A união político-partidária entre João Ramos Filho com os latifundiários empresários da mineração para disputar as eleições municipais de 2008 tinha tudo para dar certo. De um lado João Ramos, um político popular, bom de voto, enquanto de outro lado existia a figura nada simpática ao eleitorado marianense dos latifundiários, ruins de votos, mas bons de grana para bancar os elevados custos de uma campanha eleitoral. Para obter sucesso na disputa eleitoral municipal, era indispensável a união do voto com a verba.
Com a morte trágica de João Ramos ocorrida em 15 de maio de 2008, a união entre os ramistas e latifundiários empresários da mineração foi mantida com a indicação da viúva Terezinha Severino Ramos para disputar o cargo de prefeito.
Apesar da popularidade de João Ramos e do impacto emocional de sua morte recente, os ramistas e latifundiários não lograram eleger a sua candidata que perdeu as eleições nas urnas para Roque Camêllo. Com o afastamento do prefeito eleito, como segunda colocada, Terezinha Ramos então assumiu o poder nele permanecendo por pouco tempo, pois também fora afastada do cargo pela Justiça Eleitoral.
Quando tentavam recuperar na Justiça Eleitoral o cargo de prefeito para Terezinha Ramos, ramistas e latifundiários empresários da mineração entraram em conflito, quando, nos tribunais eleitorais (TRE e TSE) o vice tentou, mas não conseguiu, tomar o lugar da prefeita. O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Arnaldo Versiani, impediu que o golpe contra a prefeita fosse consumado. Quando a prefeita voltou ao poder, em represália, os ramistas, numa jogada politicamente infantil, expulsaram o vice de uma das salas da prefeitura. Por causa dessa bobagem, o vice que era considerado pelo grupo um vilão traidor, quase virou um falso herói municipal, vítima da intolerância ramista...
A partir daí, a união político-partidária explodiu e começou a feroz briga pelo poder entre ramistas e os latifundiários empresários da mineração. De autoria ainda desconhecida, a primeira estocada foi a exibição de um vídeo no Youtube quando se ouve a presumida fala de Terezinha Ramos a respeito de um suposto pagamento de advogados da prefeita, no valor de 98 mil reais, com dinheiro do município. Em seguida, um cidadão entrou na Câmara Municipal de Mariana com um pedido de abertura de uma Comissão Processante contra a prefeita Terezinha Ramos. Por oito votos a um, a Câmara arquivou o pedido.
Mas a denúncia foi encampada pelo Ministério Público (MP) que ajuizou uma Ação Civil Pública por ato de improbidade administrativa contra a prefeita com pedido de liminar. Caso o pedido de liminar solicitado pelo MP seja acatado pelo juiz, a prefeita poderá ser afastada do poder municipal e o seu vice tomaria posse então no cargo de prefeito no lugar dela.
Porém, ontem, 11.11.2011, a Câmara mudou de posição e aprovou a instalação da Comissão Processante. Os vereadores agora terão 90 dias para apurar os fatos já denunciados à Justiça pelo Ministério Público. Por que mudou de posição assim tão de repente? Por acaso, seria o receio dos vereadores ser denunciados pelo Ministério Público pela prática de prevaricação ou eventual omissão ou conivência com o ainda suposto crime de improbidade administrativa?
Perguntar não ofende!
Um comentário:
O que poucos lembram é que na época da celebração do citado contrato em 06.05.2010, Walter e Roberto estavam em plena Lua de Mel com Terezinha e seus advogados, ou seja, todos sabiam do contrato!
Em segundo lugar, o autor da denúncia ou ação civil pública, Marcius Machado Costa é amigo de Walter e Roberto há mais de trinta anos, é geólogo da UFOP e foi estagiário da CMP e hoje presta serviços para a companhia. Além disto é inquilino de Walter e Roberto em Passagem de Mariana, portanto, não tem isenção como autor.
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