A Serviço da Humanidade e da Literatura
Roque Camêllo*
A Medicina e a Literatura perderam ontem Salvador Geraldo Ferrari, o Dr. Ferrari de Ponte Nova e de Mariana, nascido há 96 anos. Após se formar em Medicina no Rio de Janeiro, casou-se com Chiquita Motta, fruto de um namoro iniciado em Mariana onde ele, ainda muito jovem, exercia sua profissão e ela, aluna do tradicional Colégio Providência. Deixou um filho, também médico em Belo Horizonte, Antônio Eugênio Ferrari, casado com Cleonice Liboreiro, e 3 netos, Luiza, Bruno e Pedro.
Na década de 40, nomeado pelo Governador Benedito Valadares, foi prefeito de Mariana. Dr. Ferrari foi servidor da Humanidade. Era um cristão comprometido com o Evangelho, praticando-o, dele fazendo sua própria vida. Foram 75 anos entregues à medicina humanitária, pois a concebia como um verdadeiro sacerdócio. Seu consultório, tanto em Mariana quanto em Ponte Nova, instalado em sua residência, jamais tinha as portas fechadas. Atendia a qualquer hora do dia e da noite. Curou milhares de pessoas e, por suas mãos, trouxe ao mundo diversas gerações. Sua medicina era aliada ao calor humano, dizendo sempre ser este o mais poderoso dos remédios. Adotou a Santa Casa de Ponte Nova como a extensão de sua família.
Roque Camêllo*
A Medicina e a Literatura perderam ontem Salvador Geraldo Ferrari, o Dr. Ferrari de Ponte Nova e de Mariana, nascido há 96 anos. Após se formar em Medicina no Rio de Janeiro, casou-se com Chiquita Motta, fruto de um namoro iniciado em Mariana onde ele, ainda muito jovem, exercia sua profissão e ela, aluna do tradicional Colégio Providência. Deixou um filho, também médico em Belo Horizonte, Antônio Eugênio Ferrari, casado com Cleonice Liboreiro, e 3 netos, Luiza, Bruno e Pedro.
Na década de 40, nomeado pelo Governador Benedito Valadares, foi prefeito de Mariana. Dr. Ferrari foi servidor da Humanidade. Era um cristão comprometido com o Evangelho, praticando-o, dele fazendo sua própria vida. Foram 75 anos entregues à medicina humanitária, pois a concebia como um verdadeiro sacerdócio. Seu consultório, tanto em Mariana quanto em Ponte Nova, instalado em sua residência, jamais tinha as portas fechadas. Atendia a qualquer hora do dia e da noite. Curou milhares de pessoas e, por suas mãos, trouxe ao mundo diversas gerações. Sua medicina era aliada ao calor humano, dizendo sempre ser este o mais poderoso dos remédios. Adotou a Santa Casa de Ponte Nova como a extensão de sua família.
Convicto de sua fé católica, era profundo conhecedor da Teologia. Estudioso da Filosofia e da História, era versado em Aristóteles, Platão, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino e pensadores contemporâneos. Dominava Latim, Italiano, Francês, Inglês, Alemão, de ser um purista do Português. Foi professor de Biologia e Química com aulas que encantavam os alunos. Sua vasta cultura, não apenas como profissional da Medicina, justificava o qualificativo de todos: era uma enciclopédia.
Escreveu centenas de artigos e publicou 17 livros, sendo o último “A Fé” que seria lançado no próximo dia 10 na Academia Marianense de Letras de onde era acadêmico e também fundador da Academia de Letras de Ponte Nova (ALEPON). De suas preciosidades literárias temos “No Interior de um Médico”, uma coletânea de fatos retratando a carreira iniciada após a formatura na Faculdade de Medicina.
Quando completou 90 anos, ao descobrir que a família preparava uma festa, pediu que ele mesmo escolhesse o cardápio do almoço, pois seria servido somente o que ele gostava de saborear e fazer a sua lista de convidados. Tive a alegria de ter sido convidado por ele para falar em nome de seus amigos, durante o belo encontro. Dr. Ferrari em seu discurso sobre a sua trajetória de vida emocionou a todos contando de uma maneira jocosa e sutil o que era ser médico quando os recursos laboratoriais eram tão escassos. Este pequeno na estatura foi, na verdade, um grande homem, felizmente amado e reverenciado em vida em razão do bem prestado à Humanidade. Continuará a sê-lo como filho que honrou os pais, como marido que amou sem reservas a esposa, como pai que soube doar-se ao filho, à nora e aos netos.
Enfim, colocou sua inteligência, sua sabedoria e seu coração nas mãos de todos que dele precisaram. Como político por circunstâncias do momento, era a dignidade em pessoa, isolando-se no gabinete da Prefeitura, findo o expediente, para um exame de consciência quanto às suas decisões. Fidalgo ao extremo em gentilezas, disse-me, quando há poucos dias o visitei em sua residência, que sua alma se punha de joelhos com alegria para agradecer a visita. Hoje é a nossa alma que se ajoelha para agradecer a Deus sua abençoada existência. Nós, os seus amigos , não o esqueceremos. Jamais!
*Roque Camêllo, advogado, professor e presidente da Academia Marianense de Letras.
*Roque Camêllo, advogado, professor e presidente da Academia Marianense de Letras.
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