Durante todo o século XX, a briga política em Mariana se resumia à contumaz rivalidade entre a Direita e a Esquerda, duas forças políticas tradicionais que se revezaram no poder público municipal durante muitos anos.
A partir do rompimento político de João Ramos Filho com Celso Cota, ocorrido no período de 2001 a 2004, o quadro político marianense mudou completamente.
Com o rompimento, a Esquerda se dividiu em dois grupos: a Esquerda tradicional liderada por João Ramos e a Esquerda dissidente liderada por Celso Cota. Nas eleições municipais de 2008, além dos candidatos nanicos sem nenhum cacife eleitoral, surgiram três candidatos ao cargo de prefeito: João Ramos pela Esquerda tradicional, candidato substituído pela viúva Terezinha Ramos após sua morte; Roque Camêllo pela Direita tradicional com o apoio de Celso Cota da Esquerda dissidente 1; e Duarte Júnior que surgiu de forma independente no cenário político com a Esquerda dissidente 2, com apoio explicito de Cássio Brigoline Neme da Direita dissidente.
Devido a esses múltiplos rompimentos políticos, há um fato histórico muito curioso: a última eleição municipal realmente disputada entre a Direita e Esquerda tradicionais se deu em 1996, quando, nos 300 anos de Mariana, Cássio disputou e ganhou a eleição contra Newton Godoy por apenas 26 votos de diferença.A partir do rompimento político de João Ramos Filho com Celso Cota, ocorrido no período de 2001 a 2004, o quadro político marianense mudou completamente.
Com o rompimento, a Esquerda se dividiu em dois grupos: a Esquerda tradicional liderada por João Ramos e a Esquerda dissidente liderada por Celso Cota. Nas eleições municipais de 2008, além dos candidatos nanicos sem nenhum cacife eleitoral, surgiram três candidatos ao cargo de prefeito: João Ramos pela Esquerda tradicional, candidato substituído pela viúva Terezinha Ramos após sua morte; Roque Camêllo pela Direita tradicional com o apoio de Celso Cota da Esquerda dissidente 1; e Duarte Júnior que surgiu de forma independente no cenário político com a Esquerda dissidente 2, com apoio explicito de Cássio Brigoline Neme da Direita dissidente.
A partir daí, nunca houve mais uma disputa genuinamente direta, mas sempre em coligações com forças políticas outrora antagônicas. Nas eleições de 2000, por exemplo, a Direita disputou o cargo de prefeito com um candidato que nunca foi do partido e oriundo da Esquerda, Marco Mol, ex-ramista, que perdeu a eleição para Celso Cota. Em 2004, a cena se repetiu: a Direita apoiou a reeleição de Celso Cota, ex-ramista que venceu João Ramos. Em 2008, a Direita com o candidato Roque Camêllo, apoiada pela Esquerda dissidente 1, venceu Terezinha Ramos nas urnas.
Quem diria que, após a morte de João Ramos, a política de Mariana seria monopolizada por ramistas e ex-ramistas, todos formados, diplomados, mestrados e doutorados na sua escola política? Hoje, quem comanda o poder público municipal é uma ramista. A maioria absoluta dos vereadores da Câmara Municipal de Mariana é de origem ramista. O PSDB que era nos últimos dez anos conhecido como o partido da Direita hoje é dirigido e dominado por ex-ramistas. Pois, por incrível que pareça, o provável candidato da "Direita" poderá ou deverá ser um ex-ramista e hoje filiado ao PSDB.
Portanto, queira ou não o seu grande e fiel eleitorado, a Direita continuará a ser a noiva mais cobiçada das eleições municipais deste ano, de novo a reboque de candidatos de origem ramista.
No meu entendimento, a clássica disputa eleitoral direta entre Direita e Esquerda, pelo menos provisoriamente, acabou. Deu lugar à briga de foice político-eleitoral doméstica entre ramistas e ex-ramistas. Quanto tempo isso vai durar? Só Deus sabe!
Nenhum comentário:
Postar um comentário