segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

É melhor ser ateu que católico hipócrita*


Papa Francisco faz criticas a condutas de membros da Igreja Católica
Em sermão anterior, o papa pediu que cardeais não agissem como “príncipes”

    O Papa Francisco criticou novamente alguns membros da Igreja Católica, sugerindo que é melhor ser ateu do que um dos “muitos” católicos que levam o que disse ser uma vida dupla e hipócrita.
Em comentários improvisados em sermão de missa privada matinal em sua residência, Francisco disse: “è um escândalo dizer uma coisa e fazer outra, isso é uma vida dupla”.”Existem aqueles que dizem “sou muito católico, sempre vou à missa, pertenço a isso e a essa associação”, disse o chefe da Igreja Católica Romana, que tem cerca de 1,2 bilhao de membros.
     Ele afirmou que algumas essas pessoas também devem dizer “minha vida não é crista, eu não pago a meus funcionários salários apropriados, eu exploro pessoas, eu faço negócios sujos, eu lavo dinheiro, (eu levo) uma vida dupla”.
 
     “Há muitos católicos são assim e eles causam escândalos”, disse. “Quantas vezes todos ouvimos pessoas dizerem se esta pessoa é católica, é melhor ser ateu”, afirmou o pontífice.
Desde sua eleição em 2013, Francisco disse frequentemente a católicos, tanto padres quanto membros não ordenados, para praticarem o que a religião prega. Em seus frequentes sermões improvisados, ele já condenou abuso sexual de crianças por padres como sendo equivalente a uma “missa satânica”, disse que católicos na máfia se excomungam e disse a seus próprios cardeais para agirem como se fossem “príncipes”.
Em menos de dois meses após sua eleição, ele afirmou que os cristãos devem ver ateus como pessoas boas.
Cartazes
 No ultimo domingo, o papa Francisco descreveu como “inimigos” aqueles que “falam mal de nós e nos caluniam”, ao mesmo em que assegurou que “a retaliação nunca leva à resolução de conflitos”.
Ele pediu para a população responder “com o bem” a série de cartazes e de sátiras que surgiram pelas ruas da Cidade do Vaticano nas últimas semanas, que denunciam uma suposta “tirania” do pontífice e protestam contra sua atitude de conceder o perdão aos divorciados e às mulheres que fizerem aborto.
*Fonte: jornal “O Tempo”, de 24.02.2017.