sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Presépio: uma tradição familiar

Quando meus pais, Waldemar de Moura Santos e Hélia Teixeira Santos, se casaram em 2 de fevereiro de 1936, naquele mesmo ano, em dezembro, fizeram o seu primeiro presépio e não pararam mais. Durante os 50 anos que ficaram juntos não deixaram um ano sequer de fazê-lo. Quando o meu pai faleceu em 30.12.1986, hoje faz 25 anos que ele morreu, minha mãe continuou a fazer o presépio, agora com a ajuda dos filhos, por mais 11 anos, quando faleceu em 06.03.1997. Com a morte de nossos pais, os filhos, há 14 anos, continuaram com a tradição. Já são 75 anos de existência do presépio.
Por uma particularidade familiar, mantendo a tradição, nosso presépio sempre ficou mais tempo em exposição do que os demais presépios que ficam normalmente de 24 de dezembro a 6 de janeiro, Dia dos Reis. O nosso presépio familiar fica em exposição até 2 de fevereiro de cada ano por causa da data de casamento de nossos pais. Todos os dias, meus pais e os sete filhos se reuniam em frente ao presépio por volta das 18 horas e, ajoelhados, rezávamos o terço e cantávamos canções de natal. Esta tradição de rezar o terço ainda continua até hoje. Na nossa casa o natal sempre foi autenticamente cristão. Não havia esse negócio de falar em Papai Noel, mas só em Menino Jesus que trazia presente para gente. E nós, meninos, em nossa pura inocência, acreditava!
As imagens do Menino Jesus, de Nossa Senhora, São José e dos Reis Magos que representam as figuras bíblicas tradicionais do presépio cristão são históricas, todas originais e estão conosco, bem conservadas, há 75 anos!

Oxalá que os netos da familia continuem a tradição, pois faltam apenas 25 anos para a comemoração da data de centenário do presépio da familia Moura Santos!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Cassando bosta e não mandato

Quem tem o costume de ler o meu blog sabe muito bem que eu não tenho a mínima simpatia pelo poder legislativo como ele é exercido no país: é um poder inútil, não fiscaliza absolutamente nada, é conivente com as bandalheiras do poder executivo e, o pior, custa muito caro aos cofres públicos. Não sou amigo tampouco inimigo de nenhum dos dez atuais vereadores da Câmara Municipal de Mariana.
Quando editava os jornais Folha de Mariana, Jornal de Mariana, nas décadas de 1970/80, a exemplo de meu pai que também era jornalista e editor de jornal, nunca precisei usar verbas públicas da Câmara e do município para editá-los, nem de favores pessoais ou não de prefeitos ou vereadores.
É com esta independência e isenção que falarei sobre uma denúncia formulada por Geraldo Zuzu, pedindo a instauração de Comissão Processante e a cassação do mandato parlamentar do vereador Bruno Mol Crivelari do PSDB que usou o termo “bosta” no plenário da Câmara quando disse: “Vossa Excelência pensa que é Deus. O senhor não é Deus bosta nenhuma. Vossa Excelência está perdendo as faculdades mentais”.
Primeiramente concordo que jamais o vereador deveria usar no plenário a palavra bosta que é uma expressão grosseira. Ele foi muito imprudente. Nos dicionários, entre outras acepções, a palavra significa excremento de qualquer animal, inclusive dos humanos. Indica, sobretudo, desagrado e contrariedade.
Admiro muito a figura folclórica e polêmica de Geraldo Zuzu, uma pessoa corajosa, idealista e honesta que, ao contrário de seus "amigos" na imprensa, tem a suficiente coragem e independência de denunciar os poderosos políticos de plantão e não vive à custa deles.

Mas, pelo Regimento Interno da Câmara, existem penas que vão da Advertência para os que cometem delitos de menor gravidade e a de Cassação de Mandato que é a pena mais pesada e destinada a quem comete delitos muito graves.
Cassar o mandato conquistado nas urnas de um vereador por causa da palavra bosta, que não é palavra obscena, nem de baixo calão, convenhamos, é o mesmo que usar um canhão para matar um mosquito, no caso a bosta. Não estou fazendo apologia da bosta, mas sim, da preservação do mandato do vereador que não cometeu falta grave, mas apenas leve.
A Câmara arquivou a denúncia, mas, no meu entendimento, deveria condenar o vereador, por ser primário, com a pena mínima de advertência que seria lida oficialmente em plenário. Caso no futuro ele vier cometer nova infração disciplinar, que lhe seja aplicada então uma pena imediatamente maior e, conforme a gravidade do delito, até a pena de cassação de mandato, tudo de acordo com Regimento Interno da Câmara.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Feriado Estadual

Desde que foi instituída a pioneira comemoração do Dia do Estado de Minas Gerais há 32 anos, duas cidades já imitaram Mariana: Ouro Preto e Matias Cardoso. Se a moda pega, ainda há 850 municípios mineiros de olho nessa disputa cívico-eleitoreira com direito a transferência simbólica da capital.
Em 12.09.1995, o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, sancionou a Lei federal nº 9.093, que dispõe sobre feriados civis. No seu artigo 1º, são considerados feriados civis os declarados em lei e a data magna do Estado. Devido a essa lei federal, em 16 de julho de 1996, quando Mariana completou 300 anos de sua fundação, o Dia do Estado de Minas Gerais foi comemorado pela primeira e última vez num feriado estadual.
O feriado estadual daria tamanho prestígio a Mariana que as cidades históricas vizinhas, invejosas, através de seus então prefeitos, usaram a Câmara de Diretores Lojistas de Belo Horizonte (CDL) como testa de ferro para implodir a comemoração do feriado em Mariana, sob a estúpida alegação de que ele causaria prejuízo econômico ao Estado. A CDL ainda teve a cara de pau de sugerir aos deputados estaduais a transferir inclusive a comemoração do Dia de Minas para Ouro Preto. Devido à reação isolada de Roque Camêllo, autor intelectual do Dia de Minas, levaram apenas a data magna para ser comemorada em Ouro Preto, no dia 21 de abril, dia de Tiradentes, feriado nacional. A data magna, usurpada de Mariana, seria a condição legal e indispensável para a instituição do feriado.
Este estúpido preconceito contra Mariana acabou prejudicando também Minas Gerais, o único Estado da Federação que não tem Feriado Estadual em Dia exclusivo e especifico, ficando escondido e embutido no dia 21 de abril, Dia de Tiradentes, feriado nacional. É por causa disso que a maioria absoluta dos mineiros não sabe onde e quando é comemorado o nosso feriado estadual.
Tanto isso é verdade, que até um editor de jornal aqui em Mariana escreveu em manchete que Matias Cardoso ganhou um feriado estadual e uma data magna. Mentira. Ao contrário de feriados municipais e nacionais que são vários durante o ano, feriado estadual e data magna são acontecimentos históricos importantes e únicos que se comemoram uma vez por ano, ambos transferidos para Ouro Preto.
Infelizmente, o artigo 256 da Constituição mineira já sofreu a terceira emenda constitucional, todas com objetivos eleitoreiros de prejudicar Mariana. Lamentável!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Os rumos do desenvolvimento urbano*

Israel Quirino é professor e advogado
Em 12 de maio de 2005, o então prefeito Celso Cota editou o decreto 3.505/2005, pelo qual desapropriava uma área de 83 hectares em frente o bairro São Cristóvão, indo em direção à Samarco, onde pretendia implantar um empreendimento residencial.
Obviamente, o proprietário do terreno, Companhia Minas da Passagem, insurgiu de maneira incisiva e contrária ao Decreto de Desapropriação, dando azo à propositura da Ação de Desapropriação nº 40005015938-5, a qual teve diversos remédios judiciais em defesa da propriedade privada, aviados pela CMP.
Na mesma época veiculou-se na mídia local a possibilidade de um empreendimento chinês vir a ser implantado no local, com investimentos na ordem de cinco bilhões de dólares. A dita empresa chinesa chegou a fazer cadastro de mão-de-obra nas cercanias do Gogô, prometendo empregos e crescimento econômico nunca antes visto na história deste município.
A ação judicial de desapropriação, com todos os seus desdobramentos, corria perante a Justiça de Mariana, quando em 18 de maio de 2010, um dia antes de deixar o poder no governo dos 71 dias, a Prefeita Municipal, por meio do Decreto 5.393/2010, revogou o Decreto anterior e desistiu da ação judicial, sob o argumento de que a expropriada (CMP) alegou que a área era de uso minerário, de valor muito diferenciado pela riqueza contida no seu subsolo (sic).
Levou-se em conta que “houve mudança política e posse de nova administração a Comissão Técnica de Planejamento Urbano-Ambiental Integrado – Comissão de Gestão Territorial, nomeada pela Excelentíssima Senhora Prefeitura Municipal, Portaria nº 009, de 23.03.2010, usando do poder discricionário que lhe é afeto, dentro dos limites legais, entende que a urbanização e expansão pretendida por todos os marianenses, deve ser orientadas no sentido geográfico da região do distrito de Bandeirantes e não no sentido do eixo das Mineradoras, por se tratar de área já definida com vocação diversa e que construções nestas áreas com finalidade de moradia só trariam dificuldades à sociedade e ao município num todo”. (sic). Grifamos por nossa conta.
A ação judicial foi encerrada, com a justiça reconhecendo como legal a desistência da desapropriação. Tudo certo então? Parece!... Isso se não fosse o fato de que em 06.10.2011, de volta ao cargo de mandatária municipal, a mesma prefeita editou o decreto 6.033/2011, que é cópia de inteiro teor do Decreto 3.505/2005 onde volta a desapropriar a mesma área de 83 hectares pertencentes à CMP, com o mesmo propósito de antes: implantar um loteamento popular.
Pergunta de menino idiota: o que mudou? A situação em 2005 indicava a necessidade de expansão urbana nos rumos do Gogô, sobre os terrenos da CMP. Em 2010, a comissão indicada pela Prefeita, informou, sponte sua, que o desenvolvimento urbano do Município deveria seguir em direção oposta, rumo a Bandeirantes, e que os terrenos da CMP tinham muitas riquezas no seu subsolo. E agora, voltou atrás? Por quê?
Quais os reais fatores orientaram a decisão da Prefeita em 2010, quando as relações com seu Vice (CMP) eram amistosas, que a levaram a desistir da desapropriação? Será que são os mesmos que a orientam, agora, quando, rompida com seu Vice (CMP), retorna as garras sobre os latifúndios daquela mineradora? E a direção do crescimento urbano rumo a Bandeirantes mudou de novo? Assim, em tão pouco tempo?
Se na primeira oportunidade agiu a Prefeita em defesa dos interesses privados de seu Vice (CMP) e a ilustre mandatária dispôs do interesse público em favor do particular, o ato é abominável. Se na segunda oportunidade o faz para vingar do seu Vice (CMP), novamente o ato é abominável. Mas se, por detrás de tal ato, está a ocupação daquele terreno com moradias populares, o ato é preocupante.
Os estudos de revisão do Plano Diretor, contratados junto da universidade de Viçosa no governo passado, foram interrompidos sem maiores rapapés. O que nos informa é que a gestão urbana do Município continua empírica, sem rumos e inconsequente.
Soa irresponsável o inicio de novos empreendimentos imobiliários populares, sem que tenhamos resolvido problemas históricos do Município, como o aglomerado Santa Terezinha no bairro Cabanas (invasão iniciada no último período eleitoral), e o Alto do Rosário, que já venceu duas décadas de problemas ambientais, urbanos e sociais.
A construção de bairros populares tende a sedimentar no município a população flutuante que aqui acode nas expansões das mineradoras, agravando os problemas sociais que já enfrentamos. Da mesma forma, as ocupações humanas populosas à montante do Córrego do Canela significa dizer que todas as águas servidas do novo empreendimento serão direcionadas à calha minguada do sofrido córrego,oprimido em suas margens pelos Bairros São Cristóvão, Senhora Aparecida e Dandara.
Prenúncio de catástrofes.
Oxalá os Maias tenham razão e o mundo realmente se acabe em 2012.
*Fonte: jornal "A Semana" - edição 402 - de 15 a 21.12.2011.

Meu comentário: sem entrar no mérito do excelente artigo de Israel Quirino, apenas a guisa de informação complementar, há comentários na cidade de que entre o primeiro decreto da prefeita desistindo da desapropriação em 18.05.2010 em favor da CMP e 06.10.2011, quando a prefeita desapropriou novamente a mesma área da CMP, os latifundiários empresários da mineração não perderam tempo: teriam vendido naquela região uma Carta Minerária para a Vale no valor de cem milhões de dólares, hoje equivalentes a 170 milhões reais. Vale a pena conferir a veracidade dessa informação.




terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Enchentes e inundações

Memória pluvial
Durante a segunda metade do século XX, ou mais precisamente durante o governo de Jadir Macedo (1977 a 1982) ocorreram em Mariana diversas enchentes e inundações, quando as águas do Ribeirão do Carmo chegaram a passar por cima da velha ponte de cimento e derrubaram também a ponte de tábuas, inundando, de um lado, a Praça Bandeirantes, hoje Tancredo Neves, Rua Salvador Furtado, o então rancho do Catinho, hoje Zizinha Camêllo, a Rua 16 de Julho, e de outro lado toda a parte baixa da cidade. Por causa dessas enchentes e inundações sucessivas, o prefeito Jadir Macedo mandou construir nas duas margens do Ribeirão do Carmo as atuais barragens de contenção que evitaram a repetição delas.
Posteriormente, para descongestionar o tráfego de veículos na velha ponte de cimento, o prefeito João Ramos Filho (1983 a 1988) mandou construir outra nova ponte de cimento. Outra enchente ocorreu e acabou derrubando a ponte recém construída. A construção da ponte foi motivo de briga política entre a Esquerda que a construiu e a Direita que era contra e estava na oposição. Por causa disso, quando ela caiu houve muita gozação política da Direita. Indignado com o deboche, João Ramos construiu nova ponte que os adversários políticos apelidaram-na de ponte da pirraça. Mas, a bem da verdade, a construção da nova ponte foi uma ideia muito boa, pois, naquela época já era impossível a velha ponte de cimento ser mão e contramão ao mesmo tempo, imagina hoje com este tráfego de carros intenso.
Depois da construção da barragem, a partir de 1983, com a conivência e omissão do então governo municipal, numa grosseira agressão ao visual paisagístico da cidade e falta de responsabilidade pela segurança das pessoas proprietárias, foi permitida a construção dos atuais e feiosos caixotes em pé, de péssimo gosto estético. Várias dessas construções já foram destruídas no passado por causa das inundações do rio. Esse ano quase que a tragédia se repete. Foi um crime o poder público municipal ter permitido e falta de juízo de os proprietários construírem imóveis à beira dos rios.
Aliás, em Mariana, os políticos, na época do populismo irresponsável, permitiram que pessoas construíssem casas até em cima do Córrego do Catete. A maioria dos bairros recentemente construídos em Mariana pelo poder público municipal, na década de 1980, como Cabanas, Santa Rica de Cássia, Santo Antonio, Vila do Sapo, São Sebastião está localizada em áreas de risco, sujeitas a inundações de rios e desmoronamentos de encostas que se repetem todos os anos durante a época de chuva, causando sérios prejuízos materiais e financeiros à sofrida população que mora nessas regiões inseguras. Um absurdo!

