segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ruim com ela, pior sem ela

A decisão da Câmara Municipal de Mariana de não aceitar a denúncia contra a prefeita Terezinha Severino Ramos, postulada pelo cidadão Marcius da Costa Machado, causou reações diversas nos meios políticos, empresariais e na opinião pública. A primeira reação política obviamente previsível é a de que a decisão agradou ao grupo da denunciada apesar do Ministério Público já estar apurando os fatos para propor uma ação judicial, mas cujo desfecho, talvez devido à crônica morosidade da justiça, certamente só aconteceria após o término do atual mandato.
Por outro lado, desagradou o grupo que se beneficiaria caso a Câmara aceitasse a denúncia e cassasse a prefeita. Portanto, para os que fazem negócios com a atual administração, a negativa da Câmara em apurar as denúncias foi um alivio, enquanto para o grupo denunciante que tinha interesse em tomar o lugar da prefeita foi um desastre.
Porém, para pessoas sérias, isentas e independentes, a recusa da Câmara em apurar as denúncias pegou muito mal, pois a principal finalidade de uma Câmara é fiscalizar o Executivo. É por isso que sempre digo: “O Legislativo como é exercido no Brasil é um Poder inútil, pois não fiscaliza nada e, pior, custa muito caro aos cofres públicos”.
Como se sabe, esse perverso entra-e-sai de prefeitos causado pela crônica indecisão da Justiça Eleitoral provoca muita insegurança política e jurídica nas atividades empresariais de empreiteiras de obras públicas, prestadores e fornecedores de serviços para a prefeitura, provocando imensas dificuldades no desempenho da administração municipal.
O cidadão comum, aquele que faz parte da opinião pública, que não tira vantagens econômico-financeiras com esse troca-troca de prefeito, deve ter ficado indignado e angustiado. Eu imagino que, já desesperançado e inconformado com situação política caótica em que vive, o cidadão marianense, como diria o deputado Tiririca, deveria estar pensando assim: pior que está não fica! A decisão da Câmara demonstrou que a maioria dos vereadores ficou num dilema atroz. Como seguro morreu de velho, por uma questão de sobrevivência política, os vereadores optaram pelo que consideravam certo do que pelo duvidoso.
Moral da história: se no entendimento da edilidade municipal marianense a prefeitura está ruim nas mãos da prefeita, ficaria muito pior politicamente para os vereadores nas mãos nada confiáveis dos notórios latifundiários empresários da mineração.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Academia Marianense de Letras - 49 Anos!

*Fundada em 28 de outubro de 1962, a Academia Marianense de Letras vai comemorar seu 49º aniversário, homenageando um de seus fundadores, professor Pedro Aleixo. A solenidade acontecerá amanhã, sábado, dia 29, às 20 horas, na sede da Academia em Mariana, Rua Frei Durão nº 84.
A iniciativa de se criar uma Academia de Letras na primeira capital de Minas partiu do grupo de intelectuais formado por Waldemar Moura Santos, Pedro Aleixo, Alphonsus de Guimaraens Filho, Wilson Chaves, Cristovam Breyner, Mesquita de Carvalho, Dom Oscar de Oliveira e Salomão de Vasconcelos. Seu primeiro presidente foi o professor Wilson Chaves que, pouco tempo depois, passou sua função para o historiador Waldemar Moura Santos.
A Academia é composta de 40 membros que ocupam cadeiras cujos patronos, em geral, são figuras exponenciais da Literatura, da História, das Artes ou das Ciências, como Cláudio Manoel da Costa, Santa Rita Durão, Diogo de Vasconcelos, Manoel da Costa Athayde, José Joaquim da Rocha, Antônio Aleixo, Gomes Freire de Andrade, Dom Antônio Ferreira Viçoso, Manoel Francisco Lisboa, o Aleijadinho e outros.
Na atualidade, a Academia é presidida pelo advogado e professor Roque Camêllo.
Pedro Aleixo homenageado como Presidente da República
Há poucos dias, a Presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei nº 12.486 que, em apenas dois artigos, corrigiu, simbolicamente, um grave episódio da História recente ao reconhecer a pessoa de Pedro Aleixo como Presidente do Brasil.
Constitucionalmente, deveria aquele mineiro de Mariana ter sucedido ao Presidente Costa e Silva após seu falecimento e do qual era o vice. Por ter-se oposto e se negado a assinar o lamentável e tristemente famoso Ato Institucional nº 5, Pedro Aleixo foi impedido de ocupar a Presidência da República. Segundo o desembargador Caetano Levi Lopes, membro da Academia Marianense de Letras, “Esta injustiça histórica, ecoou ao longo das décadas, mas agora, o povo brasileiro, por seus legítimos representantes, exercendo o poder a que se refere o parágrafo único do art. 1º da Constituição, aprovou um projeto que, sancionado pela Presidente da República, tornou-se a Lei 12.486, de 12 de setembro de 2011.”
O art.1º da Lei corrige a infeliz decisão dos militares e mostra a verdade nos seguintes termos: “O cidadão Pedro Aleixo, Vice-Presidente da República, impedido de exercer a Presidência, em 1969, em desrespeito à Constituição Federal então em vigor, figurará na galeria dos que foram ungidos pela Nação Brasileira para a Suprema Magistratura para todos os efeitos legais.”
O pronunciamento do Desembargador Caetano se deu no dia 4 de outubro durante homenagem prestada pela 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça. Acompanharam seu pronunciamento os desembargadores Brandão Teixeira, Hilda Costa, Afrânio Vilela e o presidente Roney Oliveira que determinou que as homenagens fossem inscritas nos anais do Tribunal e os textos encaminhados à Assessoria de Comunicação.
Para o presidente da Academia Marianense de Letras, prof. Roque Camêllo, “a memória de Pedro Aleixo precisa ser reverenciada sempre e sua trajetória de vida há de ser levada ao conhecimento das crianças e dos jovens brasileiros para que vejam nele um exemplo de honradez, dignidade e amor à pátria. Não só os marianenses, seus conterrâneos de nascimento, mas os mineiros e todos os brasileiros devem tê-lo como um grande defensor da democracia. Exatamente por isso, sofreu a injustiça de não poder exercer a Presidência da República, o que agora é simbolicamente reparado pela Lei Federal 12.486. A Academia Marianense de Letras por ele fundada com outros intelectuais se sente feliz e honrada por participar, celebrando seus 49 anos de existência, deste momento histórico em que a nação brasileira corrige uma dolorosa injustiça perpetrada por alguns cidadãos em desrespeito ao Direito.”
*Texto da jornalista Merania Oliveira.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Julgamento político

Memória Política
O julgamento político de prefeitos e vereadores no país foi instituído pelo Decreto-Lei nº 201, de 27.02.1967, assinado pelo presidente Castelo Branco, no auge da repressão do golpe militar de 1964 e, pasmem, ainda em vigor até hoje.
No seu artigo 4º, o Decreto-Lei especifica as infrações político-administrativas dos prefeitos municipais sujeitas ao julgamento pela Câmara de Vereadores e sancionadas com a cassação de mandato. Já no artigo 7º, o Decreto-Lei dá poderes à Câmara de cassar o mandato de vereador que se utiliza do mandato para a prática de atos de corrupção ou de improbidade administrativa.
O rito processual de cassação tanto de prefeito quanto de vereador está inserido no artigo 5º do referido Decreto-Lei.

A partir daí até o final do processo, o Decreto-Lei 201 garante ao denunciado todos os seus direitos e deveres constitucionais.
Mas, no meu entendimento, o Decreto-Lei tem um vício original grave e insanável: além do perverso corporativismo político, o denunciado será julgado por correligionários e adversários políticos. Que isenção terá um vereador para julgar seu colega havendo essa perversa ganância pelo poder? Quem tiver maioria na Câmara fatalmente será absolvido ou condenado, independentemente de ter ou não cometido algum delito. Não seria um julgamento justo, mas político. Ora comete injustiça, ora faz justiça. Daí o meu posicionamento pessoal a favor do julgamento de politicos exclusivamente pelo p0der judiciário.

Cassação política de Hélio Petrus Viana
Apoiado por João Ramos Filho (Arena 1) que teve a sua candidatura inviabilizada de propósito pelo então chefe político da Esquerda, Dr. Celso Arinos Mota, Hélio Petrus Viana (MDB), da terceira força, foi eleito prefeito de Mariana para um mandato-tampão de dois anos (1971/1972. No final do ano de 1972, a Câmara Municipal de Mariana, através da maioria de vereadores da Direita, cometeu a estupidez, um erro político grosseiro ao cassar injustamente o mandato dele, apenas por capricho e perseguição política. Sucedeu-o no cargo o seu vice João Álvaro Rapallo que ficou no poder até final de seu mandato por apenas dois meses. A Justiça, como sempre tardiamente, reconheceu a sua inocência, em processo judicial transitado em julgado. A exemplo do que aconteceu com Bento Quirino, os atuais vereadores deveriam também reconhecer oficialmente a inocência de Hélio Petrus.
Na ocasião a Câmara possuía 11 vereadores. Quatro deles foram eleitos na coligação do prefeito: Benjamim Lemos, Cecília de Jesus Marques, João Bosco da Fonseca Ferreira Carneiro e Ovídio Vicente de Lima. A oposição elegeu sete vereadores: Benjamim Gomes de Carvalho, Derly Pedro da Silva, José Bernardino de Souza (Lucas), José Luiz Alves, José Maria Leal Barbosa, José Pereira dos Santos e Odete Alves do Espírito Santo (Lalá).


Cassação política de Bento Quirino
No final do século passado, na legislatura de 1993/1996, os vereadores de Mariana cassaram injustamente o então vereador Bento Quirino Gonçalves. A cassação foi simplesmente motivada pelo pronunciamento de Bento Quirino na Câmara Municipal de Ouro Preto criticando o fato de o prefeito na época, João Ramos Filho, ter impedido que a sua maioria parlamentar na Câmara aprovasse uma homenagem ao regente da Banda São Sebastião de Passagem de Mariana. Acabou a homenagem sendo prestada pela Câmara Municipal de Ouro Preto. Na época, a Câmara Municipal de Mariana era constituída por 13 vereadores: os então ramistas Jesus Geraldo da Silva (Jésus Sinhá), José Geraldo Perdigão, Mário Ramos Eleutério, Antonio Fernandes da Costa (Totonho Doceiro). Celso Rodrigues Fonseca, Altivo Cota, Geraldo Ramos Magalhães, Ênio Gomes Araujo, José Jarbas Ramos (Nêgo) e Raimundo Elias Novais Horta. Na oposição: Bento Quirino Gonçalves, Antonio Maria de Freitas (Toninho Raio-X) e Marcelo Sampaio Castro.
Na atual legislatura, a Câmara Municipal de Mariana, por unanimidade, declarou oficialmente injusta a cassação de Bento Quirino. Por ironia do destino, dois vereadores da atual legislatura que votaram pela cassação de Bento ontem, hoje o anistiaram. São eles: José Jarbas Ramos (Nêgo) e Raimundo Elias Novais Horta. Antes tarde do que nunca. Os atuais vereadores o reabilitaram moralmente, mas financeiramente Bento Quirino tomou muito prejuízo. Quem vai indenizá-lo, a Câmara ou vereadores que o cassaram? Perguntar não ofende!


Cassação política de Cássio Brigolini Neme
Em 1999, a Câmara Municipal de Mariana cassou também politicamente o mandato do ex-prefeito Cássio Brigolini Neme, que governou Mariana de 1997 a 1999. Quem completou o mandato dele foi o seu vice José Hugo Marton no ano 2000. A cassação dele se deu com o apoio unânime de 11 vereadores da oposição e de dois da situação: Luciano José Rola Santos e Sebastião Evangelista Fernandes. Votaram a favor dele os vereadores situacionistas Francisco de Oliveira Miranda e Jeová Magalhães.
Na época, na legislatura de 1997/2000, a Câmara Municipal de Mariana era assim constituída: José Geraldo Perdigão, Raimundo Elias Novais Horta, Luciano Guimarães Pereira, Antonio Fernandes da Costa, José Jarbas Ramos, Cleliton Conceição Souza, (Zinho da Vargem), Corjesu Quirino Filho, Benedito Gomes Morais, Fernando Silva Gomes, Luciano José Rola Santos, Sebastião Evangelista Fernandes, Francisco de Oliveira Miranda, Jeová Magalhães, Jamil José Abjaudi e Marcelo Monteiro Macedo.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Denúncia arquivada

