domingo, 28 de outubro de 2012

Academia Marianense de Letras - 50 Anos!

A Casa de Cultura-Academia Marianense de Letras, fundada, em 28 de outubro de 1962, por ilustres intelectuais mineiros como Waldemar de Moura Santos, Pedro Aleixo, Alphonsus de Guimaraens Filho, Salomão de Vasconcelos, José Mesquita de Carvalho, Cristóvão Breyner, Wilson Chaves, Dom Oscar de Oliveira e Marly Moysés e outros comemorou 50 anos no dia 27 de outubro, com sessão solene, às 20h, na sede da instituição – rua Frei Durão, 84, Centro Histórico de Mariana.
Em um país, principalmente no interior, onde as instituições culturais desaparecem muito rápido, a Academia Marianense demonstra vitalidade celebrando seu cinquentenário. Nascida de mãos respeitáveis e reconhecidas em todos os meios culturais, educacionais, sociais e políticos de Minas, ela tem prestado relevantes serviços à Região dos Inconfidentes e ao Estado de Minas Gerais, tais como:
- No seu seio, em 1977, nasceu o projeto da celebração do Dia do Estado de Minas Gerais - 16 de julho, quando a capital de Minas se transfere simbolicamente para Mariana, data coincidente com o dia do aniversário da fundação da cidade. Seu autor, o presidente da instituição, prof. Roque Camêllo, teve por objetivo além de homenagear a primeira capital, motivar a integração e o fortalecimento da unidade territorial de Minas Gerais, à época ameaçada.
- Realizou com a Secretaria de Estado de Minas e Energia e a FIEMG o primeiro congresso das Cidades Mineradoras para discutir a questão mineral já que seria matéria a ser tratada pela Constituinte de 1988.
- A entidade, primeira a ser denominada, no Brasil, em 1962, Casa de Cultura, além de estar cumprindo seus objetivos culturais e educacionais, tornou-se uma verdadeira agência de desenvolvimento debatendo temas de interesse não só regional, mas, nacional. Como tal, foi responsável pela implantação do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal em Mariana. Liderou o movimento para construção da Estrada de Contorno desta cidade para salvar e proteger seu patrimônio histórico e artístico ameaçado por veículos de comprometedora tonelagem transportando, pelas vielas do século XVIII, equipamentos destinados às empresas mineradoras.
Conhecedor dos grandes objetivos desta Casa, em 1969, o Governador Israel Pinheiro da Silva outorgou-lhe o título de Entidade de Utilidade Pública Estadual e desapropriou o imóvel da Rua Frei Durão nº 84, transferindo-o para a Academia.
Em 2004, atendendo indicação da professora Hebe Rola, a Academia Marianense de Letras criou o departamento denominado Academia Infanto- Juvenil de Letras “para incentivar a leitura e a escrita entre as crianças e os jovens de Mariana. Assim, surgirão novos talentos dando sequência à rica história literária de Mariana com nomes que ultrapassaram as fronteiras de Minas como Santa Rita Durão, Cláudio Manoel da Costa, Alphonsus Guimaraens, Fernando Morais e outros”, segundo o presidente Roque Camêllo.
Mariana sempre teve grande importância na Literatura, na História, nas Artes, e na Economia para o Brasil. São numerosos seus filhos intelectuais do passado e do presente, o que se repete em toda Minas Gerais. Portanto, é importante que crianças e jovens sejam incentivados ao estudo destes vultos e divulgá-los, conhecendo suas obras como “Lendas Marianenses”, de Moura Santos, recentemente reeditado.
O cineasta Jesus Chediak, produtor do documentário sobre Pedro Aleixo “Parto para a Eternidade” estará na solenidade do cinquentenário, concluindo seu trabalho enfocando a figura daquele ilustre marianense, um dos fundadores da Academia.
Programação:
Dia 27, às 20h, sessão solene comemorativa dos 50 anos da Casa de Cultura- Academia Marianense de Letras.
Dia 28, às 11h, na Capela do Colégio Providência, missa solene concelebrada pelos padres acadêmicos Padre José Carlos Brandi Aleixo e Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho e com a participação do Coral Crescere.
Dia 14 de novembro, às 19h, lançamento do livro “Palavra de advogado”, do acadêmico José Anchieta da Silva.
Dia 30 de novembro, às 17h, posse da professora. Regina Almeida na Cadeira nº 12 cuja patrona é Cecília Meireles.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Caciquismo e coronelismo

