, não é ágil, não julga os recursos em tempo hábil, não resolve nada. Tudo fica parado, causando instabilidade política e um dano irreversível à administração pública do município de Mariana. Uma vergonha!

domingo, 21 de novembro de 2010

Mentira jornalística

Jornal que divulga mentiras comete uma falta de respeito ao leitor. Se insistir na mentira comete um insulto à inteligência dos leitores.
A matéria jornalística mentirosa divulgada foi a de que Câmara Municipal de Mariana iria fazer uma eleição indireta para a escolha definitiva do futuro prefeito de Mariana, com mandato até 31 de dezembro de 2012.
Na verdade, cumprindo a lei orgânica do município e o regimento interno da Câmara, haverá, no final deste ano, uma eleição direta entre os dez vereadores para a escolha do futuro presidente da Câmara para o biênio 2011/2012.
É claro que, automaticamente, como prescreve a lei, o presidente eleito da Câmara será o próximo prefeito interino de Mariana ainda por um tempo indeterminado, até que se resolvam os recursos impetrados na Justiça Eleitoral por Roque Camêllo e Terezinha Ramos. Como a Justiça Eleitoral é imprevisível e muito lenta, esses recursos podem ser julgados ainda este ano, ano que vem ou até mesmo depois de 2012.
Caso esses recursos eleitorais forem julgados definitivamente, em sentença transitada em julgado, determinando que Roque Camêllo e Terezinha Ramos não poderão mais voltar ao poder municipal, aí sim, haverá na Câmara Municipal a eleição indireta, quando os dez vereadores irão escolher um deles para exercer o cargo de prefeito com mandato até 31 de dezembro de 2012.
Portanto, quem for eleito presidente da Câmara Municipal de Mariana no final deste ano terá um mandato de dois anos e vigorará até 31.1.2012, e exercerá interinamente o cargo de prefeito por tempo indeterminado.
Porém, quando a escolha do prefeito, por decisão judicial, for em caráter definitivo, se houver essa hipótese, haverá então a tal eleição indireta quando todos os dez vereadores, sem exceção, poderão ser eleitos ao cargo de prefeito, independentemente de ser ou não presidente da Câmara.

I Semana de Música de Mariana

Programação extensa e gratuita voltada para a comunidade. A música é a expressão dos sentimentos, da inspiração do compositor, um momento de desabafo, desejo, e, especialmente por isso, ela tem o poder de fazer sorrir, emocionar, celebrar ou trazer recordações, eternizando momentos especiais para muitas pessoas.
Dia 22 de novembro, é comemorado o Dia de Santa Cecília, padroeira dos músicos e, para celebrar a data, a Paróquia Nossa Senhora da Assunção e o Projeto de Concertos na Catedral da Sé de Mariana, com o patrocínio da Prefeitura Municipal, prepararam a I Semana de Música de Mariana. Por meio de uma extensa programação e com atividades gratuitas, os moradores da cidade e região vão ter a oportunidade de conhecer ainda mais a riqueza musical da cidade e assim, aproximar-se do seu patrimônio. A abertura oficial será hoje dia 21 de novembro, às 20h, na Catedral da Sé, que receberá em Concerto Especial o flautista Antonio Carlos Guimarães e a organista Elisa Freixo. Além disso, durante a semana, haverá diversas apresentações de grupos musicais da cidade e artistas convidados.
A I Semana de Música vem para incentivar especialmente a comunidade de Mariana e região a participarem de atividades culturais. Essa é a primeira iniciativa, que servirá como piloto para outras, englobando um número cada vez maior de atividades musicais da cidade. Participe!
Programação:
Domingo - 21 de novembro - Catedral da Sé, 20 horas - Abertura da I Semana de Música de Mariana - Elisa Freixo – órgão e Antonio Carlos Guimarães – flauta
Segunda-feira - 22 de novembro - Catedral da Sé, 19 horas – Abertura das Comemorações dos 260 anos do Seminário de Mariana - Coral Tom Maior sob regência do Maestro Adeuzi Batista Filho. Órgão – Josinéia Godinho. Durante o dia – Concertos didáticos para alunos das escolas públicas da rede de ensino de Mariana.
Terça-feira - 23 de novembro- Durante o dia: Concertos didáticos para alunos das escolas públicas da rede de ensino de Mariana.
Quarta-feira - 24 de novembro - Durante o dia: Concertos didáticos para alunos das escolas públicas da rede de ensino de Mariana.
Quinta-feira - 25 de novembro - Capela Nossa Senhora da Boa Morte, 17h – Missa presidida pelo Arcebispo D. Geraldo Lyrio Rocha homenagem pelos 55 anos de sacerdócio de Monsenhor Flávio Carneiro. Participação do Coro do Seminário sob regência de Josinéia Godinho.
Sexta-feira - 26 de novembro - Catedral da Sé, 20 horas – Concerto com Josinéia Godinho – Órgão.
Sábado - 27 de novembro - Catedral da Sé, 20 horas – Concerto com Elisa Freixo - órgão e Rosemeire Moreira – soprano. Partituras do Acervo do Museu da Música de Mariana.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Roque Camêllo no Instituto Histórico de MG.

O intelectual ROQUE CAMÊLLO no INSITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE MINAS GERAIS*
No próximo sábado, dia 20, às 10h da manhã, o Instituto Histórico e Geográfico de Minas (IHGMG), em sessão solene, dará posse ao intelectual Roque Camêllo, que ocupará a Cadeira nº 66, que tem como patrona a Princesa Isabel. Por coincidência, o evento acontecerá no Dia Nacional da Consciência Negra. A princesa Isabel é chamada de a Co-Redentora do Brasil por ter assinado a Lei Áurea no dia 13 de maio de 1888, ato que, segundo historiadores, foi uma das causas da queda da Monarquia no Brasil.
Em nome do Instituto, saudará o novo associado o também presidente do Instituto dos Advogados José Anchieta da Silva, titular da Cadeira nº 57, cujo patrono é o Marquês do Paraná.
O IHGMG é uma sociedade civil de caráter científico e cultural, com a finalidade de estimular pesquisas, cursos e certames culturais, excursões científicas, comemorações cívicas e a defesa do patrimônio histórico.
A cidade de Mariana é a que mais filhos patronos tem dentro no IHGMG: Frei José Santa Rita Durão, Felisberto Caldeira Brant, Alphonsus de Guimaraens, Cônego Raimundo Trindade, Dom Silvério Gomes Pimenta, Diogo de Vasconcelos, Cláudio Manuel da Costa, Marquês de Queluz, José Joaquim da Rocha, Barão de Camargos e Manoel da Costa Athayde.
Para o presidente da Instituição o advogado Jorge Lasmar, a entrada de Roque Camêllo para a instituição engrandecerá ainda mais o Instituto pelo seu trabalho em prol da cultura e da defesa do Patrimônio Cultural do nosso Estado.
*Fonte: jornalista Isabella Almeida

