domingo, 16 de julho de 2017

Roque Camêllo e o Dia de Minas Gerais


     No dia 17 de Julho de 1977, há 40 anos, numa memorável e histórica solenidade realizada na Casa de Cultura de Mariana – Academia Marianense de Letras, em homenagem ao transcurso do 281° aniversário de fundação de Mariana, o saudoso Professor Roque José de Oliveira Camêllo lançava uma feliz e pioneira proposição no sentido de que o Governo do Estado instituísse a data de celebração do aniversário da cidade como o “Dia do Estado de Minas Gerais”.
 
     Como era de se esperar, a ideia daquele acadêmico foi aprovada por unanimidade pela comunidade intelectual marianense. Dias após, o saudoso jornalista Waldemar de Moura Santos, fundador da Casa de Cultura de Mariana e seu presidente durante quase 25 anos, publicava no jornal “Estado de Minas”, de 07.08.1977, artigo sob o titulo “O Dia de Minas”, abordando o importante assunto que provocou inúmeras referências elogiosas da imprensa mineira.
 
     Sensibilizada, manifestou-se também favorável à instituição do Dia de Minas Gerais a Egrégia Assembleia Legislativa através de Projeto de Lei n° 180/79. Assim, a reivindicação de se fazer do 16 de Julho, o Dia do Estado de Minas, ganhou foro de realidade. A Lei n° 7.561, sancionada pelo então Governador Francelino Pereira dos Santos, em 19 de outubro de 1979, a sagrou definitivamente.
 
     Desde então, o Governo do Estado vem a Mariana celebrar a importante data que apenas era oficial, mas ainda não possuindo a chancela constitucional. Pela primeira vez, portanto, a partir de 1990, quando Mariana celebrava o 294° aniversário de sua fundação, a nova Constituição Mineira,promulgada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, estabeleceu em suas “Disposições Gerais”, no artigo 256 da Carta Magna Estadual, que “É considerada data cívica o Dia do Estado de Minas Gerais, celebrada anualmente em 16 de Julho. Parágrafo 1° - A Semana em que recair o Dia 16 de Julho constitui período de celebrações cívicas em todo o território mineiro, sob a denominação de Semana de Minas. Parágrafo 2° - A Capital do Estado será transferida simbolicamente para a cidade de Mariana no Dia do Estado de Minas de Gerais”.
 
     À guisa de informação “ad perpetuam rei memoriam” é nosso dever registrar que a defesa no plenário da Assembleia Legislativa da inserção da comemoração do “Dia de Minas Gerais” no Diploma Constitucional do Estado, em nome da comunidade marianense, coube ao saudoso Roque Camêllo, então presidente da Casa de Cultura de Mariana. Seu texto, apresentado no dia 1° de fevereiro de 1989, foi literalmente aprovado pelo relator da Constituinte mineira e pelo Plenário.
Mariana viveu muitos anos no ostracismo político, econômico e cultural devido à omissão e ignorância de alguns homens públicos.
 
     Mas um novo tempo se delineou graças, sem dúvida, ao 1° Encontro para o Desenvolvimento de Mariana, o EDEM-1, de 1979, e promovido por Roque Camêllo e Sylvestre Freire de Andrade. Este foi um movimento pioneiro e vitorioso que reivindicou e conseguiu, entre outros benefícios de suma importância socioeconômica para a cidade, a construção urgente da estrada de contorno pelo governo do Estado para evitar que pesadíssimas carretas transitassem pelo centro histórico de Mariana em direção às mineradoras instaladas no município, a instalação de duas instituições financeiras – o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal – além, é claro, da instituição cívica do “Dia de Minas Gerais”, hoje finalmente inserida na Constituição do Estado.
 
     A comemoração constitucional da data cívica do “Dia de Minas Gerais”, um grande sonho do saudoso e ilustre marianense Roque Camêllo que se tornou uma realidade, será sempre um momento de muita reflexão de governantes e governados para a grande responsabilidade de cada um concernente à restauração e permanente conservação de Mariana, Cidade Monumento Nacional.                                                                                                                     

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