sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Posse de Márcio Vasconcelos na Academia

Márcio Valadares Vasconcelos toma posse na Academia Marianense com homenagem ao benemérito Raul Bernardo Nelson de Senna

A Casa de Cultura-Academia Marianense de Letras empossa o escritor e poeta MÁRCIO NOGUEIRA VALADARES VASCONCELOS na Cadeira Nº 31 cujo Patrono é NELSON COELHO DE SENNA. O titular anterior foi RAUL BERNARDO NELSON DE SENNA, grande benemérito da Academia. A solenidade será hoje, 19 de dezembro, às 19h30, na sua sede, rua Frei Durão nº 84,Centro Histórico.
O acadêmico, jornalista GUSTAVO NOLASCO, fará a saudação ao recipiendário.
O advogado Márcio Vasconcelos nasceu em Belo Horizonte. É descendente de marianenses como Dona Joaquina de Pompéu e de Diogo de Vasconcelos. É sobrinho neto do político Benedito Valadares e casado com Joana D’Arc, filha da marianense Maria Zadra, de Passagem de Mariana.
Além de sua formação jurídica, domina diversos idiomas. Concluiu licenciatura em Inglês pela FAFICH da UFMG, após aprovação em exames de proficiência pelas Universidades de Cambridge (Inglaterra), Michigan e Illinois (Estados Unidos). Foi professor do ICBEU, Yazigi e em cursos preparatórios para vestibular, em Belo Horizonte, na década de setenta. Durante sua vida internacional, adquiriu amplos conhecimentos de italiano, francês, alemão e espanhol. Sua longa experiência pela Europa, Estados Unidos e Oriente lhe deu uma visão abrangente do direito internacional e da política mundial.
Em 1979, aceitou o desafio de trabalhar na consultoria jurídica da Construtora Mendes Junior no Iraque. Logo depois, eclodiu a guerra Iraque-Irã que Márcio vivenciou, por oito anos. Em seguida, deu-se a crise do Golfo, de 1990, culminando em conflito com os Estados Unidos e aliados. Enfrentou desafios profissionais e viagens a diversos países pela empresa. Esta movimentada trajetória se deu dentro do contexto quando residiu no Iraque trabalhando com outros brasileiros que fizeram história nas terras mesopotâmicas. Dois dos seus filhos têm a marca da história universal porque como diz “são nascidos às margens do Rio Eufrates cujas águas a Humanidade bebe, há milênios”.
De sua autoria, “No Iraque, hoje, basta estar vivo” foi matéria de primeira página do caderno internacional do Jornal do Brasil, de 07 de outubro de 1990, com chamada de capa em destaque com o título Carta de Bagdá.
Seu “Para Sempre Bagdá” revela momentos marcantes da história contemporânea do Iraque, com mensagens e reflexões de alcance universal, sem ser mero livro de história. Descortina tradições islâmicas e aspectos culturais, políticos e ideológicos em guerras de Saddam Hussein. São estórias dentro da História, dela inseparáveis. Ficção e não ficção se mesclam, em perfeita harmonia. O autor se projeta como narrador e protagonista de fatos vividos, não raro ao lado de personagens que parecem reais, sem desprezar o tempero da fantasia e do humor, na dose certa, para tornar gostosa a leitura da obra. Além de suas inserções na História, fazendo o registro de fatos por ele testemunhados, Márcio Vasconcelos transita pelo universo poético com seu livro “Poesias dos meus sessenta”.
Na sessão de posse do escritor Márcio Vasconcelos, a Academia Marianense de Letras prestará homenagem ao falecido acadêmico Raul Bernardo Nelson de Senna, benemérito da Instituição, que, como Secretário de Governo do então Governador Israel Pinheiro, conseguiu a desapropriação e a doação do imóvel, sede da Academia, em 1969. Este solar foi a primeira Intendência de Minas durante parte do século 18.
Nos anos sessenta, além de o proprietário desejar vendê-lo, encontrava-se o imóvel em precárias condições, sujeito a possível desabamento. Para que isto não acontecesse, procurou-se a intervenção do Secretário de Governo Raul Bernardo Nelson de Senna.
O secretário, que tinha raízes marianenses como neto de Maria Emília Gomes Cândido, por sua vez descendente do juiz e político Antônio Gomes Cândido, atendeu aquele pedido. Assim, em 18 de julho de 1969, o Governador Israel Pinheiro, acompanhado de Raul Bernardo, de outros Secretários de Estado e do Ministro Mário Andreazza, entregou solenemente o histórico solar à Academia Marianense de Letras que, em 2014, completou 52 anos de fundação.
Os integrantes da ACADEMIA INFANTOJUVENIL DE LETRAS, sob a coordenação da Acadêmica professora. Hebe Rola, prestarão homenagem à memória do Dr. Raul Bernardo e ao novo acadêmico Márcio Valadares Vasconcelos.
Roque Camêllo, Presidente

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Restauração da Catedral e Órgão da Sé de Mariana - 30 Anos!

                                               Restauração da Catedral e órgão da Sé de Mariana


Memória artístico-cultural

Mariana comemora nos dias 8 e 9 de dezembro de 2014 os 30 anos da restauração da Catedral Basílica da Sé e de seu famoso órgão Arp Schnitger.
Justo preito de gratidão e louvor
Na ocasião, o então benemérito Arcebispo de Mariana, Dom Oscar de Oliveira, escreveu a seguinte carta de agradecimento.

"Nesta formosíssima data, em que é esplendidamente reinaugurado o quase tricentenário Órgão da Sé-Catedral da primeira Diocese das Minas Gerais, também ela totalmente restaurada, cumpre-me o grato dever de, em nome da Arquidiocese de Mariana, render o preito de perenal agradecimento a todas as Entidades e Empresas que, generosamente, colaboraram nas obras de restauração e festividades.
Porém, muito especialmente, cabe-me a alegria de relevar a decidida cooperação da CEMIG, através de tantos de seus funcionários, dentre os quais o então Exmo Sr. Presidente Dr. Francisco Afonso Noronha, a quem confiei, em 1978, a coordenação das obras de restauração, bem como o Exmo atual Presidente da CEMIG, Dr. Mário Penna Bhering, que, nobremente, ofereceu todo apoio desta grande empresa ao antigo Presidente, para que se concretizasse a beleza deste imortal evento.
Mariana, 08 de dezembro, festa de Nossa Senhora da Conceição de 1984.
Dom Oscar de Oliveira, Arcebispo Metropolitano de Mariana".

Histórico
Em 31 de agosto de 1978, Dr. Francisco Afonso Noronha recebe de Dom Oscar de Oliveira a honrosa incumbência de promover a restauração da Igreja Catedral e de seu órgão barroco, ambos de grande tradição histórica, religiosa e cultural. No final de 1978, o órgão voltaria para Hamburgo para consertar, instrumento que em 1701 saíra das oficinas do mestre Arp Schnitger para Mariana. Lá para conserto o órgão permaneceu durante seis anos.
Em convênio assinado com a Arquidiocese, o IPHAN ficou encarregado de restaurar o templo, enquanto o CECOR – Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da UFMG ficou encarregado da restauração da caixa do órgão. Em 1° de outubro de 1984, chega a Mariana, para montagem, o órgão da Sé.
Finalmente, no dia 8 de dezembro de 1984, o velho órgão da Sé, emudecido desde 8 de dezembro de 1937, há 47 anos, voltou a funcionar.

Concerto de Mariana
Nos dias 8 e 9 de dezembro de 1984, na Catedral Basílica da Sé de Mariana, tivemos duas memoráveis apresentações da Orquestra Brasileira de Câmara e Coro, regido pelo maestro suíço Michel Corboz, além do protagonista da festa o famoso órgão Arp Schnitger tocado pelo organista francês, Francis Chapelet.
Recebendo um convite pessoal do saudoso e benemérito arcebispo de Mariana, Dom Oscar de Oliveira, tive a honra e o privilégio de assistir aos dois maravilhosos concertos. A orquestra e coro eram constituídos por músicos e cantores de diversas nacionalidades de renome internacional. Para se ter noção da grandiosidade artístico-cultural dos dois concertos, a orquestra era composta por 12 violinistas, 4 violeiros, 4 violoncelistas, 2 contrabaixista, 2 oboístas,1 fagotista, 2 trompistas, 1 trompetista e 1 cravista. O coro era constituído por 12 sopranos, 11 contraltos, 8 tenores e 10 baixos.

Programa das comemorações
Dia 8 de dezembro de 1984, Missa Solene, às 10 horas, na igreja da Sé
Missa em Fá Maior de José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita.
Kyrie/Glória/Credo/Sanctus/Benedictus/Agnus Dei
Solistas
Brigitte Fournier, soprano
Brigitte Balleys, contralto
Marcos Thadeu, tenor
Jaques Bona, baixo
Orquestra e Coro sob a regência de Michel Corboz

Dia 8 de dezembro às 19 horas
Dia 9 de dezembros às 20 horas – Catedral da Sé de Mariana
Concerto (1ª Parte)
J.E. Lobo de Mesquita
Ladainha in Honorem Beatae Mariae Virginis
G.F. Haendel
Concerto em Fá Maior n° 4 para órgão e orquestra
Solista: Francis Chapelet (órgão)
J. S. Bach
Cantata BWV 69 para contralto
Órgão, Coro e Orquestra
Solistas: Brigitte Balleys, contralto
Francis Chapelet, órgão
Concerto (2ª Parte)
J. S. Bach
Concerto Duplo em Ré para violino, oboé e orquestra
Solistas: Maria Vischnia (violino) e Manfred Clement (oboé)
J. S. Bach
Cantata BWV 10 para Vozes Solistas – Coro e orquestra (“Minha Alma Glorifica o Senhor”) – Coro/Ária/Recitativo/Ária/Dueto/Recitativo/Coro
Solistas: Helle Hinz, soprano – Brigitte Balleys, contralto – Marcos Tadeu, tenor e Jacques Bona, baixo
Antonio Vivaldi
Salmo n° 111 “Beatus Vir”, para Solistas, Dois Coros e Duas Orquestras
Solistas: Brigitte Fournier, soprano – Jacques Bona e Amaro Soren, baixo
Regencia: Michel Corboz

Recital de Órgão
Dia 09 de dezembro de 1984 – às 17 horas
Programação: composições musicais de Pedro Araújo, Francisco Correa de Arauxo, Antonio Mestres, Nicolas de Grigny, Dietrich Buxtehude e J. S. Bach.
Ao órgão: Francis Chapelet, organista titular da Igreja de Sant Séverin em Paris.

Observação: após alguns meses da histórica restauração da Sé e do órgão, os organizadores das festividades lançaram um álbum contendo dois discos de vinil, long-play, dupla face, além de um opúsculo contendo dados técnicos, históricos, artísticos e culturais sobre o órgão, composições musicais e seus autores e também sobre a restauração da igreja da Sé.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Restauração do Órgão da Sé

Fundação Cultural e Educacional da Arquidiocese de Mariana (FUNDARQ)

Celebração do 1º restauro do ÓRGÃO ARP SCHNITGER DA CATEDRAL DE MARIANA.
Em 08 de dezembro, completam-se 30 anos da primeira restauração do Órgão Arp Schnitger da Catedral de Mariana. Em 1984, após 5 décadas em silêncio, voltou a funcionar, apresentando-se, naquela solenidade, famosos organistas europeus com corais brasileiros.
Em 1978, o Arcebispo Dom Oscar de Oliveira pediu ao Governador de Minas, Aureliano Chaves, apoio para restaurar o Órgão, um presente de Dom João VI ao primeiro Bispado do Interior do Brasil, localizado em Mariana já elevada, em 1745, à categoria de cidade, recebendo o nome da esposa do mandatário português, Dona Maria Ana D’Áustria.
O Governador indicou o então presidente da CEMIG, Dr. Francisco Afonso Noronha, culto engenheiro e especialista em música clássica para que assumisse aquela empreitada. Com investimento de empresas coordenadas por Francisco Noronha, o instrumento foi levado para a Alemanha passando por ampla reforma nas oficinas de RUDOLPH VON BEKHERATH. Desde 1984, o Arp Schnitger de Mariana vem cumprindo extensa programação nas celebrações litúrgicas, além dos concertos regulares, didáticos e os internacionais.
Entre 2000 e 2002, com o patrocínio da PETROBRAS e outras empresas, foi realizada pela Bernhardt H. Edskes uma 2ª restauração visando alcançar o máximo da originalidade do instrumento, fabricado, em 1701, pelo célebre organeiro de Hamburgo, Arp Schnitger, o mesmo que Sebastian Bach contratava.

Hoje, domingo (7/12), às 12h, haverá um concerto comemorativo na Catedral quando a Fundação Cultural e Educacional da Arquidiocese de Mariana (FUNDARQ) homenageará os beneméritos da restauração do mais importante instrumento musical do Brasil, Dr. ANTÔNIO AURELIANO CHAVES DE MENDONÇA (In Memoriam) e Dr. FRANCISCO AFONSO NORONHA, inesquecível líder de sua realização.
A organista Eliza Freixo executará peças especiais com a participação do flautista MAURÍCIO FREIRE.
Ainda como forma de marcar as três décadas do primeiro restauro, os ingressos para alguns concertos do mês de dezembro terão preços simbólicos. As apresentações dos dias 12, 14, 19 e 21 de dezembro terão valor único de R$10,00 – inteira - e R$5,00 - meia entrada.
Esses concertos de dezembro são temáticos, com repertório natalino para órgão. Além das diversas variações de cantos religiosos e populares dos séculos XV a XVIII, obras chamadas de Pastorais que eram muito comuns, à época. Estas peças procuram recriar a atmosfera de paz na qual os pastores se encontravam quando receberam dos anjos a notícia do nascimento de Jesus. O público terá também a oportunidade de ouvir outro repertório natalino, os Noéis que são melodias francesas de origem popular.
Roque Camêllo
Diretor-executivo da Fundação Cultural da Arquidiocese de Mariana (FUNDARQ)