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Prefeito biônico

Alguns amigos me telefonam ou me abordam na rua, outros entopem o meu email pessoal pedindo esclarecimentos, todos perguntando como e quando será resolvido o impasse político eleitoral de Mariana. Queixam que os políticos, candidatos, advogados envolvidos no caso não só nada esclarecem, como também os órgãos de imprensa estão mais perdidos que cego em tiroteio, pois ao invés de esclarecer os fatos deixam cada vez mais dúvidas no eleitorado marianense.
De fato, o episódio é complexo, pois envolve ainda o julgamento pendente de dezenas de recursos eleitorais pelo TRE, TSE e até no STF impetrados pelos dois candidatos que disputaram as eleições municipais de Mariana em 2008 e interessados no feito, pois, como se sabe, há vários recursos impetrados por Roque Camêllo, Terezinha Ramos e partidos políticos ainda pendentes de julgamento pelos tribunais eleitorais de Mariana, Belo Horizonte e Brasília.
Enquanto não forem julgados esses processos em caráter definitivo, é uma besteira ficar especulando de que haverá no próximo ano eleição indireta na Câmara Municipal de Mariana para a escolha de um vereador para exercer o cargo de prefeito em caráter definitivo para completar o mandato tampão até 2012. Se isso acontecesse, haveria o inconstitucional atropelamento do exercício legal dos supostos direitos políticos de Roque, Terezinha e partidos que ainda postulam na justiça a volta deles ao poder municipal, certos ou errados, através de recursos pertinentes. A eleição indireta para indicação do prefeito biônico só haverá quando todos os recursos estiverem sido julgados em caráter definitivo.
Portanto, eleição na Câmara Municipal de Mariana só haverá para a escolha do próximo presidente da Câmara para o exercício do cargo no biênio de 2011 a 2012. Como não conheço a lei orgânica do município em vigor, nem o regimento interno atual da Câmara, - (se permite ou não a reeleição do Presidente da Câmara e atual prefeito interino de Mariana ou se o exercício desse cargo de prefeito interino é privativo de quem for eleito presidente da Câmara no fim deste ano,) - não sei qual será o próximo prefeito interino de Mariana em 2011: se o atual interino permanece no poder ou será substituído pelo próximo presidente da Câmara a ser eleito no final deste ano. Há controvérsias!
Se nesse período, entre 2011 e 2012, os recursos forem julgados definitivamente não se admitindo mais a volta dos dois candidatos postulantes ao cargo de prefeito, aí sim, haverá uma nova eleição indireta, agora especificamente para escolha definitiva de um dos dez vereadores da Câmara para cumprir o restante do mandato até 2012.
No meu entendimento, salvo melhor juízo, a única responsável pela longa indefinição do quadro político de Mariana é a contumaz lentidão da Justiça Eleitoral que não teve competência e agilidade para resolver um caso que começou há mais de dois anos, quando o candidato, posteriormente eleito, teve o registro de sua candidatura cassado em agosto de 2008.

domingo, 7 de novembro de 2010

Mentira constitucional

Memória Política
A Constituição Federal bem como as Constituições Estaduais vigentes estabelecem que os ministros e desembargadores sejam nomeados para os Tribunais Superiores pelo presidente da República ou governadores dos Estados, após a apresentação de uma lista tríplice ou sêxtupla escolhida pelos magistrados, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
Como se vê, a nomeação dos magistrados sofre muita interferência do Poder Legislativo e Executivo, contrariando o disposto nas Constituições federal e estaduais que estabelecem que “são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
No meu entendimento, podem ser harmônicos, jamais independentes. Considero isso a maior mentira constitucional vigente no país.
Tanto isso é verdade, que a nova corregedora do Conselho Nacional de Justiça, a ministra Eliana Calmon, em entrevista a revista Veja, disse que o “Judiciário está contaminado pela politicagem miúda, o que faz com que juízes produzam decisões sob medida para atender aos interesses dos políticos que, por sua vez, são os patrocinadores das indicações dos ministros. Não é incomum um desembargador corrupto usar o juiz de primeira instância como escudo para suas ações. Ele telefona para o juiz e lhe pede uma liminar, um habeas corpus ou uma sentença. Os juízes que se sujeitam a isso são candidatos naturais a futuras promoções. Os que se negam a fazer esse tipo de coisa, os corretos, ficam onde estão”.
Dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Lula nomeará até o final de seu mandato oito ministros. Que independência é essa? Devido a essa descabida ingerência dos políticos na nomeação dos magistrados, ministros e desembargadores ficam sempre reféns deles. É por causa disso que os políticos corruptos do país não são condenados pelos tribunais superiores de Brasília.
Quando ainda estava trabalhando no Banco do Brasil na década de 1970, eu era amigo de um Juiz de Direito, bem jovem, na cidade de Santa Maria do Suaçuí (MG). Durante três anos, nós dois ficamos hospedados no mesmo hotel. Certa ocasião ele me abordou e disse o seguinte: olha Ozanan, a comarca de Mariana, sua cidade, está vaga e gostaria de me candidatar ao cargo. Por acaso, você é amigo do prefeito de Mariana? Eu disse, sim, muito amigo do prefeito. Então ele me fez um pedido: será que você conseguiria uma carta de apresentação do prefeito ao governador sugerindo a minha indicação para o cargo?
- Veja doutor, respondi, seria muito inconveniente politicamente obter o apoio do prefeito de Mariana, pois, ao invés de ajudá-lo, iria prejudicá-lo. Ele é filiado ao MDB, enquanto o governador é da ARENA. Por intermédio dele, então, você não teria a menor chance de ser nomeado. Se ele fosse da Arena, talvez você tivesse muita chance de sucesso, avaliei.
Durante as décadas de 1960 a 1990, desde quando eclodiu a revolução militar de 1964 e foi imposto o bipartidarismo no país – ARENA depois PDS, situação, e MDB e depois PMDB, oposição, tivemos um prefeito marianense que teve notável e decisiva influência na nomeação de vários juízes para a comarca de Mariana. Não só influenciava na nomeação, como também na promoção do juiz para uma comarca de terceira entrância, como prêmio pelos relevantes serviços escusos prestados ao alcaide marianense.
Esses juízes ficaram famosos na cidade pela subserviência nada ética e profissional ao então prefeito, que era um político corrupto, autoritário, oportunista e especialista em apoiar sempre partidos que estavam no poder.

A polêmica do aborto

Com raras exceções, a maioria das igrejas cristãs, como a católica, ortodoxa e evangélica, em respeito à sua doutrina, é contra a descriminação e regulamentação do aborto, da eutanásia e do casamento homosexual. A Igreja Universal do Reino de Deus do bispo Edir Macêdo, por exemplo, é a favor do aborto. Nas democracias, a liberdade religiosa é uma garantia constitucional. Não há religião oficial. Ninguém é obrigado a ter uma opção religiosa. Cada um livremente tem o direito de escolher a sua religião. Inclusive o direito de não professar nenhuma religião: ser ateu ou agnóstico. Ao filiar-se a uma determinada religião, pressume-se que a pessoa aceita, por livre e espontânea vontade seguir a doutrina e princípios daquela seita. Se não estiver de acordo, o correto será sair dela.
Como o nosso país é laico e não religioso, pois todos os cidadãos brasileiros gozam de liberdade religiosa, a descriminação e regulamentação do aborto, apesar das implicações religiosas, é um problema de saúde pública que deve ser enfrentado pelo Estado. Quantas mulheres morrem por causa do aborto realizado às escondidas, por ser um crime, em clínicas de fundo quintal sem nenhum conforto e segurança. Clandestinamente, farmacêuticos inescrupulosos ficaram ricos vendendo o abortivo Cytotec que provoca risco de morte a muitas pacientes. Portanto, o Estado tem a obrigação constitucional de zelar pela saúde das mulheres.
Por outro lado, quem for religiosa convicta e fiel à sua igreja e à sua doutrina jamais fará um aborto. Acho muito importante e didático que as igrejas sejam contra o aborto. É uma forma de impedir a banalização do aborto. Devido à posição conservadora das igrejas cristas, milhares de mulheres religiosas, antes de decidir abortar, irão fazer sempre um exame de consciência se deve ou não fazê-lo.
No meu entendimento, salvo melhor juízo, a exemplo do que aconteceu com o divórcio, quando muita gente pensava que ele acabaria com a instituição da família, o que felizmente não ocorreu, a descriminação e a regulamentação do aborto, por ser uma questão de saúde pública e não caso de polícia, devem ser discutidas amplamente pela sociedade e o Congresso Nacional e, inclusive, por ser um assunto muito polêmico, que se faça então um plebiscito para saber se o povo brasileiro é a favor ou contra o aborto.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Tombamento de sítio paisagístico e arqueológico

