Estou impressionado com a quantidade de advogados participando este ano das eleições municipais de Mariana. Não são candidatos, mas prestam graciosamente assessoria jurídica e eleitoral aos candidatos a cargos eletivos de prefeito e vereadores. Devido a seus conhecimentos jurídicos, o ideal seria que eles mesmos fossem candidatos, mas, para isso, teriam que ter prestígio eleitoral e dinheiro, dois requisitos indispensáveis, que eles não dispõem, para ter sucesso eleitoral, pois uma campanha para ser bem sucedida dá muito trabalho e custa muito caro.
Eles não têm aspirações políticas, mas sim, legítimas ambições profissionais para o futuro de sua carreira advocatícia. O mercado de trabalhos advocatícios em Mariana está saturado, com muita concorrência e pouca demanda. Há muitos advogados disputando o mesmo espaço o que dificulta muito a sua ascensão profissional principalmente no aspecto econômico-financeiro.
Para fugir dessa concorrência brava e nada lucrativa, os advogados aproveitam o momento político para assessorar graciosamente candidatos visando uma compensação profissional futura. Caso seu candidato seja eleito, é bem provável que ele garanta durante quatro anos no mínimo, ou oito anos no máximo, caso seu candidato se reeleja, o cobiçado cargo de Procurador-Geral do município ou de diversas assessorias jurídicas mantidas pela Prefeitura e pela Câmara de Vereadores com boa remuneração. Alguns advogados ficaram bem de vida no passado usando esse expediente eleitoral legítimo para subir na vida.
É uma operação politicamente arriscada: pode dar certo ou errado. Mas, para quem está matando cachorro a grito ou quer se livrar da concorrência penosa e nada agradável de seu mercado de trabalho advocatício, nem que seja por algum tempo, vale a pena arriscar!
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