sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Feriados e Pontos Facultativos em 2019


Governo federal publica lista de feriados e pontos facultativos nacionais em 2019
Lista não inclui datas comemoradas nos estados e também nos municípios
Pontos facultativos da administração federal em 2019. A lista não inclui feriados estaduais e municipais.
SAIBA MAIS
No próximo ano, os feriados que cairão no final de semana serão: Tiradentes (domingo), Independência ( sábado), Dia de Nossa Senhora da Aparecida (sábado) e Finados (sábado). Os demais vão cair em dias de semana.

A portaria, publicada pelo, Desenvolvimento e Gestão, diz que os dias de guarda dos credos e religiões, não relacionados, poderão ser compensados, desde que “previamente autorizados pelo responsável pela unidade administrativa do exercício do servidor.”

O texto diz ainda que o cumprimento dos feriados não deve trazer prejuízo da prestação dos serviços considerados essenciais e que caberá aos dirigentes dos órgãos e entidades “a preservação e o funcionamento dos serviços essenciais afetos às respectivas áreas. Em relação aos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal, eles ficam proibidos de antecipar ou postergar ponto facultativo.

Confira as datas:
1º de janeiro: Terça-Feira - Confraternização Universal (feriado nacional);
4 de março: Segunda-Feira - Carnaval (ponto facultativo);
5 de março: Terça-Feira - Carnaval (ponto facultativo);
6 de março: quarta-feira de cinzas (ponto facultativo até as 14 horas);
19 de abril: Sexta-Feira-Santa - Paixão de Cristo (feriado nacional);
21 de abril: Domingo -Tiradentes (feriado nacional);
1º de maio: Quarta-Feira - Dia Mundial do Trabalho (feriado nacional);
20 de junho: Quinta-Feira - Corpus Christi (ponto facultativo);
7 de setembro: Sábado - Independência do Brasil (feriado nacional);
12 de outubro: Sábado - Nossa Senhora Aparecida (feriado nacional);
28 de outubro: Segunda-Feira - Dia do Servidor Público (ponto facultativo);
2 de novembro: Sábado - Finados (feriado nacional);
15 de novembro: Sexta-Feira - Proclamação da República (feriado nacional);
24 de dezembro: Terça-Feira - véspera de Natal (ponto facultativo após as 14 horas);
25 de dezembro: Quarta-Feira - Natal (feriado nacional);
31 de dezembro: Terça-Feira - véspera de ano novo (ponto facultativo após as 14 horas)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Sob Temer, indulto passa de tradição a maldição


Josias de Souza

   Há um limite depois do qual uma tradição pode transformar-se em maldição. Nos últimos 30 anos, todos os presidentes submetidos à Constituição de 1988 exercitaram seus pendores humanitários por meio do indulto de Natal. Sob Michel Temer, o que parecia natural virou imoral, pois o ato de clemência foi estendido em 2017 a presos condenados por corrupção. Submetido a contestação judicial, Temer decidira não editar o decreto de indulto neste final de 2018. Diante de apelos da Defensoria Pública, voltou atrás. Espera-se que não se atreva a reincidir no escárnio.
 
   Graças a um pedido de vista do ministro Luiz Fux, o julgamento sobre o indulto decretado por Temer no ano passado continua em aberto no Supremo Tribunal Federal. A liminar anti-corruptos ainda está de pé. Mas se quiser encrespar, Temer pode reeditar em 2018 o mesmo indulto tóxico do ano passado. Afinal, já se formou no plenário da Suprema Corte uma maioria —seis votos num total de 11— a favor da tese segundo a qual o presidente tem poderes discricionários para regulamentar a concessão do indulto como bem entender.
 
   Se tiver restado a Temer um pingo de compostura, ele excluirá os corruptos da fila do indulto por bom senso, não por respeito aos prazos do Supremo. A corrupção no Brasil é uma endemia. Quem olha ao redor só enxerga podridão. Vale a pena listar, por eloquentes, alguns dos podres:
 
1) A seis dias de se tornar uma caneta sem tinta, o próprio Temer foi denunciado três vezes —duas por corrupção passiva e uma por obstrução de justiça. Responde a um inquérito. E há pedidos de abertura de mais cinco.
 
2) Geddel Vieira Lima, o ex-ministro que cuidava da coordenação política do governo Temer, foi em cana depois que a Polícia Federal estourou o bunker de Salvador, onde ele guardava R$ 52 milhões acondicionados em malas
 
3) Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Está preso há oito meses. A segunda condenação pode chegar junto com as águas de março. Dilma Rousseff, sua antecessora, foi enviada ao banco dos réus no inquérito batizado de "quadrilhão do PT."
 
