domingo, 29 de dezembro de 2013

Ideologia: Direita ou Esquerda?

Virou mania nacional políticos fundarem partidos com a denominação ideológica de “partidos de esquerda” ou “partidos de centro-esquerda”.
Ninguém quer fundar ou participar de “partido de direita”, um palavrão indigesto no jargão político. A propósito deste assunto, o jornalista Roberto Pompeu de Toledo fez um interessante ensaio. Ele disse que se a esquerda não tem nenhum problema em assumir-se como tal, por que a direita tem? Isso não faz bem à política brasileira, admite. Contribui para disfarçar tendências e embaralhar o quadro partidário.
Na França, explica, onde se inventaram os conceitos de “esquerda” e “direita”, não existe esse pudor. “Sou de direita”, confessa-se, com a mesma naturalidade com que o outro lado se declara de “esquerda”. Os direitistas são defensores da ordem e do status quo e se orgulham disso. Há também a extrema-direita, liderada por Jean Marie Le Pen e defensora de bandeiras racistas, e estas sim tem adeptos envergonhados, que jamais dirão em quem votam. Mas o eleitor de Jacques Chirac não tem problemas em se assumir como de “direita”, nem, antes dele, tinha o eleitor do general De Gaulle.
No Brasil, “direita” é praga. “Esquerda” é uma qualidade não só aceita como desejada, “centro-esquerda” também tem potencial para acolher multidões e “centro” não fica atrás. Já “direita”... Mais fácil encontrar quem se diga a serviço de Satanás.
No entendimento de Pompeu de Toledo, os conceitos de direita e esquerda, por mais que se procure desvalorizá-los, nestes últimos tempos, ainda são úteis para marcar posições e clarear o jogo político.
Aqui em Mariana, Direita e Esquerda são apenas um jargão político sem conotação ideológica. No passado, só serviu para identificar o fanatismo político de membros de duas facções tradicionais que se revezaram no poder durante todo o século XX. Hoje, a partir do século XXI, estão todos juntos ou misturados...

sábado, 7 de dezembro de 2013

Expansão urbana X Mobilidade urbana

Desde quando as empresas mineradoras vieram para Mariana há 40 anos, quase todos os prefeitos construíram milhares de casas populares tentando em vão solucionar o problema da falta de moradia para todos. Não conseguiram e jamais conseguirão. É uma bola de neve. Mariana já se transformou numa mini Serra Pelada aonde todos vêm buscar emprego na mineração e casa própria para morar, provocando este precoce e temível inchaço populacional e o caos social.
Os políticos marianenses, prefeitos e vereadores, receosos de perder votos e eleição, ao invés de dificultar estimulam a vinda de muita gente para cá prometendo sempre a construção de novas moradias.
À exceção do imenso latifúndio improdutivo localizado em áreas de risco sujeitas a inundações de rios e a desmoronamentos de encostas, impróprias para a construção de conjuntos habitacionais, Mariana não tem mais espaço físico seguro para construção de novas moradias. Os políticos populistas acham que a solução ideal seria construir novas moradias nos nossos distritos. A esses políticos devemos lembrar que a maioria da população saiu dos distritos para morar em Mariana justamente por causa da falta de condições sociais, econômicas e educacionais para neles viver independentemente da cidade.
Por ser uma cidade histórica, ao contrário de cidades modernas, Mariana, para se adequar à expansão urbana, teria que sofrer transformações radicais no seu tecido urbano como o alargamento de ruas e avenidas, construção de edifícios, viadutos e metrôs subterrâneos. Hoje temos em torno de 60 mil habitantes, milhares de veículos circulando por nossas estreitas vias. Não há solução mágica capaz de conciliar expansão urbana com mobilidade humana e veicular, numa cidade histórica e tombada pelo IPHAN.
Dirigir hoje em Mariana é um suplício, principalmente para a grande maioria da população que mora longe do centro histórico da cidade onde não há estacionamento para todos e onde estão localizadas as principais repartições públicas e privadas, bancos e o comércio em geral. Conclusão: quanto maior for a expansão urbana, pior ficará a mobilidade urbana, constituída de veículos e pedestres.
Já escrevi neste blog e repito: os políticos de Mariana precisam deixar de lado essa demagogia eleitoreira de que resolve o problema social da cidade apenas construindo mais casas para todo mundo. Nesse ritmo, Mariana terá em breve mais de 100 mil habitantes. A cidade não tem espaço físico suficiente para caber tanta gente e tantos veículos trafegando ao mesmo tempo por nossas vias estreitas.
Nossos políticos precisam ser patriotas, estadistas e conscientizar que, ao invés de construir novas moradias, é obrigação deles não só melhorar a qualidade de vida dos que já moram aqui e pagam impostos há muitos anos, mas também fazer o fundamental em favor da saúde pública, pois é uma vergonha que a cidade mais antiga de Minas ainda não tenha o indispensável tratamento cientifico da água, dos esgotos, dos rios, nem a existência de um abatedouro municipal decente, ou seja, providências urgentes para melhorar a qualidade da saúde, da educação e da segurança pública de nossa comunidade.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Casa Conde de Assumar

Ministério Público recomenda obra imediata em Mariana*

Gustavo Werneck

Proteção para um dos prédios mais importantes de Mariana a primeira vila, cidade e diocese de Minas. O Ministério Público Federal (MPF) recomendou à prefeitura local que, no prazo de 15 dias, elabore um projeto para obras emergenciais no imóvel denominado Casa Conde de Assumar, em especial o escoramento de toda a edificação, bem como a proteção com lona nos locais que sofreram desmoronamento. Assim que aprovado o projeto pelo Instituto do patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), as obra deverão ser realizadas em até 20 dias. (...)
Localizada na Rua João Pinheiro, nos fundos da igreja de São Francisco, no Centro Histórico de Mariana, a 115 quilômetros de Belo Horizonte, a casa Conde de Assumar se encontra em avançado estado de degradação – o Estado de Minas mostrou o problema em reportagem publicada em junho do ano passado. Na época, o IPHAN chegou a notificar a Ordem Terceira de São Francisco, proprietária do casarão, e a prefeitura, que recebeu o imóvel em regime de comodato, sobre a necessidade urgente de obras de reparação. A municipalidade, então, se comprometeu a realizar um projeto de restauro para a realização das obras emergenciais.
Um ano depois, de acordo com o MPF, nenhuma providência foi tomada. “Novamente, o IPHAN exortou a prefeitura a tomar as medidas de salvaguardas do imóvel até que seja possível a restauração de fato, mas os pedidos continuaram ignorados. Ainda que esteja prevista a destinação de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas para a reforma, o processo de arruinamento é tão grave que não será possível esperar o inicio das obras incluídas no programa federal.
A proximidade do período de chuvas só tende a agravar ainda mais a situação”, disse ontem o procurador da república Bruno José Silva Nunes. Ele explicou que vistorias no imóvel indicaram que ações simples, como o escoramento com lona, podem deter a desintegração do que restou da fachada.
“Se não se adotar medidas imediatas para evitar a desintegração da estrutura, de nada adiantarão os recursos federais para a restauração do imóvel. Quando o processo for concluído poderá ser tarde demais”, destacou Bruno. O MPF recomendou também que a prefeitura tome outras medidas que se fizerem necessárias para preservar a integridade da casa Conde de Assumar, como o isolamento provisório da edificação, afixação de sinalização educativa e instalação de vigilância permanente, para evitar invasão ou depredação por terceiros. Caso a prefeitura não tome medidas, o IPHAN deverá asssumir a responsabilidade pela execução.
Em nota, o prefeito Celso Cota informou que ainda não recebeu a notificação e que, desde que assumiu o governo, vem demonstrando preocupação com a preservação do patrimônio histórico “tanto que se empenhou para incluir o município no PAC 2 das Cidades Históricas e conseguiu assegurar o maior volume de recurso federal em Minas Gerais: R$ 67 milhões”.
Sobre a recuperação da Casa Conde de Assumar, interditada desde 2011, ele disse que vai “determinar a elaboração do projeto de escoramento do imóvel, mas, o mais importante é que já estamos preparando o edital para a licitação das obras de recuperação”.
*Fonte: jornal “Estado de Minas”, de 03.12.2013.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Migração de rádio AM para FM


Através de decreto, a partir de 7 de novembro de 2013, as emissoras de rádio que operam na faixa AM poderão migrar para a faixa FM. Essa medida atende a demanda antiga do setor de rádio, principalmente de emissoras do interior, e vai permitir melhoria da qualidade do sinal dessas rádios. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) avalia que 90% das 1,8 mil rádios comerciais AM se transfiram para a frequência FM. As emissoras de rádio AM com sinal de FM poderão ser sintonizadas em aparelhos celulares e tablets.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, informou que o decreto prevê que as emissoras AM interessadas na migração vão poder requerê-la a partir de 1º de janeiro de 2014. Em seguida, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai fazer estudos para avaliar a viabilidade da transferência.
“Sabemos que na maioria das localidades é possível fazer a transferência, mas em grades centros pode haver dificuldade”, disse o ministro. Segundo ele, em locais onde não haja espaço disponível, o governo vai usar as frequências dos canais 5 e 6 da TV para atender aos pedidos de migração. Isso, porém, só deve acontecer após a conclusão do processo de digitalização da TV aberta.
Bernardo disse ainda que as rádios têm papel importante para informação da população, principalmente nas pequenas cidades. E que o governo tem interesse em expandir a radiodifusão no país, mas com qualidade, por isso a importância do decreto que permite a migração.
Nos últimos anos as rádios AM, devido à baixa qualidade do sinal, perderam ouvintes para as FM. O decreto assinado nesta quinta vai permitir padrão similar de qualidade na prestação de serviço a todas as emissoras.
Esta é uma medida justa, que valoriza o pequeno radiodifusor, pois 79% das rádios AM têm até 5 Kw de potência, a grande maioria localizadas em cidades de pequeno e médio porte.

Prazo para migração

O ministro das Comunicações Paulo Bernardo disse que, nos locais onde houver espaço disponível, o processo de migração das rádios AM para FM deve levar entre 8 meses e um ano. Ele avaliou que, das 1,7 mil emissoras que devem pedir a transferência, 2/3 se encaixam nesse perfil.
O presidente interino da Anatel, Jarbas Valente, estimou, porém, que deverá haver alguma dificuldade de migração em pelo menos mil cidades brasileiras – grandes centros e os municípios ao redor deles, onde o espectro já está saturado.
Onde não houver disponibilidade, a transferência deve ser completada apenas entre 2016 e 2018, prazo de conclusão da digitalização da TV aberta, quando as rádios AM poderão então ocupar o lugar nos espaços dos canais de TV.
Bernardo disse ainda que o decreto irá garantir às rádios AM potência suficiente para manter, após a migração para a faixa FM, a mesma área de cobertura de sinal – as ondas de rádio AM têm alcance maior que as de FM, por isso a necessidade de uma potência maior para conseguir a mesma cobertura.

Mudanças técnicas

Para migrar à faixa FM, as rádios AM vão ter que trocar seus sistemas de transmissão de sinal, que inclui transmissores, antenas e equipamentos auxiliares. O investimento médio previsto é de cerca de R$ 85 mil para cada emissora. O governo deve oferecer financiamento ao setor.
A troca dos equipamentos é necessária porque as rádios AM funcionam em uma frequência de 525 KHz, no início do espectro, enquanto as rádios FM operam em 88 MHz. As ondas de rádio emitidas pelos transmissores AM são consideradas de tamanho médio, com alcance maior que os de FM, que têm ondas curtas. Portanto, a diferença técnica entre uma e outra está na propagação dessas ondas.

Meu comentário

Antes da instalação de uma emissora de rádio FM aqui em nosso município, os marianenses tinham o privilegio de sintonizar, com muita nitidez, emissoras de rádio do Rio e de São Paulo. As mais ouvidas em Mariana, entre outras, eram as emissoras de rádio Record e Bandeirantes de São Paulo e a Globo, Tupi, Continental e Mundial do Rio de Janeiro.
As emissoras de radio AM mineiras, tanto no passado, como no presente, apesar de instaladas em Belo Horizonte, muito próximas daqui, nunca pegaram bem em Mariana. A rádio Itatiaia de Belo Horizonte, por exemplo, só pega bem em Mariana, por causa do link que ela faz com sua co-irmã de Ouro Preto, pois diretamente só através do canal 411 da SKY.
Frequências como as da rádio AM estão mais sujeitas a sofrerem interferência de equipamentos de rádios FM, sons, como eletrodomésticos, fábricas, linhas de transmissão e até o barulho produzido por veículos. Por isso o sinal dessas emissoras tem uma qualidade inferior à das FM.
Oxalá que, daqui a um ano, os marianenses saiam dessa situação incômoda de ter que ouvir compulsoriamente apenas duas emissoras AM/FM, e, como era antigamente, tenham novamente o privilegio de sintonizar e ouvir muitas emissoras de rádio de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, as três mais importantes capitais do país próximas de Mariana.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Raul Bernardo Nelson de Senna +

Raul Bernardo Nelson de Senna, membro efetivo da Academia Marianense de Letras, faleceu no dia 26 de outubro, sábado, aos 82 anos, em Brasília, em decorrência de parada cardíaca durante uma cirurgia. Nasceu em Belo Horizonte em 21.08.1931.
Como secretário de Estado do Governo de Minas Gerais, governado por seu tio Israel Pinheiro da Silva, Raul Bernardo, por sua iniciativa, criou a Casa de Cultura de Mariana, a primeira de Minas e do Brasil com essa denominação. Por ocasião da inauguração da entidade cultural, foi afixada em frente ao prédio uma placa de bronze com a seguinte inscrição:

“Casa de Cultura – sede da Academia Marianense de Letras, primeira criada e instalada em Minas Gerais (Decreto nº 11.653, de 06.02.1969) pelo eminente Governador Dr. Israel Pinheiro da Silva, por iniciativa do Deputado Raul Bernardo Nelson de Senna, DD. Secretário de Estado do Governo”.
Mariana (MG), 18 de julho de 1969.

História
Raul Bernardo Nelson de Sena ingressou no serviço público brasileiro em 1952 como cadete do Exército e se formou pelo Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Belo Horizonte. Desde então ocupou diversas funções, entre elas, a de diretor de turismo e divulgação de Brasília, assistente jurídico do então prefeito do Distrito Federal para assuntos administrativos e econômicos, além de ocupar outras funções públicas em Minas. Ele foi, ainda, Procurador-Geral do Tribunal de Contas do Distrito Federal, em 1960 e também presidente da extinta Rede Ferroviária Federal S/A.
Na carreira política, teve três mandatos como deputado federal por Minas Gerais e um como deputado estadual na Assembleia Legislativa do estado de Minas Gerais, pleito no qual conseguiu o maior número de votos na legenda em 1966: 30.580.
Como jornalista trabalhou nos jornais “Tribuna de Minas” e “O Diário”, ambos em Belo Horizonte. Ocupou, também, a função de Diretor da Imprensa Oficial do Estado Minas Gerais. É autor do “A Ideia Política”, publicado em 1969.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Anistia Fiscal 2013

Os jornais de Mariana e da Região dos Inconfidentes, que circularam na semana passada, divulgaram meia página de anúncio institucional pago com o seguinte teor.

“Anistia Fiscal 2013 - Com desconto, fica muito melhor. Aproveite essa oportunidade para ficar em dia com a Prefeitura de Mariana. Procure o departamento de receitas, faça seu acordo e participe da construção de uma Mariana ainda melhor. Não perca tempo: os descontos valem até 20 de dezembro. Para mais informações, ligue: 3557-9079.
Você pode ganhar até 100% em juros, multas e correção monetária em suas dívidas.

Meu comentário: certa ocasião, o então chefe do departamento de receitas da prefeitura, em entrevista a um jornal daqui, declarou que a maioria dos contribuintes marianenses não paga impostos municipais. Conclusão da história: a minoria que paga parcelado, mas em dia, não recebe nenhum desconto, a não ser aqueles que pagam à vista. A anistia fiscal é um incentivo aos maus pagadores e uma desconsideração para os que pagam em dia os seus tributos. A propósito dessa contumaz sonegação fiscal do contribuinte marianense, em 12.12..2011, escrevi o seguinte artigo neste blog. 

Pagamento de impostos
Memória tributária
A mania que os contribuintes marianenses têm de sonegar impostos e taxas municipais é uma tradição histórica herdada desde quando os prefeitos da Direita ou da Esquerda, no século passado, tinham o condenável costume de cobrar impostos dos adversários e isentar os correligionários. Na época, por causa do fanatismo partidário, ganhando ou perdendo, o eleitorado assumia ostensivamente a sua posição política. A cidade era muito pequena e fingir que ganhou as eleições era uma tarefa muito difícil de acreditar. Ganhar eleição, portanto, significava que, pelo menos durante quatro anos, o contribuinte estaria isento de pagar impostos e taxas municipais. Hoje, com quase 60 mil habitantes, fica muito difícil em Mariana saber quem votou contra ou a favor. Mas o mau costume de sonegar continua ainda muito forte.
Tanto isso é verdade, que atualmente os prefeitos eleitos de Mariana, seja da Direita ou da Esquerda, como não podem mais por lei isentar o contribuinte, sob pena de incorrer em crime de responsabilidade e improbidade administrativa, todo ano eles são obrigados a prorrogar o prazo de pagamento dos tributos. Mas mesmo assim, grande parte dos contribuintes não paga as contas e elas são transferidas para a dívida ativa do município para futura cobrança judicial. Até hoje, nenhum político teve a coragem de tratar de verdade da água, com receio de ter que cobrá-la pelo seu uso, o que incentiva o atual e criminoso desperdício de água e consequente falta dela nos longos períodos de estiagem que ocorre no período de abril a outubro de cada ano.
A sociedade marianense, com raras e honrosas exceções, está tão mal acostumada a ter tudo de graça que quaisquer eventos cívicos, religiosos, políticos, empresariais, culturais, artísticos e esportivos, alguns até com fins lucrativos para a iniciativa privada, sempre precisam ter o patrocínio exclusivo do município. Não há parcerias. A sociedade entra com o projeto, a ideia, enquanto o município sozinho entra com a verba pública, bancando as despesas, socializando o prejuízo e privatizando o lucro. São os políticos marianenses fazendo bondade eleitoreira com o dinheiro do povo. Haja patrocínio!

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Comissão de Defesa do Patrimônio Histórico

Presidente da Comissão de Defesa do Patrimônio Histórico traça metas e planeja atividades
O presidente da Comissão de Defesa do Patrimônio Histórico da OAB/MG, Roque José de Oliveira Camêllo se reuniu com o presidente da Seccional, Luís Cláudio Chaves, com a secretária-geral, Helena Delamonica e com o diretor institucional, Joel Moreira na noite da última segunda-feira (21/10).
Durante o encontro, eles discutiram sobre as metas e o planejamento das atividades que serão desenvolvidas pela comissão no final deste ano e nos próximos dois anos.
Segundo Roque Camêllo, a comissão já foi devidamente criada e instalada, sendo que será possível a posse dos membros assim que ela for completamente formada. Ele acrescentou que pretende convidar integrantes das seguintes subseções para fazer parte da comissão: Mariana, Ouro Preto, Poços de Caldas, Governador Valadares, Congonhas, São João Del Rei, Tiradentes, Diamantina, Sabará, Serro, Paracatu, Minas Novas, Santa Bárbara, Barbacena, Campanha, Montes Claros, Juiz de Fora, Uberlândia, Sete Lagoas, dentre outras.
Roque Camêllo ainda salientou que o objetivo da comissão é valorizar as raízes históricas do povo mineiro. “Preservar a história é não apenas reverenciar o passado, mas construir os caminhos que constroem o futuro. O povo que sabe de onde veio sabe traçar o seu próprio destino. Minas Gerais, não sendo o mais velho estado da federação e, no entanto, é o estado do equilíbrio nacional, representa os anseios de todo povo brasileiro que prima por privilegiar o sentimento libertário a exemplo dos Inconfidentes”.

sábado, 19 de outubro de 2013

Obsessão doentia pela vaidade

Certa ocasião, um intelectual vaidoso, mas bastante magoado, chegou perto de mim e me confidenciou e se queixou amargamente de as instituições públicas, privadas, esportivas, empresariais, acadêmicas, culturais e artísticas de Mariana de não darem a ele o tratamento que acha que merece como intelectual que é, pois nunca recebeu uma medalha, um diploma, títulos de cidadania honorária, de destaques, de marianense ausente, comendas de mérito cultural, educacional e social.
De forma irônica e debochada, comentei: você é uma espécie em extinção, pois a coisa mais difícil em Mariana hoje é encontrar alguém que nunca recebeu uma homenagem, pois, se você for cara de pau, basta pedir, pagar ou então fazer o famoso e franciscano troca-troca de honrarias, ou seja, é dando que se recebe...
Hoje em Mariana, segundo pesquisa que fiz, são distribuídas por ano mais de 200 condecorações. Uma verdadeira farra honorifica! Só uma empresa privada de comunicação distribui 100. No Dia de Minas, são distribuídas mais de 50 medalhas. No legislativo municipal o critério usado para o agraciamento de pessoas não é o mérito, mas o numérico e eleitoreiro: cada vereador tem o direito de escolher seu agraciado. Na legislatura passada, eram dez, hoje são quinze vereadores. Você multiplica isso com as quatro homenagens que a edilidade marianense faz todo ano e serão 60 os agraciados.

Cidadania honorária
No passado, a Câmara só homenageava o cidadão honorário. A edilidade marianense, em nome da instituição, escolhia apenas uma pessoa para receber o honroso titulo. Eram raríssimas as solenidades de escolha de cidadão honorário. Eram escolhidas pessoas ilustres, beneméritas, altruístas, abnegadas e que fizeram de fato na área educacional, cultural e social grandes obras para a nossa cidade. Nessa ocasião, receberam o titulo de cidadania honorária pessoas, por exemplo, do gabarito de Dom Oscar de Oliveira, Monsenhor Vicente Dilascio, Francisco Afonso Noronha, José Alencar da Silva, pessoas que, pelo o muito que fizeram por Mariana, dispensam apresentações.
Hoje não, o que importa é a quantidade e não a qualidade, só serve mesmo para sustentar o ego, a megalomania doentia de pessoas que têm uma verdadeira obsessão incurável pela vaidade pessoal.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

300 Anos de fé e história*

Catedral da Sé – Primeira sede de bispado do interior do Brasil, matriz de Mariana celebra o tricentenário com a presença de embaixador do Vaticano

Gustavo Werneck

Mariana, Primeira vila, diocese, cidade e capital de Minas. Batizada com nome de uma rainha – homenagem a Maria Ana d´Áustria, mulher de dom João V, que reinou em Portugal de 1706 a 1750 -, Mariana, na Região Central de Minas, guarda outro pioneirismo na sua história: tem a primeira catedral do interior do Brasil... Com início da construção em 1713, a Basílica de Nossa Senhora da Assunção, mais conhecida como Catedral da Sé, no Centro, vai comemorar o seu tricentenário do inicio de sua construção a partir do dia 20, com missas, apresentações culturais, vigílias, visitas guiadas de estudantes, exposições e outras atividades.
“Ela marca o início da evangelização em nossa arquidiocese, que engloba 79 municípios”, diz o titular da paróquia, padre Nedson Pereira de Assis.
Um ponto alto da celebração oficial dos 300 anos será dia 24, quando o arcebispo de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha, ao lado de autoridades e fiéis, receberá o núncio apostólico (embaixador do Vaticano) dom Giovanni D`Aniello. Às 18,30, haverá celebração eucarística em ação de graças presidida pelo núncio e concelebrada por arcebispos, bispos e sacerdotes. No dia 27, às 17,30, terá início a procissão com a primitiva imagem de Nossa Senhora da Conceição, saindo da Capela de Santo Antonio em direção à Praça da Sé. Na chegada, haverá coroação de Nossa Senhora.
A catedral basílica é tombada desde 1939 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Segundo estudiosos, o inicio da construção se deu em 1709, mas a comissão organizadora dos festejos se baseou nas pesquisas do historiador mineiro Diogo de Vasconcelos (1843-1927), para quem o ano correto é 17l3. Olhando o interior do templo, que será restaurado, a partir de 2014 – com verba de R$ 18 milhões do Programa de Aceleramento das Cidades Históricas para serviços na estrutura, cobertura, elementos artísticos, parte elétrica e outros – padre Nedson diz que as parede são de taipa e os pilares de madeira. São 11 altares, sendo o de Nossa Senhora da Conceição executado pelo português José Coelho Noronha (1704-1765), mestre de Antonio Francisco Lisboa, o aleijadinho (1730-1814). Já os dois retábulos do cruzeiro, consagrados a Nossa Senhora do Rosário e São Miguel, sofreram influência dos que foram executados, em 1746, para a Basílica de Nossa Senhora do Pilar, na vizinha Ouro Preto, pelo português Xavier de Brito, falecido em 1751.

Marco

Na sua casa, na rua Direita, o historiador e integrante do Coral Madrigal Mariana Rafael Arcanjo Santos guarda uma série de documentos sobre a igreja que fica a poucos metros. Com orgulho, ele cita momentos importantes dessa história, como o ano de 1906, quando Mariana se tornou arquidiocese, também a primeira do estado; e 16 de julho de 196ª, ao ser elevada a catedral, por determinação do papa João XXIII, à categoria de basílica menor. “Era criança, mas me lembro bem, pois a imagem original de Nossa Senhora Aparecida veio de Aparecida (SP) para a solenidade presidida pelo arcebispo de Mariana dom Oscar de Oliveira. Foi uma festa bonita”, recorda-se.
Rafael ressalta que, da Arquidiocese de Mariana, saíram dois ex-presidentes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB): dom Luciano Mendes de Almeida (1930-2006) e o atual arcebispo, dom Geraldo Lyrio Rocha. “O presidente da CNBB e bispo de Aparecida, dom Raimundo Damasceno, estudou no seminário de Mariana”, afirma.

Outro marco é o órgão musical da catedral, construído no século 18, em Hamburgo (Alemanha), por Arp Schnitger (1648-1719). Enviado a uma igreja franciscana em Portugal, o instrumento chegou em 1753, como presente da Coroa portuguesa ao primeiro bispo da cidade, dom Frei Manoel da Cruz. Entre os exemplares sobreviventes da manufatura Schnitger, trata-se de um dos mais bem conservados e o único que se encontra fora da Europa. Os concertos ocorrem às sextas (11,30) e domingos (12,15) a cargo das organistas Josinéia Godinho e Elisa Freixo, que se revezam nas apresentações.
(...)
Fonte: jornal “Estado de Minas”, de 10.10.2013.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Centenário de Padre Mendes

Centenário do Padre Mendes, figura exponencial do Magistério Mineiro

EMÍLIO IBRAHIM (*)


Sinto-me deveras emocionado ao prestar este singelo depoimento, ao ensejo do transcurso do centenário desse extraordinário mestre, que representa o mais marcante símbolo das atividades do meu querido e prestigiado Colégio Arquidiocesano na formação da mocidade de Ouro Preto. A celebração desse evento de extraordinária significação para todos nós tem a organizá-la as figuras ilustres de diversos professores, que divulgaram um incisivo apelo para que os que privaram da amizade e do convívio do Padre Mendes, contribuíssem com o aporte de notícias, episódios e escritos diversos, no sentido de ser feita uma compilação de dados para a elaboração de uma publicação comemorativa dessa importante efeméride.

Na realidade, as homenagens que ora presto a esse emérito professor, de tantas gerações mineiras, traduzem o reconhecimento inconteste do papel por ele desempenhado na difusão de conhecimentos variados, em que o emérito mestre pontificou, sempre com a sua comprovada proficiência, notadamente no domínio e capacidade de transmissão do saber dos mais intrincados meandros da língua portuguesa. Tanto é verdade que consolidou seus sábios ensinamentos, generosamente difundidos entre seus discípulos, na sua obra notável "Análise Sintática", reconhecidamente uma abordagem, em âmbito nacional, inédita e exaustiva, desse capítulo importante do idioma pátrio, em defesa da prevalência da norma culta sobre a avalanche do medíocre linguajar corrente, descompromissado e atentatório aos cânones rigorosos e escorreitos seguidos pelos nossos escritores clássicos.

Mas, a amplitude da atuação do Padre Mendes não se restringiu à língua portuguesa. Também o latim, o francês e o idioma inglês foram por ele religiosamente cultivados e difundidos, objeto também do seu magistério dedicado e sábio, do que nos dá mostras a publicação da sua obra intitulada American English.
Padre. Mendes, ao lado da sua brilhante trajetória no campo do ensino, demonstrou também possuir excelentes dotes de empreendedor, ao conceber, realizar e manter, na qualidade de fundador e construtor de sua sede, o nosso querido Grêmio Literário Tristão de Ataíde - GLTA, a que me orgulho de pertencer, o qual nos propicia o agradável convívio, ao abrigo das letras pátrias, numa comunhão de sentimentos e de fervor literário, que periodicamente se renova. A propósito, lembro-me de que uma das mais caras emoções da minha vida foi presidir, em 1981, a reunião do aniversário de 43 anos do nosso sodalício, com a honrosa presença do seu patrono, o grande pensador e filósofo brasileiro, sobre quem sentenciei, na ocasião: "a figura invulgar de Tristão de Ataíde, que nos leva a refletir, com um pensamento dele próprio, que bem retrata a nossa época e que, uma vez mais, reafirma a sua larga visão e o seu enorme talento de pensador católico: diz-nos, assim, o grande mestre: "Estamos no crepúsculo de uma era e na aurora da outra (...) A ciência não suplantou a fé, eis o balanço que o século XX nos apresenta, mas a fé pode vir a suplantar a ciência, no decurso do próximo século. A expressão concreta da ciência é o domínio da razão, como a expressão concreta da fé é o domínio do coração. "E só da união entre a razão e o coração é que pode resultar o verdadeiro respeito à personalidade humana".

Pois bem, a grande lição que nos deixou o nosso querido Padre Mendes foi exatamente esta simbiose entre a razão e o coração, entre o saber e os sentimentos, que ele cultivava com amor e com ardor inexcedíveis, não sobrepondo a sua erudição a uma das mais caras razões do coração, esse microcosmo de emoções, ao qual o festejado filósofo francês Blaise Pascal se referia como um órgão que "tem razões que a própria razão desconhece". É que Padre Mendes foi pródigo em manifestações de solidariedade e sadia convivência com seus discípulos, a que não esteve ausente a sua participação ativa e sempre constante nas pelejas esportivas, não raro por ele utilizadas para a difusão de seus conhecimentos lingüísticos, ao corrigir, no calor das disputas, os eventuais deslizes gramaticais de seus alunos.

Por último, devo confessar ser esta a minha visão indelével e imorredoura desse homem de Deus, que marcou sua vida com uma trajetória voltada para a felicidade do próximo e para a formação cultural e religiosa de tantas gerações de nosso país, memória que, indubitavelmente, permanecerá viva, anos afora, como incentivo à prática do bem e à aquisição de conhecimentos por parte de nossa juventude.

(*) Engenheiro, sócio honorário do GLTA, membro da Academia Marianense de Letras e ex-Secretário de Obras e Serviços Públicos dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Invasões provocam inchaço populacional

    Desde a década de 1970, há 43 anos, com o advento das empresas mineradoras no município, sempre houve aquelas manjadas e contumazes invasões consentidas e incentivadas de terras pelos próprios latifundiários empresários da mineração e proprietários delas, todas, segundo pesquisa geológica da UFOP, localizadas em áreas de risco e sujeitas a inundações de rios e desabamentos de encostas, portanto impróprias para construção de casas.

    Quase todos os prefeitos de Mariana, durante quase meio século, já construíram milhares de casas populares em Mariana e que provocaram um indesejável inchaço populacional precoce na cidade.
Os prefeitos tentaram em vão solucionar o problema da moradia popular. Não conseguiram e nem conseguirão. Os bairros mais populosos surgiram em Mariana em função dessa política infrutífera de doações de casas que não resolvem nada, e, pior, agravam o problema social. É uma insolúvel bola de neve!

    Hoje em Mariana doar terras é um péssimo negócio para o município que desapropria e paga muito caro por terras que não valem nada e ótimo e lucrativo negócio para os latifundiários e os sem terra que são useiros e vezeiros em fazer especulação imobiliária. Em busca de empregos, as empresas mineradoras atraem milhares de pessoas para Mariana, mas nada fazem para construir casas a fim de abrigá-las, deixando o abacaxi por conta de o município resolver o problema social sozinho.

    No meu entendimento,salvo melhor juízo, os políticos de Mariana precisam deixar de lado essa irresistível vocação eleitoreira de resolver o problema construindo casas para todo mundo. Nesse ritmo alucinante de construção de casas, além de não resolver definitivamente o problema, Mariana terá brevemente mais de cem mil habitantes.

    Para evitar esse precoce inchaço populacional, que sempre causa violência e caos social, os nossos políticos precisam ser patriotas, estadistas, responsáveis e conscientizar que, ao invés de construir novas moradias para pessoas que estão chegando agora, é preciso melhorar a péssima qualidade de vida dos milhares de pessoas que já moram aqui há muitos anos e que pagam impostos, fazendo o indispensável e científico tratamento da água, dos esgotos, dos rios, melhorando a precária qualidade da saúde, da educação e da segurança pública de nossa comunidade.

domingo, 25 de agosto de 2013

Centro de Cultura SESI de Mariana - 20 anos!



A programação comemorativa conta com rua de lazer e atividades culturais e de bem-estar
O Centro de Cultura SESI de Mariana comemora neste domingo, dia 25.03.2013, na Praça Gomes Freire (Jardim), seus 20 anos de implantação na cidade, havendo mostras artísticas dos alunos da Escola de Cultura. Para a criançada, rua de lazer com brinquedos, guloseimas, sala de leitura e acesso à internet. Para os adultos estressados, espaço com massagem e serviços de orientação sobre saúde.




Programação

Às 13 horas, Capoeira Artes das Gerais.
Às 14 horas, Mostra de alunos da Escola de Cultura (música e dança).
Às 15 horas, Apresentação da Sociedade Musical União XV de Novembro.
Às 16 horas, Balé Tânia Suares.
Às 17 horas, Shows musicais (bandas Galaxies 67, Flor Cecília e Scaktus.
Às 19 horas, Exibição do curta metragem Passagem, sob a direção de João André Grossi

Cine Teatro Mariana
Memória cultural

    Comecei a frequentar o Cine Teatro Mariana em 1950, quando tinha apenas nove anos. Devido à idade, só podia assistir a filmes que eram exibidos nas matinês que se realizavam nas tardes de domingo, às 14 horas. Naquela época, havia sessões cinematográficas, de segunda a sexta-feira, às 19 horas. Aos sábados e domingos, havia duas sessões: a primeira às 18 horas e a segunda às 20 horas.
    A exemplo do que acontecia nas igrejas, quando os sinos anunciavam as missas três vezes antes de elas começarem, igualmente, antes de começar as sessões cinematográficas, uma sirene anunciava o começo delas também por três vezes.
    As sessões de sábado e domingo, às 18 horas, eram as mais preferidas de jovens e namorados que, após assistir aos filmes, iam frequentar as horas dançantes no Marianense e no Guarany. As sessões das 20 horas eram frequentadas por casais e pessoas mais idosas.
    Desde minha infância até a idade adulta, duas empresas exploraram o ramo cinematográfico na cidade: os Irmãos Trópia de Ouro Preto e a Empresa de Cinema Brasil, de Ubá. Depois que essas duas empresas foram embora, Mariana ficou sem diversão cinematográfica durante quase 30 anos.
    Durante algum tempo, um prefeito resolveu transformar o Cine Teatro Municipal num depósito de material de construção da prefeitura. Ao invés de cinema e teatro, o local virou depósito de cimento, cal, madeira, tijolos, etc.
    A restauração do prédio só se tornou realidade quando a Casa de Cultura de Mariana, através de seu Presidente, Roque Camêllo, pediu ao saudoso e benemérito cidadão honorário de Mariana, José Alencar da Silva, então Presidente da FIEMG, que a instituição bancasse toda a obra de revitalização do Cine Teatro Municipal, o que felizmente se concretizou, tornando-se uma das instituições culturais mais modernas e bem equipadas da Região dos Inconfidentes.
    A implantação do Centro de Cultura SESI-Mariana foi viabilizada graças ao estabelecimento de convênio de cooperação mútua com a Prefeitura Municipal de Mariana e o SESI/DRMG. Para tanto o Cine Teatro Mariana foi cedido ao Sistema FIEMG, em regime de comodato, e foram realizadas as reformas e adaptações técnicas necessárias para adequação do espaço à sua nova finalidade.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

PAC das cidades históricas

Dilma lança PAC das cidades históricas pela 4ª vez

    No papel, o PAC das Cidades Históricas, é um programa do governo federal concebido para prover verbas às obras de recuperação de monumentos históricos. Na prática, a iniciativa tornou-se uma monumental peça de marketing. Lançado por Lula em 2009, já foi reanunciado por Dilma Rousseff três vezes, uma em 2012 e duas em 2013. E continua sendo um empreendimento por fazer. O reanúncio mais recente ocorreu nesta terça-feira (20), na cidade mineira de São João Del-Rey. Foi um retorno às origens.

    O palco do lançamento original também foi uma cidade histórica de Minas Gerais: Ouro Preto. Aconteceu em outubro de 2009. Naquela época, Dilma chefiava a Casa Civil. Equipava-se para a sucessão de 2010. Presente, ela testemunhou a cena. Lula soou grandiloquente: “O PAC das Cidades Históricas é a maior ação conjunta pela revitalização e recuperação das cidades históricas já implantada no nosso país.” Disse isso ao lado do Monumento a Tiradentes.

    O programa, de fato, era ambicioso. Beneficiaria 173 cidades em todos os Estados. Investiria R$ 890 milhões até 2012. Na metade de 2010, a coisa parecia evoluir muito bem. Pelo menos no gogó. Em 29 de junho daquele ano, a quatro meses da eleição presidencial, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) anunciou a adesão de 30 cidades ao programa. Somando-se as verbas federais, estaduais e municipais trombeteava-se uma cifra mais gorda do que a prevista por Lula: R$ 1,129 milhão.

    Dilma elegeu-se presidente. O tempo passou. Em setembro de 2012, época de eleições municipais, a presidente acomodou a petista Marta Suplicy no Ministério da Cultura. Na cerimônia de posse da nova ministra, Dilma relançou o que Lula já havia lançado. “Anunciou em seu discurso a destinação de R$ 1 bilhão para o PAC das Cidades Históricas”, anotou o IPHAN, órgão vinculado à Cultura, em notícia veiculada no seu site.

    Decorridos dois meses, o repórter Felipe Canêdo entrevistou a presidente do IPHAN, Jurema Machado. A conversa foi veiculada em novembro de 2012. Nela, Jurema declarou que o PAC das Cidades Históricas, aquele programa que Lula dera à luz três anos antes, “não existe”. Em verdade, a verba ainda estava por ser liberada. “No orçamento de 2013 do IPHAN estão previstos R$ 300 milhões”, ela disse. O Ministério do Planejamento liberaria “R$1 bilhão em quatro anos”.
   
Passaram-se mais dois meses. Em janeiro de 2013, Dilma recepcionou em Brasília os prefeitos recém-eleitos. E cuidou de re-relançar o PAC das Cidades Históricas. Novamente, prometeu “R$ 1 bilhão para obras de restauração de monumentos e edificação de uso público, e para requalificação de espaços públicos nas cidades históricas do nosso país”.

    Reduziu-se drasticamente a quantidade de prefeituras sujeitas a usufruir dos pseudoaportes. Em vez dos 173 municípios que Lula mencionara, o programa agora chegaria a apenas 44 cidades. Paradoxalmente, elevou-se a verba. Como uma espécie de bônus, Dilma propagandeou a concessão de “R$ 300 milhões” em financiamentos “para restauração de edifícios privados nessas cidades históricas.”
    Súbito, sete meses depois dessa re-recauchutagem, Dilma re-re-relançou o PAC das Cidades Históricas, agora na novíssima versão de São João Del-Rei, berço da família Neves, do antagonista tucano Aécio. Agora, para os mesmos 44 municípios previstos em janeiro, a presidente anuncia a liberação futura de R$ 1,6 bilhão. Contando com os R$ 300 milhões que virão na forma de “financiamentos”, chega-se à cifra de R$ 1,9 bilhão.

    Em sua versão mais recente, a promessa de Dilma já saca a descoberto do Orçamento do segundo mandato. “A disponibilização total de R$ 1,9 bilhão”, anota o IPHAN em seu site, ocorrerá “até 2015”, primeiro ano do próximo governo. Munido de dados colecionados por sua assessoria, o presidenciável tucano Aécio Neves ironizou:
    “Um Estado como Minas Gerais, que tem demandas tão graves e tão sérias, assistir a esta encenação mais uma vez, é um desrespeito. Eu gostaria que, pelo menos, a presidente Dilma pudesse ter pelos mineiros o respeito que demonstrou ter pelo ET de Varginha”.

Haja cara de pau da "presidenta", digo eu!

domingo, 18 de agosto de 2013

Síndrome do barulho

    Recentemente li um artigo muito interessante sobre a dependência física que os jovens sofrem com o barulho sonoro. O especialista, cujo nome esqueci, autor da matéria, disse que os jovens hoje estão tão viciados ao barulho que viver sem ele é um suplício. A falta de barulho para essa gente se transforma, paradoxalmente, num terrível silêncio ensurdecedor. Assim como o viciado em drogas é um dependente químico, o viciado em barulho é um dependente físico.
    A essa crônica dependência ele denominou de “Síndrome do barulho”.
    Os jovens adoram fazer barulho por vários motivos: por sofrer carência afetiva, os jovens usam a poluição sonora para chamar atenção das pessoas sobre eles. Como exibicionistas e emergentes, usam o som alto para mostrar que têm status, são filhos de papai, exibem carros novos e aparelhos de som potente, enfim um brega chique. Como rebeldes revoltados, querem afrontar as autoridades policiais e judiciais da cidade, mostrando que são machos e corajosos capazes de desrespeitar as leis.
    Hoje as nossas autoridades municipais e estaduais estão completamente desmoralizadas, pois, infelizmente, não conseguem impedir a terrível poluição sonora que assola a cidade e os distritos como uma epidemia.
    Aqui em Mariana, por exemplo, de propósito, jovens retiram o silencioso dos canos de descarga de automóveis e motos só para fazer mais barulho. Quando eles passam perto de muita gente, então, só para aparecer e aborrecer os transeuntes, eles aceleram o motor para fazer mais barulho ainda.
    Uma pessoa de bem com a vida, culta, inteligente, numa situação econômico-financeira invejável e principalmente quem ama e é reciprocamente bem amado, portanto, sem carência afetiva, não precisa fazer exibicionismo desse lixo musical  brega. Isso é coisa de jovens fracassados, ignorantes, mal sucedidos na vida familiar, amorosa e social.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Sinalização de cidades históricas

 Ministério do Turismo vai pagar por projetos de infraestrutura em Mariana. Turismo recebe propostas de projetos no valor mínimo de R$ 100 mil. O investimento do Ministério do Turismo não terá contrapartida financeira.
    
    O Ministério do Turismo abriu nesta segunda-feira (12) o Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal (Siconv) para inscrições de propostas de projetos de infraestrutura no valor mínimo de R$ 100 mil, num total previsto para investimento de R$ 6 milhões. O ministro do Turismo, Gastão Vieira, e os prefeitos assinaram o pacto de sinalização das cidades históricas, na quinta-feira (8) passada, em Brasília. O documento formaliza o repasse de R$ 19 milhões para a implantação de placas e equipamentos que facilitam a localização de visitantes em 34 destinos históricos de 17 estados de todas as regiões brasileiras.

   O anúncio da abertura do Siconv foi feito pelo secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Fábio Mota, que também participou da reunião com representantes dos 34 municípios contemplados pelo PAC do Turismo. De acordo com Fábio Mota, por falta de elaboração de projetos e atraso na apresentação dos documentos, municípios de todo o país deixaram de receber R$ 180 milhões do MTur, referentes a obras empenhadas em 2011.

   Para o ministro Gastão Vieira, a sinalização turística tem por objetivo incentivar o turista brasileiro a viajar pelo Brasil, uma das premissas do Plano Nacional de Turismo (2013-2016). A proposta é inserir as cidades históricas nos roteiros turísticos nacionais e internacionais, gerando empregos, melhorando as condições de vida dos moradores e aumentando a arrecadação de impostos. “A sinalização garante segurança e conforto aos turistas. É importante estar com essa sinalização pronta antes da Copa do Mundo”, disse o ministro.

   Elemento fundamental para motoristas e pedestres, especialmente aos que não conhecem a região que visitam, a sinalização deve informar sobre a distância, o percurso e existência de atrativos turísticos. “Já existe um modelo de placa, que segue padrões e recomendações internacionais”, afirma o diretor de Infraestrutura Turística do Ministério do Turismo, Neusvaldo Lima. Além das placas físicas, é possível fazer projetos de sinalização com totens iluminados, usando telas sensíveis ao toque, e promover a interação com celulares por meio de transmissão de dados digitais.

Distribuição dos recursos

   No Sudeste, os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro receberam um total de R$ 5,5 milhões. A sinalização turística será implantada nas principais cidades históricas mineiras, como Congonhas, Diamantina, Mariana, Ouro Preto, Sabará e São João Del Rei.

Fonte: email enviado pelo professor Cristiano Casimiro

 

domingo, 28 de julho de 2013

Um santo para Francisco*

Alfredo Durães

    Ontem, pouco depois das 14 horas, o escultor e entalhador Hélio Petrus, de Mariana, recebeu um telefonema com uma notícia que é um marco em sua vida. A ligação veio da redação do Estado de Minas e informava a ele, em primeira mão, que uma de suas imagens de São Francisco de Assis acabava de ser entregue ao papa Francisco, em cerimônia no Palácio São Joaquim, sede da Arquidiocese do Rio de Janeiro, no Bairro da Glória, no Rio de Janeiro.

    A notícia pôs um ponto final numa história que começou há pouco mais de um mês, quando a Prefeitura de Ouro Preto, cidade vizinha, o procurou. Representantes das áreas de turismo e cultura ouro-pretanas tinham como missão enviar ao Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur) uma imagem de São Francisco que seria dada de presente ao papa.

    Com 55 centímetros de altura e cerca de 1,5 quilo, a peça foi batizada de São Francisco em êxtase, “pois mostra um santo mais alegre, em júbilo, quase levitando”, descreveu o artista.

    Petrus, de 70 anos, é santeiro e entalhador desde os 25. “Há 45 anos tenho São Francisco de Assis e Nossa Senhora do Rosário como os principais alvos de meu trabalho. Por isso, fiquei contente quando fui procurado, ainda mais sabendo que a imagem seria dada ao papa Francisco, a quem admiro muito. Porém, entreguei a peça e não tive mais notícias”, disse. Agora, Petrus disse estar “imensamente gratificado e honrado, além, é claro, de bastante emocionado”.

    Hélio Petrus produz esculturas em estilo barroco inspiradas nas obras de Aleijadinho e de outros artistas do século 18. Suas peças, entalhadas em cedro rosa, têm cores suaves e pátina em diversas tonalidades, além de policromia folheada a ouro. Suas obras estão espalhadas pela Europa, Estados Unidos e Ásia, e seu ateliê no Centro Histórico de Mariana é aberto para visitantes.

    A imagem foi entregue ao papa pelo presidente da Embratur, Flávio Dino. Ele explicou que o gesto pretende também divulgar a cultura brasileira e homenagear os artistas sacros do país. “O turismo religioso é um importante nicho do turismo cultural no Brasil. Além dos incontáveis roteiros religiosos, como Aparecida, em são Paulo, e o Círio de Nazaré, no Pará, existem muitas obras sacras e igrejas que atraem o público estrangeiro”, disse Flávio.

*Fonte: jornal “Estado de Minas”, de 27.08.2013.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Políticos não largam o osso

Segundo a opinião sarcástica e bem humorada do jornalista José Roberto Guzzo, nenhum partido, em nenhuma democracia do mundo, entra numa eleição para perder. Não quer trocar seu osso com ninguém, quando está no governo – e quando está fora não quer trocar nada, e sim tirar o osso de quem está dentro. O Brasil, é claro, vive segundo essa mesma regra. Mas, a história, aqui, é muito mais quente, porque o osso em disputa é muito maior. Perder uma eleição lá fora é ruim – mas no fim é apenas isso, uma derrota. Aqui não. Se o PT perder a eleição presidencial de 2014, seja com a presidente Dilma Rousseff ou com o ex-presidente Lula, vai haver um terremoto na vida pessoal de dezenas de milhares de pessoas, possivelmente muito mais, a começar por seus bolsos. No caso, iriam embora o governo, os anéis e os dedos.

É disso, e só disso, que se trata. Mas o que está valendo mesmo, no jogo a dinheiro, é a corrida de uma multidão de gente para salvar o próprio couro. Até dois ou três meses atrás, esse era um problema inexistente: o governo tinha certeza que Dilma “estava eleita já no primeiro turno”. Mas a coisa mudou de repente, e o medo de perder invadiu o PT e a base aliada. Já apareceu um “volta Lula”, tramado no escuro por ele mesmo, para desmanchar a candidatura de Dilma à reeleição; e os aliados, assim que sentiram o primeiro cheirinho de pólvora no ar, voltaram ao bazar de compras e venda de seu apoio.

As perdas materiais, aí, envolvem gente que não acaba mais. . Quantos serão? É difícil saber ao certo. Entram, logo de cara, além dos 39 ministros que pretendem estar no próximo governo, perto de 25 000 funcionários de “confiança” nomeados livremente pelo presidente e sua turma – aos quais se devem somar os empregos que podem dar nas empresas estatais.

Some-se a isso a grossa maioria dos 594 deputados federais e senadores, e a miudeza política que sobrevive nos subúrbios mais distantes do poder central. Não se pode esquecer, é claro, todo o mundo multibilionário e opaco dos fundos de pensão gerenciados pelo PT e chefes sindicais – adicione-se a eles, aliás, a nata do mundo sindical petista. Multiplique-se, enfim, tudo isso pelo número de parentes, amigos, amantes, sócios etc. dessa turma, e já estamos falando numa quantidade de gente na casa dos seis algarismos. O leitor fica convidado a fazer sua conta pessoal, concluiu o jornalista.

Respeitando as devidas proporções, qualquer semelhança com o que acontece em todo o Brasil com os costumes nada republicanos de políticos marianenses, jornalista José Roberto Guzzo, é apenas uma mera coincidência...

terça-feira, 23 de julho de 2013

Papa Francisco no Brasil

Jornada Mundial da Juventude começa hoje; papa tem agenda livre. Missa às 18h na Praia de Copacabana, que será celebrada por dom Orani Tempesta, abrirá oficialmente o evento.

Após a chegada do papa Francisco ao Brasil, nesta segunda-feira, começa hoje, terça-feira, oficialmente, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). A missa de abertura do evento será celebrada pelo arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, a partir das 18h, na Praia de Copacabana. A agenda do papa prevê que hoje, a princípio, ele descanse na residência da Arquidiocese, no Sumaré, onde ficará hospedado durante sua estada na cidade. A Secretaria Executiva do Comitê Organizador Local da JMJ não descartou, porém, mudanças na programação. Pela manhã, Francisco postou no Twitter uma mensagem de agradecimento à sua recepção no Rio. "Obrigado a vocês todos e a todas as autoridades pela magnífica acolhida em terra carioca".

Lançamento de selo postal
Logo depois da celebração em Copacabana, os Correios farão o lançamento de um selo em homenagem ao papa Francisco. O selo traz, em primeiro plano, a imagem do sumo pontífice no gesto de emissão de bênção, tendo, ao fundo, a representação da Baía de Guanabara e, à esquerda, o monumento do Cristo Redentor. Serão emitidos 1,2 milhão de selos, com preço de 1,80 real por unidade. As peças poderão ser compradas na loja virtual, na Agência de Vendas a Distância ou nas agências dos Correios.

Encontro "Jovens e Cultura da Paz
A JMJ também promove nesta terça-feira, em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), um debate sobre o papel da juventude no desenvolvimento sustentável e da paz. O encontro “Jovens e Cultura da Paz” ocorrerá no prédio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), onde funcionam os consulados das delegações internacionais durante a jornada. As discussões terão a participação do enviado especial do secretário-geral da ONU para a Juventude, Ahmad Alhendawi.

Fora do roteiro
O papa Francisco chegou ao Rio de Janeiro na segunda-feira, recepcionado por uma multidão calorosa. Teve o primeiro contato com os brasileiros na rua, como queria. Mas a segurança não conseguiu mantê-lo dentro do roteiro proposto, como se previa. O líder máximo da Igreja Católica desvencilhou-se rapidamente da fila de autoridades na Base Aérea do Galeão, embarcou em um carro sem requinte e percorreu o caminho até o Centro. De vidros abertos, o primeiro papa latino-americano acenava o tempo todo, e manteve a janela abaixada até nos momentos em que uma pequena multidão se espremia para enxergá-lo dentro do Fiat Idea. Com mais sorte que planejamento, o deslocamento do pontífice se deu sem problemas no início.

Congestionamento
No trajeto até o Centro, contudo, pela pista lateral da Avenida Francisco Bicalho, onde estava a multidão, ele foi saudado e acabou preso em um congestionamento. O caminho não era o previsto pelas autoridades de segurança, mas acabou sendo adotado na hora com aval da Polícia Federal. A partir da Catedral Metropolitana, Francisco seguiu no papamóvel, para um rápido passeio até o Theatro Municipal e, de lá, novamente no Fiat até o Aeroporto Santos Dumont, de onde foi levado de helicóptero para o Palácio Guanabara, sede do governo do estado. Através de seu porta-voz, o pontífice afirmou, logo depois de se retirar para a Residência Assunção, que não ficou assustado com o assédio da multidão.

Confronto
O clima se manteve pacífico até as 19h45. No momento exato em que o papa chegava à Residência Assunção, no Sumaré, para pernoitar, começou o confronto entre manifestantes e policiais nas imediações do Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador estadual que passa por reformas. Foram lançadas bombas de efeito moral e houve correria e lançamento de duas bombas caseiras de um grupo em direção à PM. Pelo menos um policial sofreu queimaduras e foi levado para um hospital próximo.
Manifestantes, também foram detidos, acusados de incitar violência, mas liberados pouco depois, diante de gritos à porta da delegacia. No fim da noite, a Polícia Civil enviou um balanço informando a prisão de duas pessoas, a apreensão de um menor e a autuação de outras cinco pessoas na 9ª DP (Catete). Houve, ainda, a apreensão de onze coquetéis molotov.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Arcebispo versus Oficial Militar

Segundo versão dada por pessoas que testemunharam os fatos, no dia 16 de julho, Dia de Mariana e de Minas, antes da celebração da Missa Solene, um oficial militar procurou o pároco da igreja de Nossa Senhora do Carmo e determinou que ele fechasse as portas da igreja não permitindo que os fieis nela entrassem, pois ele queria entrar no templo para instalar na torre equipamentos que pudessem monitorar o comportamento das pessoas que iriam assistir às solenidades na Praça Minas Gerais com o propósito de evitar qualquer tentativa de manifestação popular durante as cerimônias do Dia de Minas.
O pároco recusou obedecer às ordens do oficial militar, que então o obrigou a assinar um documento constatando o ato de recusa de cumprir as ordens do militar.
Nesse momento, chega à porta da igreja para a celebração da missa o arcebispo de Mariana Dom Geraldo Lyrio Rocha que, em rápido e ríspido diálogo com o oficial militar não só deu respaldo ao pároco, como também o convidou a retirar-se do adro da igreja. O oficial ainda retrucou dizendo que igreja era um bem público, mas o arcebispo contestou dizendo que a igreja pertencia a arquidiocese, um bem particular e não público. Terminada a missa, o arcebispo contou os fatos para as pessoas que estavam assistindo à cerimônia religiosa, quando então foi longamente de pé ovacionado pelos presentes.
Nos últimos anos, o governo do Estado, que é responsável pela realização das solenidades do Dia de Minas Gerais, tem tomado muitas atitudes erradas e exageradas impedindo que o povo ordeiro e civilizado de Mariana participe das solenidades cívicas e religiosas, temendo suposta manifestação popular que, na verdade, não houve.
A exemplo do arcebispo, os políticos de Mariana, nossos representantes, precisam também protestar contra essa discriminação de obrigar o povo, se quiser assistir à cerimônia, a fazer cadastramento prévio e ainda por cima ser obrigado a sofrer vexame e humilhação de passar por uma revista do detector de metais para saber se estamos armados ou não. Um absurdo. O povo de Mariana não merece isso!

Pela transparência na Câmara Municipal de Mariana*

No site da Câmara de Ouro Preto você consegue acessar todo movimento financeiro da Câmara e da verba indenizatória dos vereadores, num clique sabe como e com o que estão gastando dinheiro dos nossos impostos. Isso já é prática em todas as Câmaras e Assembleias do Brasil onde os vereadores e deputados recebem verba indenizatória. Inclusive é lei!

O site da Câmara de Mariana não traz nenhum dado a esse respeito, apesar de ser muito bem feito, criado ano passado quando era o presidente da Câmara o Vereador Sr. Geraldo Sales de Souza, Bambu, que segundo nossas informações pagou por este site a quantia de vinte mil reais! Então se tem um excelente site e a ferramenta para divulgar as verbas indenizatórias dos vereadores de Mariana por que não é usado para que todos possam ver?

Enviamos pergunta ao atual presidente da Câmara Vereador Sr. Bruno Mol Crivellari se o site da Câmara iria revelar os gastos dos vereadores e da Câmara, mas até o fechamento desta edição não foi enviada resposta. Talvez porque os vereadores já estejam de recesso parlamentar durante o mês de julho. Aguardamos então, pois é imperioso hoje que haja clareza no trato dos negócios públicos.

*Editorial do jornal “O Espeto” nº 208 – 1ª Semana de Julho de 2013.

Meu comentário: não só a Câmara como também o município de Mariana, parece, não publicam também o quanto ganham de vencimento o prefeito, o vice-prefeito, os vereadores, bem como os secretários e funcionários públicos municipais comissionados ou não. Não se sabe a quantidade de funcionários públicos existente no município, seja por concurso público ou por nomeação política, o valor das despesas com verbas de representação, diárias, aluguel de veículos e gabinetes. É uma verdadeira caixa preta.
Seria muito útil e saudável para os contribuintes marianenses se o Ministério Público tentasse abrir essa caixa preta acabando de vez com este contumaz descumprimento da Lei da Transparência por parte de políticos marianenses detentores de mandatos eletivos.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

O neobarroco de Hélio Petrus



Hoje, dia 12 de julho, sexta-feira, às 20h30, no salão nobre da Casa de Cultura - Academia  Marianense de Letras, rua Frei Durão, 84, Centro Histórico de Mariana, será aberta a exposição “O NEOBARROCO DE HÉLIO PETRUS”. Embora tardia a vocação de Hélio Petrus para a arte do entalhe, ele se consagrou como grande ícone na arte sacra. Seu trabalho é reconhecido como neobarroco, além de ser professor e descobridor de talentos.
Homem culto, amável e de muita fé, assim é conhecido o mestre do entalhe de Mariana, Hélio Petrus Viana, 70 anos.  Nasceu em Felipe dos Santos, povoado distante 50 Km de Mariana, para onde foi ainda criança residir, fazer o curso primário e depois o seminário. Ele se inspira em obras dos mestres Aleijadinho, Vieira Servas e Manoel da Costa Ataíde para produzir seus trabalhos, cujo tema preferido é a Arte Sacra.
Petrus já esculpiu obras famosas como a Madona de Cedro, que a Rede Globo de Televisão usou para filmar a minissérie de mesmo nome em 1994. Tem realizado obras para a ornamentação de capelas e igrejas e para acervo de colecionadores particulares como a capela do padre cantor, Fábio de Melo.
Sua mais nova alegria é saber que o Papa Francisco que virá ao Brasil neste mês, receberá como presente, um São Francisco esculpido por ele, Petrus. É mais um coroamento do seu grande êxito. Para o presidente da Casa de Cultura-Academia Marianense de Letras, Roque Camêllo, “Hélio imprime em suas obras o caráter espiritual de sua própria vida plasmada em suas raízes familiares e entre as paredes do tradicional Seminário de Mariana, ícone da sabedoria e da religiosidade. É fruto também deste cenário vivo da cultura que são nossas cidades Históricas. Agora, Hélio vai para o Vaticano com seu São Francisco como já foi para o mundo com suas mãos abençoadas”.
Quando se deu, em 1999, o incêndio do Santuário do Carmo de Mariana, foi contratado para produzir réplicas de imagens consumidas pelo fogo. Seus trabalhos se encontram em vários estados brasileiros e em outros países como Portugal, França, Bélgica, Itália, Suíça, Japão e Estados Unidos.
A vocação artística se despertou somente aos 25 anos, quando cursava Letras. A partir deste momento, passou a estudar e conhecer o barroco com mais profundidade, principalmente a obra de Aleijadinho, Vieira Servas e Atayde, os grandes artistas mineiros do século XVIII.
 A descoberta da obra desses mestres inigualáveis, ali tão perto, fê-lo se encantar com a beleza barroca e se apaixonar pela arte. Sentiu-se motivado e começou a executar os primeiros trabalhos, os querubins, e a produzir certos detalhes que via nas igrejas marianenses. Anos mais tarde, aprofundou seu estudo sobre o barroco europeu, principalmente o italiano. Com isto, passou a utilizar tons mais claros denominados pátina. Petrus afirma que “procura tirar aquela densidade dramática e sofrida dos santos do barroco do século XVIII para torná-los mais alegres e joviais. Como por exemplo, os meus Sãos Franciscos trazem pássaros e não a caveira, algo comum, aliás bem usual, nas mãos do São Francisco das nossas igrejas setecentistas. Nas talhas, também as virgens e as madonas são geralmente jovens alegres. Por isto, meu trabalho é denominado neobarroco”.
Para a doutora em história Roselli Santaella, “o trabalho de Petrus é classificado como neobarroco, que apresenta um estilo genuíno com densa diversidade. Cada anjo tem o rosto próprio cujo entalhe traz uma encarnação sempre diferente”.
Hoje, Petrus tem um rico acervo de obras barrocas e o ateliê, no Centro de Mariana, onde trabalham com ele jovens artistas. Ao longo destes anos, procurou identificar talentos partilhando com estes sua arte, orientando-os no aprimoramento do estilo barroco na talha e na escultura em madeira. Seus seguidores fazem questão de chamá-lo de mestre. Em sua simplicidade afirma: “Foi uma gratificação muito grande esta inspiração que eu tive em associar a meu trabalho talentos jovens”. Sendo a obra na madeira demorada porque exige paciência e precisão no corte do entalhe, Petrus associou jovens habilidosos ao seu trabalho. Assim, conseguiu três coisas: primeiro o aprimoramento, depois uma produção suficiente para fazer exposições e uma terceira dar oportunidade e incentivar os aprendizes. Segundo o artista “não basta ter apenas habilidade, é necessário muita aplicação”.
O curador de arte e atual presidente do Instituto Brasileiro de Museus IBRAM, Ângelo Oswaldo, disse que “Hélio Petrus descende dos esplêndidos autores que tornaram a ornamentação dos retábulos e das naves do século do ouro a viagem delirante a um universo de formas encantadas. Sabe como acumular a riqueza dos detalhes e alcançar as nuanças que o cedro sugere. Madonas, anjos e arcanjos circunvolam em cirandas de nuvens. À frente de uma legião seráfica, Francisco de Assis conversa com os pássaros e se eleva, em êxtase, para o voo sublime”.
O turista que vai a Mariana se extasia diante de igrejas e monumentos do século XVIII, mas sua visita será mais completa se conhecer Hélio Petrus e seu ateliê ali na rua Dom Silvério, que o povo continua chamando rua Nova porque foi a última a ser construída quando Dom João V mandou planejar a cidade, em 1745. No meio desse ambiente de História e vizinho de nomes comuns da antiga Vila do Ribeirão do Carmo como Atayde, Aleijadinho, Servas e outros, é que vive Hélio Petrus, um nome do presente que o futuro incluirá entre aqueles. Já consagrado, não perde a simplicidade, o bom humor e a fidalguia em receber, com um sorriso constante e um coração generoso todos que o procuram.
Marlene Maia, presidente do Movimento Renovador de Mariana afirma: “O artista não tem pátria porque a arte é universal, mas Hélio Petrus não tem como negar sua obra revela a alma e o sentimento de Mariana”.
A acadêmica e especialista em História da Arte e especialmente em arte barroca professora. Regina Almeida afirma que: “A arte de Hélio Petrus transporta o céu para a terra e nos conduz, da terra, ao céu. É arte que enleva e eleva!
O evento integra as comemorações do cinquentenário da Casa de Cultura-Academia Marianense de Letras fundada em 1962 por intelectuais mineiros como Waldemar de Moura Santos, Pedro Aleixo, Alphonsus de Guimaraens Filho, Salomão de Vasconcelos, José Mesquita de Carvalho, Cristóvão Breyner, Wilson Chaves, Dom Oscar de Oliveira, Marly Moysés, Maria Teixeira e outros.
A exposição ficará aberta ao público de 13 a 31 de julho, diariamente, das 9h às 18h.
* Merania Oliveira: Curadora da exposição “Neobarroco de Hélio Petrus”.