Memória política
De 1930 a 2008, por 78 anos, em pleno século XX, Mariana foi dominada por dois tipos distintos de comando político autoritário: o caciquismo que perdurou 40 anos, de 1930 até 1970, comandado por um déspota esclarecido, e o coronelismo que permaneceu no comando político do município de 1970 a 2008 por 38 anos e protagonizado por um déspota não esclarecido.
O auge do caciquismo em Mariana ocorreu quando Getúlio Vargas tomou o poder de 1937 a 1945. Nesse período de exceção, instalado o estado novo, as eleições municipais foram suprimidas e o déspota esclarecido conseguiu com o então governador interventor Benedito Valadares nomear três prefeitos de sua confiança para governar Mariana: Josafá Macêdo, Salvador Ferrari e Pio Porto de Meneses até 1947. Foi nesse período da ditadura que um dos prefeitos nomeados, Josafá Macedo, doou terras do município para os antigos e atuais latifundiários empresários da mineração.  
Na época, iniciando sua carreira política com o apoio do então ditador Getúlio Vargas, o déspota esclarecido era um poderoso chefe político, advogado e foi deputado estadual em duas legislaturas e comandava o antigo e poderoso PSD de Juscelino Kubitscheck que foi governador e posteriormente presidente da República.
No tempo que chefiou com mão de ferro a política marianense, o déspota esclarecido, além de indicar prefeitos de Mariana nomeados pela ditadura, posteriormente, com o advento da democracia, conseguiu também eleger prefeitos em eleições diretas. Nomeava funcionários públicos municipais, estaduais e federais sem concurso público, indicava delegados de policia, promotores de justiça e juízes de Direito para a comarca de Mariana e exercia sobre eles grande influência político-partidária... Quando não gostava da atuação jurisdicional deles, pressionava o tribunal de Justiça para mandá-los embora para uma comarca de entrância superior como prêmio ou castigo...
Como todo déspota, era um perseguidor implacável contra os seus adversários políticos. Todo mundo o temia, menos dois jornalistas que não tinham medo dele: o meu pai, Waldemar de Moura Santos, e o seu companheiro no jornal “Folha de Mariana” Hélio de Souza Mafra. Ambos tinham a coragem de desafiá-lo e denunciar as suas tramoias e perseguições pessoais e políticas. 
A partir de 1970 até 2008, surgiu o coronelismo comandado por um déspota não esclarecido, que comandou também com mão de ferro a política marianense. Era um déspota não querido, mas muito temido, pois também era um feroz perseguidor de seus adversários políticos. Na época, apesar de semi-analfabeto dominava tudo e a todos: autoridades civis, eclesiásticas, profissionais liberais como médicos, advogados, engenheiros, magistrados, ministério público, intelectuais. Como o déspota esclarecido, também nomeava e transferia para outros lugares delegados de policia, promotores de justiça e juízes de Direito quando essas autoridades o desagravam. Mandava e desmandava nessas autoridades públicas estaduais.  Ninguém tinha coragem ou ousava contestá-lo. Foi eleito prefeito de Mariana por três vezes. De 1964 a 1985, ambos os déspotas, durante 21 anos, deram apoio incondicional ao golpe de 1964 quando os dois se filiaram à ARENA, partido dos militares.
Nesta cidade de medrosos, oportunistas, bajuladores puxa-sacos, a exemplo do que aconteceu ao tempo do déspota esclarecido,  duas pessoas ousavam também enfrentar o coronel: eu e o falecido João Bosco Ferreira Carneiro o enfrentamos através da publicação de denúncias  nos nossos jornais como o “Folha de Mariana’, “Jornal de Mariana” e o “Tribuna de Mariana”, todos mantidos por nós sem a utilização de verbas públicas como hoje acontece. Por causa da nossa coragem, ousadia,  independência política, econômica e financeira, pois nunca precisamos de favores políticos, tanto eu como o meu pai e minha família fomos vítimas preferenciais dessa nefasta era do caciquismo e coronelismo. Ao invés de contestar as nossas criticas e denúncias, eles, covardes, fugiam do assunto que os incriminavam e partiam para o caminho fácil de caluniar, difamar, injuriar, falando mentiras contra mim e membros de minha família.
Quantas interpelações judiciais foram feitas pela nossa família contra eles pedindo-os a provar as mentiras que disseram contra nós e nunca foram respondidas? Eles já morreram e omito os seus nomes neste artigo justamente em respeito à memória deles, mas as interpelações judiciais contra eles continuam aqui guardadas comigo e jamais foram contestadas.
Quando a gente pensava que o caciquismo e o coronelismo tinham acabado de vez em Mariana, eis que surgem em pleno século XXI os terroristas políticos constituídos por trapalhões, pessoas irresponsáveis que não têm nenhum prestigio eleitoral e que usaram e abusaram de baixarias nas eleições municipais deste ano para macular a imagem de pessoas vivas, inclusive mortas que não tinham como se defender. São os novos malucos aloprados de ideias medievais da política marianense que ora requentam mentiras de um passado remoto. 
Ao invés de perder tempo e dinheiro com tanta vela para maus defuntos impetrando-lhes também uma interpelação judicial, faço-lhes um desafio mais direto e concreto: comprovem o que disseram. Que os aloprados trapalhões sejam homens e contestem apenas o que escrevo. Não sejam covardes e mentirosos fugindo do assunto ao atacar sem provas a mim e à minha família. Estão perdendo tempo, pois esse terrorismo político jamais me amedronta. Quem não deve não teme! Não adianta falar mal de nossa família. Ninguém acredita, pois, graças a Deus, desfrutamos de respeito e credibilidade junto à comunidade marianense e o que é mais essencial: não temos rabo preso com ninguém!
Conclusão da história: aqui em Mariana, quem escreve em jornais ou na internet muitas vezes desfruta do privilégio de, ao contar uma história de políticos corruptos, não precisar sequer dar nomes aos bois. Esses bois são tão manjados e considerados autênticos picaretas pela opinião pública marianense que eles dispensam apresentações.  Por causa disso, eles ficam tão incomodados que não conseguem conter-se e ficam furiosos com a gente. Desmascarados pelos outros ou identificados por si próprios, acabam enterrando a carapuça até o pescoço e, reconhecendo sem condições morais para desmentir o que foi escrito, perdem a esportiva e, desesperados, partem para a agressão pessoal gratuita!
 

domingo, 21 de outubro de 2012

Lançamento de "Lendas Marianenses"

A Família Moura Santos irá fazer, hoje, dia 21 de outubro, domingo, às 20,30, na Casa de Cultura de Mariana, o lançamento da 2ª edição do I volume do livro Lendas Marianenses, de autoria do escritor, historiador, jornalista e professor Waldemar de Moura Santos, fundador da Academia Marianense de Letras que completará no próximo dia 28 de outubro 50 anos de existência.
Na ocasião, o Madrigal Mariana e o conjunto musical Uns & Outros, duas instituições culturais que são partes integrantes da Casa de Cultura, participarão da solenidade apresentando uma sessão lítero musical.
Após a solenidade de lançamento do livro, será aberta uma exposição de quadros do saudoso artista plástico Aloysio Morais.

Eleitorado masoquista

Há mais de 50 anos, os latifundiários empresários da mineração chegaram aqui em Mariana na década de 1960 e adquiriram uma empresa mineradora e seu respectivo latifúndio.
Antes da chegada deles a Mariana, a mineradora não só produzia muito ouro como chegou a gerar quase mil empregos diretos e indiretos para os marianenses, entre 1940 a 1960. Na época, a Fiação e Tecelagem São José, instalada onde hoje está localizado o Centro de Convenções, e a mineradora eram as duas empresas que mais geravam empregos em Mariana. Isto é fato, não é boato.
A partir da década de 1960 até hoje, a empresa mineradora não só deixou de produzir, como também já não gera empregos como antigamente. Ela nada fez por Mariana durante mais de meio século. Isto é fato, não é boato.
Hoje, os latifundiários vivem de especulação imobiliária. Como eles não doam e como ninguém quer comprar suas terras, pois a maior parte delas, localizada em área de risco e sujeita a deslizamentos de encostas e a inundações de terras ribeirinhas, para valorizá-las artificialmente, usam e abusam de uma estratégia esperta de incentivar camufladamente a “invasão” delas pelos sem terras.
Quando essas contumazes “invasões” consentidas provocam violência e caos social, o município se vê compulsoriamente obrigado a urbanizar os terrenos invadidos, aplicando milhões de reais na construção de casas populares, esgotos, passeios, calçamento, escolas, iluminação pública e postos de saúde. Os novos bairros em Mariana surgiram assim.
Depois que são feitos esses melhoramentos urbanos que valorizam os terrenos invadidos, espertamente os latifundiários entram com uma ação de reintegração de posse ou então obrigam o município a desapropriá-los. Com isso, o município toma prejuízo duplo: além de gastar milhões pela urbanização dos terrenos deles, ainda é obrigado a desapropriá-los por um preço muito alto por imóveis que não valiam nada.
Mesmo usando e abusando de Mariana impunemente há mais de meio século, ainda há eleitores marianenses idiotas, otários e distraídos que têm a cara de pau de votar neles.
São os tais eleitores masoquistas, contribuintes marianenses, que, conformados ou alienados e, votando neles, ainda sentem prazer em ser maltratados e explorados duplamente por eles.
Haja masoquismo nisso!

sábado, 20 de outubro de 2012

Muito por tão pouco*
Parece até piada (de mau gosto), mas é vida real. A exemplo de Ouro Preto, vereadores marianenses decidiram, no apagar das luzes, a menos de 72 horas das  eleições, aumentar os salários dos edis que assumem a partir de 2013.
Como a maioria dos vereadores foi reeleita, isto quer dizer engordar os próprios rendimentos.
Eles presentearam-se com um polpudo “reajuste” de 90%, elevando os próprios salários de R$ 4.200 para R$ 8.000. Isto não é aumento, é uma indecência. Não é um tapa com luva de pelica, mas um soco na boca do estômago do povo que depende do miserável Bolsa Família para sobreviver.
Incluem no pacote as regalias a que tem direito (verba de gabinete de R$ 6.000) e até o pagamento do 13º salário.
O anúncio não poderia vir em hora mais emblemática. Ocorre no justo momento em que o povo cobra mais ações e respostas do legislativo. Temos CPI emperrada na Câmara, comissões especiais que são nomeadas e não apresentam qualquer resultado.
Aos olhos de quem desconhece a nobre função legislativa, o vereador tem se limitado a se reunir uma vez por semana, em pouco menos de três horas, e aprovar tudo o que o Executivo manda. É preciso melhorar essa imagem. E não é com vultosos aumentos de salários que se consegue isso.
*Editorial do jornal “A Semana” – edição 446, de 18 a 24.10.2012.
Meu comentário: com raras e honrosas exceções, a maioria dos vereadores não tem emprego fixo na iniciativa privada capaz de sustentá-los. Exercem o cargo de vereadores como autênticos políticos profissionais. Caso percam eleição vão passar sérias dificuldades financeiras, pois, além de não ter emprego, não têm competência profissional para exercer cargos tão bem remunerados na iniciativa privada. Alguns, inclusive, vão se aposentar exercendo o cargo de vereador.  
Com todo o respeito, considero  eleitores que votam no legislativo municipal, estadual e federal  idiotas e otários. Não adianta nada você votar numa pessoa honesta se lá dentro está cheia de políticos picaretas e sem ética. Com base nesse principio, eu não voto no poder legislativo desde 1980, há 32 anos. No meu entendimento, o legislativo como é exercido no Brasil é um poder inútil, pois não fiscaliza nada, e o que é pior: custa muito caro aos cofres públicos!    

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Estatística eleitoral de 2012

Análise dos resultados das  eleições municipais de 2012
Compulsando os resultados finais de todas as seções eleitorais de Mariana, pude extrair algumas conclusões interessantes. Fato inusitado: Celso Cota ganhou em todas as seções eleitorais, tanto na cidade quanto nos distritos.
No Alto do Rosário, bairro que causou muita polêmica no período eleitoral devido à crônica invasão de terras, dos famosos “gatos” e cortes de energia elétrica feitos pela Cemig, Celso Cota teve 283 votos, enquanto Roberto Rodrigues teve apenas 75, numa diferença pró Celso de 208 votos;
Nos bairros Colina, São Cristóvão, Maquiné, Jardim Inconfidentes, Estrela do Sul, Celso Cota teve 2.095 votos, enquanto Roberto Rodrigues teve 1.034 votos, uma diferença pró Celso de 1.061 votos. É bem provável que essa grande diferença seja um protesto da população daqueles bairros em função do posicionamento público e notório dos latifundiários empresários da mineração em favor da reativação da Mina Del-Rei que causaria um impacto ambiental desfavorável ao meio ambiente daquela região. Pelas mesmas razões ambientais, no Morro Santana (Gogô), Celso Cota teve 144 votos e Roberto Rodrigues teve 13 votos, diferença pró Celso de 131 votos;
Em Passagem de Mariana, distrito onde mora o atual prefeito, Celso Cota obteve 1.209 votos, enquanto Roberto Rodrigues teve 642, uma diferença pró Celso de 567 votos;
Em Santa Rita Durão, terra do ex-prefeito, Celso Cota obteve 655 votos contra 258 votos de Roberto Rodrigues, uma diferença favorável a Celso de 397 votos.
Em Cachoeira do Campo, terra de João Ramos e do vereador Nêgo, Celso Cota obteve 703 votos, enquanto Roberto Rodrigues teve 540 votos, diferença favorável a Celso de 163 votos.
Conclusão              
Celso Cota          Roberto Rodrigues  Diferença
Cidade:  11.602            6.814                     4.788
Distritos:  6.887            3.258                     3.629
Total:     18.489          10.072                     8.417

sábado, 13 de outubro de 2012

J.D. Vital e Gustavo Nolasco na Academia

A Academia Marianense de Letras receberá, hoje, sábado, às 17 horas, dois novos acadêmicos: os escritores e jornalistas J. D. Vital, Cadeira nº 04, cujo Patrono é Dom Antonio Ferreira Viçoso e Gustavo Nolasco, Cadeira nº 33, cujo Patrono é Frei José de Santa Rita Durão. Ambos serão recepcionados pelos acadêmicos desembargador Caetano Levi Lopes e o poeta Geraldo Reis, respectivamente.
J. D. Vital é autor de vários livros, entre eles, “Quem calçará as sandálias do pescador” e “Como se faz um bispo – Segundo o Alto e o Baixo Clero”, este último lançado em primeira mão no Seminário Maior São José de Mariana, em julho, durante o encontro promovido pela Associação dos Ex-alunos dos Seminários marianenses (AEXAM).
Gustavo Nolasco é de Mariana onde fundou e foi editor-chefe do jornal “A Semana”. Escreveu o livro-documentário sobre a cultura oral da população ribeirinha do rio São Francisco, Os Chicos.
O evento cultural integra as comemorações do 50º aniversário da Academia Marianense de Letras fundada em 28 de outubro de 1962. A iniciativa de se criar uma Academia de Letras na primeira capital de Minas partiu do grupo de intelectuais liderado por Waldemar de Moura Santos e composto por Pedro Aleixo, Alphonsus de Guimaraens Filho, Wilson Chaves, Cristovam Breyner, Mesquita de Carvalho, Dom Oscar de Oliveira e Salomão de Vasconcelos.         

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Análise das eleições municipais de 2012

O recado mais importante que o eleitorado marianense deu nas eleições municipais deste ano foi repudiar a indecente forma dos aloprados terroristas eleitorais fazer política, pensando que Mariana ainda vivia na terrível era do coronel que não era querido, mas muito temido e que infelicitou a nossa comunidade no século passado. O eleitorado soube rejeitar com a arma do voto a ideia estúpida e retrógrada de que é preciso fazer baixaria para ganhar eleições.
Outro recado importante: o eleitorado marianense, - somando todos os percentuais dos seis demais candidatos, por maioria absoluta de votos válidos, - demonstrou que não queria que o atual prefeito fosse reeleito já que conquistou o poder, não nas urnas, mas na base do tapetão eleitoral e do parlamento municipal.
Contrariando a lei eleitoral que proibe divulgação maciça a favor de determinado candidato em detrimento de outros, principalmente quando ele detém ou está no exercício do cargo de prefeito, alguns jornais de Mariana e da região dos inconfidentes, durante o período eleitoral, deram muito destaque às atividades administrativas e eleitorais do prefeito já apostando que ele seria reeleito. Erraram feio. O apoio estranho e inexplicável até hoje de Terezinha Ramos a Roberto Rodrigues provocou muita indignação nos ramistas tradicionais que, em protesto, votaram em Celso Cota.
Candidato que tem confiança de que vai ganhar eleições e confia no seu próprio prestigio eleitoral não usa a baixaria. Baixaria é típico e prenúncio de quem vai perder as eleições e então, desesperado, parte para o vale tudo. Depois que perdem as eleições, para enganar a si próprio e a seus correligionários, os candidatos derrotados sempre prometem que vão apelar, prometendo que o adversário vencedor nas urnas não toma posse, pois será impugnado.
Por hipótese, levando a sério a ameaça dos candidatos derrotados nas eleições deste ano, poderíamos analisar as seguintes situações:
A primeira hipótese absurda, apenas para argumentar, se um candidato eleito fosse impugnado por uma suposta infração eleitoral, que este ano  não acorreu,  o prefeito e vice seriam afastados. Mas, no caso especifico das eleições de 2012, a chapa colocada em segundo lugar não tomaria posse automaticamente. Por quê? Porque, ao contrario das eleições de 2008, os candidatos vencedores do pleito deste ano foram eleitos por maioria de votos válidos (54,38%). Caso isso acontecesse, deveria haver uma nova eleição imediatamente.
A segunda hipótese: caso o prefeito eleito nas urnas fosse condenado por uma infração não eleitoral, ele seria afastado do cargo, mas seu vice, que não tem nada haver com a infração cometida pelo prefeito eleito, ocuparia o seu lugar.

Azarões da política

Nestes primeiros doze anos do século XX, eu tenho observado que muita gente esperta e oportunista muda de partido a cada eleição municipal. Quase ninguém respeita mais a tal fidelidade partidária. Alguns profissionais liberais como advogados, médicos e engenheiros, na ânsia de cobiçar os melhores cargos na administração pública municipal são mestres em mudar de partidos a cada eleição. Como são pessoas nada simpáticas, sem carisma e nem sequer prestigio eleitoral, o objetivo deles não é disputar as eleições para serem eleitos para os cargos de prefeito ou de vereador.
O objetivo único e exclusivo deles é aderir a um grupo político qualquer e, ganhando a eleição, ocupar os cobiçados cargos de procurador geral do município e da Câmara, de procuradores adjuntos do município e da Câmara, de secretarias municipais e de cargos de primeiro escalão da administração pública municipal, cargos regiamente bem remunerados, os melhores salários do município.  
Acontece que esses profissionais liberais não têm sido lá muito felizes quando, pulando de galho em galho partidário, optam por determinado grupo político. São verdadeiros pés frios. Não dão sorte ao grupo de que participam: só dão azar.  Coincidência ou não, são sempre os mesmos: toda vez que eles escolheram apoiar um grupo o partido deles perdeu a eleição. Assim aconteceu quando apoiaram Marco Mol, o até então imbatível nas urnas João Ramos Filho, Du, Terezinha Ramos e finalmente agora Roberto Rodrigues.
Haja pés frios!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Baixaria não ganha eleiçoes

