quarta-feira, 16 de março de 2011

Centro de Convenções

Quando, - por intermédio de seu presidente Roque Camêllo, pediu e conseguiu a restauração do Cine Teatro Municipal ao então presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), José Alencar da Silva, - a Casa de Cultura de Mariana-Academia Marianense de Letras, ao término das obras, teve, na época, o bom senso e a prudência de sugerir à Câmara Municipal de Mariana a aprovação de uma lei determinando que a administração do imóvel restaurado, em forma de comodato, ficasse a cargo do Sesiminas, um órgão da FIEMG, para evitar a interferência maléfica dos políticos e empresários na administração e conservação do imóvel.
Para tanto, o Cine Teatro Mariana foi cedido ao Sistema FIEMG, em regime de comodato, e foram realizadas as reformas e adaptações técnicas necessárias para adequação do espaço à sua nova finalidade. O Centro de Cultura foi inaugurado em 24 de outubro de 1993, portanto há 18 anos. Antes, durante 50 anos, o prédio foi cedido também em comodato a duas empresas: a dos Irmãos Trópia e a Empresa de Cinema Brasil de Ubá (MG). Depois que elas foram embora, o prédio ficou fechado durante muito tempo e o prefeito de então transformou o prédio em depósito de material de construção da prefeitura.
Para que o novo Centro de Convenções não se transforme também num futuro depósito de material de construção, sujeito à cobiça de políticos inescrupulosos e de empresários chantagistas e oportunistas, a atual administração pública municipal precisa urgentemente entregar o prédio em comodato a uma empresa idônea, especializada no ramo e constituída por um quadro de funcionários profissionais, técnicos e independentes.
Os últimos prefeitos interinos foram muito irresponsáveis ao permitir a realização de eventos públicos e particulares num prédio inacabado, que ainda não tem sequer o alvará de funcionamento da própria prefeitura, apólice de seguro contra incêndio, laudo pericial de bombeiros, sem nenhum equipamento de segurança contra incêndio, equipe permanente de funcionários administrativos, nem mobiliário completo como mesas, cadeiras e revestimento acústico.
Por que os empresários - que gostam tanto de promover eventos destinados à famosa e lucrativa indústria da vaidade humana que consiste em agraciar cem idiotas e otários sem destaque algum, mas que pagam para receber a “homenagem remunerada", - não realizam suas promoções no Centro de Cultura SESI-Mariana num prédio moderno, bem equipado e confortável?
Gostam de realizar seus eventos no Centro de Convenções ou Terminal Rodoviário, ambos imóveis públicos, por causa da maléfica influência de políticos que têm telhado de vidro ou rabo preso com empresários espertalhões e chantagistas. Por causa disso, tudo sai de graça, às custas do município, enquanto no Centro de Cultura SESI-Mariana tem que pagar uma taxa, mas com uma excelente vantagem: o fornecimento de toda a infraestrutura para a realização do evento fica a cargo do SESI.
Aqui em Mariana já virou tradição perversa e que causa despesas indevidas ao município os empresários entrarem com a ideia de promover festas suntuosas e lucrativas para eles mesmos, enquanto o município entra com a infraestrutura e a verba pública, ou seja, o contribuinte marianense é que paga a conta. Um absurdo!

Um comentário:

momentoinstante disse...

Muito bem pontuado, pois aqui quem ganha com tudo isso são os ploitiqueiros de plantão, que ao emitirem cartas de protesto "colocam a corda no pescoço" ao dizerem que até o fim do ano passado, quando então não estava em exercício maléfico o atual prefeito, que mantinha anúncio "dúvidoso" no semanário.