quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Jornalismo investigativo na Literatura

A Casa de Cultura-Academia Marianense de Letras recebe a consagrada jornalista e escritora STAËL GONTIJO, hoje, dia  28 de fevereiro, às 19h, na sede da instituição para sua palestra abordando o tema Jornalismo Investigativo na Literatura, exemplificado em seu livro “Cogumelo de Espuma”, e para o lançamento do seu mais recente livro MARÍLIA DE DIRCEU – A musa, a Inconfidência e a vida privada de Ouro Preto no século XVIII. 
Staël Gontijo, mineira de Bom Despacho onde é fundadora da Academia Bondespachense de Letras, iniciou sua carreira jornalística como assessora parlamentar em 1994, e de lá para cá, assessora políticos e atualmente se dedica à literatura. É autora de “Cogumelo de Espuma” cujos  direitos de publicação foram vendidos na Espanha (Incógnita Editorial) e nos Estados Unidos (Portfolio GM).  Staël foi premiada em 2011 com o conto “Jardin des Âmes” pelo Institut Litteráire – Sorbonne Nouvelle da Universidade Sorbonne. Também em 2011, lançou “A coragem que vem de dentro”, pela Editora Gutenberg, livro narrando história de 10 personagens que superaram grandes traumas e usam da experiência para auxiliar pessoas a vencer problemas semelhantes.
O livro a ser lançado sobre a musa do Inconfidente Tomás Antônio Gonzaga tem sua história narrada em romance biográfico. “Maria Dorothea Joaquina de Seixas se tornou figura emblemática pelos versos escritos por seu grande admirador, o poeta árcade Thomaz Antônio Gonzaga, na obra Marília de Dirceu. Muito do que se sabe sobre Marília consta nas palavras do poeta que, entre decassílabos e redondilhas, homenageou a força dessa mulher fascinante. Tendo como pano de fundo a Inconfidência Mineira, a obra busca mostrar outra face desta figura feminina marcante, à frente de seu tempo, que sofreu e superou os preconceitos de sua época. Entre tantos, pode-se assinalar o sexual, como uma mulher que viveu 85 anos de um século pautado pelo machismo; o social, como noiva de um Inconfidente, e, depois, como solteirona reclusa em seu mundo de perdas; e o religioso confinada à solidão de uma vida casta. Passando por cima de tudo, realizou, com dignidade rara, uma ascensão estável naquela sociedade paternalista.” Foi, de fato, considerada uma celebridade de quem até o Imperador Pedro I quis beijar a mão, quando de sua visita a Minas.
Diante do obstáculo da escassez de dados, a autora mergulha no pequeno vilarejo de Vila Rica. Ela explica na introdução ao livro: “Ao moldar versos à pesquisa histórica, encontrei uma Vila Rica pululante, onde pude ouvir o trote dos cavalos adentrando nas vielas; as carruagens rangendo desesperadas na fuga de ladrões sedentos de ouro. Caminhei por praças abarrotadas de sinhás em seda e tafetá, refresquei-me em chafarizes ornados de escravas buliçosas. Senti os aromas pitorescos do fogão a lenha, aquecido pela marcação dos sinos. Lastimei o açoite de escravos ao raiar do dia, e os segredos de alcova que as noites encobriam.”

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