sábado, 20 de junho de 2015

Historiadora e pesquisadora Patricia na A. Marianense de Letras

Historiadora e pesquisadora Patrícia Ferreira na Academia Marianense de Letras

Hoje, sábado, dia 20 de junho, às 20 horas, toma posse na Cadeira nº 18 cujo Patrono é Bernardo Pereira de Vasconcelos, na Casa de Cultura-Academia Marianense de Letras, rua Frei Durão, 84, Centro Histórico, Mariana-MG, a Professora Doutora PATRÍCIA FERREIRA SANTOS SILVEIRA.
A saudação à recipiendária será proferida pela acadêmica Professora Doutora Maria Cândida Trindade Costa de Seabra, Cadeira nº 35, Patrono Padre Pedro Sarneel.
Patrícia é Pós-doutoranda pela UFMG em História Moderna e História do Brasil Colônia. Pesquisa as relações Estado-Igreja na Época Moderna no mundo ibérico, reguladas pelo Padroado Régio Ultramarino.
Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), desenvolveu suas pesquisas e publicou o livro “Poder e Palavra: discursos, contendas e direito de padroado em Mariana (1748-1764)”, mostrando o impacto e os dilemas das ingerências do Estado Português nos negócios eclesiásticos na época colonial.
Oferecendo este tema historiográfico um rico veio de estudos, a investigadora prosseguiria, no seu doutoramento, rumo ao aprofundamento da compreensão das complexas relações entre a Igreja e o Estado por meio da atuação nas Justiças no período. O resultado está em publicação pela Editora Alameda, de “Carentes de Justiça: juízes seculares e eclesiásticos na ‘Confusão de Latrocínios” nas Minas Setecentistas”. Oferece, assim, aos estudiosos um panorama das prerrogativas e possibilidades de atuação dos bispos na esfera da Justiça.
Para a empossanda, “mesmo sob forte controle e vigilância da burocracia pombalina, que aguçou a tendência regalista e episcopalista, principalmente na segunda metade do século XVIII, restringia-se a jurisdição eclesiástica ao âmbito espiritual.” Seus estudos sobre a Justiça Eclesiástica se apoiaram nos processos judiciais eclesiásticos, documentação inédita do Arquivo da Arquidiocese de Mariana que mostra a Mitra Diocesana exercendo, dentre outras prerrogativas importantes, o poder de excomungar e de punir espiritualmente, preservando, embora em contexto adverso, um forte poder sobre as consciências.
A pesquisadora é também autora de diversos textos em coletâneas acadêmicas especializadas e de artigos científicos editados no Brasil e em Portugal. Fez Estágio de Pesquisa na tradicional Universidade de Coimbra de onde trouxe documentação para sua tese de doutorado. Divulga os resultados de sua pesquisa em muitas reuniões científicas. Ministra, ainda, vários cursos de extensão na Universidade de São Paulo e na Pós-Graduação da Universidade Federal de Minas Gerais. Na UFMG, realiza suas pesquisas de pós-doutoramento acerca das doutrinas que procuravam reacomodar os espaços de poder entre a Mitra e o Soberano: o regalismo e o episcopalismo na época pombalina.
Para o presidente da Casa de Cultura-Academia Marianense de Letras, prof. Roque Camêllo, “a vinda da professora Patrícia enriquecerá a Instituição com sua larga experiência em pesquisa e conhecimento sobre a História da Igreja em Mariana e pelos seus bons textos produzidos a partir de suas pesquisas’.

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