Memória histórico-cultural
Mariana poderá ter, em seu território, o maior sítio paisagístico e arqueológico da América Latina, provavelmente um dos mais extensos do mundo. Eu digo “poderá” desde que Mariana tenha juízo e determinação. Os passos iniciais, aliás, fundamentais, verdadeiros pré-requisitos para consolidar o objetivo, foram dados.
O município contratou, há alguns anos, a empresa Memória Arquitetura para produzir um completo dossiê sobre o morro de Santana, conhecido popularmente por Gogô, e o morro Santo Antonio. São quase 300 ha, ou seja, três milhões de metros quadrados. Baseado no dossiê da Memória Arquitetura, foi feito o tombamento municipal da área e seu entorno pelo Decreto nº 4.481 em 28.02.2008. Este tombamento já está inscrito no Estado.
Outro passo importantíssimo foi dado pelo prefeito no dia 08.12.2009. Roque Camêllo entregou pessoalmente ao presidente do IPHAN, Dr. Luiz Fernando, em Brasília, o dossiê produzido pela Memória Arquitetura e o decreto de tombamento. O documentário completo foi encaminhado pelo ofício nº 635/09/GAB, datado de 04.12.2009. Assinou seu recebimento o Chefe de Divisão do Gabinete da Presidência/IPHAN, Gustavo do Vale Fernandes, em 08.12.2009.
A região, composta pelos morros Santana e Santo Antonio, servia, nos séculos 18 e 19, como local de exploração aurífera para portugueses e, mais tarde, para os ingleses. Em plena efervescência da atividade extrativa, sabe-se que milhares de escravos ali trabalharam e viveram. O ouro foi embora, a região foi sendo abandonada, mas os vestígios antropológicos permaneceram de certa forma intactos exceto quanto à natural ação do tempo. O fato de se manterem intocáveis representa a maior riqueza de um sítio arqueológico. Além disso, ali existiu, desde 1712, a Capela de Santana que, por um passo de mágica, portanto inexplicável, foi trasladada para a sede da Construtora Mendes de Júnior em Belo Horizonte, há algumas décadas.
Em 2008, por iniciativa da Prefeitura, Ministério Público (leia-se Promotor Marcos Paulo), IPHAN, UFMG, PUC/MINAS, Arquidiocese de Mariana, os componentes da Capela de Santana voltaram e estão guardados no Museu da Música. A prefeitura municipal se comprometeu a reconstruir a Capela no morro do Gogô e, para isto, contratou, em 2009, a competente arquiteta Jô Vasconcelos que desenvolveu o projeto por sinal muito elogiado pelo IPHAN, pelas autoridades locais e pela comunidade do Gogô sempre bem liderada pelo incansável senhor Salvador. A reconstrução da Capela de Santana, por ser um monumento do Século XVIII e o fato de sua recondução ao sítio de origem fortalecem, sem dúvida, o pedido do tombamento federal feito pelo prefeito Roque Camêllo.
Agora só depende do juízo e atitude da administração municipal para que se consolide a preservação do sítio paisagístico e arqueológico que poderá colocar Mariana no circuito turístico internacional. Além de incalculável importância para a economia permanente do município, é a oportunidade de todos nós estarmos resgatando a memória dos milhares de escravos que lá foram forçados ao trabalho para enriquecer portugueses e ingleses que levaram para outros países esse patrimônio marianense. Se salvarmos esta nova versão de patrimônio, isto é, sob a ótica paisagística e arqueológica, não haverá devolução da vida dos milhares de escravos, não teremos o ouro de volta, mas poderemos resgatar a memória daquele passado grandioso e colher novos frutos.
Por outro lado, não só a cidade ganhará com isso, mas o Brasil e a própria humanidade. A solicitação do tombamento federal encaminhado ao presidente do IPHAN em 8 de dezembro de 2009 e já em avançado estudos pelo Conselho, uma vez aprovado transformará o sítio em local de visitação e pesquisa a partir de um consistente plano de manejo.
Vale a pena conhecer na íntegra o oficio 635 que a presidência do IPHAN recebeu em 08.12.2009. Vamos juntos lutar por esta iniciativa.
“Ofício nº 635/09/GAB
Mariana, 04 de dezembro de 2009.
Ao Senhor Luís Fernando de Almeida
Presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN
Brasília-DF
Assunto: Sítio Paisagístico e Arqueológico Morro Santo Antonio e Morro Santana (Gogô), de Mariana, Estado de Minas Gerais.
Senhor Presidente,
É com satisfação que tomo a liberdade de apresentar-lhe em anexo o dossiê realizado pela Prefeitura de Mariana em parceria com a Memória Arquitetura.
Trata-se de um denso e criteriosamente fundamentado documento sobre o Sítio Paisagístico e Arqueológico, situado nos morros de Santana e Santo Antonio em nossa cidade. Esta região servia, no século XVIII, como importante ponto de exploração aurífera por portugueses e posteriormente por ingleses.
No auge desta atividade econômica, a região chegou a contar com a presença de vinte mil escravos, que ali trabalhavam e viviam. Com o declínio da atividade, a região foi sendo gradativamente abandonada, mas sem que os vestígios antropológicos ali registrados sofressem qualquer tipo de interferência, a não ser a ação do tempo. Esta característica de intocabilidade é considerada por renomados arqueólogos como a maior riqueza de qualquer Sítio Arqueológico, já que as características sócio-culturais dos que ali viveram e trabalharam permaneceram inalteradas.
Paralelamente, a Prefeitura de Mariana se encarregou de contratar a consagrada arquiteta Jô Vasconcelos para que fizesse um projeto de reconceituaçao da antiga Capela de Santana que ali existiu desde 1712. Por sua vez, foram trasladados para Mariana todos os componentes da referida Capela que inexplicavelmente fora reconstruída na sede da Empresa Mendes Júnior em Belo Horizonte e posteriormente doada à Universidade Federal de Minas Gerais. A Prefeitura Municipal se comprometeu não só com a elaboração do referido projeto, mas também com a reconstrução da Capela no seu local de origem.
Pela enorme importância deste Sítio na preservação da história, da economia e da atividade humana não apenas de nossa cidade, mas de todo o Brasil, tomamos a iniciativa de fazer o tombamento municipal da área (300 ha.) e de seu entorno, em 28.02.2008 através do Decreto 4.481.
Pelo exposto acima é que vimos solicitar, Sr. Presidente, que seja examinada pelo IPHAN, a bem das garantias e vantagens que daí adviriam, que este Sítio Paisagístico e Arqueológico receba o tombamento pelo IPHAN a nível federal. Esta iniciativa contribuiria enormemente com o próximo passo que queremos dar, transformando o Sítio em local de estudo e visitação a partir de um consistente plano de manejo. Tal projeto se configura não apenas como de interesse de pesquisa e resgate histórico, mas como objeto de atenção de especialistas e turistas de todo o mundo.
Receba, Senhor Presidente, meu cordial abraço e antecipados agradecimentos.
Roque José de Oliveira Camêllo, Prefeito Municipal.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dom Luciano na Colina de São Pedro

*Roque Camêllo
A Colina de São Pedro domina a cidade de Mariana. Foi lá que jovens abriram a solenidade do 80º aniversário de nascimento de Dom Luciano, na tarde de 5 de outubro, declamando: “Os céus de Mariana testemunharam: /um anjo do Senhor pisou na terra, /sobre flores azuis /aqueceu o sol para todos, / velejou a lua, / redistribuiu estrelas luz, / ampliou caminhos, / estimulou avanços, / plantou e cultivou / Fraternidade”. O poema de autoria dos componentes da Academia Infanto Juvenil de Letras é intitulado “Sob o signo da Paz”. A coordenação do grupo foi da vice-presidente da Academia Marianense de Letras, professoa Hebe Rola.
“O busto de D. Luciano de modo extraordinariamente feliz foi posto pelos marianenses num descampado alto. Assim, D. Luciano continua abençoando todos, e nós, para vê-lo, basta que olhemos para o alto. D. Luciano é uma síntese dos Santos: um Tomaz de Aquino, Doutor da Igreja; um Francisco de Assis, devotado aos pobres; um Santo Cura Dars, verdadeiro Pastor”, palavras do advogado José Anchieta da Silva, dando início aos pronunciamentos.
Foi uma tarde diferente na Colina de São Pedro onde se destaca a Igreja de São Pedro dos Clérigos, única em estilo romano das cidades coloniais mineiras. Imponente, é a guardiã da cidade. No seu lado direito, se encontra o busto de Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida. Em bronze, com sorriso discreto, retratando o seu estilo e a alegria de estar sempre pronto a servir o outro, é uma cópia bem fiel daquele carinhosamente chamado o “senhor dos humildes”. Para homenageá-lo lá estávamos muitos dos seus amigos e seus irmãos, o prof. Cândido Mendes de Almeida e Luiz Fernando, o Secretário de Estado da Cultura, jornalista Washington Mello, representando o Governador Anastasia, o presidente do Instituto dos Advogados de Minas Gerais, José Anchieta da Silva, religiosos, desembargador Reinaldo Ximenes, a presidente da Associação dos Amigos do Serro, Laene Freire, conselheiros da Fundação Cultural da Arquidiocese-FUNDARQ, representantes do Movimento Renovador e pessoas da sociedade marianense.
Foi um poético entardecer predominando saudade e alegria por celebrarmos a vida de quem não poupou esforços para ajudar o próximo. Representada por vários membros, a Associação dos ex-alunos dos Seminários de Mariana teve a feliz idéia de colocar flores em seu busto em agradecimento àquele incentivador da existência da entidade e inspirador do nome AEXAM. Segundo seu presidente Helvécio Trindade, “D. Luciano participava dos encontros, anuais e nessas oportunidades, sempre manifestava seu contentamento com a crescente consolidação da Associação. Os Seminários completam 260 anos de existência, sendo a única organização desse gênero em funcionamento ininterrupto no país. Neles, se instalaram os primeiros cursos superiores de Minas Gerais, em 1750. D. Luciano percebeu a importância de ter mais próximos aqueles que passaram por seus bancos escolares. Abriu suas portas para que os ex-alunos fossem sempre acolhidos e, assim, se tornassem braços de apoio à tradicional Casa que ofereceu ao Brasil milhares de religiosos, profissionais de diversas áreas e grandes homens públicos.”
D. Luciano foi o 4º Arcebispo de Mariana. Veio para servir “In nomine Iesu”, como se lê em Lucas: “Os reis das nações imperam sobre elas, e os que exercem a autoridade são chamados benfeitores; porém, não assim entre vós senão que o maior entre vós será como o menor, e quem manda como o que serve”. Os excluídos e a paz eram preocupações constantes em sua vida. Por isto, o poeta Gabriel Bicalho se expressou através da jovem atriz Ingrid Lara com “Ave! /Dom Luciano: /nenhum ruído / nenhum grito de excluído / a soar profano / perturbando o sagrado / desse vosso sono!”
Em momento de enlevo espiritual, os adolescentes do TOM MAIOR, regidos por Adeuzi Batista, cantaram louvando a vida daquele que se entregou a favor da paz e do amor ao próximo. Jamais se esqueceu de reconhecer a grandeza da cidade que o acolheu como citou o representante da juventude marianense Cristiano Vilas Boas ao ler um texto do próprio homenageado: “Se o mundo fosse uma Igreja, Mariana seria seu sacrário”.
Seu irmão, professor Cândido Mendes, testemunhou o amor que Dom Luciano tinha por seu rebanho, afirmando aquilo que já sabíamos, “sua recusa a uma transferência para a Arquidiocese de Brasília com a oportunidade do cardinalato. Teria sido uma espécie de coroamento pelo trabalho desenvolvido na Igreja. Preferiu continuar em Mariana.” O Secretário de Cultura afirmou que “conheci-o na plena ditadura militar, na Capital Federal. D. Luciano não se calava diante das atrocidades cometidas em nome da falsa segurança nacional. É um exemplo de bondade e de cidadão patriota a ser seguido”.
O antigo Palácio dos Bispos, construção do século 18, cuja restauração foi iniciada por D. Luciano e concluída pelo atual Arcebispo Dom Geraldo Lyrio Rocha, preservará todos os documentos de sua autoria e daqueles em que foi parte. Receberá também a lembrança de sua trajetória de vida no Brasil e no Exterior. Suas comendas e títulos ali estarão expostos bem como todos os livros e artigos de sua autoria e os muitos sobre ele escritos. O solar onde outrora foram tomadas decisões importantes e onde se hospedaram o imperador do Brasil D. Pedro II e sua esposa, em 1881, guardará a imagem de quem se entregou sem reservas à pratica do bem. Sua frase “em que posso servir” estará ecoando por aqueles quase tricentenários corredores como um cântico de amor.
*Presidente da Academia Marianense de Letras e Diretor Executivo da Fundação Cultural e Educacional da Arquidiocese de Mariana-FUNDARQ.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

As decepções eleitorais de Walter Rodrigues

Mensagem aos amigos e apoiadores *
Como vocês sabem, tivemos que ter o sangue frio de tocar uma campanha convivendo com o trabalho dos adversários dizendo que nossa candidatura estaria impugnada (“cassada” para usar o termo impróprio divulgado por nossos adversários…) gerando grandes incertezas e perdas de apoios importantes. Perdemos MUITOS apoiadores a ponto de eu ter que chamar quem ainda queria a nossa candidatura e honrar a luta até o fim, lutando “morro acima”. Quem ficou conosco até o fim sabe o grande esforço que fizemos para chegar lá.
Nossa candidatura era independente. Independente de apoio de “caciques” da política que, num primeiro momento se aproximaram de mim para tentar me submeter ao seu tacão em troca de “não hostilidade”. Recusei, por óbvio, a indecorosa proposta. Não vou também mencionar os nomes dos sujeitos…vou deixar quieto…por hora.
Toda candidatura independente como a nossa gera grande apreensão e nervosismo juntos aos “donos do poder” uma vez que nossas ações são imprevisíveis e incontroláveis porquanto são motivadas apenas por um propósito: – o de fazer o que melhor atende ao povo (e não aos “donos do poder”).
Todos sabem que fui candidato não por ambição pessoal mas sim para atender o clamor de uma importante parcela de pessoas que se sentem alijadas do processo democrático, se sentem cidadãos de terceira categoria sem acesso aos seus direitos mais básicos.
Fomos alvo de muitas “cartas” apócrifas “informando” que estaríamos “cassados”, etc. Isso gerou uma grande incerteza nas bases e uma verdadeira catástrofe em nosso trabalho. Em pesquisa que fiz no início de agosto ainda pudemos perceber que estávamos com a eleição garantida e que estávamos disputando um dos primeiros lugares do partido, PDT. Porém, os efeitos da boataria se fariam perceber ao longo do mês de agosto e de setembro. Perdemos MUITOS apoios apenas devido a incerteza que pendia.
Sou uma pessoa realizada tanto pessoal como profissionalmente. Gostaria de poder ajudar os outros que não têm o vigor, a energia e o tempo de falar por si e fazer valer seus direitos. Queria ser o representante dessas pessoas na ALMG pois acho que seria a forma efetiva de realizar essa ajuda.
Quero agradecer a todos que acreditaram em nossas propostas de moralização da máquina pública, de trazer um pouco mais de dignidade ao cidadão de Minas fazendo com que seus direitos não fiquem apenas no papel.
Muitas mudanças iríamos promover colaborando com o Governo do Estado nas áreas de atendimento na saúde, na segurança pública, na geração de oportunidade aos jovens com sua capacitação profissional, desenvolvimento do turismo e esportes e geração de emprego e renda em geral.

Continuamos na luta cívica.
Continuamos acreditando que a política é um lugar para homens e mulheres de bem. Continuamos acreditando que só a liberdade de pensamento e opinião promovem a liberdade que nos torna verdadeiramente cidadãos e não pessoas amedrontadas temendo “punições” dos “donos do poder” por expressar nosso pensamento.
O que pude encontrar em Minas, em minhas andanças, é que muitos…muitos mesmo vivem no cabresto político de muitos “donos de poder” Municipal que intimidam e ameaçam essas pessoas exigindo como preço a própria alma dessas pessoas, seu espírito, enfim sua liberdade que é seu bem maior.
Para isso acabar, para termos preservado nosso bem maior que é nossa LIBERDADE, temos que colocar no Governo PESSOAS DE BEM que NOS RESPEITEM, a cada um de nós, e não nos intimide. A intimidação é a arma dos covardes, daqueles que não têm o bom argumento de convencimento.
Conheci muitas pessoas boas nessa nossa Minas Gerais. Elas são o embrião de uma força política nascente, de um grupo político que ainda terá sua voz ativa e presente na ALMG.
A luta está APENAS começando…
Obrigado!
Informe sobre minha votação por Município
Após muito esforço para conseguir os resultados por Município estamos apresentando aos amigos o resultado nas cidades com melhor votação. Nossa votação foi de 22.154 votos em Minas Gerais.
Juiz de Fora – 3336 votos – 12º lugar geral
Oliveira – 2196 votos – 3º lugar geral
Mariana – 2161 votos – 2º lugar geral
Contagem – 1997 votos – 27º lugar geral
Belo Horizonte – 1069 votos – 132º lugar geral
São João De- Rei – 816 votos – 6º lugar geral
São Lourenço – 713 votos – 5º lugar geral
Barbacena – 611 votos – 12º lugar geral
Ponte Nova – 454 votos – 15º lugar geral
Coronel Pacheco – 390 votos – 2º lugar geral
Ouro Preto – 384 votos – 13º lugar geral
Tivemos votação em 313 municípios, revelando uma grande capilaridade de votação em Minas Gerais.
*Fonte: Blog do Walter Rodrigues

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Resultados eleitorais em Mariana


Para Presidente da República
Dilma Rousseff 15.178
José Serra 8.027
Marina Silva 6.779

Para Governador do Estado
Antonio Anastasia 14.257
Hélio Costa 11.499

Para Senador
Aécio Neves 17.560
Itamar Franco 12.550
Fernando Pimentel 13.194

Para Deputado Estadual
Jairo Lessa 3.587
Corjesus Quirino 684
Gustavo Corrêa 663
Neuza Zuzu 489
Walter Rodrigues ?