Por oito votos a um e uma abstenção, a Câmara Municipal de Mariana arquivou a denúncia formulada por Marcius Costa Machado que pedia a instalação de uma comissão processante com o objetivo de cassar o mandato da prefeita Terezinha Severino Ramos.
A denúncia provocou um histórico e inédito milagre político em Mariana de unir pela primeira vez os vereadores da Esquerda e da Direita contra o grupo político que interessava colocar o vice-prefeito ou o Bambu no lugar da Terezinha. O único voto favorável à instalação da comissão processante foi a da vereadora Ailda Anacleto Ribeiro, do PT, enquanto o presidente da Casa se absteve de votar.
Mas se a Terezinha Ramos realmente cometeu crimes de responsabilidade ou improbidade administrativa, cabe ao Ministério Público a obrigação de investigar os fatos denunciados e propor uma ação no judiciário que é o foro competente para examinar e julgar o caso.

sábado, 22 de outubro de 2011

Especialistas no tapetão!

No meu entendimento, quando expulsaram o vice de uma sala da prefeitura, os ramistas afoitos cometeram um grave erro político. Expulsaram logo uma pessoa que sabia demais dos segredos políticos e administrativos do grupo. O risco de represália política era inevitável. Coincidência ou não, de autoria ainda desconhecida, surgiu um vídeo no Youtube acusando a prefeita de ter usado dinheiro público para pagar advogado para tratar de sua defesa pessoal na justiça eleitoral. Segundo informações, inclusive uma pessoa já teria dado entrada na Câmara Municipal de Mariana com uma representação contra a prefeita pedindo o seu afastamento do cargo por causa dessa denúncia no Youtube. Cassá-la politicamente é mais fácil, sai mais depressa, bastando ter maioria na Câmara para votar a favor de sua cassação. Estão tentando fazer com a prefeita o que fizeram com ex-prefeito Cássio Brigolini Neme que foi cassado politicamente.
Por falar em maioria parlamentar, coincidência ou não, foi criado também um blocão na Câmara constituído por sete vereadores, 70% do plenário, ficando de fora apenas três vereadores (30%). Esse bloco foi criado para quê? Seria para votar a favor ou contra a cassação política da prefeita, caso seja realmente instalada a Comissão processante? Perguntar não ofende!
Como o tempo que resta de mandato de prefeito é muito pequeno (apenas um ano e dois meses), propor a cassação na justiça comum, que sempre caminha em ritmo de tartaruga paraplégica, iria demorar demais. E o grupo político interessado em conquistar o poder via tapetão tem muita pressa.
Os latifundiários empresários da mineração podem ser ruins de votos nas urnas, não ganharam uma até hoje, mas são imbatíveis e especialistas em tapetão. Primeiro ganharam no tapetão eleitoral, agora estão na iminência de ganhar no tapetão legislativo municipal.
Vamos aguardar!

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Será fogo amigo?

Desde 1930 até 2008, portanto há 78 anos, a Esquerda tradicional de Mariana teve apenas dois chefes políticos que a comandaram com mão de ferro, como se ditadores fossem: Dr. Celso Arinos Mota, advogado, que era chamado de cacique e João Ramos Filho, fazendeiro, de coronel. Dr. Celso comandou por 40 anos a Esquerda até 1970. A partir dessa data até 2008, quem a comandou até a sua morte por 38 anos foi João Ramos.
Ao contrário da Direita tradicional, cujos chefes não mandavam nada, onde todo mundo queria mandar e ninguém obedecia, a Esquerda, ao contrário, era uma facção disciplinada. Seus membros, que sentiam fanatismo pelo partido, obedeciam cegamente o comando dos seus chefes. A hierarquia, a fidelidade e principalmente a lealdade partidária eram um dogma que ninguém ousava burlar. Quem o fizesse seria execrado e banido do cenário político da cidade, como traidor do partido. Essa unidade partidária foi fundamental para o sucesso na conquista de muitas vitórias eleitorais.
Como na época não havia coligações partidárias, a escolha dos candidatos a prefeito e vice e vereadores era entre os membros natos de cada um dos dois partidos existentes. Não havia, como é comum hoje, a possibilidade de uma traição. Com a proliferação desordenada de 30 partidos existentes no país, a maioria constituída de partidos nanicos sem votos e de aluguel, as coligações hoje se tornaram inevitáveis. É um balaio de gatos sem ideologia ou programa algum, só a serviço de interesses pessoais, alguns até inconfessáveis.
A frustrada tentativa de dar um golpe e uma rasteira na prefeita no tribunal eleitoral para tomar o lugar dela na prefeitura gerou muita desconfiança no grupo político, agora no poder. Resultado: surgiu então o temido e desagregador fogo amigo. Aquele ato de divulgar áudio contra a prefeita de Mariana no Youtube na internet, seja verdadeiro ou falso, talvez tenha sido praticado por pessoas que participam do grupo, mas que estão com seus interesses pessoais contrariados. No ano passado, por exemplo, eram vistos membros do próprio partido filmando e gravando reuniões da Câmara e da prefeitura.
Pior que um inimigo declarado é um amigo falso. Quem tem amigos assim não precisa de inimigos. No entanto, enquanto não se apurar os fatos, a incômoda desconfiança irá persistir no grupo!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Haja explicações!

Nunca vi uma obra pública precisar dar tantas explicações como esta da transposição do Córrego do Catete. A Câmara Municipal de Mariana, cumprindo sua obrigação de fiscalizar obras da prefeitura, já realizou diversas audiências públicas para entender o andamento delas. Várias, longas, entediantes e enfadonhas explicações técnicas foram publicadas nos meios de comunicação que, ao invés de esclarecer, mais confundiram a opinião pública.
Tentando traduzir o linguajar técnico pelo popular, os técnicos confessam que a obra é de alto risco do ponto de vista geotécnico e geológico e que projeto está sendo executado em caráter emergencial praticamente sem estudo geotécnico o que leva constantes revisões e adequações na técnica de realização da obra. Por ser emergencial, não há tempo para realizar todas as investigações e estudos necessários para realizar a intervenção.
Como se vê, por falta de estudo geotécnico, que deveria ter sido feito antes de iniciar as obras, os técnicos estão trabalhando no escuro e a cada metro de obra são surpreendidos por novos problemas técnicos, fatos que acarretam, como eles mesmos dizem, revisões constantes na técnica de realização da obra e motivando novas explicações, diria eu.
Na sabedoria popular existe um provérbio que diz o seguinte: a pessoa se complica à medida que explica. Em política vigora uma máxima segundo a qual tudo o que precisa de muita explicação boa coisa não é! Haja explicações!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Homenagem a Zizi Sapateiro

A Secretaria de Turismo de Mariana, em parceria com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), lançará sábado, dia 15 de outubro, às 19 horas, no Centro de Atenção aos Turistas (CAT), na rua Direita, 93, o Selo postal em homenagem ao renomado pintor marianense José Ribeiro dos Santos, Zizi Sapateiro.
Com este evento a Secretaria oficializa a abertura da Semana de Ataíde-2011, uma comemoração cívica ao grande pintor marianense da era colonial, magnífica ideia que surgiu na Casa de Cultura de Mariana por iniciativa da saudosa Efigênia Maria da Silva, então presidente do Movimento Renovador de Mariana.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Por uma política mineral brasileira*

José Fernando Aparecido de Oliveira, ex-deputado federal.
É de primeira importância a luta que nós mineiros estamos travando ao longo do tempo para corrigir erros históricos que vitimaram a economia, a vida social e cultural de nosso estado e seu povo, em séculos e séculos de extração de ouro e minério. Sempre exploraram nossas riquezas, e sempre nos deixaram muito pouco. Primeiro foi o ouro que financiou a corte portuguesa e a revolução industrial inglesa. Para Minas ficou apenas o patrimônio artístico e arquitetônico, uma parte de nossa historia. Séculos depois, seguimos na mesma luta, tendo agora o minério de ferro, que, seguindo os moldes do ouro de outrora, é extraído e exportado, nos deixando muito pouco e, até em muitos casos, nos levando o pouco que ficou do nosso patrimônio artístico e arquitetônico.
Fazendo coro com essa antiga reivindicação de todos os mineiros, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), apresentou no Senado projeto de lei que tem como objetivo central corrigir equívocos históricos que prejudicavam Minas em séculos e séculos de extração e submissão. Minério e petróleo são bens naturais não renováveis e ambos deveriam seguir os mesmos padrões de gestão, e remunerando o estado produtor, o município minerador e a União. Essa deveria ser a base da criação do marco regulatório para o setor mineral, colocando nossa riqueza natural no mesmo patamar do petróleo.
Minas arrecadou com a extração do minério de ferro no último ano algo em torno de R$ 250 milhões. Só o estado do Rio de Janeiro, que tem a produção de petróleo em alto-mar, arrecadou mais de R$ 6 bilhões com os royalties. Não há justificativa plausível para um disparate tão grande quanto esse.
Em sua proposta, o senador Aécio Neves defende o aumento da alíquota máxima da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) passando de 3% para 5%. Além disso, o que é fundamental, o senador mineiro defende que a compensação passe a incidir sobre o faturamento bruto e não o liquido. Aprofundando ainda mais nessa questão, o projeto de lei cria uma participação especial, a ser paga pelas mineradoras para a exploração de jazidas de alta produtividade, com alíquotas variando de 1 a 2,5%. Propõe ainda a instituição de um fundo especial para beneficiar os municípios que não produzam minerais, mas que estejam em estados produtores.
Pensando em uma política minerária para o Brasil, deveríamos acabar com a concessão graciosa das jazidas de minério, sendo elas repassadas para a União e levadas a um leilão público internacional, como é com o petróleo e a energia elétrica. Hoje, o primeiro a registrar uma jazida de minério se torna dono dela, podendo vendê-la a outros sem a devida compensação para o município, estado e União. Por isso, grande parte de áreas que têm minério em Minas é hoje de propriedade chinesa.
Por fim, o equivoco da isenção total para a exportação do minério de ferro, o que enfraquece nossa indústria nacional, taxada pelo ICMS quando beneficia essa matéria-prima aqui, gerando emprego e renda em nosso país. Quando isentamos a exportação in natura do minério de ferro, estamos exportando emprego, além de fazer com que a indústria estrangeira tenha uma produção mais barata. Isso a faz mais competitiva no mercado internacional, quando exporta de volta para o Brasil o minério de ferro beneficiado e transformado em aço e outros derivados. Essas são questões básicas para a criação de uma política minerária mais justa para Minas e para o Brasil, e vemos que, pelo esforço dos mineiros, estamos avançando nela.
*Fonte: jornal “Estado de Minas” - caderno de “Opinião”, de 09.10.2011.
Meu comentário: fiz questão de destacar em letras vermelhas trecho do artigo acima para chamar atenção dos marianenses de que qualquer semelhança da exploração predatória e lucrativa em Mariana realizada por proprietários de jazidas minerais não é apenas uma mera coincidência, mas sim, uma trágica realidade!...

domingo, 9 de outubro de 2011

Favorável ou contra?

Segundo informações do jornalista Roberto Verona em seu programa Imprensa Escrita na Rádio Mariana FM, realizado no dia 07.10.2011, Walter Rodrigues e Bambu provavelmente serão candidatos aos cargos de prefeito e vice pelo PDT, nas próximas eleições municipais de 2012. A escolha do cabeça de chapa, ainda segundo o jornalista, será para um dos dois que, na época, estiver melhor nas pesquisas eleitorais.
No polêmico episódio da instalação da Mina Del-Rei da Vale e que será explorada por uma empresa terceirizada, no centro urbano de Mariana, Bambu fez um veemente, corajoso e contundente protesto contra a exploração do minério naquela localidade, enquanto Walter Rodrigues, empresário minerador, foi um ardoroso defensor, quando disse textualmente no seu blog que o minério não escolhe onde dá, mas nós podemos escolher onde moramos. Como diz o velho e sábio provérbio “a um bom entendedor meia palavra basta”, os marianenses tiveram o azar de morar em cima da mina de ouro e minério. Os marianenses incomodados que se retirem de lá, desde que indenizados.
Como se vê, os dois, Bambu e Walter Rodrigues, precisam até a próxima eleição entrar num acordo rápido, afinar o discurso, para não gerar desconfiança no eleitorado marianense: se eles, coerentes, continuarão, respectivamente, favorável ou contrário à exploração da Mina Del-Rei perto de um grande centro urbano de Mariana. Até lá, o numeroso eleitorado que reside nos populosos bairros do Gogô, São Cristóvão, Maquiné, Jardim Inconfidentes, Colina e São Sebastião ficará muito preocupado, com a pulga na orelha!...

Contra cobrança de água em Mariana

Saiu publicado num jornal em Mariana um anúncio denunciando, com fotografias, nomes de vereadores que são contrários e favoráveis à cobrança de água em Mariana. Veja abaixo o inteiro teor do documento.
“Os vereadores Bambu e Aída são a favor da cobrança de água em Mariana e Distritos. O SAEE – Mariana e a Prefeita Terezinha Ramos são contra!!! E você?
Veja quem é a favor, e quem é contra a cobrança de água em Mariana:
A Favor: Bambu, Ailda, Juliano, Fernando Sampaio, Nêgo.
Contra: Mundinho Horta, Marcelo Macêdo, Leitão, Bruno Mol, Reginaldo.

Água gratuita, tratada e de qualidade é direito de todos”
Meu comentário: Desde a década de 70 do século passado, portanto, há mais de 40 anos, todos os candidatos a prefeito, sejam da Direita ou da Esquerda sempre prometeram e jamais cumpriram o tratamento sério, cientifico e não mentiroso da água em Mariana. O verdadeiro tratamento da água custa uma fortuna aos cofres públicos. E para mantê-la potável é necessário que o consumidor que tenha condições de pagar seja tarifado, Quem, no entanto, provar que não pode pagá-la ficar isento. O tratamento da água ora existente em Mariana é tão fajuto e mentiroso, uma autêntica propaganda enganosa gerando tanta desconfiança, que grande parte da população, inclusive eu, prefere comprá-la potável nas empresas do ramo. Os políticos marianenses, prefeitos e vereadores, precisam acabar com essa herança maldita, eleitoreira, populista e demagógica de incentivar os contribuintes a não pagar impostos e taxas. É por causa dessa malvada tradição que a maioria dos contribuintes marianenses são contumazes sonegadores de impostos. Infelizmente, por causa do pavor de perder eleições e acabar com sua rendosa carreira política, nossos políticos, inescrupulosos, preferem fornecer de graça água mal tratada aos marianenses ao invés de tratá-la de verdade. Esse negócio eleitoreiro de dizer que água gratuita, tratada e de qualidade é direito de todos é uma velha e desgastada propaganda mentirosa e enganosa: um direito que até hoje nunca foi cumprido pelos políticos marianenses!

Policiamento preventivo

A Polícia Militar de Mariana publicou nos meios de comunicação da cidade a seguinte informação.
Nota do comando
“Após o evento na Praça Gomes Freire, onde Guardas Municipais foram agredidos, doravante aos finais de semana, a Polícia Militar lançará policiamento preventivo na praça visando coibir:
- Som alto; Venda e consumo de drogas; Depredação do patrimônio público.
As ações serão conjuntas com demais órgãos de Defesa Social.
Laércio Jorge Marques, CAP PM – Comandante da 239ª CIA PM”.

Meu comentário: A Policia Militar está de parabéns em tomar providencias contra esses vagabundos e marginais que depredam o patrimônio público impunemente, infernizam o sossego da população com essa estúpida poluição sonora já proibida pela legislação municipal, além, é claro, de impedir a venda e consumo de bebidas alcoólicas e de drogas para menores. Esses marginais só são valentes contra pessoas idôneas e indefesas. Com a policia ostensivamente presente, aposto que eles sumirão do mapa!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Transparência já no legislativo

A exemplo da Prefeitura, a Câmara Municipal de Mariana faz semanalmente despesas publicitárias institucionais em jornais de Mariana e de toda a região dos Inconfidentes dando poucas e escassas informações sobre as suas atividades legislativas. Essa publicidade semanal paga com dinheiro público deveria ser mais bem aproveitada para dar informações mais importantes e de maior interesse para o contribuinte marianense. Por exemplo, em homenagem à transparência, quantos milhões de reais ela gasta por ano para manter em funcionamento o poder legislativo? Quanto custaria aos cofres públicos essas publicidades em jornais? Quanto ganha um vereador em subsídio e quanto recebe e em que ele gasta suas verbas indenizatórias? Quanto o legislativo gasta para a realização anual de várias sessões solenes quando são agraciadas diversas personalidades? Quantos funcionários concursados ou não e comissionados existem no legislativo e quanto ganham cada um? São informações preciosas que poderiam ser publicadas semanalmente nos jornais e que interessam muito aos contribuintes marianenses que pagam em dia os seus impostos. Até a Prefeitura que também gasta muito dinheiro em publicidade nos jornais deveria fazer o mesmo e não faz. Infelizmente falta nela também transparência.
Que a transparência já da Câmara e da Prefeitura seja sempre estampada nos jornais com informações semanais especificas sobre como e onde o dinheiro público está sendo investido. Afinal de contas, vereadores e prefeitos, prestar contas aos contribuintes é uma obrigação constitucional.

Barulho ensurdecedor
Deslumbrados com a potência de som que colocam nos porta-malas de seus veículos e crentes no delírio exibicionista doentio de que estão abafando, jovens estão invadindo o centro histórico de Mariana e provocando uma ensurdecedora poluição sonora, sob os olhares complacentes e coniventes do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) que não toma nenhuma providência para coibir o abuso sonoro proibido pela legislação municipal. Inclusive, o município já dispõe de um aparelho que mede a altura de som e, parece, nunca foi usado.
Por que razões esses jovens não fazem barulho nos bairros onde moram ao invés de perturbar a tranquilidade dos moradores do centro histórico? Seria preconceito contra os que moram no centro ou então não fica bem perturbar a tranquilidade de suas famílias e vizinhos? Aliás, no meu entendimento, tanto os moradores dos bairros quanto os que moram no centro merecem o mesmo respeito e consideração. Embora gosto não se discuta, de bom senso diria que ninguém é obrigado a ouvir em alto som tipos de música que não combinam com o gosto de terceiros.
Eu acho que essa mania de jovens fazer exibicionismo público é decorrente de sua carência afetiva e sexual. Quem está de bem com vida não faz isso. Não precisa fazer barulho para chamar a atenção dos outros para si. Felizmente, essa mania exibicionista não é caso de polícia, mas de terapia.
Que tal o poder público municipal instituir uma providencial terapia ocupacional para os nossos carentes e barulhentos jovens. Daria uma sugestão. Por exemplo, a Secretaria Municipal de Turismo poderia criar um Festival de Música de Porta-malas de veículos todo fim de semana na Praça dos Ferroviários. Seria um sucesso de público jovem. Aliás, por falta de cultura, os jovens não são muito exigentes nessa questão de qualidade musical. Para eles o ideal sempre será o tradicional e infernal barulho sonoro.
Os dez ou quinze maiores barulhentos do Festival ganhariam prêmios. Como está na moda em Mariana a indústria da vaidade, como temos dez e a partir de 2013 teremos 15 vereadores, daremos para os jovens dez ou 15 medalhas, comendas, diplomas, mérito legislativo, Moções de aplauso e Menções honrosas anualmente. O festival, a exemplo de outros eventos aqui realizados, seria inserido também no calendário oficial do municipio. É bem provável que, com essa extravagante providência, a carência exibicionista dos jovens seria suprida e a poluição sonora ficaria isolada e localizada num lugar só e os bairros e o centro histórico, agradecidos, ficariam livres desse infernal pesadelo sonoro!