O civilizado eleitorado marianense deu mais uma vez demonstração cabal de civismo político ao repudiar nas urnas os aloprados terroristas eleitorais que inundaram as ruas da cidade com jornais clandestinos e panfletos apócrifos maculando, sem provas, a imagem de candidatos, querendo com isso ganhar as eleições municipais na base da calúnia, da difamação e da injúria.
Quando os marianenses pensavam e sonhavam que o coronelismo havia acabado em 2008, eis que surge para substituí-lo o terrorismo eleitoral, praticado por pessoas inescrupulosas, marginais e carentes de prestigio político-eleitoral, incapazes de ganhar limpamente uma eleição nas urnas.
Na madrugada anterior ao dia das eleições, os terroristas eleitorais distribuíram milhares de panfletos anônimos acusando o candidato vitorioso nas urnas de ter mandado matar o ex-prefeito assassinado em 2008. O candidato a vereador e que supostamente fez a acusação foi fragorosamente derrotado nas urnas obtendo apenas 264 votos.  Numa atitude desrespeitosa com a própria memória do líder político já falecido, usaram até a gravação de sua voz para pedir votos. Milhares de DVDs foram distribuídos contendo um vídeo visando desconstruir a imagem do candidato eleito nas urnas.
A consagradora votação de Celso Cota (18.489 votos), de Sônia Azzi (4.139 votos) e dos demais candidatos (1.302 votos) perfazendo um total de 23.930 votos, demonstrou o repúdio que a grande maioria do eleitorado marianense tem contra os que, usando e abusando do poder econômico e, sobretudo, político, praticaram o abominável e condenável terrorismo eleitoral.  Perderam feio!   

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Eleições proporcionais

Consultando os resultados oficiais fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a eleição municipal para o preenchimento das quinze cadeiras na Câmara Municipal de Mariana, resolvi fazer alguns comentários a respeito.
Disputaram as eleições proporcionais deste ano 157 candidatos ao cargo de vereador. Dos dez atuais vereadores, os dois, Reginaldo e Ailda, não foram reeleitos, enquanto Nêgo não disputou, mas elegeu seu filho.
Vários ex-vereadores disputaram o cargo e não foram felizes, pois não lograram ser eleitos. Embora tivessem mais votos que o vereador eleito Pedro Eldorado que teve 605 votos, devido ao sistema proporcional, os ex-vereadores Bené do Caminhão com 641 votos e Projeto Magelinha com 635 votos ficaram na suplência. Outros ex-vereadores que disputaram eleição e não foram eleitos: Toni Claret com 377 votos; Joaquim Sumidouro 275 votos; Jamil Abjaudi 230 votos; Luiz Soldado 119 votos. Fabinho Ramos, filho adotivo de João Ramos e Terezinha Ramos, obteve 264 votos. Bizute teve 81 votos; Tenente Dutra 195 votos; Arlindo Cachorro Quente 213 votos; Fabiano  Du Lico 173 votos; João Animal 61 votos; Maradona 20 votos.
Muita gente debocha desses candidatos nanicos, ruins de votos, mas são eles que, juntos, conseguem os votos necessários para que os bons de votos sejam eleitos, pois nenhum desses vereadores, sozinhos, conseguem se eleger com seus próprios votos. Eles são fundamentais numa coligação.  
Muita abstenção
A exemplo do que aconteceu em todo o país, em Mariana a abstenção foi muito grande: 6.173 eleitores deixaram de votar. Dos 43.179 eleitores existentes em Mariana, só compareceram 37.006, havendo, portanto, 6.173 abstenções. Na eleição para o cargo de prefeito foram anulados 2.015 votos e houve 989 votos nulos.                                                 

domingo, 7 de outubro de 2012

Celso Cota eleito pela 3ª vez

Celso Cota conseguiu uma façanha eleitoral que só João Ramos Filho conseguiu na história política de Mariana: foi eleito pela terceira vez para o cargo de prefeito de Mariana.
Resultado final, não oficial, fornecido pelo portal do jornal “Estado de Minas”. Se houvesse eleição em dois turnos aqui em Mariana, Celso Cota seria eleito em primeiro turno. Ele teve mais votos que todos os seis candidatos juntos e ainda colocou uma frente sobre eles de quase três mil votos (2.976 votos). Votos em branco: 989; votos nulos 2.015; Total de votos válidos: 34.002. Eleitores: 43.179. Sessões eleitorais: 129.  

Celso Cota Neto (PSDB) – 54,38% - 18.489 votos - eleito
Roberto Rodrigues (PTB) – 29,62% - 10.072 votos
Sonia Azzi (PV) – 12,17% - 4.139 votos
Rodrigo Miranda (DEM) – 2,29% - 777 votos
Chico da Farmácia (PMN) – 0,59% - 199 votos
Neuza Zuzu (PSOL) – 0,55% - 187 votos
Valério Vieira (PSTU) – 0,41% - 139 votos
 Vereadores eleitos
Juliano Duarte (PPS) – 1987 votos - reeleito
Bambu (PDT) – 1.220 votos – reeleito
Fernando Sampaio (PRB)  – 1033 votos – reeleito
Leitão (PTN) – 1.014 votos – reeleito
Marcelo Macedo (PSDB) – 996 votos - reeleito
Zezé do Nego (PTB) – 970 votos - eleito
Daniely de Zezinho Salete (PR) – 892 votos – eleita
Bruno Mol (PSDB) – 887 votos – reeleito
Cristiano (PT) – 811 votos – eleito
Tenente Freitas (PHS) – 776 votos - eleito
Raimundo Horta (PMDB) – 708 votos – reeleito
Adimar (PTB) – 711 votos – eleito
Tião do Sindicato (PTC) – 703 votos – eleito
Professor João Bosco (PP) – 701 votos – eleito
Pedro Eldorado (PR) – 605 votos – eleito
Foram reeleitos sete vereadores (70% da atual legislatura) e eleitos oito novos vereadores. Não foram reeleitos os vereadores Ailda, Reginaldo e Nêgo que não disputou eleição, mas elegeu seu filho Zezé do Nêgo.  A Coligação de Celso Cota conseguiu eleger 10 vereadores (2/3 da Câmara), enquanto a futura oposição conseguiu eleger apenas cinco vereadores (1/3 da Câmara).