Para Deputado Federal
Rodrigo de Castro 5.185
Paulo Abi-Ackel 3.260
Mário Heringer 1.712
Vitor Penido 585
*Fonte: Tribunal Regional Eleitoral (TRE)
Meu comentário:
Presidente
Os resultados para o cargo de presidente foram normais. O surpreendente em Mariana, como em todo o país, foi a expressiva votação de Marina Silva.
Governador
Antonio Anastasia, governador eleito, teve o apoio explicito do grupo liderado pelo Celso Cota e implícito da Direita, enquanto o Hélio Costa teve o apoio do grupo liderado por Terezinha Ramos, Roberto Rodrigues, Walter Rodrigues, bem como do grupo liderado pelo Duarte Júnior.
Senador
Outro resultado curioso e interessante: Aécio Neves, como candidato a senador, teve mais votos que Anastasia, candidato eleito a governador pelo mesmo partido. O candidato petista Fernando Pimentel, não eleito, também teve mais votos aqui em Mariana do que o candidato eleito Itamar Franco.
Deputado Estadual
O Jairo Lessa, deputado reeleito, foi apoiado pelo grupo liderado por Duarte Júnior. Surpreendente foi a votação de Neuza Zuzu do PSOL que obteve 489 votos em Mariana, mais votos agora do que quando foi candidata a prefeita, ocasião em que recebeu apenas 50 votos. Além dos 489 votos obtidos em Mariana, Neuza Zuzu conseguiu mais 314 em todo estado de Minas Gerais, perfazendo um total geral de 803 votos. Neuza Zuzu colocou na fachada de sua casa na rua Dom Viçoso um banner agradecendo os quase "900" votos que ela teve nas urnas. Gustavo Corrêa foi apoiado por um grupo de políticos ligados à Direita. Os votos de Walter Rodrigues não foram divulgados pelo TRE. Comenta-se nos bastidores políticos que sua candidatura teria sido impugnada pelo TRE e o TSE e estaria sub judice.
Deputado Federal
Rodrigo de Castro, reeleito, foi apoiado pelo grupo político liderado por Celso Cota com apoio discreto da Direita, enquanto Paulo Abi-Ackel, reeleito, foi apoiado pelo grupo político liderado por Duarte Júnior. Mário Heringer, candidato que não conseguiu a reeleição, foi apoiado pelo grupo político liderado por Terezinha Ramos e Walter Rodrigues. Vitor Penido, candidato que não foi eleito, foi apoiado aqui em Mariana pelo Efraim Rocha, presidente da Orquestra e Coro Mestre Vicente.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Homenagem a Dom Luciano

MARIANA HOMENAGEIA ARCEBISPO DOM LUCIANO E INAUGURA CENTRO CULTURAL ARQUIDIOCESANO.
Hoje, dia 05 de outubro, comemoram-se os 80 anos de nascimento de D. Luciano Mendes de Almeida. A Arquidiocese de Mariana, por seu titular, Dom Geraldo Lyrio Rocha, presidente da CNBB, e a Fundação Cultural e Educacional da Arquidiocese (FUNDARQ) promoverão com a presença do prof. Cândido Mendes de Almeida e demais familiares de Dom Luciano, cerimônia alusiva à data.
Às 17h, a Associação dos Ex-alunos dos Seminários de Mariana (AEXAM) e a Academia Marianense de Letras prestarão homenagem a Dom Luciano depositando diante de seu busto, na Colina de São Pedro, uma coroa de flores, apresentando-se também, em momento literário, os jovens integrantes da Academia Infanto-Juvenil de Letras.
Às 18h30, haverá missa solene na Catedral Basílica cantada pelo coro dos alunos do Seminário São José acompanhado pela organista Josinéia Godinho ao Órgão Arp Schnitger.
Às 20h, inauguração do Centro Cultural Arquidiocesano Dom Frei Manuel da Cruz e do Centro de Documentação Dom Luciano Mendes de Almeida, no antigo Palácio dos Bispos. Durante o evento, será entregue a última etapa de restauração deste edifício colonial, um belo solar do Séc. 18. Nele, está instalado o Museu da Música e onde se hospedaram Dom Pedro II e a Imperatriz Thereza Cristina, em 1881.
Em seguida, será lançado o livro Dom Luciano, especial dom de Deus, de autoria da jornalista mineira, radicada em Brasília, Margarida Drumond de Assis, abordando a vida e obra do inesquecível arcebispo de Mariana.
Para Dom Geraldo Lyrio, o título do livro retrata substancialmente o biografado. Ao apresentar Dom Luciano, especial dom de Deus, assim se expressou o Arcebispo: “Que falta ele nos faz! (...) Dom Luciano era uma figura extraordinária: Irmão do outro, Doctor amoris causa, Homem de Deus, Servidor de Deus, Construtor da justiça, Mensageiro da Paz, Promotor da dignidade humana, Especial dom de Deus. A Autora nos apresenta Dom Luciano, que brilha com sua luz na constelação das grandes estrelas que iluminam o mundo e a igreja em nossa época”.
Na mesma programação, comemoram-se os 260 da criação do Seminário de Mariana. Fundado pelo primeiro Bispo de Minas, Dom Frei Manuel da Cruz, em 1750, é o único em funcionamento ininterrupto no Brasil. Nele, se instalaram, desde aquela época, os primeiros Cursos Superiores Mineiros (Filosofia e Teologia).
Para o diretor executivo da FUNDARQ, prof. Roque Camêllo, “as homenagens que serão prestadas a Dom Luciano, carinhosamente chamado o senhor dos humildes, são justas e oportunas. Além de nos deixar um legado de amor e respeito ao próximo, era um cidadão voltado para a Educação e a Cultura como direito de todos e instrumento de justiça social. A inauguração da etapa final da restauração do Palácio dos Bispos, local onde foram tomadas decisões tão importantes da História Mineira, coroa um esforço de Dom Luciano para que Minas não perdesse um monumento de tanta relevância. O trabalho iniciado em 2004, com o patrocínio da Petrobras, teve a colaboração de outras empresas como a Vale, a Samarco, a Caixa Econômica Federal e, agora, a participação do Governo Mineiro. Muito feliz é a determinação do atual Arcebispo Dom Geraldo Lyrio de homenagear o primeiro Bispo Dom Frei Manuel da Cruz e, junto, a memória de Dom Luciano, este dom especial de Deus para Minas e o para o Brasil ”.
Fonte: Merania de Oliveira, jornalista

Lançamento do livro “Dom Luciano, especial Dom de Deus, de Margarida Drumond.
A obra
“Dom Luciano, especial Dom de Deus” é um livro com 1022 páginas, publicado pela Editora da Universidade Candido Mendes (Educam), do Rio de Janeiro. Conforme Margarida Drumond, do processo inicial até à edição, foram mais de três anos de trabalho, com pesquisas e entrevistas, notadamente em Brasília, Mariana, São Paulo, Bogotá, na Colômbia; Roma, Florença e Turim, na Itália, locais de referência sobre Dom Luciano.
O livro possibilita uma maior proximidade com a vida de Dom Luciano Mendes de Almeida e sua caminhada na Igreja, desde 1947, com sua entrada na Companhia de Jesus (Jesuítas), até 2008, no segundo aniversário de seu falecimento.
No tocante à vida eclesial, a obra mostra um período dos mais significativos da Igreja no Brasil, “desde a criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, em 1952, do Conselho Episcopal Latino-Americano – CELAM, em 1955, passando pela realização do Concílio Vaticano II e o pós-Concílio, acompanhando os pontificados de Pio XII a Bento XVI (...)”.
Contatos: Margarida Drumond de Assis – (61) 9252-5916.

