segunda-feira, 28 de julho de 2008

Análise do Quadro Político


Desde o inicio até o final do século XX, sempre existiu em Mariana o histórico antagonismo político-bipartidário em que duas tradicionais forças políticas se revezaram no poder durante um século. O quadro político não mudava nunca. A única novidade era a alternância de poder, ora na situação, ora na oposição.
Esse histórico antagonismo político entre Direita e Esquerda só mudou no inicio do século XXI, nas eleições municipais de 2004, quando João Ramos Filho e Celso Cota Neto,- ambos respectivamente oriundos da Esquerda tradicional e da Esquerda dissidente e candidatos ao cargo de prefeito, - procuraram a Direita tradicional e ofereceram a ela o cargo de vice-prefeito nas suas respectivas chapas. A Direita rejeitou o convite de João Ramos, mas aceitou o convite de Celso Cota que formou chapa com Roque Camêllo, coligação que garantiu a sua reeleição.
A partir daí, o antagonismo entre Direita e Esquerda acabou e surgiu o antagonismo entre ramistas e antiramistas. Esse antagonismo político durou muito pouco. Com a morte de João Ramos, o quadro político-partidário em Mariana mudou radicalmente.
Os sinais mais evidentes dessa mudança radical são as candidaturas lançadas para concorrer às eleições municipais deste ano. Misturou quase todo o quadro partidário. A Esquerda dissidente 1, liderada por Celso Cota, está apoiando o candidato da Direita tradicional, Roque Camêllo. A Direita dissidente, liderada por Cássio Brigoline Neme, está apoiando Duarte Júnior da Esquerda dissidente 2, que tem como vice, Josíres, esposa de Cássio. Além da Direita dissidente, o Duarte conta com o apoio de ramistas recentes, mas infiéis, e que saíram rápido do partido antes mesmo que fossem descobertos os autores do crime contra o ex-prefeito, abandonando a candidatura da viúva Terezinha Ramos que representa hoje a Esquerda tradicional e que conta agora com o apoio exclusivo de antigos ramistas fiéis.
As demais candidaturas surgiram por geração espontânea de seus lideres sem adesão conhecida de membros das tradicionais facções políticas locais. Assim surgiram as candidaturas avulsas do Chico da Farmácia pelo PMN, a do Chico do Sindicato pelo PV e a de Neusa Trindade pelo PSOL.
As eleições municipais deste ano serão fundamentais para se formar o futuro e novo quadro político de Mariana. Se os partidos forem bem sucedidos eleitoralmente neste pleito formarão grupos politicos fortes, tanto na situação como na oposição. Se forem mal nas eleições, desaparecerão melancolicamente.
Ao contrário do século passado que nos deixou um bipartidarismo opressor e que causou tantos males a Mariana, oxalá que no século XXI surja um quadro pluripartidário democrático, constituído por políticos honrados e honestos sem os resquícios do caciquismo e do coronelismo de tão triste memória política para a comunidade marianense!

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