segunda-feira, 24 de junho de 2013

Hinos banalizados e desrespeitados

Quando estudei o curso primário na EE. Dom Benevides, na década de 1950, os alunos daquele tradicional estabelecimento de ensino tinham aulas de música ministradas pela vice-diretora e professora pianista Carmita Motta Gomes que tocava o piano que pertencia à Escola, valioso instrumento de cordas que misteriosamente desapareceu dali, sumiu... Nessas aulas, os alunos aprendiam a cantar a letra e música dos hinos Nacional, da Bandeira, da Independência e o de Mariana. Ao contrário de outros estados brasileiros, Minas Gerais, até hoje, não tem o seu hino oficial.
Esses hinos eram tocados ou cantados somente em datas históricas importantes e em solenidades militares, cívicas, religiosas, educacionais e culturais, diante de hastear de bandeiras. Hoje, em qualquer pelada de futebol nos campeonatos estaduais e brasileiro, em meio a vaias e desrespeito, os hinos estaduais e nacional são tocados ou cantados diante de torcedores e jogadores que nunca aprenderam na escola a letra e a música de nossos hinos mais importantes.  
Nessas ocasiões, o ideal seria tocar apenas o hino dos dois clubes disputantes, sejam em partidas entre clubes brasileiros ou com estrangeiros, pois qualquer torcedor fanático sabe cantá-lo corretamente.  Quando houver partidas de futebol entre seleções que representam países, o hino nacional deve ser cantado por todos. Nesse momento, o fervor cívico e patriótico dos brasileiros extravasa de fato. Detesto, nesses momentos, quando os organizadores de eventos cívicos ou esportivos convidam uma personagem conhecida para cantar solo o hino nacional mudando o compasso da música e fazendo arranjos musicais estapafúrdios, descaracterizando-o e, pior, impedindo o direito cívico de todos cantarem o nosso hino nacional.  
O hino nacional brasileiro, como todos sabem, é longo e tem duas partes musicais iguais, porém com letras diferentes. Para não demorar muito tempo, nos eventos esportivos é praxe só cantar a primeira parte do hino. Este ano, os organizadores da Copa das Confederações tiveram a cara de pau de diminuir pela metade a primeira parte do hino. Em represália a essa falta de respeito da FIFA para com o nosso hino nacional, a torcida brasileira cantou a capela o resto da primeira parte, um momento sublime de emoção cívica que emocionou a todos nós brasileiros. Esse fato desrespeitoso aconteceu nas três vezes que o Brasil jogou. O governo brasileiro e a CBF devem protestar contra essa vergonhosa afronta ao nosso hino praticada impunemente dentro do nosso país. Um absurdo!

Nenhum comentário: