sábado, 25 de setembro de 2010

Jornal Ponto Final a serviço eleitoreiro*

“Jornal Ponto Final a serviço eleitoreiro
Tive a confirmação há pouco. O dono do Jornal Ponto Final de Mariana colocou a sua caneta à venda. O Rômulo Passos está veiculando “notícias” torcidas a pedido de Duarte Filho, do Def. Fed. Paulo Abi Ackel e do Dep. Est. Jairo Lessa. Tudo isso com ajuda do “traíra” Ildeu Alves, por enquanto presidente do PTB municipal. Tudo tem o objetivo de desgastar Terezinha Ramos e, de tabela, atingir a nossa candidatura a Deputado Estadual. Quero lembrar que o mundo não acabará em 03 de outubro e as responsabilidades serão TODAS apuradas. Para variar vão arrebentar do lado mais fraco. É aguardar para ver.
Terezinha Ramos será nossa próxima Prefeita apesar da sabotagem que está sofrendo”.
*Fonte: Texto publicado por Walter Rodrigues Filho, em 24.09.2010, no Blog de Walter Rodrigues.
Meu comentário: quem tem amigo assim irado e furioso ameaçando companheiros e correligionários não precisa de inimigos!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Manifesto em defesa da Democracia

Hoje, ao meio dia, na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco em São Paulo será lido o Manifesto em defesa da Democracia.
“Em uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano. Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo. Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático.
É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressões a direitos individuais. É inacreditável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos. É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle. É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade. É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte quatro horas do dia. Não há depois do expediente para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem do Estado do homem do partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura. Ele não vê no “outro” um adversário que deve ser vencido segundo regras da Democracia, mas um inimigo que tem de ser eliminado. É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses. É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.
É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como uma extensão do Executivo, explicitando o intuito de encabrestar o Senado. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.
Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para rasgar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las.
É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo. Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade. Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos”.

Meu comentário: usando a linguagem deste manifesto, considero intolerável, inacreditável, lamentável, inconcebível, constrangedor o “ensurdecedor” silêncio de políticos, jornalistas, intelectuais, formadores de opinião, professores universitários, profissionais liberais, faculdades de Direito e Jornalismo, emissoras de rádio, jornais e televisão da Região dos Inconfidentes que não dão um pio contra o autoritarismo do governo petista que quer acabar com a liberdade de imprensa no país. Seria medo da popularidade do presidente ou conivência com as ideias malucas dele?
Perguntar não ofende!

