sábado, 16 de março de 2013

Julgamento transferido para BH

Acusados de matar João Ramos serão julgados em Belo Horizonte*
Os três acusados de assassinar o ex-prefeito de Mariana, João Ramos Filho, serão julgados pelo tribunal do júri de Belo Horizonte. A decisão é da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) que aceitou o pedido da 2ª Vara de Mariana para que Francisco de Assis Ferreira Carneiro, Guaracy Goulart Moreira e Leonardo Stigert da Silva não fossem julgados na cidade.
Os desembargadores acataram os argumentos do juiz Pedro Câmara Raposo Lopes que apontou que “as circunstâncias e peculiaridades do caso predicam pelo desaforamento, pois que há fundadas dúvidas sobre a imparcialidade do Conselho de Sentença”, além do fato de haver “fundado temor de que o julgamento possa se transformar numa querela política entre hostes contrárias”.
No acórdão, publicado no último dia 07, o relator do caso, o desembargador Delmival de Almeida Campos , ainda citou trecho da representação pelo desaforamento, da lavra do juiz de Mariana, em que menciona que “a pessoa de João Ramos, prefeito da cidade de Mariana de 1973 a 1976, 1983 a 1988 e 1993 a 1996” (...) “foi assassinado no calor dos aprestos do pleito municipal de 2008 (data dos fatos: 15.maio.2008) “fato que deixou a população local indignada, “sendo a desditosa vítima referida amiúde como “pai dos pobres”.
O julgamento acontecerá no Tribunal do Júri de Belo Horizonte e ainda não tem data marcada.
*Fonte: jornal Território Notícias – edição 117, de 15 a 28.03.2013.
Memória política: no final da década de 1950, João Ramos foi condenado por um júri popular realizado aqui em Mariana por ter sido indiciado pelo então promotor de Justiça de Mariana, Ruy Canedo,  como suposto mandante do assassinato de seu tio em Cachoeira do Brumado. Atuou como advogado de acusação o Dr. Simão da Cunha. Inconformado com essa decisão, o advogado de João Ramos, Dr. Celso Arinos Mota,  recorreu e pediu o desaforamento do processo para Ouro Preto aonde foi julgado e absolvido. Agora a história do desaforamento do julgamento se repete: no passado julgado como suposto mandante do crime, no presente como vítima do crime. O desaforamento do processo pedido pelo juiz de Mariana e acolhido pelo TJMG para ser julgado em Belo Horizonte foi uma decisão sábia e prudente.               

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