sábado, 17 de dezembro de 2011

Madrigal Mariana - Uns e Outros - Curso de Violão

Hoje e amanhã, dias 17 e 18 de dezembro de 2011, o Madrigal Mariana, 40 anos, o Grupo Musical "Uns e Outros", 10 anos e o Curso de Violão Professor Moura Santos, 10 anos, farão duas solenidades comemorativas do aniversário de fundação destas três instituições artístico-culturais vinculadas à Casa de Cultura de Mariana.

Programação
Dia 17 de dezembro de 2011, sábado, às 20 horas.
Apresentação do Madrigal Mariana e do Grupo Musical Uns e Outros

Dia 18 de dezembro de 2011, domingo, às 20 horas
Recital pelos alunos do Curso de Violão Professor Moura Santos.


Estas duas solenidades integram as pré-comemorações do cinquentenário de fundação da Academia Marianense de Letras, a ocorrer em 28.10.2012.


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Medo da chuva*

E nem adianta colocar a culpa em São Pedro. O período dela chegou e, com ele, dias de medo. Para quem mora às margens do Ribeirão do Carmo ou em área de risco, a preocupação é maior ainda. E não é para menos. A ameaça ronda a cidade e que não estamos a salvo de tragédias.
No Brasil, país livre de tsunamis, vendavais, vulcões e terremotos, a natureza não mata em massa. O que mata é o populismo, que fechou os olhos para o Plano Diretor, aprovado desde 2003, e permitiu (e ainda permite criminosamente) a ocupação desordenada em morros e encostas da cidade.
A tragédia é anunciada. E não adianta culpar apenas as famílias, que acabam sendo vítimas da irresponsabilidade oficial, da demagogia de gerações de políticos e governantes que não cumpriram seu dever de fiscalizar e permitiram a ocupação das encostas instáveis de Mariana para ali instalar os currais eleitorais.
As tragédias do Rio de Janeiro não nos serviram de exemplo. Vai ser preciso cultivar os nossos próprios mortos para que alguma coisa seja feita.
Que Deus nos proteja!
*Editorial do jornal “A Semana”, edição 402, de 15 a 21.12.2011, escrito pelo jornalista Douglas Couto.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Madrigal Mariana - 40 anos!

“Madrigal Mariana: 40 anos de Música e Cultura*
Jacqueline Antunes

Madrigal significa gênero musical polifônico, que ocorreu na Itália no século XVI, cujos textos poéticos possuem um ímpeto dramático muito forte.
O Madrigal, da cidade de Mariana, foi criado com objetivo de cultivar a arte musical e valorizar o aprimoramento cultural da sociedade marianense contemporânea. Esse coral foi fundado em 19 de março de 1971 e teve como principais fundadores: Rafael Arcanjo Santos e Antonio Marmo Santos e como primeiros seguidores: Timóteo Felício dos Santos, Francisco Assis Santos, José Antunes da Silva e Paulo Pinho (in memoriam).
Neste ano de 2011, o Madrigal Mariana está comemorando 40 anos, dedicados com êxito à arte em forma musical. A talentosa maestrina Terezinha de Jesus Dutra o rege desde sua fundação, apresentando repertórios que incluem obras das mais variadas épocas e estilos.
Atualmente, merece destaque no coral a participação do regente auxiliar José Silvério Dutra, que com entusiasmo e dinamismo ensaia o Concerto de Aniversário do Madrigal Mariana, que será no dia 17 de Dezembro.
Essa é mais uma iniciativa de valorização da música, da arte e da cultura, que promoverá o trabalho dos músicos e artistas. A coordenação do Madrigal Mariana fará uma homenagem póstuma àqueles ex-membros do coral que trabalharam para a sua edificação.
Em sua trajetória, um nome importante a ser lembrado e destacado é o do inesquecível Waldemar de Moura Santos, apoiador integral do Madrigal Mariana, que como fundador da Casa de Cultura de Mariana – Academia Marianense de Letras manteve o coral como órgão efetivo de Departamento Artístico-Cultural.
No ano de 2012, o Madrigal Mariana fará um concerto na Casa de Cultura para comemoração, com brilhantismo, dos 50 anos de fundação da Academia Marianense de Letras.
Parabenizo a persistência do Madrigal Mariana de avançar no tempo sobre essas ruas empedradas; cantando música entre as montanhas, reforçando a cada apresentação o papel de abrangência e integração artística e transpondo barreiras, para reafirmar a arte no universo das manifestações culturais de uma sociedade.
A música é uma linguagem que ultrapassa fronteiras. Deixo aqui o pensamento da poetisa Florbela Espanca: “Há uma primavera em cada vida; é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi para cantar! E se um dia hei de ser pó, cinza e nada que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder... para me encontrar...”
*Fonte: jornal “O Tempo dos Inconfidentes” – edição 83, de 14 a 20.12.2011.

Escritor Lucas Guimaraens lança livro

Lucas Guimaraens lança livro na Casa de Cultura de Mariana
A Casa de Cultura-Academia Marianense de Letras receberá o escritor LUCAS GUIMARAENS, no próximo dia 16 de dezembro, às 20h, na sua sede, Rua Frei Durão nº 84, Centro Histórico de Mariana. A solenidade tem por objetivo o lançamento de seu livro “ONDE (poeira pixel poesia)” e integra a série de comemorações do cinquentenário da Academia, entidade cultural fundada, em 1962, por Waldemar de Moura Santos, Alphonsus de Guimaraens Filho, Pedro Aleixo, Salomão de Vasconcelos, Dom Oscar de Oliveira, Mesquita de Carvalho, Wilson Chaves, Marly Moysés e outros intelectuais mineiros.
Lucas Guimaraens é mineiro de Belo Horizonte. Vindo de uma família de poetas, contistas e romancistas, dentre eles, Bernardo Guimarães, Alphonsus de Guimaraens, João Alphonsus, Alphonsus de Guimaraens Filho e Afonso Henriques Neto, Lucas esteve sempre rodeado pela literatura em sua casa. Bacharel em Direito, morou anos na França, onde desenvolveu seu mestrado em filosofia pela Universidade Paris 8. Trabalhou, também, como intérprete, tradutor e negociador no CCFD (Comitê contra a Fome e pelo Desenvolvimento sustentável), órgão criado pela ONU. Publicou poemas em antologias, periódicos e revistas brasileiras como da Academia Mineira de Letras, do Ministério da Cultura e Babel Poética, e na francesa Caravelles e na espanhola En Sentido Figurado. Recebeu diversos prêmios literários.
Lança, agora, “ONDE (poeira pixel poesia)”, pela editora carioca 7Letras. Em seu livro, Lucas Guimaraens tece uma rede poética entremeada por referências pop e eruditas, aliando um pleno domínio da linguagem ao dom de criar imagens altamente metafóricas. Pixels e megabytes pontuam essas linhas em poemas que fluem com lirismo e força imagética. Os versos de Lucas revelam uma filiação poética eclética, que bebe na fonte de Ginsberg, Whitman, Lorca e Cecília Meireles, além de Alphonsus de Guimaraens, o poeta simbolista, seu bisavô.
Para o presidente da Academia, prof. Roque Camêllo, “este jovem literato de linhagem marianense representa um traço de união entre o passado que Mariana inaugurou com a chegada do juiz-poeta Alphonsus de Guimaraens, em 1906, e os dias de hoje abrindo suas portas para o futuro. Lucas como presidente da Associação dos Amigos do Museu Casa de Alphonsus Guimaraens comprova ser um árduo defensor da memória do simbolista, de João Alphonsus, de Alphonsus filho, de Bernardo Guimaraens. Mas, não só isto. Paralelo a Afonso Henriques, seu primo, Lucas é um poeta do presente com o olhar no futuro, integrante da geração inserida no universo virtual. A Academia Marianense de Letras se orgulha de recebê-lo e lançar seu último livro nesta Casa de Cultura que tem entre seus fundadores e membros efetivos diversos nomes da Família Guimaraens, sendo seu Patrono mor o grande poeta Alphonsus de Guimaraens.”
Para homenagear o poeta Lucas e a memória de seu bisavô, o poeta simbolista Alphonsus de Guimaraens, os membros da Academia Infanto-Juvenil de Letras, um departamento da Casa de Cultura-Academia Marianense de Letras, declamarão textos de ambos.
*Fonte: jornalista Merania Oliveira.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Pagamento de impostos

Memória tributária

A mania que os contribuintes marianenses têm de sonegar impostos e taxas municipais é uma tradição histórica herdada desde quando os prefeitos da Direita ou da Esquerda, no século passado, tinham o condenável costume de cobrar impostos dos adversários e isentar os correligionários. Na época, por causa do fanatismo partidário, ganhando ou perdendo, o eleitorado assumia ostensivamente a sua posição política. A cidade era muito pequena e fingir que ganhou as eleições era uma tarefa muito difícil de acreditar. Ganhar eleição, portanto, significava que, pelo menos durante quatro anos, o contribuinte estaria isento de pagar impostos e taxas municipais. Hoje, com quase 60 mil habitantes, fica muito difícil em Mariana saber quem votou contra ou a favor. Mas o mau costume de sonegar continua ainda muito forte.
Tanto isso é verdade, que atualmente os prefeitos eleitos de Mariana, seja da Direita ou da Esquerda, como não podem mais por lei isentar o contribuinte, sob pena de incorrer em crime de responsabilidade e improbidade administrativa, todo ano eles são obrigados a prorrogar o prazo de pagamento dos tributos. Mas mesmo assim, grande parte dos contribuintes não paga as contas e elas são transferidas para a dívida ativa do município para futura cobrança judicial. Até hoje, nenhum político teve a coragem de tratar de verdade da água, com receio de ter que cobrá-la pelo seu uso, o que incentiva o atual e criminoso desperdício de água e consequente falta dela nos longos períodos de estiagem que ocorre no período de abril a outubro de cada ano.
A sociedade marianense, com raras e honrosas exceções, está tão mal acostumada a ter tudo de graça que quaisquer eventos cívicos, religiosos, políticos, empresariais, culturais, artísticos e esportivos, alguns até com fins lucrativos para a iniciativa privada, sempre precisam ter o patrocínio exclusivo do município. Não há parcerias. A sociedade entra com o projeto, a ideia, enquanto o município sozinho entra com a verba pública, bancando as despesas, socializando o prejuízo e privatizando o lucro. São os políticos marianenses fazendo bondade eleitoreira com o dinheiro do povo. Haja patrocínio!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Os Tiriricas marianenses

Como sempre, alguns políticos ruins de voto, mas afoitos, presunçosos e deslumbrados, já estão lançando a si próprios, sem apoio de ninguém, como pré-candidatos ao cargo de prefeito para as próximas eleições municipais de 2012. Os políticos bons de votos, mais espertos, preferem se lançar candidatos no final do prazo eleitoral para não sofrer o tradicional assédio precoce do eleitorado. É o inicio do lado cômico da política marianense: está surgindo aí nosso FEBEAMA (Festival de Besteira que assola Mariana), parodiando o inesquecível e saudoso Sérgio Porto que, sob o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, inventou o debochado FEBEAPA (Festival de Besteira que assola o país).
Sonhando com a possibilidade de que a crise política que assola Mariana há três anos não tem mais conserto e que já chegamos ao fundo do poço, os nossos tiriricas estão assanhados. Acreditam que, como o eleitorado marianense não mais confia nos tradicionais e já desmoralizados políticos marianenses, eles poderão ser a salvação do município. Um deles, figura folclórica na política marianense, que chegou ao delírio de dizer que o lançamento de sua pré-candidatura abalou os alicerces da política marianense, já tem pronto como bandeira de sua campanha eleitoral o seguinte slogan: “vote em mim, pois pior que está Mariana não fica”, imitando o Tiririca.
Mariana, portanto, corre um perigo danado se esse slogan der certo. Já pensou se o eleitorado marianense, raivoso e indignado com os velhos e tradicionais políticos, resolve protestar e votar nele na base da avacalhação elegendo assim um prefeito tiririca? Os políticos bons de votos que se cuidem. O Festival de Besteira que assola Mariana poderá dar certo nas próximas eleições de 2012, como deu para o Tiririca em 2010...

domingo, 4 de dezembro de 2011

Desrespeito ao policiamento preventivo

Em 09.10.2011, neste blog, fiz um elogio à atitude sensata do Comandante da 239ª CIA PM, Capitão - PM Laércio Jorge Marques, que teve o bom senso de lançar o policiamento preventivo na Praça Gomes Freire (jardim), contra o som alto, venda e consumo e depredação do patrimônio público, durante os fins de semana. A opinião pública marianense ficou feliz com a ideia de acabar com a famigerada poluição sonora.
Como o policiamento preventivo está limitado apenas ao jardim, os jovens, burlando a vigilância policial, espertamente agora estão exibindo o som muito alto fora dos limites da praça. Para os que gostam de aparecer fazendo barulho e achando que estão abafando, pois todos sofrem da síndrome de carência afetivo-sexual, pois não arranjam namoradas nem à base de decibéis, o trecho preferido deles agora é o seguinte: eles começam com o som alto ali na Rua Frei Durão. Quando passam pelo jardim, eles abaixam o som, mas quando entram na Rua Dom Viçoso aumentam o som novamente até a Praça Dom Benevides de onde retornam continuando o barulho até a praça, quando então abaixam o som novamente para evitar confronto com os policiais que estão fazendo o policiamento preventivo no jardim.
São os jovens fazendo o confronto proposital da boçal poluição sonora ostensiva contra o policiamento preventivo tentando com isso debochar e desmoralizar os policiais. Um absurdo que deve ser coibido. A poluição sonora no centro histórico de Mariana ou fora dele não é somente nos fins de semana: é todo o santo dia, contrariando a legislação municipal que proibe esse abuso sonoro. Haja ouvidos de ferro para aguentar essa barulheira indecente, grosseira e infernal!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

UNESCO reconhece Museu da Música em Mariana*

Gustavo Werneck*
UNESCO reconhece Museu da Música, em Mariana. Importância do acervo de manuscritos é legitimada.
Mais de 2 mil partituras originais dos séculos 18 e 19 foram restauradas e salvas da deterioração pelo Museu da Música.
Um dia de festa para Mariana, primeira cidade de Minas, que está em plena comemoração dos 300 anos de elevação a “vila do ouro”. O Museu da Música, instituição vinculada à arquidiocese local, recebe nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro (RJ), o Diploma do Registro Regional para a América Latina e o Caribe, em reconhecimento à importância de seu acervo de manuscritos.
O título é concedido pelo Programa Memória do Mundo, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). “É um título de grande importância, pois se trata de uma certificação internacional. Dessa forma, esse patrimônio passa a ser não só de Mariana, mas da humanidade”, afirmou, nessa quinta-feira, o consultor do museu, José Eduardo de Castro Liboreiro. Ele lembrou que o Arquivo Público Mineiro, vinculado à Secretaria de Estado da Cultura, também já recebeu o diploma.
De acordo com informações da Arquidiocese de Mariana, o Museu da Música, em funcionamento no antigo Palácio dos Bispos, prédio do século 18, abriga um dos mais importantes acervos latinoamericanos de música sacra manuscrita, com mais de 2 mil partituras originais. Ao longo dos anos, com serviço de restauro das obras respeitando a concepção dos seus autores, o conjunto foi salvo da deterioração, pois se encontrava em estado precário.
E mais: compositores como Lobo de Mesquita, José Maurício Nunes Garcia e João de Deus de Castro Lobo tiveram novas peças reveladas. E outros, a exemplo de Miguel Teodoro Ferreira, Frutuoso de Matos Couto e Manuel Dias de Oliveira, começaram a ter sua memória resgatada, com a identificação de criações importantes, anteriormente desconhecidas.
A cerimônia de entrega do diploma será às 14h, na Ilha Fiscal, no Rio, e estará presente para recebê-lo o direitor-executivo da Fundação Cultural e Educacional de Mariana, da arquidiocese, Roque Camêllo. Satisfeito com o reconhecimento, ele disse que a inscrição para receber o diploma foi feita em 2004. “Temos um acervo único, com o detalhe de serem partituras originais dos séculos 18 e 19”, afirmou.
Documento
A concepção do Programa Memória do Mundo é de que “o patrimônio documental mundial pertence a todos, deveria ser plenamente preservado e protegido e, com o devido respeito aos hábitos e práticas culturais, acessível de maneira permanente e sem obstáculos”. Esse é um trecho de Memória do Mundo: Diretrizes para a Salvaguarda do Patrimônio Documental, de autoria de Ray Edmondson (Paris, 2002).
Em setembro de 2004, o Ministério da Cultura criou o Comitê Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo da Unesco, e, desde a sua instalação oficial, em 2007, foram lançados três editais de nominação ao Registro Memória do Mundo do Brasil, dos quais resultaram 38 acervos documentais certificados.
Memória do mundo
O Instituto Memória do Mundo valoriza o patrimônio documental dos povos e traça a evolução do pensamento, dos descobrimentos e das conquistas da sociedade humana. Conforme os especialistas, a “memória do mundo” se encontra em bibliotecas, arquivos e museus do planeta, embora grande percentual corra perigo atualmente. A razão é que o patrimônio documental tem se dispersado devido ao deslocamento acidental ou deliberado, em função de “estragos das guerras” e outras circunstâncias históricas. O programa reconhece patrimônios documentais de relevância internacional, regional e nacional, mantém o seu registro e lhes confere um certificado, que os identifica. Além disso, facilita a preservação e o acesso de todos, trabalhando para despertar a consciência coletiva do patrimônio documental da humanidade.
*Fonte: jornal "Estado de Minas" - Caderno Gerais - 02.12.2011.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A voz dos bronzes

Moura Santos*
Memória religiosa
(...) Os artistas do badalo
Os sineiros de Mariana eram abalizados na arte do badalo e o acionavam com maestria e gosto bem apurado. Pedro Tortela, na Sé Catedral, conseguiu tocar a Sinhá do balão lá vai pau, samba carnavalesco do folclore marianense, façanha que o Arcediago não gostou, azucrinando-o pelo irreverente abuso.
Na igreja de São Francisco de Assis, outro sineiro famoso imaginou com originalidade um toque que quer dizer: dá no pai, dá na mãe, dá no filho também ou então na repetição métrica idealizada por João Gato: Zé Venero, Zé Venero, Sô cônego Tobias. E nos dobres fúnebres, os sinos menores diziam: Niquinho pau-d´água, Niquinho pau-d´água alusão aos ziguezagues de um inveterado e educado boêmio pelas rua da cidade, o conhecido filosofo e poeta repentista, o afável Nico do Beco, sempre acompanhado dos parceiros João Julio, Zé dos Óculos, Zé Pinto, Mestre Luiz, Zé Sacy, Tondy, todos com ares de aristas, literatos, oradores, músicos, cada um com sua mania de importantes, que os tornavam ídolos da população e, particularmente, das crianças. O Comissário da Ordem Terceira, aplainando as polêmicas, censuras e críticas, aprovou a genial criação que se tornou inspiração para dobrados de Bandas de Músicas, quando a União XV de Novembro, com sucesso, tocou Os Sinos de Mariana, do consagrado maestro Aníbal Pedro Walter.
O exemplo fez escola e teve autênticos sucessores nas figuras de Zé Xiringa, Fancy Caiau, Diogo da Conceição, Chico Cidade, Mané Rita, Zé Supimpa, Mané Donzela, Chico Cabeça, Zé Quitute e Ceci Bandeira, exímios tocadores de sinos de Mariana. Era uma profissão humilde, sem remuneração, mas honrosa para os artistas do badalo. O mais célebre, Chico Cidade, morreu tragicamente nos dias de carnaval, por ocasião das quarenta horas, quando dobrava o sino do Santíssimo da Catedral. Ao impulsionar o pesado bronze para os três bambaus convencionais, o sineiro que estava completamente bêbado deixou-se prender às cordas que o envolveram e o sino, depois de muitas reviravoltas, o atirou estraçalhado nas lajes da rua. E toda população lamentou profundamente: morreu Chico Cidade!
Ritual
Nas igrejas das Irmandades e Ordens Terceiras, os sinos obedecem ao ritual de cada comunidade. Tem o seu toque convencional. Quando morre um Irmão, os dobres fúnebres são três sinais; quando mulher, dois sinais. Para crianças até sete anos repicam-se os quatro sinos. Para os que morrem fora da cidade, os sinais são dados às 14 horas. Para funerais de bispos, nove badaladas e cinco sinais de três em três horas. Para padres até monsenhor, cinco sinais ao dia. Para anunciar a morte do papa: doze badaladas, seguidas de nove sinais, de duas em duas horas, até o sétimo dia.
Assim, que reside em Mariana ou nas cidades históricas, que ainda conservam tradição de 200 anos, conhece e distingue a voz dos bronzes e pode decifrar logo pelo toque dos sinos, se morreu um homem, uma mulher, um anjinho, uma criança, um bispo, um papa, ou melhor, se há missa, procissão, enterro e festas religiosas ou profanas. Os sermões principais do ano eram anunciados de vésperas com dobre do sino grande da Catedral.
Para os toques solenes da Semana Santa, o sineiro obedece ao seguinte programa do mestre de cerimônias.
Quarta-feira santa, às 12 horas, um repique com os quatro sinos, Santos em Gloria, nove vezes e, logo a seguir, três repiques longos e festivos. Às 14 horas, três repiques com os quatro sinos. Às 18,30 horas, um repique com quatro sinos e o do Relógio marcando o grave; dobra o sino das Almas, conservando-o invertido. Às 19 horas, desce o sino das Almas, um repique, em seguida apruma o bronze repique dobrado e muitos bambaus, até colocá-lo de pé, isto é com a boca para cima.
Quinta-feira santa, às 9 horas, dois repiques – levanta o bronze e o abaixo com repiques dobrados; depois, mais dois toques ritmados e entrada para o Pontifical Solene. Às 9,30, outra entrada. Às 10 horas, chegada do bispo oficiante ao som do Ecce Sacerdos Magnus. No Glória, repique vibrante e compassado, repetindo-se na elevação. Às 12 horas, novos repiques. Às 17 horas, um repique para aprumar o bronze e o abaixá-lo com vibrantes repiques. Depois do repique no Glória, na cerimônia de Lava-Pés, silenciam os sinos até zero hora de Domingo da Ressurreição, substituindo-os a velha Matraca, que acompanha a procissão da Paixão ao lado da Verônica.
A voz dos bronzes tem sua história e tradição.
*(Artigo publicado pelo jornalista Waldemar de Moura Santos, no jornal “Estado de Minas”, de 17.03.1978).