domingo, 5 de setembro de 2010

Vereadores ameaçam patrimônio histórico

Câmara Municipal terá nova área administrativa.*
Composta por especialistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a equipe do projeto de criação de uma nova área administrativa que comporte o poder executivo (sic) de Mariana realizou reunião nessa quinta-feira (26.08.2010), na Câmara Municipal da cidade.
Outras reuniões aconteceram anteriormente, e nelas foram apresentadas as propostas e possibilidades para o novo prédio, assim como uma série de problemas referentes às falhas, à funcionalidade da Câmara e ao seu valor memorial.
O projeto foi desenvolvido devido à necessidade da existência de um local comum para os gabinetes de todos os vereadores. A nova sede governamental (sic) visa melhorar a acessibilidade, tanto dos políticos quanto dos eleitores, sem que o antigo prédio seja desativado, já que se trata da mais antiga Câmara Municipal do país (sic).
Aproveitando o próprio terreno do antigo prédio, o anexo será construído na área próxima à Capela de São Jorge e ao Arquivo, e contará com 15 gabinetes, sala para telefonistas, secretários, assessores e de reuniões, um arquivo público, hall, auditório para sessões solenes, além de uma estrutura que permita total mobilidade para deficientes físicos.
A reunião contou com a presença de alguns funcionários públicos e de dois políticos, entre eles a vereadora Aída Anacleto, que questionou algumas objeções do projeto. Segundo ela, muitas questões precisam ser analisadas, como a parte sanitária, a preservação do patrimônio com a construção de um prédio em meio ao centro histórico e os próprios gastos da obra.
Com a ausência de grande parte dos vereadores e do presidente da Câmara, outra reunião será marcada para que se decida quanto às medidas do novo projeto.
*Fonte: jornal “A Semana” – edição nº 335, de 2 a 8.09.2010.
Observação: o texto publicado no jornal A Semana tem três erros grosseiros: dois políticos e outro histórico. O político é chamar a Câmara de poder executivo e a nova sede governamental. Na verdade, a sede seria legislativa. O histórico é escrever que a nossa Câmara é a mais antiga do país. É mentira. É a mais antiga de Minas.
Meu comentário: fiquei escandalizado quando vi essa matéria publicada no jornal “A Semana”, edição nº 335, de 2 a 8 de setembro. Se for verdade, os vereadores ficaram malucos. Será que os vereadores não sabem que, pelo plano diretor, aprovado por eles mesmos e referendado pelo IPHAN, é proibida a construção de novos prédios em seu entorno? O Ministério Público e o IPHAN são obrigados por lei a impedir essa ideia maluca, irresponsável e megalomaníaca dos vereadores de Mariana. Enquanto a UFOP descaracteriza o quase tricentenário Seminário Menor, a UFMG agora quer descaracterizar o belo prédio colonial da Câmara Municipal de Mariana. Com universidades “amigas” assim o patrimônio histórico de Mariana não precisa de inimigos!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Catadores de votos

Em toda eleição municipal, estadual e federal aparece uma figura folclórica e pitoresca do famoso catador de votos. Na vida privada, por falta de escolaridade e mínima competência profissional para ganhar mais que um salário mínimo, são pessoas que sonham algum dia ser vereadores ou até mesmo prefeito, mas que nunca têm votos suficientes para ser eleitos. Acabam se transformando em cabos eleitorais de candidatos a prefeito e vereador e, posteriormente, recebendo, como recompensa, um cobiçado cargo de comissionado ou de confiança no serviço público.
Os partidos políticos, principalmente os nanicos, estão começando a utilizar os catadores de votos nas eleições proporcionais deste ano para se candidatar ao cargo de deputado estadual. São contratados pelos partidos que lhes cedem a legenda para concorrer. O objetivo é arranjar votos para a legenda ter um coeficiente necessário para eleger os puxadores de votos do partido. Uns 50 votos aqui cem ali aumentam a chance de o partido ter mais representantes na Assembléia Legislativa. Esses catadores de votos, na verdade candidatos de araque, ganham dinheiro dos candidatos eleitos pelo partido na proporção dos votos obtidos por cada candidato para fazer esse trabalho eleitoral dissimulado em candidatura para valer. Pela esdrúxula legislação eleitoral brasileira, nas eleições proporcionais de vereadores, de deputados estaduais e federais, o eleitorado, na maioria das vezes, vota num candidato e elege outro que nunca irá saber quem foi.
Aqui em Mariana temos alguns candidatos a deputado estadual sem nenhuma chance de ser eleitos, mas aproveitam a ocasião, sem gastar nada em propaganda eleitoral de seu bolso porque o partido paga tudo, para apenas conferir se terão alguma chance de ser candidatos a vereador ou a prefeito nas próximas eleições municipais de 2012. Além de ganhar dinheiro dos partidos, se o catador de votos for funcionário público, a lei eleitoral ainda permite que ele fique ganhando sem trabalhar durante três meses. Há gente em Mariana fazendo isso. Nas eleições municipais de 2008, tivemos vários funcionários públicos sem nenhuma chance de ganhar eleições para prefeito e vereador, disputando o pleito e ganhando sem trabalhar. No meu entendimento, esse comportamento de candidatos de araque é uma afronta, uma falta de respeito, um deboche ao eleitorado marianense.
Já pensou se a moda pega? Vamos ficar sem funcionários públicos trabalhando em épocas eleitorais!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

+ Salvador Geraldo Ferrari

A Serviço da Humanidade e da Literatura
Roque Camêllo*
A Medicina e a Literatura perderam ontem Salvador Geraldo Ferrari, o Dr. Ferrari de Ponte Nova e de Mariana, nascido há 96 anos. Após se formar em Medicina no Rio de Janeiro, casou-se com Chiquita Motta, fruto de um namoro iniciado em Mariana onde ele, ainda muito jovem, exercia sua profissão e ela, aluna do tradicional Colégio Providência. Deixou um filho, também médico em Belo Horizonte, Antônio Eugênio Ferrari, casado com Cleonice Liboreiro, e 3 netos, Luiza, Bruno e Pedro.
Na década de 40, nomeado pelo Governador Benedito Valadares, foi prefeito de Mariana. Dr. Ferrari foi servidor da Humanidade. Era um cristão comprometido com o Evangelho, praticando-o, dele fazendo sua própria vida. Foram 75 anos entregues à medicina humanitária, pois a concebia como um verdadeiro sacerdócio. Seu consultório, tanto em Mariana quanto em Ponte Nova, instalado em sua residência, jamais tinha as portas fechadas. Atendia a qualquer hora do dia e da noite. Curou milhares de pessoas e, por suas mãos, trouxe ao mundo diversas gerações. Sua medicina era aliada ao calor humano, dizendo sempre ser este o mais poderoso dos remédios. Adotou a Santa Casa de Ponte Nova como a extensão de sua família.
Convicto de sua fé católica, era profundo conhecedor da Teologia. Estudioso da Filosofia e da História, era versado em Aristóteles, Platão, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino e pensadores contemporâneos. Dominava Latim, Italiano, Francês, Inglês, Alemão, de ser um purista do Português. Foi professor de Biologia e Química com aulas que encantavam os alunos. Sua vasta cultura, não apenas como profissional da Medicina, justificava o qualificativo de todos: era uma enciclopédia.
Escreveu centenas de artigos e publicou 17 livros, sendo o último “A Fé” que seria lançado no próximo dia 10 na Academia Marianense de Letras de onde era acadêmico e também fundador da Academia de Letras de Ponte Nova (ALEPON). De suas preciosidades literárias temos “No Interior de um Médico”, uma coletânea de fatos retratando a carreira iniciada após a formatura na Faculdade de Medicina.
Quando completou 90 anos, ao descobrir que a família preparava uma festa, pediu que ele mesmo escolhesse o cardápio do almoço, pois seria servido somente o que ele gostava de saborear e fazer a sua lista de convidados. Tive a alegria de ter sido convidado por ele para falar em nome de seus amigos, durante o belo encontro. Dr. Ferrari em seu discurso sobre a sua trajetória de vida emocionou a todos contando de uma maneira jocosa e sutil o que era ser médico quando os recursos laboratoriais eram tão escassos. Este pequeno na estatura foi, na verdade, um grande homem, felizmente amado e reverenciado em vida em razão do bem prestado à Humanidade. Continuará a sê-lo como filho que honrou os pais, como marido que amou sem reservas a esposa, como pai que soube doar-se ao filho, à nora e aos netos.
Enfim, colocou sua inteligência, sua sabedoria e seu coração nas mãos de todos que dele precisaram. Como político por circunstâncias do momento, era a dignidade em pessoa, isolando-se no gabinete da Prefeitura, findo o expediente, para um exame de consciência quanto às suas decisões. Fidalgo ao extremo em gentilezas, disse-me, quando há poucos dias o visitei em sua residência, que sua alma se punha de joelhos com alegria para agradecer a visita. Hoje é a nossa alma que se ajoelha para agradecer a Deus sua abençoada existência. Nós, os seus amigos , não o esqueceremos. Jamais!
*Roque Camêllo, advogado, professor e presidente da Academia Marianense de Letras.