sábado, 25 de setembro de 2010

Jornal Ponto Final a serviço eleitoreiro*

“Jornal Ponto Final a serviço eleitoreiro
Tive a confirmação há pouco. O dono do Jornal Ponto Final de Mariana colocou a sua caneta à venda. O Rômulo Passos está veiculando “notícias” torcidas a pedido de Duarte Filho, do Def. Fed. Paulo Abi Ackel e do Dep. Est. Jairo Lessa. Tudo isso com ajuda do “traíra” Ildeu Alves, por enquanto presidente do PTB municipal. Tudo tem o objetivo de desgastar Terezinha Ramos e, de tabela, atingir a nossa candidatura a Deputado Estadual. Quero lembrar que o mundo não acabará em 03 de outubro e as responsabilidades serão TODAS apuradas. Para variar vão arrebentar do lado mais fraco. É aguardar para ver.
Terezinha Ramos será nossa próxima Prefeita apesar da sabotagem que está sofrendo”.
*Fonte: Texto publicado por Walter Rodrigues Filho, em 24.09.2010, no Blog de Walter Rodrigues.
Meu comentário: quem tem amigo assim irado e furioso ameaçando companheiros e correligionários não precisa de inimigos!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Manifesto em defesa da Democracia

Hoje, ao meio dia, na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco em São Paulo será lido o Manifesto em defesa da Democracia.
“Em uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano. Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo. Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático.
É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressões a direitos individuais. É inacreditável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos. É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle. É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade. É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte quatro horas do dia. Não há depois do expediente para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem do Estado do homem do partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura. Ele não vê no “outro” um adversário que deve ser vencido segundo regras da Democracia, mas um inimigo que tem de ser eliminado. É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses. É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.
É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como uma extensão do Executivo, explicitando o intuito de encabrestar o Senado. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.
Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para rasgar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las.
É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo. Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade. Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos”.

Meu comentário: usando a linguagem deste manifesto, considero intolerável, inacreditável, lamentável, inconcebível, constrangedor o “ensurdecedor” silêncio de políticos, jornalistas, intelectuais, formadores de opinião, professores universitários, profissionais liberais, faculdades de Direito e Jornalismo, emissoras de rádio, jornais e televisão da Região dos Inconfidentes que não dão um pio contra o autoritarismo do governo petista que quer acabar com a liberdade de imprensa no país. Seria medo da popularidade do presidente ou conivência com as ideias malucas dele?
Perguntar não ofende!

domingo, 5 de setembro de 2010

Vereadores ameaçam patrimônio histórico

Câmara Municipal terá nova área administrativa.*
Composta por especialistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a equipe do projeto de criação de uma nova área administrativa que comporte o poder executivo (sic) de Mariana realizou reunião nessa quinta-feira (26.08.2010), na Câmara Municipal da cidade.
Outras reuniões aconteceram anteriormente, e nelas foram apresentadas as propostas e possibilidades para o novo prédio, assim como uma série de problemas referentes às falhas, à funcionalidade da Câmara e ao seu valor memorial.
O projeto foi desenvolvido devido à necessidade da existência de um local comum para os gabinetes de todos os vereadores. A nova sede governamental (sic) visa melhorar a acessibilidade, tanto dos políticos quanto dos eleitores, sem que o antigo prédio seja desativado, já que se trata da mais antiga Câmara Municipal do país (sic).
Aproveitando o próprio terreno do antigo prédio, o anexo será construído na área próxima à Capela de São Jorge e ao Arquivo, e contará com 15 gabinetes, sala para telefonistas, secretários, assessores e de reuniões, um arquivo público, hall, auditório para sessões solenes, além de uma estrutura que permita total mobilidade para deficientes físicos.
A reunião contou com a presença de alguns funcionários públicos e de dois políticos, entre eles a vereadora Aída Anacleto, que questionou algumas objeções do projeto. Segundo ela, muitas questões precisam ser analisadas, como a parte sanitária, a preservação do patrimônio com a construção de um prédio em meio ao centro histórico e os próprios gastos da obra.
Com a ausência de grande parte dos vereadores e do presidente da Câmara, outra reunião será marcada para que se decida quanto às medidas do novo projeto.
*Fonte: jornal “A Semana” – edição nº 335, de 2 a 8.09.2010.
Observação: o texto publicado no jornal A Semana tem três erros grosseiros: dois políticos e outro histórico. O político é chamar a Câmara de poder executivo e a nova sede governamental. Na verdade, a sede seria legislativa. O histórico é escrever que a nossa Câmara é a mais antiga do país. É mentira. É a mais antiga de Minas.
Meu comentário: fiquei escandalizado quando vi essa matéria publicada no jornal “A Semana”, edição nº 335, de 2 a 8 de setembro. Se for verdade, os vereadores ficaram malucos. Será que os vereadores não sabem que, pelo plano diretor, aprovado por eles mesmos e referendado pelo IPHAN, é proibida a construção de novos prédios em seu entorno? O Ministério Público e o IPHAN são obrigados por lei a impedir essa ideia maluca, irresponsável e megalomaníaca dos vereadores de Mariana. Enquanto a UFOP descaracteriza o quase tricentenário Seminário Menor, a UFMG agora quer descaracterizar o belo prédio colonial da Câmara Municipal de Mariana. Com universidades “amigas” assim o patrimônio histórico de Mariana não precisa de inimigos!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Catadores de votos

Em toda eleição municipal, estadual e federal aparece uma figura folclórica e pitoresca do famoso catador de votos. Na vida privada, por falta de escolaridade e mínima competência profissional para ganhar mais que um salário mínimo, são pessoas que sonham algum dia ser vereadores ou até mesmo prefeito, mas que nunca têm votos suficientes para ser eleitos. Acabam se transformando em cabos eleitorais de candidatos a prefeito e vereador e, posteriormente, recebendo, como recompensa, um cobiçado cargo de comissionado ou de confiança no serviço público.
Os partidos políticos, principalmente os nanicos, estão começando a utilizar os catadores de votos nas eleições proporcionais deste ano para se candidatar ao cargo de deputado estadual. São contratados pelos partidos que lhes cedem a legenda para concorrer. O objetivo é arranjar votos para a legenda ter um coeficiente necessário para eleger os puxadores de votos do partido. Uns 50 votos aqui cem ali aumentam a chance de o partido ter mais representantes na Assembléia Legislativa. Esses catadores de votos, na verdade candidatos de araque, ganham dinheiro dos candidatos eleitos pelo partido na proporção dos votos obtidos por cada candidato para fazer esse trabalho eleitoral dissimulado em candidatura para valer. Pela esdrúxula legislação eleitoral brasileira, nas eleições proporcionais de vereadores, de deputados estaduais e federais, o eleitorado, na maioria das vezes, vota num candidato e elege outro que nunca irá saber quem foi.
Aqui em Mariana temos alguns candidatos a deputado estadual sem nenhuma chance de ser eleitos, mas aproveitam a ocasião, sem gastar nada em propaganda eleitoral de seu bolso porque o partido paga tudo, para apenas conferir se terão alguma chance de ser candidatos a vereador ou a prefeito nas próximas eleições municipais de 2012. Além de ganhar dinheiro dos partidos, se o catador de votos for funcionário público, a lei eleitoral ainda permite que ele fique ganhando sem trabalhar durante três meses. Há gente em Mariana fazendo isso. Nas eleições municipais de 2008, tivemos vários funcionários públicos sem nenhuma chance de ganhar eleições para prefeito e vereador, disputando o pleito e ganhando sem trabalhar. No meu entendimento, esse comportamento de candidatos de araque é uma afronta, uma falta de respeito, um deboche ao eleitorado marianense.
Já pensou se a moda pega? Vamos ficar sem funcionários públicos trabalhando em épocas eleitorais!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

