terça-feira, 2 de abril de 2019

Prefeito de Mariana cancela calamidade financeira


Mariana retoma serviços após reunião com a Vale. Empresa dará aporte para suprir impacto causado na cidade pelas interrupções.

Fábio Corrêa

   O prefeito de Mariana anunciou ontem a suspensão do estado de calamidade financeira decretado no último dia 25 por causa da queda de arrecadação com a paralisação das atividades da mineradora Vale na cidade.Segundo Duarte Júnior (PPS), a empresa se comprometeu, em reunião na última sexta-feira, a fornecer um auxilio financeiro ao município para cobrir as perdas na arrecadação com a interrupção da mina de Alegria, em 29 de março.
 
   Com isso, os serviços essenciais que estavam paralisados em Mariana já podem ser retomados. “A partir de amanhã, (hoje), já suspendemos o decreto de emergência, e todos os serviços vão ser retomados na sua normalidade. Sejam cirurgias, transportes, programa primeiro emprego, jovens aprendiz, estágios. Tudo está normalizado”, afirma Duarte, que classificou a reunião com a mineradora como surpreendente”. “A Vale mudou totalmente seu discurso. Ela deixou de ser arrogante, achando que sempre tem razão, e passou a ouvir mais e a entender que uma mineração como a Vale não pode ficar 50 anos no município e deixar única e exclusivamente problemas para os munícipes resolverem”, diz o prefeito.
 
   Agora, a prefeitura deverá entregar um levantamento com os valores e serviços que devem ser cobertos pelo auxilio da Vale. O município estima perdas entre R$ 6 milhões e R$ milhões por mês somente com a arrecadação dos royalties do minério.
 
   No entanto, como as atividades da Vale foram interrompidas em março, e o tributo é repassado com dois meses de atraso, a cidade ainda deve receber os royalties nos meses de maio e junho. “Até junho, temos um prazo com tranquilidade de apresentar quais as nossas principais necessidades com relação a Mariana”, destaca Duarte Júnior.
 
SAMARCO
Mariana, porém, ainda espera o pagamento de cerca de R$ 30 milhões, parte de uma multa aplicada à Samarco (controlada pela Vale e pela BHP Billiton) pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad), durante a gestão de Pimentel (PT), relativa ao rompimento da barragem de Fundão, em 2015.
“Infelizmente nada foi repassado. Estamos tentando com o governo Zema. Ver se eles entendem que isso é direito nosso. Até agora não consegui nem agenda para falar (com Zema)”, reclama. A reportagem entrou em contato com a assessoria do governo, mas não havia recebido resposta até o fechamento dessa edição.
*Fonte: jornal “O Tempo", de 02.04.2019.       

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