Em fevereiro de 1997, o jornal “Belzonte Why?”, da capital mineira, levantou, em reportagem, a questão sobre o desaparecimento de um quadro – uma pintura da rainha Maria Anna Victória d‘Áustria, esposa de Dom João V, que teria sido enviado de Portugal para Mariana, em 1749, juntamente com o órgão Arp Schnitger. Mas, pelo que consta a tradição, o quadro nunca chegou ao seu destino.
O órgão Arp Schnitger, o quadro de Maria Anna e vários objetos religiosos eram presentes de Dom João V à cidade, pela ascensão da primaz mineira à condição de cidade e de bispado. Na época, houve uma retenção da bagagem real no Rio de Janeiro. E o desembargo só se deu após intervenção enérgica de Maria Anna, em 1752, atendendo solicitação feita pelo bispo Dom Frei Manoel da Cruz. Mas só o órgão e os objetos sacros chegaram a Mariana. A partir daí não mais se ouviu notícias sobre o quadro nem sobre o seu paradeiro.
Em abordagem a moradores antigos de Mariana, o jornal “Belzonte Why?” constatou que o quadro teria as seguintes características: mede 2,20 x 1,78m, possuindo moldura soldada com cerca de 600 onças de ouro, e teria sido pintado por um artista italiano de nome B. Michellini ou Michellani, que servia à Corte Portuguesa em meados do século XVII”.
Segundo apurado pela reportagem, esse quadro ficou quase 140 anos no Palácio Imperial do Rio de Janeiro.Com a proclamação da República, teria sido incorporado ao Patrimônio da Família Real Brasileira, indo para a cidade de Petrópolis/RJ.Com a mudança e o retorno para a Europa dos membros da Família Imperial, em decorrência da nova situação política do Brasil a partir de 1890, surgiram algumas versões sobre o paradeiro do quadro, que “de fato e de direito pertence à cidade Mariana”.
Após a reportagem do citado jornal, a professora Efigênia da Natividade Fernandes, então Diretora de Cultura de Mariana, 1997/2000, entrou na luta para descobrir o paradeiro do quadro.
Depois de 11 anos de incansável trabalho na busca do paradeiro do quadro, a professora Natinha, como é conhecida na cidade, se sente hoje recompensada pela vitoria alcançada. O resgate do quadro simboliza o reconhecimento de identidade da primaz mineira, como também representa o respeito da população marianense pela Rainha de Portugal, que deu nome à cidade e encheu de fulgor a primeira comuna de Minas Gerais.
Passados 259 anos, o inestimável presente da Coroa Portuguesa a Mariana finalmente chegou ao seu destino, no último dia 16 de julho, data do aniversário da cidade e Dia de Minas.
Mas, infelizmente, parece que o presente de Portugal a Mariana não sensibilizou as autoridades marianenses, pois o quadro encontra-se mal embalado e jogado no chão ao lado da janela, no salão nobre da Câmara. Esse fato foi observado e registrado pelos repórteres da Rede Globo Minas de Televisão.
Há mais de dois séculos e meio Mariana reivindicava o presente da Rainha de Portugal. Hoje, após recebê-lo, a importância do presente recebido não passa de um descaso a uma preciosidade,no momento jogado a um canto qualquer da sala nobre do poder legislativo de Mariana.
Fonte: “O Liberal”, nº 810, de 11 a 17.08.2008.
O órgão Arp Schnitger, o quadro de Maria Anna e vários objetos religiosos eram presentes de Dom João V à cidade, pela ascensão da primaz mineira à condição de cidade e de bispado. Na época, houve uma retenção da bagagem real no Rio de Janeiro. E o desembargo só se deu após intervenção enérgica de Maria Anna, em 1752, atendendo solicitação feita pelo bispo Dom Frei Manoel da Cruz. Mas só o órgão e os objetos sacros chegaram a Mariana. A partir daí não mais se ouviu notícias sobre o quadro nem sobre o seu paradeiro.
Em abordagem a moradores antigos de Mariana, o jornal “Belzonte Why?” constatou que o quadro teria as seguintes características: mede 2,20 x 1,78m, possuindo moldura soldada com cerca de 600 onças de ouro, e teria sido pintado por um artista italiano de nome B. Michellini ou Michellani, que servia à Corte Portuguesa em meados do século XVII”.
Segundo apurado pela reportagem, esse quadro ficou quase 140 anos no Palácio Imperial do Rio de Janeiro.Com a proclamação da República, teria sido incorporado ao Patrimônio da Família Real Brasileira, indo para a cidade de Petrópolis/RJ.Com a mudança e o retorno para a Europa dos membros da Família Imperial, em decorrência da nova situação política do Brasil a partir de 1890, surgiram algumas versões sobre o paradeiro do quadro, que “de fato e de direito pertence à cidade Mariana”.
Após a reportagem do citado jornal, a professora Efigênia da Natividade Fernandes, então Diretora de Cultura de Mariana, 1997/2000, entrou na luta para descobrir o paradeiro do quadro.
Depois de 11 anos de incansável trabalho na busca do paradeiro do quadro, a professora Natinha, como é conhecida na cidade, se sente hoje recompensada pela vitoria alcançada. O resgate do quadro simboliza o reconhecimento de identidade da primaz mineira, como também representa o respeito da população marianense pela Rainha de Portugal, que deu nome à cidade e encheu de fulgor a primeira comuna de Minas Gerais.
Passados 259 anos, o inestimável presente da Coroa Portuguesa a Mariana finalmente chegou ao seu destino, no último dia 16 de julho, data do aniversário da cidade e Dia de Minas.
Mas, infelizmente, parece que o presente de Portugal a Mariana não sensibilizou as autoridades marianenses, pois o quadro encontra-se mal embalado e jogado no chão ao lado da janela, no salão nobre da Câmara. Esse fato foi observado e registrado pelos repórteres da Rede Globo Minas de Televisão.
Há mais de dois séculos e meio Mariana reivindicava o presente da Rainha de Portugal. Hoje, após recebê-lo, a importância do presente recebido não passa de um descaso a uma preciosidade,no momento jogado a um canto qualquer da sala nobre do poder legislativo de Mariana.
Fonte: “O Liberal”, nº 810, de 11 a 17.08.2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário