sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Revitalizações no centro histórico

Parece-me, salvo engano, que as revitalizações do centro histórico de Mariana continuarão no próximo ano de 2009, já sob a coordenação da futura administração municipal. A revitalização das Praças Gomes Freire, Sé, Tancredo Neves, Minas Gerais, São Pedro e do calçamento da Rua Direita demorou tanto que as próximas revitalizações não poderão ser concluídas na atual administração.
Além dos embargos de obras provocados pelo IPHAM, Ministério Público e por outras organizações não governamentais, no meu entendimento, salvo melhor juízo, a demora das obras se deveu também à falta de diálogo da atual Secretaria de Obras do município e do Monumenta-Bid com os demais órgãos fiscalizadores. A impressão que se passava para a população marianense era a de que os fiscalizadores e fiscalizados não falavam a mesma língua.
Sem entrar no mérito de quem estava certo ou errado, essa longa agonia na conclusão das obras foi muito prejudicial não só à imagem de competência da atual administração municipal, como também causou sérios prejuízos financeiros ao município, pois as empreiteiras que ganharam as licitações não tomaram nenhum prejuízo, pois, segundo cláusulas contratuais, se a demora não foi culpa delas, quem deveria pagar a conta era, como sempre, o município.
A Rua Direita teve o seu calçamento restaurado, mas os passeios estão esburacados precisando de uma reforma geral. O imóvel que foi desapropriado pelo município há três anos e está desabando precisa ser restaurado imediatamente. Atrás do imóvel em ruína existe um matagal ideal para a proliferação de ratos e mosquitos da dengue. O tapume construído em frente ao imóvel, por ser largo demais, está obstruindo a maior parte da passagem de veículos pela rua. A exemplo da Rua Dom Silvério, a prefeitura precisa providenciar também urgentemente a instalação de hidrantes na Rua Direita, pois o risco de incêndio ali é muito grande devido ao fato de todo o belíssimo casario colonial barroco ser parede-meia, geminado. Infelizmente, instituições bancárias e financeiras não firmam contratos de seguro contra incêndio com os proprietários de imóveis situados no centro histórico de Mariana.
A Rua Dom Viçoso está precisando também de uma revitalização geral. Além dos passeios esburacados, bueiros entupidos e mal-cheirosos, a iluminação pública é péssima e ainda somos obrigados compulsoriamente a pagá-la na nossa conta de luz da Cemig. Um absurdo! Além disso, a exemplo da Rua Direita, a Dom Viçoso também tem o seu matagal bem vistoso que vai daquela rua até o campo do Guarany, no imóvel de propriedade do Estado de Minas Gerais, local propicio também à criação de ratos e mosquitos da dengue. A saúde pública municipal já sabe da existência desses dois matagais no centro histórico, mas não toma nenhuma providência para acabar com eles.
Para que as próximas revitalizações do centro histórico de Mariana não virem uma novela sem fim e nem causem mais prejuízos ao município, recomenda-se à futura administração tomar algumas precauções: o planejamento das obras e o diálogo permanente com os órgãos fiscalizadores. E não se esquecer também de providenciar aquela verba específica para bancar as pesquisas dos arqueólogos sobre tudo aquilo que eles acharem importante e que ficará sempre enterrado debaixo do solo.
Quem sabe se eles ainda descobrem um esqueleto completo de um dinossauro marianense?...

Fonte: jornal "Território Notícias" - Edição 13, de 13 a 19.11.2008.

Nenhum comentário: