Venho pesquisando, desde a década de 50, os costumes políticos, sociais, econômicos e religiosos de Mariana. No meu entendimento, entre outros fatores, o paternalismo do poder público municipal é uma peça fundamental na formação desses costumes na comunidade marianense. A primeira manifestação de paternalismo que constatei aconteceu na década de 40, quando o então prefeito de Mariana doou terras do município para a Cia. Minas da Passagem de propriedade de seu sogro. Um imenso latifúndio de terras improdutivas e ociosas que ainda persistem. Até hoje o município é obrigado a pagar desapropriações de terras que já foram suas. Um absurdo!
Atualmente, quase tudo o que se faz no município de Mariana depende de verbas publicas municipais. Não há organizações não governamentais, associações civis ou religiosas, clubes de serviço, associações recreativas, esportivas, educacionais, artísticas e culturais privadas, jornais impressos, inclusive, pasmem, empresariais, que não dependam do generoso guarda-chuva governamental. O município inclusive banca despesas até de vários órgãos do governo estadual na cidade. Durante muitos anos, os correligionários, líderes políticos e cabos eleitorais da Direita ou Esquerda, quando ganhavam eleições municipais, eram dispensados de pagar impostos e taxas municipais Era a famosa anistia partidária. Somente os adversários políticos derrotados nas urnas eram obrigados a pagá-los. Outro efeito perverso do paternalismo municipal foi a doação de milhares de casas populares, apenas por critérios eleitoreiros, provocando precoce inchaço populacional da cidade, gerando, com isso, indesejável violência urbana.
Paradoxalmente, no período de 50 a 70, no tempo que a prefeitura era muito pobre e a coleta de lixo na cidade ainda era feita em carroça com tração animal, a comunidade marianense, por não poder usufruir das benesses oficiais, era muito mais criativa e empreendedora do que a de hoje. Naquele tempo, o Carnaval, a Semana Santa, as associações esportivas, recreativas e sociais, as festas cívicas e religiosas eram bancadas pela própria comunidade. Os blocos carnavalescos sem verbas públicas eram criativos e maravilhosos. Hoje, com verbas públicas, os blocos compram camisetas que são revendidas para os participantes. Sem nenhuma criatividade, os blocos desfilam pela cidade movidos a álcool. Um vexame! As cerimônias religiosas e solenidades cívicas eram maravilhosas. Os clubes Marianense, Guarany, Olimpic, União XV de Novembro, por exemplo, adquiriram patrimônio com recursos próprios. Nesse período de vacas magras, quando a prefeitura, muito pobre, nada podia ajudar, importantes instituições surgiram na cidade: o Ginásio Dom Frei, o Hospital Monsenhor Horta, o Museu Arquidiocesano e a Casa de Cultura, todos criados pela iniciativa privada. Hoje, com o município muito mais rico, qualquer entidade que se torna de utilidade pública municipal, mesmo não tendo nenhum caráter filantrópico, já quer ter uma sede própria custeada com dinheiro publico. Haja dinheiro! Recentemente, numa entrevista concedida a um jornal semanal da cidade, o secretário municipal de Fazenda de Mariana disse que quase metade dos contribuintes marianenses está inadimplente, sonegando impostos. Por causa do paternalismo municipal, nenhum prefeito até hoje teve coragem de cobrar taxa de consumo de água, temendo perder eleição. Resultado: parte da população, sem escrúpulos, se julga no direito de desperdiçar água.
Conclusão, enquanto o paternalismo municipal persistir, as nossas empresas, associações e a sociedade em geral continuarão acomodadas, tornando-se uma comunidade come-quieto. Não produz nada, só dá despesas!
Atualmente, quase tudo o que se faz no município de Mariana depende de verbas publicas municipais. Não há organizações não governamentais, associações civis ou religiosas, clubes de serviço, associações recreativas, esportivas, educacionais, artísticas e culturais privadas, jornais impressos, inclusive, pasmem, empresariais, que não dependam do generoso guarda-chuva governamental. O município inclusive banca despesas até de vários órgãos do governo estadual na cidade. Durante muitos anos, os correligionários, líderes políticos e cabos eleitorais da Direita ou Esquerda, quando ganhavam eleições municipais, eram dispensados de pagar impostos e taxas municipais Era a famosa anistia partidária. Somente os adversários políticos derrotados nas urnas eram obrigados a pagá-los. Outro efeito perverso do paternalismo municipal foi a doação de milhares de casas populares, apenas por critérios eleitoreiros, provocando precoce inchaço populacional da cidade, gerando, com isso, indesejável violência urbana.
Paradoxalmente, no período de 50 a 70, no tempo que a prefeitura era muito pobre e a coleta de lixo na cidade ainda era feita em carroça com tração animal, a comunidade marianense, por não poder usufruir das benesses oficiais, era muito mais criativa e empreendedora do que a de hoje. Naquele tempo, o Carnaval, a Semana Santa, as associações esportivas, recreativas e sociais, as festas cívicas e religiosas eram bancadas pela própria comunidade. Os blocos carnavalescos sem verbas públicas eram criativos e maravilhosos. Hoje, com verbas públicas, os blocos compram camisetas que são revendidas para os participantes. Sem nenhuma criatividade, os blocos desfilam pela cidade movidos a álcool. Um vexame! As cerimônias religiosas e solenidades cívicas eram maravilhosas. Os clubes Marianense, Guarany, Olimpic, União XV de Novembro, por exemplo, adquiriram patrimônio com recursos próprios. Nesse período de vacas magras, quando a prefeitura, muito pobre, nada podia ajudar, importantes instituições surgiram na cidade: o Ginásio Dom Frei, o Hospital Monsenhor Horta, o Museu Arquidiocesano e a Casa de Cultura, todos criados pela iniciativa privada. Hoje, com o município muito mais rico, qualquer entidade que se torna de utilidade pública municipal, mesmo não tendo nenhum caráter filantrópico, já quer ter uma sede própria custeada com dinheiro publico. Haja dinheiro! Recentemente, numa entrevista concedida a um jornal semanal da cidade, o secretário municipal de Fazenda de Mariana disse que quase metade dos contribuintes marianenses está inadimplente, sonegando impostos. Por causa do paternalismo municipal, nenhum prefeito até hoje teve coragem de cobrar taxa de consumo de água, temendo perder eleição. Resultado: parte da população, sem escrúpulos, se julga no direito de desperdiçar água.
Conclusão, enquanto o paternalismo municipal persistir, as nossas empresas, associações e a sociedade em geral continuarão acomodadas, tornando-se uma comunidade come-quieto. Não produz nada, só dá despesas!
Um comentário:
Caro amigo Ozanan, dei uma olhada geral no seu blog, como já conheço seus história jornalística, vi diversos assuntos inteligentes e também as vezes muito irônicos, percebo também sua sutiliza nas entrelinhas dos artigos. Espero que você acrescente ao seus artigos e comentários o espírito do ex-jornalistas Waldemar Moura Dos Santos e também João Bosco Carneiro, Pois fazendo uma mistura dessas três idéias por certo seus artigos alcançaram muito melhor qualidade, quem me ajuda de vez enquanto a olhar seu Blog é meu sobrinho Marcos Matheus pois eu mesmo não posso faze-lo como gostaria, mas para frente conversarei com você a respeito de alguns assuntos e especialmente sobre a nossa política partidária municipal.
Abraço do amigo e Colega Paula Carneiro. 3004-2008.
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