4) Aécio Neves, o tucano que disputou a Presidência da República em 2014, encontra-se soterrado por suspeitas. Foi denunciado por corrupção passiva. O correligionário Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas, foi condenado e preso no caso do mensalão mineiro do PSDB.
 
5) José Dirceu, ex-chefão da Casa Civil de Lula, coleciona sentenças que somam quatro décadas de cadeia. Está solto graças a uma liminar da Segunda Turma do Supremo.
 
6) Dois ex-ministros da Fazenda da era PT estão encrencados na Lava Jato. Um, Antonio Palocci, é um corrupto confesso. Outro, Guido Mantega, está com os calcanhares de vidro sob holofotes.
 
7) Dois ex-presidentes da Câmara estão presos. Henrique Eduardo Alves (MDB-RN) foi premiado com uma transferência da cadeia para a prisão domiciliar. Eduardo Cunha, já condenado num dos inúmeros processos que responde, continua na tranca.
 
   Relator do processo sobre indulto no Supremo, o ministro Luís Roberto Barroso realçou outro flagelo da criminalidade oligárquica: "Ninguém assume os próprios erros e pede desculpas ao povo brasileiro. Todos alegam que estão sendo vítimas de perseguição política. Ou seja: não houve corrupção nem desvio de dinheiro. Foi tudo uma miragem, uma invenção de procuradores, juízes e da mídia opressiva."
   Barroso apimentou sua argumentação: "Uma razão para essa atitude, além de uma dose elevada de cinismo, é que as coisas erradas foram naturalizadas de uma tal maneira que as pessoas simplesmente perderam o senso crítico."
 
   Nesse contexto, qualquer decreto de indulto que incluísse no rol dos beneficiários da clemência presidencial os criminosos de colarinho asseado ultrapassaria em muitos quilômetros o limite depois do qual uma tradição transforma-se em maldição. Sem condições de dar continuidade à sua carreira política, Michel Temer inspiraria nome de rua. Assim como há a Rua Voluntários da Pátria, passaria a existir a Rua Traidores da Pátria.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Curto-Circuito elétrico na Rua Direita

Curto-circuito elétrico na Rua Direita

   Ontem, dia 19 de dezembro, quarta-feira, houve um curto-circuito num imóvel de propriedade da Prefeitura Municipal de Mariana, com inicio de incêndio que, felizmente foi prontamente debelado graças às providências tomadas pelos vizinhos moradores da tradicional Rua Direita situada no centro histórico de Mariana. Os imóveis ali localizados são geminados, ou seja, uns ligados a outros.
 
Qualquer inicio de incêndio ali é muito perigoso, pois poderá se propagar rapidamente através de um efeito dominó. Por causa desse incidente, a iluminação de Natal que foi colocada na frente dos imóveis foi desligada por ordem das autoridades municipais competentes.
 
Como minha família é proprietária de quatro imóveis comerciais e residenciais na Rua Direita, e temendo a ocorrência de um incêndio de grandes proporções, eu procurei as seguradoras dos bancos que operam em Mariana para fazer um seguro imobiliário. Todos recusaram a fazê-lo, segundo eles, por se tratar de área tombada pelo patrimônio seria um seguro de alto risco para eles. Contestei a versão deles dizendo que, durante duzentos anos, nada de incêndio aconteceu ali. Infelizmente, não consegui convencê-los a fazer o seguro.
 
Cabem às autoridades municipais e estaduais envidar esforços no sentido de convencer as seguradoras a assinar contratos com proprietários localizados no centro histórico de Mariana e criar um Corpo de Bombeiros e que os imóveis localizados no centro de Mariana tenham perto deles os indispensáveis hidrantes. Fica aí a minha sugestão antes que seja tarde demais!

domingo, 16 de dezembro de 2018

17° Recital de Violão


17° Recital de Violão

   Ao encerrar o período letivo de 2018, a Coordenação do Curso de Violão “Professor Moura Santos”, celebrando este ano o 56° aniversário de fundação da Academia Marianense de Letras, tem a grata satisfação de convidar os acadêmicos e amigos e amigas da cultura para participarem do 17° Recital de Violão.

Hoje, Dia 16 de dezembro de 2018 – domingo

Horário: às 20,30 horas

Local: Casa de Cultura de Mariana

sábado, 15 de dezembro de 2018

Homenagem a Roque Camêllo


   Convite

   A Casa de Cultura – Academia Marianense de Letras, Ciências e Artes e o Movimento Renovador de Mariana convidam os amigos e intelectuais da Casa de Cultura para participarem da homenagem ao saudoso e inesquecível ex-presidente Professor Roque José de Oliveira Camêllo.
 
Dia: 15 de dezembro de 2018 = Sábado
 
Horário: 20 horas - Local: Casa de Cultura de Mariana de Mariana-Academia Marianense de Letras< Ciências e Artes - Rua Frei Durão, 84.


Roque Camêllo: Tempo e Impacto de uma Trajetória  Pública
 
Por Patrícia Ferreira dos Santos Silveira
Caras senhoras senhores, autoridades eclesiásticas, civis.

Dignos acadêmicos, estudiosos, e comunidade marianense.

Incumbida que fui de refletir convosco, nesta noite cheia de lembrança e saudade, sobre a trajetória pública do professor e advogado Dr. Roque José de Oliveira Camêllo, ponderei muito.
Com meu olhar de historiadora, mas também de educadora, me indaguei e indaguei pessoas, amigos e contemporâneos sobre o Roque Camêllo que conheceram. Pesquisei a história política recente de Mariana e do nosso país. Analisando o devir histórico dos anos do regime militar vividos pelo Brasil, me detive um instante nesta fase nascente do talento político do jovem Roque. Talento que se desvelou muito cedo, em sua carreira pública local. Projetou-se, primeiro como vereador no início da década de 1960. Desde então, não cessou mais de trabalhar diligentemente pelos interesses coletivos de Mariana.

Tendo a família como respeitável referência e o apoio de amplos setores, dentre os mais esclarecidos da sociedade, parecia predestinado a representar os interesses coletivos na esfera pública. Logrou inserir-se nos círculos mais seletos da política e da cultura erudita. Pelo grau de permeabilidade alcançada em seus contatos, aquilatamos a força da sua trajetória, e o impacto de sua ação em Mariana, em Minas Gerais.

Não somos nós que atribuiremos sentido à figura pública e à ação política do doutor Roque José de Oliveira Camêllo. Estamos conscientes. As palavras não dão conta, com a precisão merecida, de aquilatar sua dimensão na nossa história política recente. E a proporção alcançada por suas ações, sempre visando progressos e benefícios para a educação e a coletividade, ultrapassou as montanhas de Mariana, de Minas Gerais e as fronteiras do nosso país.

Ficaremos satisfeitos se conseguirmos demonstrar o quanto precisamos de lideranças políticas do seu quilate. Pois o tempo é o grande arquiteto da história – mas isto se dá em perspectiva dialética com a ação social, individual e coletiva. Não foram poucas as pessoas que, indagadas sobre o ilustre professor, traziam brilho nos olhos ao defini-lo. E o fizeram para nós, por telefone, mídias sociais, e pessoalmente, deixando aflorar histórias, impressões e expressões verídicas de sua admiração. Computamos tudo; mas é impossível citá-las todas. Ele foi um baluarte da cultura – dirão muitos de nós. Digno representante dos acadêmicos, dos estudantes, professores, dos advogados. Amante dos livros e da cultura, defensor dos valores e tradições mineiros.

Prof. Roque Camêllo era, portanto, um prócer – e quem o diz? A memória coletiva, que captamos em relatos, depoimentos, e muitas conversas, com amigos, familiares e a querida Merania Oliveira.

Retomamos nosso exercício de análise a mergulhar o ator social em seu tempo – e nos desafios da uma geração. As décadas de 1970 a 1990 podem ser consideradas o intervalo médio de sua trajetória, circunscrita entre 1942 (nascimento – 16-08-1942) e o trágico 18 de março de 2017.

À medida que seu fino talento político e tino administrativo despontavam, sua formação acadêmica se consolidava, concluindo, na Federal de Minas Gerais, os estudos em direito, depois em letras. Seu espírito cosmopolita se manifestava, passando por prestigiadas universidades americanas e europeias (como Harvard e France Langue de Paris, no início dos anos 1990).

Quando assumiu mandato, na cena pública em nossa cidade, contava 18 anos, sendo um dos seus mais jovens vereadores. Teve importante papel na vinda para Mariana do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, além da instalação da Cemig e da construção da estrada de contorno, que salvou o patrimônio cultural.

O tempora! O mores!

Exclamava Cícero, inconformado com a depravação dos costumes dos tempos em que viveu. Esta frase serve de mote ao cenário que encontramos em Mariana nos idos de 1982, quando a liberdade democrática ainda era sonho. Neste contexto, o jovem professor concorreu às eleições municipais. Pairava ainda uma nebulosa sobre o processo de abertura democrática do país. Naquelas eleições o peso de tradições conservadoras prevaleceu sobre o seu progressismo.

Mas o seu espírito cultivado não permitiu que esmorecesse o desejo de fazer mais pela cidade de Mariana. Retorna à cena política como vice-prefeito entre 2004 e 2008. Candidatou-se a prefeito, venceu as eleições e assumiu a prefeitura em 2009, estabelecendo como principal plataforma a recuperação cultural.

Ao longo destes anos, a Casa de Cultura – Academia Marianense de Letras, nunca se desvinculou da missão que recebeu do doutor Roque: ser um bastião de defesa da cultura e dos monumentos históricos da antiga cidade dos bispos.

(...)

À época da nossa posse como acadêmica, destacamos o peso da tradição a condicionar vidas e trajetórias. E a importância do progresso intelectual para equilibrá-las e promover a dinâmica histórica. Não sabíamos que três anos depois aqui estaríamos na difícil missão de realizar um balanço da trajetória do brilhante professor que solenemente nos empossava na Academia Marianense de Letras – entidade que há 56 anos zela pela cultura e pelas tradições de Mariana, de Minas Gerais e do Brasil.

Foi produto das reuniões desta tradicional agremiação um dos mais importantes projetos da carreira pública do doutor Roque Camêllo: a proposta apresentada em 1977, da criação do Dia do Estado de Minas Gerais, comemorado em todo o território mineiro em 16 de julho. Durante a sessão alusiva ao 281º aniversário da cidade, o professor Roque Camêllo, integrante da Casa de Cultura – Academia Marianense de Letras, lançou a ideia de instituir o 16 de julho, aniversário da cidade, como data cívica estadual. O projeto recebeu o apoio do então presidente da Casa, professor e jornalista Waldemar de Moura Santos, acadêmicos, autoridades municipais e comunidade. Na sequência, a proposta foi entregue ao governo estadual e à Assembleia Legislativa.

A criação do Dia de Minas foi oficializada em 19 de outubro de 1979, com a sanção da lei pelo então governador Francelino Pereira. Era ele um diplomático nordestino, mas com formação e perfil de liderança estudantil no Estado de Minas Gerais – região prolífica, naquele contexto em fornecer políticos de prol, com perfil de estadistas, todos em ascensão: Aureliano Chaves, Tancredo Neves, seus amigos pessoais; Milton Campos e Pedro Aleixo também admirados pelo então governador. Em 1997, houve a emenda de número 22 à Constituição Mineira, determinando a transferência da capital para o município.

É curioso observar o devir histórico e relembrar que em 2015 a voz do doutor Roque Camêllo, assumiu alcance e autoridade para repreender a postura do Governo do Estado que visava cancelar a comemoração do simbólico dia de Minas Gerais em Mariana. Justamente naquele trágico ano de 2015, na qual a cidade foi palco de uma de suas maiores tragédias históricas e ambientais. Mariana, naquela altura, de tal forma comoveu o mundo que coloriu a Torre Eiffel em Paris com as cores verde e amarela da nossa bandeira nacional, em uma manifestação de vibrante solidariedade com Minas Gerais e o Brasil.

Ora, não é difícil compreender a sensibilidade do prof. Roque, como autor do projeto, conhecedor da sua importância para a projeção de Mariana, e vendo a catástrofe se abater com graves consequências sociais e econômicas no Município e no Estado. Além da sensibilidade do seu espírito cultivado e esclarecido, professor Roque Camêllo passou sua infância no Piteiro, povoado pertencente ao subdistrito de Bento Rodrigues, de Mariana. Deste modo, de maneira frontal opôs-se ao cancelamento do Dia de Minas Gerais, no momento em que a cidade mais necessitava de amparo para se reerguer da tragédia advinda com o rompimento da barragem de Fundão.

Caros amigos. Apressa-nos o tempo, o grande artífice da memória, que hoje cultuamos. As marcas deixadas pelo nobre professor sobrevivem ao tempo. E são muitas. São marcas indeléveis. Avolumam-se na memória coletiva tantas histórias, relatos de estudantes que escolheram Roque Camêllo como paraninfo em suas formaturas; outros tantos autores que tiveram, como eu, o privilégio da sua leitura e da sua crítica. Muitos artistas, entidades e agremiações encontraram amparo em seu humanismo: o Movimento Renovador de Mariana, corporações musicais, congados!

Roque Camêllo não foi apenas membro de instituições de apoio à cultura – foi atuante e em muitas vezes atuou como um mecenas. Vejamos, por exemplo, sua gestão como diretor-executivo da Fundação Cultural e Educacional da Arquidiocese de Mariana (FUNDARQ), pela qual foi responsável pela segunda reforma do órgão Arp Schnitger da Catedral de Mariana; me lembro, particularmente, de tê-la percorrido a seu lado, ocasião na qual expôs a grande necessidade de reforma arquitetônica da Sé Catedral. O mesmo zelo e preocupação pautaram sua conduta em favor do restauro do santuário Nossa Senhora do Carmo, consumido, em grande parte, pelo incêndio em 1999, e do antigo palácio dos bispos. Pela FUNDARQ, conduzia, com uma equipe de arqueologia e arquitetura, a reconstrução e revitalização dos jardins históricos do antigo palácio dos bispos, visitados pelos viajantes naturalistas franceses que vieram ao Brasil no século XIX em suas pesquisas botânicas.

Professor Roque cultivou em toda a sua vida, como estes cientistas, o amor pela ciência e pela cultura erudita. Era membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG). Tornou-se uma das maiores referências da história de Mariana e suas influências para a formação do Estado e do País.

Presidiu, com grande habilidade, a Comissão de Defesa do Patrimônio Histórico da OAB de Mariana. Encaminhou para a UNESCO o projeto de certificação e inscrição do acervo do Museu da Música de Mariana no programa “Registro Memoria del Mundo”, deferido em 2011.

Em 11 de abril de 2016, seu amor por Minas rendeu outro fruto primoroso. Foi quando lançou a cuidadosa edição do livro “Mariana: assim nasceram as Minas Gerais – uma visão panorâmica da história”, na Casa de Cultura – Academia Marianense de Letras (Rua frei Durão 84 – Centro) e em Belo Horizonte, na Academia Mineira de Letras (rua da Bahia,  1.466 – centro).

 Ciente da diversidade da expressão cultural do Estado, que tanto amou, fez questão de trazer, juntamente com o livro que vinha a lume, reconhecidos expoentes da cultura popular marianense à ocasião do memorável lançamento: os centenários Zé Pereira da Chácara, o Congado Nossa Senhora da Conceição e bandas de música, além da apresentação do coral Tom Maior. Como erudito que era, sabia ouvir as múltiplas vozes de Minas.

Assim, com a pena de escritor, o tino político-administrativo, o refinado senso humanista e o olhar no futuro, presidiu por 31 anos a Casa de Cultura – Academia Marianense de Letras. Nesta casa, acolheu muitos artistas, intelectuais, professores, escolas, políticos, movimentos sociais e entidades de grande expressão. Recepcionou expoentes de outras entidades promotoras da cultura, promovendo o encontro, o diálogo e a solidariedade entre as entidades com vocações de preservação. Professor Roque Camêllo foi, ainda, atuante Conselheiro da Associação Universitária Internacional (AUI), sediada em São Paulo, na qual foi diretor regional para Minas Gerais. Desta forma, beneficiou muitos estudantes com oportunidades de aprimoramento em universidades norte-americanas.

De sorte que, seguramente, podemos considerar, ao final desta reflexão, que sua trajetória não cabe no curto espaço-tempo de sua existência, breve e intensamente circunscrita entre 1943 e 2017. Porque nos deixou, dentre realizações concretas, ensinamentos, e exemplos, uma valiosa herança. Sua memória lavra um lustroso modelo a ser seguido: de resistência a valores antidemocráticos, de resistência ao obscurantismo pela força da Educação e dos princípios humanistas. Foi também seu lema sapere aude. Como poucos medalhões da política da sua geração, ele ousou saber e aplicar o seu entendimento às circunstâncias. Ele ousou fazer uso da razão em prol dos mais fracos, em prol da memória e da preservação da história, em favor do coletivo.
Professor Roque marcou indelevelmente a história de Minas Gerais, com ações que impactaram sucessivas gerações: a dele, a nossa, e as vindouras. Que o seu exemplo e modelo persevere, floresça entre nós. E a História o imortaliza, pela força da sua trajetória em nosso passado recente. Professor Roque José de Oliveira Camêllo – presente!

*Discurso pronunciado pela acadêmica efetiva da Academia Marianense de Letras, Patrícia Ferreira dos Santos Silveira, durante a  reunião solene e  cerimônia de afixação da placa no hall de entrada da Casa de Cultura de Mariana em homenagem ao saudoso Professor Roque José de Oliveira Camêllo, em histórica solenidade presidida pela atual presidente da Casa de Cultura de Mariana, Professora Hebe Maria Rola Santos.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Natal de Luz - 2018


06.12.18 – Quinta-Feira
20 horas – Chegada do Papai Noel no Trem da Vale /Estação de Mariana – Cortejo do Papai Noel até a Praça Gomes Freire com a “Banda do Noel”. Apresentação do Grupo Instrumental “Natal Encantado” – Inauguração das Luzes de Natal na Praça Gomes Freire.
 
07.12.18 – Sexta-Feira
18 horas – Inauguração da Casa dos Presépios – Exposição de Presépios – Secretaria de Cultura à Rua Direita 93.
19 horas – Coral de Natal “Criança Feliz’ – Praça Gomes Freire
20 horas – Show “Em Canto de Natal” por Artistas Marianenses – Praça Gomes Freire – Desafio das Luzes – Corrida Noturna de Natal – inscrições na Subsecretaria de Desportos.
 
08.12.18 – Sábado
9 às 18 horas – Feira de Natal das Associações de Artesãos – Praça da Sé (Comidas Típicas – Artesanatos) – Almoço na Praça
12 horas – Baião Gaveteiro
14 horas – Clérisson Araújo (voz e violão)
 
09.12.18 – Domingo
11 horas – Bandas na Praça Gomes Freire: São Sebastião de Bandeirantes e São Vicente de Paulo de Mariana.
19 horas - Grupos Musicais da Escola Dom Viçoso /Praça da Sé.
20 horas – Cantata de Natal pelo Coral da UFV / Praça da Sé.
 
10.12.18 – Segunda-Feira
18 horas – Recital de Natal – Coral UFOP/ Ermida São Geraldo
 
11.12.18 – Terça-Feira
19 horas – Concerto de Natal – Big Band Ouro Preto
20 horas – Cantata “A Luz do Natal” – Escola Getsêmani / Praça da Sé
20 horas – Recital de Natal – Coral Tom Maior – igreja Sagrado Coração de Jesus no Bairro Colina
 
12.12.18 – Quarta-Feira
 Observatório Jovem “O Encontro” – Clube Osquindô – Praça da Sé.
19,30 horas – Recital de Natal – Coral Canarinhos de Santana – Local: Adro da Capela de Santo Antonio
 
13.12.18 – Quinta-Feira
19,30 – Recital de Natal – Coral Canarinhos de Santana - Igreja Nossa Senhora Aparecida Bairro Cabanas
16 horas – Show Nau da Brincadeira – Clube Osquindô – Praça Gomes Freire.
19 horas – Cortejo de Natal com Bloconeco e Fanfarra Desembargador Horácio Andrade de Ouro Preto/ Trajeto: Bairro Rosário à Praça da Sé.
20 horas – concerto de Natal – Big Band da FUNCEF de João Monlevade / Praça da Sé
 
16.12.18 – Domingo
11 horas – Banda na Praça com as Bandas São Sebastião de Cláudio Manoel e Nossa Senhora da Conceição de Furquim/ Praça Gomes Freire.
20 horas – Show Cantos de Graça e Folia pelo Circo Volante / Praça Gomes Freire.
 
18.12.18 - Terça-Feira -  Concerto Natalino – Orquestra El Shaday e Coral Êxodos – Praça Gomes Freire
 
19.12.18 – Quarta-Feira
19 horas – Natal dos Quilombolas / Praça Gomes Freire
20 horas – Mundo Jojoba Show - Roda Ciranda de Natal – Clube Osquindô – Praça Gomes Freire
 
20.12.18 – Quinta-Feira
19,30 horas – Cortejo de Natal com Bloconeco e Banda Senhor Bom Jesus das Flores de Ouro Preto / Trajeto: Praça da Sé, avenida Getulio Vargas, Avenida Manoel Leandro Corrêa, Praça dos Ferroviários.
20,30 horas – Show “Em Canto de Natal” por Artistas Marianenses – Praça dos Ferroviários.
 
21.12.18 – Sexta-Feira
20 horas – “Natividade – Oratório de Natal” pelos Oratorianos de Padre Viegas – Trajeto: Praça Minas Gerais, Rua Direita, Praça da Sé, Rua Frei Durão, Praça Gomes Freire.
 
22.12.18 – Sábado
18 horas – Recital de Natal – Coral Tom Maior / Salão Comunitário do Bairro São Gonçalo
19 horas – Cortejo Folia dos Reis / Trajeto: Praça Torquato José Lopes Camêllo à Praça da Sé.
20 horas – Oratório de Natal – Cítara de Davi de Barbacena/Praça da Sé.
20 horas – Recital de Natal – Coral Tom Maior/Salão Comunitário do Bairro Santo Antônio
 
23.12.18 – Domingo
19,30 horas – Cortejo de Natal com Bloconeto e Banda São Sebastião de Passagem de Mariana – Trajeto: igreja de São Pedro, Rua Dom Silvério, Travessa João Pinheiro, Praça da Sé.
20,30 horas – Concerto de Natal – Banda União XV de Novembro e Corais Tom Maior, Canarinhos de Santana e Coro da Catedral / Praça da Sé

sábado, 8 de dezembro de 2018

Noites Circenses


    Circo volante

    Hoje, 8 de dezembro, das 18 às 21 horas, na Praça Gomes Freire, teremos a apresentação das Noites Circenses cuja programação é a seguinte:
 
   Criado para valorizar artistas, artesãos, a culinária regional e nossas manifestações tradicionais, o Noites Circenses chega à sua 6ª edição.
 
Confira
 
18,30 horas
Coral Infanto-Juvenil Monsenhor Rafael
 
19 horas –
Circovolante convida Liz Monteiro, Palhaço Vinagre e Quinteto Volante.
Nesta edição haverá barraquinhas com vendas de comidas e belos artesanatos feitos por moradores do distrito de Cláudio Manoel e de outras instituições de Mariana.
 
Fonte: convite do Circovolante.

Casa Professora HEBE


   A Casa Professora HEBE – CONHETEC fez o lançamento e a apresentação da parceria com a Faculdade MULTIVIX, ensino à distância, que oferta 14 Cursos de Graduação superior e 22 de pós-graduação superior e pós-graduação no modelo EAD.
O evento aconteceu às 20 horas do dia 6 de dezembro de 2018, no salão nobre da Casa de Cultura de Mariana – Academia Marianense de Letras, Ciências e Artes.

   Cursos de Graduação e pós-graduação oferecidos pela Faculdade MULTIFIX 100% Online são: Bacharelado, Licenciatura, Tecnólogo, Direito, Educação, Saúde e Gestão.

   Esses Cursos serão ministrados na Casa Professora Hebe, Rua Ipê, 121, Rosário, Mariana (MG). Telefone (31) 9.9544-6106

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Gilmar transforma nocaute numa vitória de Lula


Josias de Souza

04/12/2018
Gilmar transforma nocaute numa vitória de Lula

Colecionadora de derrotas, a defesa de Lula parecia condenada a levar uma nova surra na sessão desta terça-feira da Segunda Turma do Supremo. Graças a um pedido de vista de Gilmar Mendes, a perspectiva de nocaute converteu-se numa vitória que deu fôlego a Lula. Grogue, o presidiário petista continua preso. Trança as pernas no ringue. Mas livrou-se de beijar a lona novamente.
Julgava-se o habeas corpus em que Lula sustenta, por meio dos advogados, que a migração de Sergio Moro da Lava Jato para o ministério de Jair Bolsonaro é prova da parcialidade do ex-juiz. Algo que justificaria a anulação da sentença no caso do tríplex e a consequente abertura da cela de Curitiba. Havia um cheiro de insucesso no ar. Súbito, Cristiano Zanin, o doutor que chefia a defesa de Lula, pediu o adiamento. Alegou que protocolara na noite da véspera nova petição. Surpresa! Espanto!! Estupefação!!!
Relator da Lava Jato, o ministro Edson Fachin fincou o pé. Votou a favor da continuidade do julgamento. Foi acompanhado por Cármen Lúcia e Celso de Mello. Gilmar e Ricardo Lewandowski aderiram à protelação. Zanin perdeu por 3 a 2. Era um prenúncio do placar final. Gilmar tentou transferir a decisão da Segunda Turma para o plenário, com seus 11 magistrados. Nova derrota. Placar idêntico: 3 a 2.
Iniciada a votação do mérito, Fachin indeferiu o pedido de Lula. Foi ecoado por Cármen Lúcia. Antes que Celso de Mello pudesse produzir um replay das votações anteriores, Gilmar pediu vista do processo, adiando um jogo que parecia jogado. Materializou-se, então, por vias tortas, exatamente o resultado sonhado pelo doutor Zanin: uma protelação por prazo indeterminado.
Abra-se, por oportuno, um parêntese: Zanin pegou em lanças pelo adiamento porque está pendente de julgamento no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) representação que questiona a isenção de Sergio Moro na Lava Jato. Uma derrota de Lula na Segunda Turma enviaria o questionamento para a lata de lixo. Não faria sentido que o CNJ colocasse no pelourinho um ex-magistrado cujo trabalho tivesse o aval de um colegiado supremo. Fecha parênteses.
Os defensores de Lula praticam em plena Suprema Corte algo que nos meios jurídicos é conhecido como chicana. É quando os advogados exageram na astúcia para trapacear nos litígios judiciais. A jurisprudência oferece escudos contra o abuso de litigância. Mas o Supremo prefere emaranhar-se em si mesmo. Especializa-se em não decidir. E a indefinição serve de matéria-prima para que os doutores continuem lançando petições nos seus escaninhos como se jogassem barro contra a parede — se colar, colou.
O mesmo Gilmar que pediu vista na Segunda Turma tentou impedir na semana passada que o colega Luiz Fux fizesse o mesmo no plenário do Supremo. O paradoxo ocorreu no julgamento sobre o decreto em que Michel Temer concedeu indulto a condenados por corrupção.
Consumada uma maioria de 6 votos pró-indulto, Fux pediu vista do processo. Mas Gilmar sugeriu que a votação prosseguisse. Na sequência, dando de ombros para a prerrogativa de Luiz Fux de desfrutar de um prazo para supostamente estudar os autos, Gilmar propôs a suspensão imediata da liminar que o colega Luís Roberto Barroso expedira para frear os ímpetos de Temer, o clemente. Um novo pedido de vista de Dias Toffoli adiou a proclamação do resultado.
Assim, de "vista" em "vista", o Supremo estimula a judicialização de todas as causas. Pior: a Corte vai se especializando em não decidir. Até bem pouco, quando Dias Toffoli ainda integrava a Segunda Turma, o colegiado implementava uma política de celas vazias. Agora, com a substituição de Toffoli por Cármen Lúcia, Gilmar escora-se no pedido de vista para impedir que a ala da tranca prevaleça.
Aos pouquinhos, a proliferação de recursos retira do Supremo a supremacia da raridade. Ao valorizar a individualidade acima do plenário e das turmas, o tribunal deixa de aproveitar oportunidades para ser ágil e taxativo. Perde sua natureza terminativa, lançando-se na vala comum. Vira uma oportunidade que os advogados chicaneiros aproveitam.


Não critique o STF em voz alta, eles chamam a PF
Josias de Souza
05/12/2018

Ricardo Lewandowski protagonizou uma cena típica de político. Ao embarcar num voo de São Paulo para Brasília, o ministro da Suprema Corte ouviu de um passageiro uma observação ácida: 'Ministro Lewandowski, o Supremo é uma vergonha, viu?", disse o viajante. "Eu tenho vergonha de ser brasileiro quando vejo vocês". Lewandowski abespinhou-se: "Vem cá, você quer ser preso?", disse o ministro, antes de pedir que fossem chamados os agentes da Polícia Federal.
Chama-se Cristiano Caiado de Acioli o personagem que disse a Lewandowski ter vergonha do Supremo. Trata-se de um jovem advogado, de 39 anos. O ministro não gostou. Mas talvez tirasse mais proveito da cena se, em vez de chamar a Polícia Federal, fizesse um convite à autorreflexão. A questão suscitada pelo advogado impertinente é de suprema pertinência. E deveria preocupar a todos. O Supremo parece ter tomado gosto pelo comportamento de alto risco.
Prepara-se para rediscutir no início de 2019 a regra que permitiu a prisão de condenados em segunda instância, como Lula. Uma jurisprudência que já foi reafirmada pelo menos três vezes pela maioria da Corte. Na semana passada, formou-se no plenário uma maioria de 6 votos a favor de um decreto presidencial que concede indulto a condenados por corrupção. A proclamação do resultado foi adiada por um pedido de vista.
Agora, um novo pedido de vista adiou na Segunda Turma uma provável derrota de Lula em outro pedido de habeas corpus.
Há de tudo no Supremo — de ministro reprovado em concurso para juiz até magistrado que mantém negócio privado. Só não há segurança jurídica. Existem na prática não um, mas 14 supremos: os 11 ministros, as duas turmas e o plenário da Corte. O Supremo parece atirar contra a própria cabeça sem se dar conta de que a roleta russa também é uma modalidade de suicídio. Mas não se deve falar isso em voz alta. Eles podem chamar a Polícia Federal
Fonte: Blog do Josias de Souza