sábado, 6 de outubro de 2012

Muy amigos!

Os notórios latifundiários empresários da mineração sempre foram e ainda são entusiásticos defensores da reativação da mina Del-Rei próximo ao grande centro urbano de Mariana constituído pelos bairros Rosário Alto, Santo Antonio, Gogô, Maquiné, Jardim dos Inconfidentes, São Cristóvão, Colina e Vila Sapé.
Segundo a opinião dos latifundiários empresários da mineração, já do conhecimento de todos, pois amplamente divulgada por eles mesmos  pela internet, o minério não escolhe onde dá, mas nós, seres humanos, podemos escolher onde moramos.  Os interesses coletivos da mineração prevalecem sobre os individuais dos moradores daqueles bairros. Segundo eles, sob o prisma estritamente jurídico indica que a atividade minerária é de interesse coletivo e, portanto, prevalece sobre os interesses particulares dos moradores daqueles bairros.
Resumo da história: na estúpida e nada humana interpretação deles, os incomodados, os moradores daqueles bairros, que se retirem dali, desde que indenizados. Como se vê, os latifundiários empresários da mineração são muy amigos do povo. Amigos assim a população daqueles bairros populosos nem precisam de inimigos!

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Prefeito morto pede votos em Mariana

Prefeito morto em 2008 "pede" votos para sucessor em Mariana (MG)* 
Em evento de campanha a voz do ex-prefeito foi anunciada por uma locutora
Ney Rubens, Direto de Belo Horizonte
O ex-prefeito da cidade de Mariana, a 110 km de Belo Horizonte, João Ramos Filho (PTB), é um dos cabos eleitorais do atual prefeito, Roberto Rodrigues, do mesmo partido e que tenta a reeleição. Não seria nada demais se Ramos não estivesse morto. Em 2008, ele foi assassinado com quatro tiros em um crime, segundo a polícia, motivado por disputa política.
Na campanha deste ano, a voz de Ramos foi utilizada pelo menos uma vez em um evento em que ele pediu votos para o sucessor e também para os candidatos à vereador pelo PTB. A voz do ex-prefeito foi anunciada por uma locutora:
"Prezados eleitores de Mariana, mais uma vez peço: vote no 14, os candidatos da nossa coligação, para o bem de Mariana. Muito obrigado a todos, vote no 14", disse Ramos na gravação.
Procurado pelo Portal Terra para esclarecer o conteúdo da propaganda, o prefeito Roberto Rodrigues disse que a gravação faz parte de "uma homenagem ao João Ramos, que completaria mais um ano de vida se estivesse vivo, e a homenagem a ele tinha também fotos, filmes dele exercendo o cargo de prefeito".
Para Rodrigues a utilização da voz do prefeito morto não tem qualquer importância. Para ele, a repercussão pela divulgação do áudio foi motivada pela disputa eleitoral: "era uma notícia sensacionalista e que não passava de informações plantadas para tentar atrapalhar minha campanha, já que o áudio que foi divulgado foi editado".
"Ele (João Ramos) foi assassinado com quatro tiros, foi um crime eleitoral. Já se passaram mais de 4 anos e não fazem nada. Não fizemos nada de errado, somente prestamos homenagem ao amigo. (...) A viúva de João Ramos também estava na homenagem junto com os filhos, e inclusive um deles também é candidato a vereador", disse o prefeito.
A reportagem tentou contato com a viúva de João Ramos, a também ex-prefeita Terezinha Ramos, mas ela não quis dar declarações. A assessoria do Tribunal Eleitoral Regional (TRE) informou que a lei não proíbe esse tipo de uso de propaganda com o uso de áudio, fotos ou vídeo de pessoas que já morreram.
Júri Popular
O suspeito de ter encomendado a morte de João Ramos, em 2008, também disputa a Prefeitura de Mariana este ano. O empresário Francisco Assis Ferreira Carneiro, o Chico da Farmácia (PMN), foi preso dois meses após o crime e segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, aguarda o júri popular em liberdade. A motivação do crime, segundo investigações da polícia, seria por desavenças políticas entre a vítima e suspeito
*Fonte: www.terra.com.br (04.10.2010)

