O marco oficial do início da vida religiosa em Minas Gerais se deu, definitivamente, com a soleníssima posse diocesana do primeiro bispo de Mariana, Dom Frei Manoel da Costa, no dia 28 de novembro de 1748, selando de vez o registro histórico da cidade-sede da administração do clero mineiro, cuja sociedade passou a viver com maior rigor em torno da Igreja e de seu poder inconteste.
Há 260 anos, portanto, Mariana foi palco de um dos acontecimentos mais ricos e faustosos da história colonial do Brasil: a posse solene de Dom Frei Manoel da Cruz ao trono episcopal marianense, cujas festividades foram narradas minuciosamente no documento intitulado “Áureo Trono Episcopal”.
Para a comemoração do 260º aniversário de posse do primeiro bispo à mitra marianense, o clero certamente deverá celebrar essa rara efeméride de forma solene, não com a envergadura de 1748, mas, pelo menos, de maneira digna e na data certa, com a presença do ilustre arcebispo, do colendo Cabido Metropolitano e das demais autoridades eclesiásticas (padres, religiosos e religiosas e seminaristas).
O povo, como sempre, (se a data for lembrada) estará presente.
As solenidades de posse do primeiro bispo de Mariana foram devida e cuidadosamente preparadas pelo povo, que se entregou, de forma abnegada, às “justas e santas comemorações“. A Sé e a praça fronteiriça ficaram iluminadas durante noites seguidas por milhares de lâmpadas de azeite, Gente de toda a Capitania começou a chegar à cidade. Missas solenes, ladainhas, novenas, concertos, danças públicas, espetáculos de fogos de artifício sucediam num misto profano e religioso que a ninguém chocava (...).
A recepção oficial foi marcada para o dia 28 de novembro, que amanheceu quente e ensolarada. As ruas estavam cobertas de areia, espadana e flores. As janelas dos sobrados ostentavam as mais caras tapeçarias, colchas e toalhas bordadas. O bispo saiu do palácio entre 9 e 10 horas da manhã e foi levado em liteira para a capela de São Gonçalo (da qual infelizmente só existe hoje a escadaria, funcionando no local o cemitério do bairro de mesmo nome). Nessa igrejinha, o bispo foi devidamente paramentado com todas as peças: sobrepeliz, amicto, alva, cíngulo, cruz peitoral, estola, capa pluvial, anel e mitra. Com todo esse peso extra, mostrando que estava em pleno gozo de saúde, Dom Frei Manoel da Cruz dirigiu-se à porta da capela onde o esperava um belo cavalo branco, todo coberto de damasco também branco, guarnecido de galão, franja e borlas de ouro. Seguiu-se, então, o desfile mais espetacular de que a história mineira tem notícia (...). O cortejo festivo cumpriu o seu trajeto solenemente, partindo da Capela de São Gonçalo em direção à Sé, passando pelas principais ruas da cidade, todas elas ricamente ornamentadas. À chegada triunfal do cortejo à Igreja-Matriz emocionou a toda comunidade religiosa presente à apoteótica festividade de posse do primeiro bispo de Minas Gerais. Os mínimos detalhes dessa grandiosa solenidade de posse estão descritos no célebre documento histórico “Áureo Trono Episcopal”, que serviu de testemunha ocular desse grande evento que marcou o inicio da história religiosa em território mineiro.
O mês de novembro, precisamente no dia 27 de novembro de 1963, portanto há 45 anos, marca também a data da elevação da Sé Catedral, consagrada a Nossa Senhora da Assunção, à dignidade de Basílica Menor.
Esse vetusto e magnífico templo de Mariana, ainda ilustre por sua antiguidade, fora elevado em 1745 à dignidade de Catedral e mais enobrecido em 1906 com o título de Igreja Metropolitana, no mesmo ano em que a Diocese se torna a primeira Arquidiocese de Minas Gerais.
A soleníssima festividade de posse do primeiro bispo, celebrada com muita pompa em Mariana há 260 anos, marcou nos anais da história de Minas Gerais a grandeza daquela memorável demonstração de fé do povo marianense na construção de uma civilização cristã, moldada no espírito empreendedor de Dom Frei Manoel da Cruz, que, com fibra e tenacidade, transformou o caráter cristão do mineiro através de suas extraordinárias realizações no abençoado bispado primaz da terra mineira.
A presença da Igreja Católica na formação cristã em Minas Gerais representou também um marco muito importante na educação e na cultura da gente mineira.
Fonte: “O Liberal” – Edição 825, de 25 a 30.11.2008.
Há 260 anos, portanto, Mariana foi palco de um dos acontecimentos mais ricos e faustosos da história colonial do Brasil: a posse solene de Dom Frei Manoel da Cruz ao trono episcopal marianense, cujas festividades foram narradas minuciosamente no documento intitulado “Áureo Trono Episcopal”.
Para a comemoração do 260º aniversário de posse do primeiro bispo à mitra marianense, o clero certamente deverá celebrar essa rara efeméride de forma solene, não com a envergadura de 1748, mas, pelo menos, de maneira digna e na data certa, com a presença do ilustre arcebispo, do colendo Cabido Metropolitano e das demais autoridades eclesiásticas (padres, religiosos e religiosas e seminaristas).
O povo, como sempre, (se a data for lembrada) estará presente.
As solenidades de posse do primeiro bispo de Mariana foram devida e cuidadosamente preparadas pelo povo, que se entregou, de forma abnegada, às “justas e santas comemorações“. A Sé e a praça fronteiriça ficaram iluminadas durante noites seguidas por milhares de lâmpadas de azeite, Gente de toda a Capitania começou a chegar à cidade. Missas solenes, ladainhas, novenas, concertos, danças públicas, espetáculos de fogos de artifício sucediam num misto profano e religioso que a ninguém chocava (...).
A recepção oficial foi marcada para o dia 28 de novembro, que amanheceu quente e ensolarada. As ruas estavam cobertas de areia, espadana e flores. As janelas dos sobrados ostentavam as mais caras tapeçarias, colchas e toalhas bordadas. O bispo saiu do palácio entre 9 e 10 horas da manhã e foi levado em liteira para a capela de São Gonçalo (da qual infelizmente só existe hoje a escadaria, funcionando no local o cemitério do bairro de mesmo nome). Nessa igrejinha, o bispo foi devidamente paramentado com todas as peças: sobrepeliz, amicto, alva, cíngulo, cruz peitoral, estola, capa pluvial, anel e mitra. Com todo esse peso extra, mostrando que estava em pleno gozo de saúde, Dom Frei Manoel da Cruz dirigiu-se à porta da capela onde o esperava um belo cavalo branco, todo coberto de damasco também branco, guarnecido de galão, franja e borlas de ouro. Seguiu-se, então, o desfile mais espetacular de que a história mineira tem notícia (...). O cortejo festivo cumpriu o seu trajeto solenemente, partindo da Capela de São Gonçalo em direção à Sé, passando pelas principais ruas da cidade, todas elas ricamente ornamentadas. À chegada triunfal do cortejo à Igreja-Matriz emocionou a toda comunidade religiosa presente à apoteótica festividade de posse do primeiro bispo de Minas Gerais. Os mínimos detalhes dessa grandiosa solenidade de posse estão descritos no célebre documento histórico “Áureo Trono Episcopal”, que serviu de testemunha ocular desse grande evento que marcou o inicio da história religiosa em território mineiro.
O mês de novembro, precisamente no dia 27 de novembro de 1963, portanto há 45 anos, marca também a data da elevação da Sé Catedral, consagrada a Nossa Senhora da Assunção, à dignidade de Basílica Menor.
Esse vetusto e magnífico templo de Mariana, ainda ilustre por sua antiguidade, fora elevado em 1745 à dignidade de Catedral e mais enobrecido em 1906 com o título de Igreja Metropolitana, no mesmo ano em que a Diocese se torna a primeira Arquidiocese de Minas Gerais.
A soleníssima festividade de posse do primeiro bispo, celebrada com muita pompa em Mariana há 260 anos, marcou nos anais da história de Minas Gerais a grandeza daquela memorável demonstração de fé do povo marianense na construção de uma civilização cristã, moldada no espírito empreendedor de Dom Frei Manoel da Cruz, que, com fibra e tenacidade, transformou o caráter cristão do mineiro através de suas extraordinárias realizações no abençoado bispado primaz da terra mineira.
A presença da Igreja Católica na formação cristã em Minas Gerais representou também um marco muito importante na educação e na cultura da gente mineira.
Fonte: “O Liberal” – Edição 825, de 25 a 30.11.2008.
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