Márcio Eustáquio de Souza, Maria Clara de Souza e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos convidam Vossa Senhoria para o Lançamento do Selo Personalizado alusivo a Primeira Agência de Correios Mariana comemorativa de 279 anos dos Correios em Minas.
Dia: 30 de outubro de 2009.
Local: Praça Cláudio Manoel, 4 (Praça da Sé)
Horário: 19:30
O Primeiro Correio de Minas
Waldemar de Moura Santos*
Os meios de comunicação sempre preocuparam os homens, com o objetivo de se unirem para fins sociais e de intercâmbio econômico e comercial. Era esse assunto uma inquietação predominante no espírito dos descobridores de novas terras, a desafiar a inteligência para utilização de meios simplesmente rudimentares na ligação entre os povos.
Invocava-se o método dos gentios, que auscultavam no solo o ruído longínquo, ou vibravam fortes pancadas em árvores, agitando-as, servindo-se também do fogo e do crepitar de taquaras queimadas, que produziam estalos que se ouviam à distância sinais primitivos da comunicação entre as tribos e similares.
O homem como animal social precisava da comunicação e também obtê-la como melhor lhe parecesse através de antenas no subconsciente, sonhando, quem sabe, com as maravilhas tecnológicas da ciência, que unem hoje todos os povos pelo o rádio e televisão e por todos os novos inventos, cada vez mais aperfeiçoados, que trazem ao homem o conforto, além de rápidas e precisas informações, divertimentos e prazeres dentro do próprio lar.
Assim a marcha dos tempos na evolução dos acontecimentos.
A humanidade tinha que produzir algo, captar inteligentemente a imagem do que lhe parecia útil para entrosamento da comunidade, comunicando-se fraternalmente, mutuamente, cordialmente.
Nasceu, então, no aglomerado de exploradores do famoso Ribeirão do Carmo. O espírito associativo, criando-se um ambiente favorável à troca de epístolas, o que se verificou plenamente, com a criação da linha postal: Rio-São Paulo-Ribeirão do Carmo.
Mariana – Primeira Cidade de Minas Gerais, que tem a primazia de se colocar, desde o descobrimento, sempre em primeiro lugar em toda organização social, política, religiosa, administrativa e jurídica, laureou-se, distintivamente, nos postos de relevo da Capitania da Minas Gerais.
Primeiro descobrimento, primeira vila, primeira cidade, primeiro bispado e arcebispado, primeira comarca judiciária, primeira câmara municipal, primeira cidade na instalação da primeira escola primária e normal, primeira Capital de Minas, primeira, finalmente, onde se instalou o primeiro Correio Ambulante, tornando-se a pioneira no setor das comunicações, em Minas Gerais.
No dia 29 de outubro de 1730, João Lopes de Lima, morador em Atibaia, São Paulo, vindo com o seu irmão Francisco Augusto de Lima e o Padre Manoel Lopes, além de muitos outros bandeirantes ilustres, sendo estes os primeiros moradores da Ribeirão do Carmo, de comum acordo com o Governador Arthur de Sá Menezes, estabeleceu uma linha de Correio Ambulante entre Rio São Paulo-Mariana, afim de que, dada a extensão do crescimento demográfico da nova terra descoberta: o Eldorado mineiro, com o seu opulento ribeirão, que atraía numerosas caravanas de aventureiros à cata de ouro, melhores e mais rápidos meios de comunicação pudessem ter com as autoridades reais, em São Paulo e Rio de Janeiro, sendo, então, Mariana o ponto convergente de todo o movimento extrativo do ouro.
A história é singela e muito interessante.
A primeira mala de couro contendo correspondência particular e oficial partia do Rio e levava três meses para chegar a Mariana. Desta seguia um estafeta, que se encontrava com outro na Serra da Mantiqueira, infestada de salteadores, para a permuta de malas, que eram conduzidas em cargueiros de burro.
Muitas mortes e roubos aconteceram no assalto às malas postais, tornando-se um serviço áspero e perigoso.
Quando o Correio chegava a Mariana, era avisado com uma salva de mosquetão e diversos arautos, com trajes originais e trombetas, anunciavam os nomes dos destinatários, percorrendo a vasta área de mineração, onde se agrupavam os desbravadores da riqueza imensa no solo marianense, às margens do Ribeirão do Carmo, até Santa Tereza, em São Sebastião, hoje Bandeirantes e demais distritos, que se iam desabrochando e onde nasceram eminentes estadistas.
Mariana foi a primeira cidade de Minas que teve o seu Correios em funcionamento, segundo os códigos e documentos consultados.
O Telégrafo foi inaugurado muito mais tarde, isto é, em 2 de outubro de 1886, sendo a primeira Mensagem Telegráfica, trocada em 20 de outubro do mesmo ano, entre o Bispo do Pará, Dom Antônio e Dom Benevides, Bispo de Mariana. (Telegrama número 278, com 44 palavras – iniciais A . N. D., assim redigido: “Ao Exmo. Sr. Bispo de Mariana – Por ocasião da inauguração da nova linha telegráfica que une quase todas as dioceses do Império, mando a V. Exa. minhas congratulações e votos para que nos unamos cada vez mais em Jesus Cristo. - Antônio, Bispo do Pará.”
Pagava-se pelo porte de toda correspondência em onças de ouro, em cálculos aproximados até 5 e 10 gramas, levando em todas as cartas e encomendas o sinete em decalque de alto relevo. Em Mariana, o sinete era representado por um monte com três estrelas ao alto, hoje o brasão das armas da cidade que se completou com o dístico latino: Urbs Mea Cellula Mater – Minha Cidade é Cidade Mãe, de autoria do Padre Gonçalves Lopes.
*Fundador da Casa de Cultura de Mariana, escritor, historiador, jornalista e Postalista da ECT, falecido em 30.12.1986.
Foto cedida gentilmente por e.mail pelo professor Cristiano Cassimiro Santos.
Foram Gerentes da APT (Agencia Postal Telegráfica), hoje, Agencia de Correios de Mariana, desde 1730 até presente, os seguintes postalistas:
● Francisco Chagas Cezimbra
● Philomeno Lourenço Cezimbra
● Jose Pedro Celestino da Silva
● José Miranda Rosemburgo
● Luiz Bruno de Souza Novais
● Luiz Duarte de Paula Aroeira
● Arthur Tameirão Junior
● Dr. Carlos Toledo Salles
● Guilherme Junior
● José Maria Fassy
● Paulo Pizzani
● Waldemar de Moura Santos
● Zilda de Castro
● Moacir Cândido Garcia
● Antonio Adriano Mendes
● Saulo Cerceaux Rola
● Adriana Viana Assunção Estêvão
● Luciane de Fátima Silva
● Júlio César de Castro Magalhães
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