quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Objetos pessoais de Dom Oscar de Oliveira


Memória eclesiástica

     Em 4 de fevereiro de 2000, três anos após a morte de Dom Oscar de Oliveira, o maior benfeitor de Mariana de todos os tempos, o sobrinho dele, Estevão Vicente de Oliveira Resende, escreveu uma carta ao saudoso Antônio Manoel Pacheco Filho, então ministro da Ordem Terceira de São Francisco de Mariana.
 
     “Pouco tempo após a morte do muito querido e saudoso Tio Dom Oscar de Oliveira, organizei alguns volumes contendo objetos de seu uso como Padre, Cônego e Arcebispo da amada Arquidiocese de Mariana e levei ao então novo Diretor do Museu Arquidiocesano para que pudesse conservá-los e expô-los como peças pertencentes ao idealizador e fundador daquela importante Casa histórica e cultural.
    
     Agora, verifiquei que tais objetos não mereceram um espaço naquela Casa e encontravam-se acondicionados tal qual eu os havia entregues ao Sr. Diretor. Talvez a pobreza artística dos objetos não despertou maior interesse aos Organizadores do Museu, mas tinha comigo que, em razão de terem pertencido ao Fundador do Museu Arquidiocesano, guardavam motivos singulares e históricos para merecerem um pequeno espaço entre as muitas peças ali expostas e assim poderiam ser conservados e preservados para o futuro.
 
     Tomei, então, a liberdade de em nome dos familiares de Dom Oscar, solicitar de volta tais objetos e de muito bom grado e com satisfação redobrada, entrego-os, neste momento à Ordem Terceira de São Francisco de Assis de Mariana que prontamente demonstrou vivo interesse e entusiasmo em organizar um pequeno armário no Museu de São Francisco, com os objetos do saudoso 3° Arcebispo de Mariana.
 
     Nossa família ficará tranquila em saber que os objetos do querido Dom Oscar estarão zelosa e respeitosamente guardados e acessíveis a todos quantos queiram apreciá-los, talvez não pela beleza artística, mas muito mais por respeito, por terem guardado íntima proximidade com o velho Arcebispo que tudo fez pela honra, gloria e progresso de sua amada Arquidiocese, sediada na soberana cidade de Mariana, berço da evangelização e cultura mineira e estandarte de fé em todo o Brasil.
 
     Nosso sincero e comovido agradecimento pela acolhida nesta casa de São Francisco, onde um dia residiu o Cônego Oscar, de seus objetos que ora lhe passamos às mãos”.

Mariana, 04 de fevereiro de 2000.
Estevão Vicente de Oliveira Resende

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