Todas as revitalizações de praças promovidas pelo município causaram polêmicas. Uns a favor, outros contra. A primeira praça revitalizada foi a Tancredo Neves. Enquanto perduraram as obras, demorou quase um ano para ficar concluída, houve denúncias, muitas críticas, embargos do IPHAN e do Ministério Público. Depois de concluída, no meu entendimento, a Praça ficou mais espaçosa, os passeios estreitos se transformaram em calçadões, as duas pistas de tráfego ficaram mais largas, e, com maior espaço físico, a praça hoje já pode ser utilizada para eventos populares de médio porte, que anteriormente eram realizados na Praça da Sé e na Praça Gomes Freire. Terminadas as obras, ninguém mais critica a revitalização da Praça Tancredo Neves.
Logo em seguida, foi revitalizada a Praça Minas Gerais. O enredo é o mesmo: denúncias, embargos, manifestações populares contra a reforma da praça. Nesse episódio da Praça Minas Gerais, foi muito importante a participação popular que impediu a estúpida idéia de trocar a grama do adro de São Francisco por pedras. O bom senso da comunidade prevaleceu. Hoje a praça está bonita, sem nenhum obstáculo de árvores ou arbustos impedindo o visual panorâmico das igrejas, da Câmara e do Pelourinho. No meu entendimento, a Praça Minas Gerais e o casario da Rua Direita são os dois mais belos cartões postais e de visitas de Mariana. Hoje quem critica a Praça Minas Gerais é um pintor-escultor que teve a infeliz idéia de propor a retirada do pelourinho dali, naturalmente sonhando em colocar uma escultura dele no lugar.
A revitalização da Praça Gomes Freire foi menos polêmica. Trocaram pedras por pedras, cortaram algumas árvores mais baixas que impediam a visão do casario ao entorno do jardim, os canteiros foram de novo ajardinados e gramados, fizeram uma passarela mista de pedras a vista com seixos rolados, os famosos pés-de-moleque. A nova iluminação melhorou muito o visual noturno da praça.
A revitalização da Praça São Pedro também não teve muita polêmica. Como sempre, demorou e me parece que ainda não acabou. É a demora fazendo jus à fama do padroeiro da praça... O calçamento foi muito bem feito e a praça agora ganhou nova iluminação pública. A iluminação temática na fachada do templo, confesso, não gostei.
A revitalização da Praça da Sé é uma novela sem fim. Parece obra de São Pedro: não acaba nunca. Para saudosistas como eu, sinceramente, a nova revitalização da Praça da Sé me decepcionou. No meu tempo de criança, o visual era bem diferente. O rebaixamento era bem menor e, ao redor do chafariz, que ficava num plano um pouco mais elevado, havia duas escadas de pedras que davam acesso à parte de baixo, que ficava quase nivelado com as ruas laterais. Nunca houve essas escadarias laterais que mais parecem arquibancada. O novo chafariz, dizem, já está pronto, mas ainda há uma pendência com IPHAN. Depois do chafariz já pronto, estão ainda discutindo se vai ou não ser colocado na praça. Uma piada! Nesta história de revitalização das praças, estão envolvidas quatro partes: o Município e o Monumenta, patrocinadores das obras, o IPHAN e as empreiteiras. A demora na conclusão das obras causa muitos prejuízos aos patrocinadores. O IPHAN não perde nada, pois, só entra com embargos. As empreiteiras, que não são responsáveis pelo atraso, só ganham, pois os patrocinadores são obrigados a pagar não só multas pelo atraso, como também terão de alocar mais verbas para a conclusão das obras.
No meu entendimento, respeitando opiniões contrárias, a futura utilização daquele espaço, que antes servia apenas para local de estacionamento de veículos, terá um destino muito mais nobre: será um anfiteatro destinado a apresentações de teatro, concertos, recitais, solenidades cívicas e religiosas. Mas, enquanto as obras da Praça da Sé não acabarem, a polêmica vai continuar: uns a favor, outros contra. E salve a democracia!
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