segunda-feira, 9 de junho de 2008

Polarização Política


Mariana sempre teve polarização política entre Direita e Esquerda desde o inicio do século XX, quando houve dissidência entre os dois irmãos Dr. Gomes Freire e Dr. Augusto Freire que criaram e chefiaram então as duas tradicionais facções oponentes.
Depois que os dois Gomes Freire deixaram a política de Mariana e foram para Belo Horizonte, a partir da década de 30, surgiram em Mariana duas lideranças políticas: o Dr. Celso Arinos Motta, advogado, que chefiou a Esquerda até 1970, e o Dr. Octávio do Espírito Santo, também advogado, e que chefiou a Direita até a década de 60, quando faleceu e foi substituído pelos Irmãos Salim Mansur.
A partir de 1973 a 1976, ao ser eleito prefeito da cidade, com o apoio dos Irmãos Salim Mansur, João Ramos Filho se tornou, então, chefe político da Esquerda até o seu falecimento ocorrido em 15 de maio do corrente ano. De 1970 até hoje, a Direita teve vários chefes políticos: Vicente Cândido da Silva ainda vivo com 94 anos, o Silvio Ribeiro, já falecido, entre outros de menor expressão.
A partir do ano de 2000, a polarização política entre Esquerda e Direita tomou um rumo diferente. A Direita, que não tinha um candidato viável para disputar o cargo de prefeito, resolveu, numa decisão inédita e histórica, a apoiar um candidato oriundo da Esquerda o Marco Mol que disputou e perdeu as eleições para o seu cunhado Celso Cota Neto, da Esquerda, apoiado por João Ramos Filho.
Em 2004, o candidato da Esquerda tradicional, João Ramos Filho, e o candidato da Esquerda dissidente, Celso Cota Neto, procuraram a Direita para compor chapa única para concorrer ao cargo de prefeito. A Direita aceitou a proposta de Celso Cota em indicar Roque Camêllo como seu vice-prefeito, chapa que saiu vitoriosa naquele pleito.
Para as eleições deste ano, João Ramos, perdoando o seu antigo algoz, já entrava inclusive em entendimentos políticos com o Cássio Brigoline Neme, que, como prefeito, foi autor de uma denúncia contra João Ramos o que provocou sua condenação a dois anos e três meses de prisão por crime de peculato.

A partir daí o tradicional quadro político de Mariana mudou radicalmente: não havia mais polarização entre Esquerda e Direita. Tudo misturou.
A polarização política em Mariana passou a ser entre Ramistas e Antiramistas. Com o falecimento de João Ramos Filho o ramismo irá persistir? Talvez, mas só as próximas eleições municipais mostrarão quem realmente será o herdeiro da herança político-eleitoral deixada por João Ramos Filho. Vamos aguardar!

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