quarta-feira, 17 de abril de 2019

A comemoração do 16 de Julho*


O Dia de Minas Gerais
Jornalista Washington Mello

   Desde a criação da Lei Estadual 7.561/1979 e depois, com a entrada em vigor da Constituição mineira, em 1989 (art. 256), o dia 16 de julho é dedicado, oficialmente, a celebrar a criação do Estado de Minas Gerais. A Vila do Ribeirão do Carmo, atual Mariana, foi a primeira a ser reconhecida como tal pela Monarquia lusitana, sendo elevada em 1745, à categoria de cidade para sediar uma catedral reclamada pelo rei dom João V à Santa Sé.
   Normas legislativas fixaram que, a cada 16 de julho, em Mariana, se homenageiem aqueles que ajudaram Minas ser grande com reunião do povo em festa comemorativa. A mais antiga das cidades mineiras ganhou esse nome, em 23 de abril de 1745, para homenagear a mãe de Jesus e a mãe de dom João V, então rei de Portugal.
   O projeto de lei levado à Assembleia Legislativa em 16 de julho de 1977, sancionado em 1979, e a proposta de acréscimo de artigo à Constituição estadual que resultaram na reserva do dia 16 de julho para a confraternização dos mineiros foram iniciativas do professor, advogado, empresário e então presidente da Academia Marianense de Letras, Roque Camêllo, um cidadão comprometido com a história, a cultura, a educação, o patrimônio histórico e artístico e as mais legitimas instituições e tradições de Minas Gerais.
   Desde que a celebração foi instituída, o governo mineiro tem cumprido esse compromisso com a nossa história, realizando a solenidade prevista na Constituição e nas leis citadas, quando são lembrados momentos importantes de nossa história.
   Por isso mesmo, cabe à Assembleia Legislativa, sob a presidência do deputado Agostinho Patrus, ao presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Nelson Missias de Morais, e ao governador Romeu Zema, além do prefeito de Mariana e do presidente da Câmara Municipal local, se unir-se em respeito à Lei 7.561 e à Constituição de 1989, realizando em Mariana uma solenidade para homenagear o Estado e seu povo.
 
    Por isso e que não podemos aceitar que o governador Romeu Zema cumpra o que anunciou à boca pequena: que não fará a solenidade do 16 de julho em Mariana porque o evento custaria muito caro...
Calma, senhor governador!

   Minas exige respeito e quer ver sua festa anual bem viva e popular, sem tanto formalismo oficial, como tem acontecido nos últimos anos. Tudo para o povo comemorar junto, já que muitos mineiros nem sequer sabem a importância dessa data de 16 de julho, porque nossas escolas não ensinam que o amor à terra natal é condição primeira para se amar o solo pátrio.

   Que se cumpram a lei estadual e a nossa Constituição, mas que cesse esse hábito de conceder medalhas e diplomas a granel. Vamos comemorar a instituição do Estado de Minas Gerais, realmente a data mais importante para todos nós, mineiros, ressaltando a nossa raça, a nossa terra, a nossa coragem, o reconhecimento pelo que recebemos da natureza e, acima de tudo, o compromisso com futuro de Minas e dos mineiros.

*Fonte: artigo extraído da coluna de opinião do jornal “O TEMPO”, de 17.04.2019.

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