Quando Roque Camêllo, atual presidente da Casa de Cultura de Mariana, lançou a feliz ideia de transformar o 16 de Julho em Dia de Minas Gerais, na memorável reunião solene da Academia Marianense de Letras em 16.07.1977, o objetivo dele era incentivar o fervor cívico dos marianenses em reconhecer a importância de Mariana como a primeira vila, primeira cidade, primeiro bispado e arcebispado, a primeira capital de Minas Gerais e berço da civilização mineira.
A ideia teve apoio do prefeito Jadir Macêdo, da então Câmara Municipal de Mariana, do governador Francelino Pereira e da Assembléia Legislativa de Minas Gerais que inseriu a comemoração cívica na Constituição mineira de 1989.
A partir de 1979, há 33 anos, o município e o Estado comemoram a data com a transferência simbólica da capital para Mariana e com a presença dos três poderes: o governador, o presidente da Assembléia Legislativa e presidente do Tribunal de Justiça.
Durante muitos anos, o acesso do público à majestosa Praça Minas Gerais para assistir às solenidades cívicas do Dia de Minas e de Mariana era livre e desimpedido. Toda a população marianense e os turistas poderiam espontaneamente entrar e sair da praça. Nos últimos anos, entretanto, quando as festividades do Dia de Minas passaram a ficar sob o comando e responsabilidade do governo estadual, as restrições ao acesso de público à praça começaram. Só poderiam entrar na praça pessoas credenciadas pelo poder público municipal e estadual.
As providências coercitivas, jamais esclarecidas pelas autoridades competentes, eram tomadas para evitar a realização de supostas manifestações populares a favor de alguma causa. Este ano a restrição ao acesso à praça piorou: pessoas que seriam agraciadas e vereadores tiveram que se identificar para entrar nela. Até pessoas residentes no centro histórico de Mariana tiveram dificuldades para entrar e sair de sua própria residência. Um absurdo!
Resultado: as fotos do evento não deixam mentir, a praça ficou quase vazia, não houve participação popular.
Ora bolas, se todo ano agora for acontecer esse fato lamentável e antidemocrático, sugiro ao futuro prefeito de Mariana que o próximo Dia de Minas em 2013 seja realizado no Centro de Convenções, fechado só para os figurões da política e libere a Praça Minas Gerais para o povo comemorar com muita festa e alegria o nosso 16 de julho.
Afinal de contas, os marianenses e turistas não são marginais nem terroristas, estamos numa democracia e nós merecemos mais respeito por parte das autoridades públicas estaduais e municipais!
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