Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Mariana, reunirá obras do escultor Francisco Vieira Servas. Comparado a Aleijadinho, o artista português ainda é pouco conhecido pelo público.
O português Francisco Vieira Servas (1720-1811) encontrou na Minas colonial o ambiente propício para criar arte sacra de rara beleza. Em seus 91 anos, com produção cercada de peculiaridades, deixou sua expressiva marca em várias igrejas mineiras. “Ele veio para o Brasil como um artista barroco e se adaptou às novidades locais, integrando rapidamente o rebuscamento e o refinamento ao estilo rococó vigente, caracterizado pela leveza”, explica Adriano Ramos, integrante do Grupo Oficina de Restauro e autor do livro Francisco Vieira Servas e o ofício da escultura na capitania das Minas do ouro. Desconhecido do grande público, em breve o escultor ganhará museu de referência, em Mariana.
A escolha da cidade histórica foi estratégica. Dentro da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, instalada no topo de uma colina, Servas deixou obras-primas no altar-mor e em dois altares laterais. Sua obra reúne aspectos estilísticos que o distinguem de outros artífices, como a arbaleta, elemento de arremate em movimento sinuoso, altamente refinado. Na imaginária, chamam a atenção a largura idêntica dos lábios, nariz e olhos, além da terminação em “s” dos cabelos na testa das imagens.
Além de contar com precioso acervo próprio, a igreja deverá abrigar no consistório, acima da sacristia, exposição de peças até então desconhecidas, pertencentes ao Museu Arquidiocesano de Mariana. As lacunas serão preenchidas por banco de dados virtuais.
O Museu Servas deverá ser concluído em etapas, nos próximos três anos. Atualmente, o projeto é analisado pelo Ministério da Cultura. Posteriormente, bens móveis serão restaurados, a exposição permanente organizada e a recuperação da parte arquitetônica da igreja executada. A iniciativa envolve a arquidiocese e a Prefeitura de Mariana e o Instituto Flávio Gutierrez (IFG), responsável pela edição do livro dedicado ao escultor.
“O projeto resgata a obra desse artista importante, propõe um contraponto ao Museu Aleijadinho, em Ouro Preto, e visa a diversos públicos – não só ao turista, mas também à comunidade da paróquia, que ajudou a manter o local em bom estado”, explica Célia Corsino, diretora de museologia do IFG.
A proposta não é nova. Em 1998, logo depois de assumir a administração da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Mariana, o padre Giovani Luís da Silva se impressionou com o acervo pertencente a templos sob sua responsabilidade. “Servas deixou na Igreja de Nossa Senhora do Rosário as obras mais primorosas. Sempre achei que ali poderia abrigar um museu. Nossa tentativa é de realizar um tributo ao artista por tudo que ele deixou em Minas”, afirma.
A suntuosidade e o refinamento dos trabalhos chamam a atenção. “É uma escultura que concorre em qualidade com as de Aleijadinho. O resgate é importante”, diz padre Giovani. A colecionadora Ângela Gutierrez concorda: “Temos artistas únicos em Minas e, entre eles, Servas é destaque, pois produziu obra de extrema erudição”. Há pouco tempo, o português passou a ser mais conhecido. “Antigamente, toda imagem que aparecia era de Aleijadinho. Agora, vira e mexe, surge novo trabalho que tentam atribuir ao Servas”, conta ela.
Fonte: caderno de Cultura do Estado de Minas de 24.11.2008.
O português Francisco Vieira Servas (1720-1811) encontrou na Minas colonial o ambiente propício para criar arte sacra de rara beleza. Em seus 91 anos, com produção cercada de peculiaridades, deixou sua expressiva marca em várias igrejas mineiras. “Ele veio para o Brasil como um artista barroco e se adaptou às novidades locais, integrando rapidamente o rebuscamento e o refinamento ao estilo rococó vigente, caracterizado pela leveza”, explica Adriano Ramos, integrante do Grupo Oficina de Restauro e autor do livro Francisco Vieira Servas e o ofício da escultura na capitania das Minas do ouro. Desconhecido do grande público, em breve o escultor ganhará museu de referência, em Mariana.
A escolha da cidade histórica foi estratégica. Dentro da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, instalada no topo de uma colina, Servas deixou obras-primas no altar-mor e em dois altares laterais. Sua obra reúne aspectos estilísticos que o distinguem de outros artífices, como a arbaleta, elemento de arremate em movimento sinuoso, altamente refinado. Na imaginária, chamam a atenção a largura idêntica dos lábios, nariz e olhos, além da terminação em “s” dos cabelos na testa das imagens.
Além de contar com precioso acervo próprio, a igreja deverá abrigar no consistório, acima da sacristia, exposição de peças até então desconhecidas, pertencentes ao Museu Arquidiocesano de Mariana. As lacunas serão preenchidas por banco de dados virtuais.
O Museu Servas deverá ser concluído em etapas, nos próximos três anos. Atualmente, o projeto é analisado pelo Ministério da Cultura. Posteriormente, bens móveis serão restaurados, a exposição permanente organizada e a recuperação da parte arquitetônica da igreja executada. A iniciativa envolve a arquidiocese e a Prefeitura de Mariana e o Instituto Flávio Gutierrez (IFG), responsável pela edição do livro dedicado ao escultor.
“O projeto resgata a obra desse artista importante, propõe um contraponto ao Museu Aleijadinho, em Ouro Preto, e visa a diversos públicos – não só ao turista, mas também à comunidade da paróquia, que ajudou a manter o local em bom estado”, explica Célia Corsino, diretora de museologia do IFG.
A proposta não é nova. Em 1998, logo depois de assumir a administração da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Mariana, o padre Giovani Luís da Silva se impressionou com o acervo pertencente a templos sob sua responsabilidade. “Servas deixou na Igreja de Nossa Senhora do Rosário as obras mais primorosas. Sempre achei que ali poderia abrigar um museu. Nossa tentativa é de realizar um tributo ao artista por tudo que ele deixou em Minas”, afirma.
A suntuosidade e o refinamento dos trabalhos chamam a atenção. “É uma escultura que concorre em qualidade com as de Aleijadinho. O resgate é importante”, diz padre Giovani. A colecionadora Ângela Gutierrez concorda: “Temos artistas únicos em Minas e, entre eles, Servas é destaque, pois produziu obra de extrema erudição”. Há pouco tempo, o português passou a ser mais conhecido. “Antigamente, toda imagem que aparecia era de Aleijadinho. Agora, vira e mexe, surge novo trabalho que tentam atribuir ao Servas”, conta ela.
Fonte: caderno de Cultura do Estado de Minas de 24.11.2008.
Meu comentário: A idéia de instalar em Mariana um Museu de obras do grande escultor português Francisco Vieira Servas é muito boa. Como sempre, cauteloso, daqui a três anos estarei conferindo se o Museu da igreja de Nossa Senhora sairá do papel!
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