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Adesões enganosas e compra de votos

Antigamente, quando havia fidelidade partidária em Mariana, a divulgação da propaganda eleitoral dos candidatos aos cargos de prefeito e vereador nos veículos automotores ou fachadas de casas particulares de propriedade de eleitores era gratuita. Os proprietários de veículos e de casas residenciais não só faziam a divulgação da candidatura de graça, como também trabalhavam pessoalmente para conquistar votos para os candidatos de sua preferência pessoal. No passado, o prestigio dos candidatos se media pela quantidade de pessoas que externavam e aderiam espontaneamente à sua candidatura.
Hoje, isso não mais acontece. A propaganda eleitoral se tornou uma atividade comercial lucrativa que muita gente aproveita a ocasião para faturar alguma grana extra. Alguns candidatos pagam até o combustível. A quantidade de carros ou fachadas de imóveis com propaganda eleitoral, hoje, não significa mais prestígio nem sequer a garantia de votos para os próprios candidatos.
Pelo contrário, todos, se quiserem, deverão pagar. Alguns candidatos ao cargo de vereador, mais abonados, que não levam a sério a fidelidade partidária, pagam inclusive mais caro quando exigem que sua propaganda seja exclusiva sem a propaganda do candidato a prefeito de seu próprio partido ou coligação. Os veículos, com propaganda enganosa, porquanto alugada, são obrigados a circular pela cidade e distritos ou então ficar parados em lugares estratégicos onde circula muita gente.
Outra atividade muito comum nas eleições municipais é a farta e descarada doação de materiais de construção para os eleitores. Ninguém denuncia isso à Justiça Eleitoral porque, com raras e honrosas exceções, quase todos os políticos fazem isso. É o crime da corrupção ativa dos candidatos que pagam aliada à corrupção passiva de eleitores que recebem. Ambos são corruptos. É a famosa, tradicional e condenável, jamais coibida, prática da compra de votos!          

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Carreatas e pesquisas eleitorais

As carreatas políticas surgiram em Mariana no final do século passado, quando a cidade já apresentava os primeiros sintomas de aumento célere de automóveis circulando em nossas ruas e avenidas. Carreatas não ganham eleições, mas impressionam e demonstram prestigio político-eleitoral do candidato ao cargo de prefeito ou vereador, principalmente agora que a propriedade de veiculo não é mais só privilegio da elite, mas também da classe média assalariada.
Com raras e honrosas exceções, a maioria das pessoas que participam de carreatas é constituída por cabos eleitorais, amigos e correligionários que precisam mostrar serviço durante a campanha eleitoral para garantir o seu futuro emprego na prefeitura ou na Câmara.
Curiosamente, os organizadores de carreatas eleitorais, ao invés de fazer uma contagem correta de veículos, costumam aumentar, para impressionar os adversários políticos, o número de veículos que participaram delas. Na verdade, todos os dois principais candidatos ao cargo de prefeito teriam teoricamente condições de mobilizar milhares de veículos para participar de suas carreatas.
Acontece que a maioria do eleitorado marianense é medrosa e oportunista, não gosta de expor publicamente suas preferências políticas com receio real de sofrer perseguições políticas e pessoais praticados pelos atuais coronéis latifundiários e endinheirados que adoram praticar baixarias contra os seus adversários políticos.
Pesquisas eleitorais
Fazer pesquisas eleitorais em Mariana é muito complicado. A maioria do eleitorado evita dar sua opinião, também com medo de  sofrer represálias políticas . Eu, por exemplo, fui entrevistado na rua por dois pesquisadores diferentes. Como nunca tive medo dos coronéis de plantão, dei minha opinião. A primeira pergunta óbvia e comum que eles fazem a todos é saber se a pessoa vota em Mariana. A segunda pergunta é saber o que o eleitor acha da atual administração municipal. Essa pergunta, que não tem nada a ver com pesquisa eleitoral, capciosa, já insinua sub-repticiamente quem mandou fazer a pesquisa. Depois, o pesquisador apresenta o nome dos sete candidatos ao cargo de prefeito e pergunta qual é o seu candidato.  E, finalmente, o entrevistador pergunta então em quem ele não votaria de maneira alguma.
No meu entendimento, a exemplo das carreatas cujo verdadeiro número de veículos participantes é sempre mentiroso, as pesquisas eleitorais em Mariana também não tem credibilidade nenhuma. Podem até acertar quais os dois candidatos que estarão em primeiro e segundo lugares. Isso é tão óbvio que nem precisa de fazer pesquisas eleitorais para provar. Mas, em compensação, erram feio nos percentuais. Tradicionalmente nunca acertaram o verdadeiro resultado percentual final das eleições municipais anteriores em Mariana. Com raras e honrosas exceções, os institutos de pesquisas, salvo melhor juízo, estão mais interessados em agradar quem os contrata do que fazer uma pesquisa séria.