quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Enfim, o bom-senso*


Ministros rejeitam aumento dos próprios salários

     O Supremo Tribunal Federal (STF) mostrou na semana passada que há focos de lucidez em Brasília. Por 8 votos a 3, os ministros decidiram não incluir na proposta orçamentária para o próximo ano um pedido de reajuste salarial de 16,3%. Hoje, um ministro da corte recebe 33.000 reais.
 
O aumento elevaria seus vencimentos para 39.000 reais e provocaria um efeito cascata, pois várias categorias têm seu salário atrelado ao de um ministro do STF – parâmetro, por exemplo, para os mais de 17. 000 juízes no país. Caso o aumento tivesse sido concedido, o rombo no Orçamento da União chegaria a quase 4 bilhões de reais por ano.
 
     Ministros e juízes podem merecer melhores salários, mas ficar sem reajuste neste momento é apenas uma bela demonstração de bom-senso. Afinal, as contas públicas não fecham, falta dinheiro para hospitais e escolas, o governo estuda aumentar impostos e o desemprego atinge 13,5 milhões de brasileiros. Os ministros, diante desse cenário dantesco, deram sua cota de sacrifício.
 
     Nesse espírito, Cármen Lúcia, presidente do Supremo, encaminhou seu voto. Disse ela: “Nunca vi, nos meus quase quarenta anos de serviço público, um momento de tamanha gravidade econômico-financeira”. O ministro Alexandre de Morais concordou: “Para dar o exemplo, não bastam palavras, e sim atitude”.
 
Votaram a favor do reajuste os ministros Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Melo e Luiz Fux. 
*Fonte: jornalista Laryssa Borges da revista Veja.

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