sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Migração de rádio AM para FM


Através de decreto, a partir de 7 de novembro de 2013, as emissoras de rádio que operam na faixa AM poderão migrar para a faixa FM. Essa medida atende a demanda antiga do setor de rádio, principalmente de emissoras do interior, e vai permitir melhoria da qualidade do sinal dessas rádios. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) avalia que 90% das 1,8 mil rádios comerciais AM se transfiram para a frequência FM. As emissoras de rádio AM com sinal de FM poderão ser sintonizadas em aparelhos celulares e tablets.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, informou que o decreto prevê que as emissoras AM interessadas na migração vão poder requerê-la a partir de 1º de janeiro de 2014. Em seguida, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vai fazer estudos para avaliar a viabilidade da transferência.
“Sabemos que na maioria das localidades é possível fazer a transferência, mas em grades centros pode haver dificuldade”, disse o ministro. Segundo ele, em locais onde não haja espaço disponível, o governo vai usar as frequências dos canais 5 e 6 da TV para atender aos pedidos de migração. Isso, porém, só deve acontecer após a conclusão do processo de digitalização da TV aberta.
Bernardo disse ainda que as rádios têm papel importante para informação da população, principalmente nas pequenas cidades. E que o governo tem interesse em expandir a radiodifusão no país, mas com qualidade, por isso a importância do decreto que permite a migração.
Nos últimos anos as rádios AM, devido à baixa qualidade do sinal, perderam ouvintes para as FM. O decreto assinado nesta quinta vai permitir padrão similar de qualidade na prestação de serviço a todas as emissoras.
Esta é uma medida justa, que valoriza o pequeno radiodifusor, pois 79% das rádios AM têm até 5 Kw de potência, a grande maioria localizadas em cidades de pequeno e médio porte.

Prazo para migração

O ministro das Comunicações Paulo Bernardo disse que, nos locais onde houver espaço disponível, o processo de migração das rádios AM para FM deve levar entre 8 meses e um ano. Ele avaliou que, das 1,7 mil emissoras que devem pedir a transferência, 2/3 se encaixam nesse perfil.
O presidente interino da Anatel, Jarbas Valente, estimou, porém, que deverá haver alguma dificuldade de migração em pelo menos mil cidades brasileiras – grandes centros e os municípios ao redor deles, onde o espectro já está saturado.
Onde não houver disponibilidade, a transferência deve ser completada apenas entre 2016 e 2018, prazo de conclusão da digitalização da TV aberta, quando as rádios AM poderão então ocupar o lugar nos espaços dos canais de TV.
Bernardo disse ainda que o decreto irá garantir às rádios AM potência suficiente para manter, após a migração para a faixa FM, a mesma área de cobertura de sinal – as ondas de rádio AM têm alcance maior que as de FM, por isso a necessidade de uma potência maior para conseguir a mesma cobertura.

Mudanças técnicas

Para migrar à faixa FM, as rádios AM vão ter que trocar seus sistemas de transmissão de sinal, que inclui transmissores, antenas e equipamentos auxiliares. O investimento médio previsto é de cerca de R$ 85 mil para cada emissora. O governo deve oferecer financiamento ao setor.
A troca dos equipamentos é necessária porque as rádios AM funcionam em uma frequência de 525 KHz, no início do espectro, enquanto as rádios FM operam em 88 MHz. As ondas de rádio emitidas pelos transmissores AM são consideradas de tamanho médio, com alcance maior que os de FM, que têm ondas curtas. Portanto, a diferença técnica entre uma e outra está na propagação dessas ondas.

Meu comentário

Antes da instalação de uma emissora de rádio FM aqui em nosso município, os marianenses tinham o privilegio de sintonizar, com muita nitidez, emissoras de rádio do Rio e de São Paulo. As mais ouvidas em Mariana, entre outras, eram as emissoras de rádio Record e Bandeirantes de São Paulo e a Globo, Tupi, Continental e Mundial do Rio de Janeiro.
As emissoras de radio AM mineiras, tanto no passado, como no presente, apesar de instaladas em Belo Horizonte, muito próximas daqui, nunca pegaram bem em Mariana. A rádio Itatiaia de Belo Horizonte, por exemplo, só pega bem em Mariana, por causa do link que ela faz com sua co-irmã de Ouro Preto, pois diretamente só através do canal 411 da SKY.
Frequências como as da rádio AM estão mais sujeitas a sofrerem interferência de equipamentos de rádios FM, sons, como eletrodomésticos, fábricas, linhas de transmissão e até o barulho produzido por veículos. Por isso o sinal dessas emissoras tem uma qualidade inferior à das FM.
Oxalá que, daqui a um ano, os marianenses saiam dessa situação incômoda de ter que ouvir compulsoriamente apenas duas emissoras AM/FM, e, como era antigamente, tenham novamente o privilegio de sintonizar e ouvir muitas emissoras de rádio de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, as três mais importantes capitais do país próximas de Mariana.