+ Salvador Geraldo Ferrari

A Serviço da Humanidade e da Literatura
Roque Camêllo*
A Medicina e a Literatura perderam ontem Salvador Geraldo Ferrari, o Dr. Ferrari de Ponte Nova e de Mariana, nascido há 96 anos. Após se formar em Medicina no Rio de Janeiro, casou-se com Chiquita Motta, fruto de um namoro iniciado em Mariana onde ele, ainda muito jovem, exercia sua profissão e ela, aluna do tradicional Colégio Providência. Deixou um filho, também médico em Belo Horizonte, Antônio Eugênio Ferrari, casado com Cleonice Liboreiro, e 3 netos, Luiza, Bruno e Pedro.
Na década de 40, nomeado pelo Governador Benedito Valadares, foi prefeito de Mariana. Dr. Ferrari foi servidor da Humanidade. Era um cristão comprometido com o Evangelho, praticando-o, dele fazendo sua própria vida. Foram 75 anos entregues à medicina humanitária, pois a concebia como um verdadeiro sacerdócio. Seu consultório, tanto em Mariana quanto em Ponte Nova, instalado em sua residência, jamais tinha as portas fechadas. Atendia a qualquer hora do dia e da noite. Curou milhares de pessoas e, por suas mãos, trouxe ao mundo diversas gerações. Sua medicina era aliada ao calor humano, dizendo sempre ser este o mais poderoso dos remédios. Adotou a Santa Casa de Ponte Nova como a extensão de sua família.
Convicto de sua fé católica, era profundo conhecedor da Teologia. Estudioso da Filosofia e da História, era versado em Aristóteles, Platão, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino e pensadores contemporâneos. Dominava Latim, Italiano, Francês, Inglês, Alemão, de ser um purista do Português. Foi professor de Biologia e Química com aulas que encantavam os alunos. Sua vasta cultura, não apenas como profissional da Medicina, justificava o qualificativo de todos: era uma enciclopédia.
Escreveu centenas de artigos e publicou 17 livros, sendo o último “A Fé” que seria lançado no próximo dia 10 na Academia Marianense de Letras de onde era acadêmico e também fundador da Academia de Letras de Ponte Nova (ALEPON). De suas preciosidades literárias temos “No Interior de um Médico”, uma coletânea de fatos retratando a carreira iniciada após a formatura na Faculdade de Medicina.
Quando completou 90 anos, ao descobrir que a família preparava uma festa, pediu que ele mesmo escolhesse o cardápio do almoço, pois seria servido somente o que ele gostava de saborear e fazer a sua lista de convidados. Tive a alegria de ter sido convidado por ele para falar em nome de seus amigos, durante o belo encontro. Dr. Ferrari em seu discurso sobre a sua trajetória de vida emocionou a todos contando de uma maneira jocosa e sutil o que era ser médico quando os recursos laboratoriais eram tão escassos. Este pequeno na estatura foi, na verdade, um grande homem, felizmente amado e reverenciado em vida em razão do bem prestado à Humanidade. Continuará a sê-lo como filho que honrou os pais, como marido que amou sem reservas a esposa, como pai que soube doar-se ao filho, à nora e aos netos.
Enfim, colocou sua inteligência, sua sabedoria e seu coração nas mãos de todos que dele precisaram. Como político por circunstâncias do momento, era a dignidade em pessoa, isolando-se no gabinete da Prefeitura, findo o expediente, para um exame de consciência quanto às suas decisões. Fidalgo ao extremo em gentilezas, disse-me, quando há poucos dias o visitei em sua residência, que sua alma se punha de joelhos com alegria para agradecer a visita. Hoje é a nossa alma que se ajoelha para agradecer a Deus sua abençoada existência. Nós, os seus amigos , não o esqueceremos. Jamais!
*Roque Camêllo, advogado, professor e presidente da Academia Marianense de Letras.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Queda de braço*

Uma família no caminho dos chineses
Briga entre irmãos na Justiça impede venda da Passagem Mineração (Panim), em Mariana, para o grupo asiático Wisco, sócio da MMX no estado. Negócio pode chegar a US$ 5 bi.
Tetê Monteiro

Um briga familiar pode barrar a aquisição da Passagem Mineração (Pamin) pela companhia chinesa Wuhan Iron and Steel Corporation (Wisco), em investimento previsto de US$ 5 bilhões em Mariana, na Região Central do estado. O negócio já foi parar na Justiça e, conforme liminar deferida pelo juiz Luiz Tadeu Dias, no dia 10 deste mês, está determinado a indisponibilidade do ativo de exploração de minério pela Pamin. “Ajuizamos medida cautelar solicitando o bloqueio do direito minerário de maior valor do grupo, que é a Pamin. Com o deferimento, o negócio fica travado. Não só os chineses, mas nenhum empresário consegue comprar”, afirma o advogado João Paulo Vilela Marcondes. Cabe recurso da decisão.
O interesse da Wisco – no Brasil, o grupo asiático é sócio da MMX, do empresário Eike Batista – é pela jazida da mina do Morro de Santana. A mina está a cerca de 12 quilômetros do centro histórico de Mariana, e informações extraoficiais estimam reservas de 750 milhões de toneladas de itabiritos, com teor médio de ferro de 55%. A companhia chinesa atua há 54 anos no mercado, é a terceira maior produtora de aço na China e a sétima maior do mundo.
No processo, o magistrado, ao deferir a liminar, determina “que eventuais valores a serem pagos pela Wisco ou MMX, do grupo EBX, decorrentes da compra dos direitos minerários nº 541/35 (manifesto de mina 06/35) sejam depositados judicialmente”. A MMX afirma, por meio de sua assessoria, que foi citada “erroneamente” no processo e vai comunicar o fato à Justiça. A empresa ainda afirma “que não tem negócios na região (de Mariana) e não tem interesse de iniciar qualquer operação no local”.
A liminar ainda estabelece “que sejam colocados impedimentos judiciais aptos a obstar a transferência, seja de que título for, dos direitos de exploração de minério nº 541 /35”. Na prática, isso significa que órgãos como o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e Junta Comercial de Minas Gerais sejam comunicadas da decisão judicial para “impedir tanto a transferência dos direitos minerários como a cessão de cotas ou ações” da Pamin.
O entrave que envolve a Pamin é apenas mais um capítulo da novela que se arrasta há anos entre os quatro irmãos da família Rodrigues – Izabela, Suzana, Roberto e Walter – na disputa pela herança do então médico Walter Rodrigues, falecido em 1984. “Em 1987, as irmãs ajuizaram ação de dissolução da sociedade contra os dois irmãos. Cinco anos depois, em 1992, todos fizeram um acordo que previa que a soma do patrimônio da família seria dividido igualmente para cada herdeiro. Mas o acordo nunca saiu do papel”, diz Marcondes, do escritório Vilela e Vilela Advogados Associados, que representa as irmãs nos processos.
Atualmente, segundo Mark Antony de Mello, casado com Suzana, a holding “mãe” que controla todas as empresas da família Rodrigues é a Companhia Minas da Passagem, que detém 99% da holding CMP – Ouro de Galeria S/A, que, por sua vez, controla 99% da Pamin. Antony de Mello diz que tomou posse como diretor estatutário das duas holdings no dia 19 deste mês e, conforme ele, passa a ser o representante legal das irmãs nos negócios do grupo. “Há quatro meses havia uma ordem judicial para eu ser empossado e isso só ocorreu na semana passada”, afirma.
De acordo com o empresário, as irmãs “têm todo o interesse” em vender os ativos minerais da Pamim aos chineses. “Eles têm expertise técnica (para exploração) e não queremos criar nenhum empecilho para o desenvolvimento da região (de Mariana). As irmãs não são contra a venda ao grupo Wisco. Elas só não querem ser alijadas do resultado e também temos interesse em participara das negociações”, explica Antony de Mello. Ele afirma que a reserva da Pamin tem 2,6 mil hectares e, durante anos, foi alvo da exploração de ouro. “Com a valorização do ferro, o interesse mudou. Mas ainda há cerca de 2 milhões de onça (nome dado ao peso de 30 gramas usado nas negociações do ouro na Bolsa de Nova York e Londres) na mina Ouro da Passagem”. Procurados pela reportagem do Estado de Minas, os irmãos Roberto e Walter não se manifestaram sobre o assunto.
*Fonte: jornal “Estado de Minas”, de 27.08.2010.
Meu comentário: A melhor decisão política tomada pelo governo municipal no inicio deste século para proteger o município de Mariana de devastação ambiental e caos social foi a transformação do Morro de Santana e Santo Antonio em área de preservação ambiental. É uma área muito próxima do centro histórico de Mariana e sua exploração minerária causaria devastação do meio ambiente do município, provocaria especulação imobiliária e consequente inchaço populacional que causa o terrível caos social.
Durante os três meses que exerceu o cargo de prefeita, para beneficiar os interesses particulares e empresariais de Roberto Rodrigues, vice-prefeito dela e do irmão Walter Rodrigues, ambos interessados em vender a área para os chineses, Terezinha Ramos cancelou a desapropriação da área e de todos os decretos que defendiam a preservação ambiental do local, Se as autoridades municipais, prefeito e vereadores, não tomarem providências para impedir a devastação ambiental, Mariana vai ser invadida pela mineração predadora do meio ambiente dos chineses!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Demagogia cívico-eleitoreira

Quem teve a pioneira e inspirada ideia de transformar o dia 16 de Julho, data de fundação da cidade de Mariana em Dia do Estado de Minas Gerais, foi Roque Camêllo, numa sessão solene da Casa de Cultura de Mariana realizada em 17 de julho de 1977. Sua ideia está registrada no primeiro Livro de Atas da Academia Marianense de Letras, às folhas 150 verso. Está documentada. Em 07.08.1977, o então presidente e fundador da Casa, Waldemar de Moura Santos, publicou um artigo no jornal Estado de Minas apoiando a sua ideia. A ideia teve também o apoio do então prefeito de Mariana, Jadir Macedo (1977/1982) e dos 15 vereadores (1977/1982). Em 19.10.1979, atendendo reivindicação de Roque Camêllo e dos deputados Jésus Trindade Barreto, Domingos Lanna. Agostinho Patrus e outros, o então governador Francelino Pereira dos Santos, através da Lei nº 7561, instituiu o 16 de Julho como o Dia do Estado de Minas Gerais. Em 21.09.1989, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais transforma a data cívica de 16 de julho numa comemoração constitucional. Em 1996, através de lei federal, nº 9.093, de 12.09.1995, assinada pelo presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, a então data magna de 16 de julho foi transformada em feriado estadual.
Ameaças ao Dia de Minas
Até aqui a instituição do Dia de Minas teve o apoio dos governos municipal, estadual e federal, da Câmara Municipal de Mariana e da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. A partir de 1996, quando comemoramos pela primeira e última vez o feriado estadual, no tricentenário de fundação da cidade de Mariana, a manutenção do Dia de Minas Gerais começou a se complicar. As cidades históricas vizinhas e adjacentes, enciumadas e invejosas, e políticos em época eleitoral começaram a tentar implodir a comemoração exclusiva do Dia de Minas Gerais somente em Mariana.
A primeira tentativa para derrubar o feriado estadual partiu do Clube de Diretores Lojistas de Belo Horizonte que sugeriu à Assembleia Legislativa a mudar o Dia de Minas de Mariana para Ouro Preto a ser comemorado no dia 21 de abril, dia de Tiradentes. Inconformado com essa falta de respeito com Mariana, Roque Camêllo, sozinho, sem ajuda de ninguém, conseguiu, para não perder tudo, só o feriado, que a data magna fosse transferida para o Dia de Tiradentes, mas que a comemoração do Dia de Minas permanecesse em Mariana.
A segunda tentativa se deu quando a cidade de Matias Cardoso, através de deputados daquela região, pressionou a Assembleia Legislativa a fazer uma emenda constitucional estabelecendo que cada ano, alternativamente, o Dia de Minas fosse comemorado um ano em Mariana e outro em Matias Cardoso. Mais uma vez, Roque Camêllo, sozinho, impediu a proposta eleitoreira. Mas a cidade Matias Cardoso não desistiu, insistiu. Fez uma proposta eleitoreira e salomônica: que a emenda constitucional estabelecesse no artigo 256, § 2º, que a Capital do Estado será transferida simbolicamente para a cidade de Ouro Preto, no dia 21 de abril, para a cidade de Matias Cardoso, no dia 23 de março, e para a cidade de Mariana, no dia 16 de julho. Esta ideia maluca ainda não vingou.
A última exploração eleitoreira do Dia de Minas Gerais ocorreu quando o candidato a governador Hélio Costa entrou com uma representação contra o atual governador de Minas e também candidato Antonio Augusto Anastasia no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE) por ter “transferido” o Dia de Minas este ano para a Cidade Administrativa em Belo Horizonte, sob o argumento de que a comemoração era inconstitucional. O TRE sabiamente arquivou a representação por falta de amparo legal. Se o Hélio Costa, candidato a governador, tivesse a responsabilidade e curiosidade de ler o parágrafo § 1º do artigo 256 da Constituição mineira não teria cometido essa gafe eleitoreira: § 1º - A semana em que recair o 16 de julho constituirá de celebrações cívicas em todo o território mineiro, sob a denominação de Semana de Minas”.
Portanto, todos os municípios mineiros estão autorizados constitucionalmente a comemorar o Dia de Minas Gerais. Fingir que não conhecia o texto constitucional é imperdoável para quem quer ser governador. Duvido que Hélio Costa, se eleito, terá coragem política de cancelar a comemoração do Dia de Minas Gerais na Cidade Administrativa. Pelo decreto de Anastasia, a partir deste ano, haverá duas comemorações: uma aqui em Mariana pela manhã e outra à tarde em Belo Horizonte, na sede administrativa do governo mineiro. Mas, infelizmente, tudo isso é fruto da doença incurável da demagogia cívica e eleitoreira do candidato!

domingo, 15 de agosto de 2010

Campanha municipal antecipada

Depois das eleições municipais de 2004, quando Celso Cota disputou com João Ramos e ganhou o pleito, o quadro político-partidário em Mariana mudou muito. Essa disputa eleitoral rachou o partido ao meio e provocou a primeira dissidência na Esquerda. A Esquerda tradicional ficou com João Ramos e a dissidente com Celso Cota. As eleições municipais de 2008 provocaram novas dissidências tanto na Esquerda como na Direita. Duarte Júnior, que havia sido vice prefeito na chapa de João Ramos em 2004, rompendo com a Esquerda tradicional de Terezinha Ramos, resolveu em 2008 ser candidato independente a prefeito com o apoio do ex-prefeito da Direita dissidente Cássio Brigoline Neme. Nessa eleição, Roque Camêllo da Direita tradicional saiu como candidato a prefeito e ganhou o pleito com o apoio de Celso Cota da Esquerda dissidente.
Nas eleições gerais de 2010, para a eleição de deputados estaduais, federais, senadores, governadores e presidente da República, a exceção da Direita tradicional que até o momento ainda não se definiu oficialmente, a Esquerda tradicional de Terezinha Ramos, as Esquerdas dissidentes de Celso Cota e Duarte Júnior já se definiram em que candidatos irão apoiar.
A preocupação de nossas principais lideranças políticas municipais, ao escolher os candidatos que irão apoiar nas eleições gerais deste ano, nada tem a haver com princípios ideológicos, programáticos ou a favor de interesses do município. Pelo contrário, ao participar ativamente das eleições deste ano, as lideranças políticas de Mariana já estão de olho gordo nas eleições municipais de 2012. Irão aproveitar as eleições deste ano apenas para fazer um teste de laboratório para aferir e conferir o prestigio eleitoral de cada grupo político em disputar as eleições municipais de 2012. Os candidatos a deputado são os mercenários e picaretas de sempre. Um deles é latifundiário de terras ociosas e inúteis em Mariana, localizadas em áreas de risco e sujeitas a inundações de rios e a desmoronamentos de encostas. É um especialista em forjar fajutas invasões de terras para valorizar suas propriedades e obrigar o municipio a urbanizar a área "invadida", pagando indenizações milionárias por terras que não valem nada.
Se forem bem sucedidos eleitoralmente na coleta de votos para os deputados, os grupos políticos deverão indicar os seus candidatos a prefeito e reivindicar dos deputados apoiados nesta eleição dinheiro para bancar a futura campanha eleitoral municipal de 2012. Agora os nossos políticos dão os votos aos deputados e em 2012 os deputados pagam as despesas da campanha eleitoral municipal. Os eleitores, otários e idiotas, iludidos como sempre, entram nesse negócio eleitoral sem saber. Alguns eleitores, mais espertos, os famosos cabos eleitorais, trabalham de olho nos mais de 300 cobiçados cargos de confiança e comissionados na Prefeitura Municipal de Mariana, a coitada viúva rica mais explorada pelos nossos inescrupulosos políticos.
É assim que funciona a política municipal, estadual e nacional. É a famosa “oração” do é dando que se recebe. Coitado de São Francisco de Assis autor de uma oração tão bonita e que os políticos corruptos transformaram em sinônimo de balcão de negociatas eleitorais escusas!