domingo, 13 de janeiro de 2013

Restauração da Câmara Municipal de Mariana

Recebi pessoalmente das mãos do vereador Geraldo Sales de Souza, Bambu, um luxuoso livro contido dentro de um lindo estojo cujo nome de capa é Casa de Câmara e Cadeia de Mariana – A recuperação de um patrimônio nacional. O livro fez um minucioso estudo técnico sobre o assunto e analisa sob o aspecto histórico e arquitetônico o plano de restauro e intervenção no prédio da Câmara Municipal de Mariana, projeto que custou 350 mil reais ao município.
Projeto de restauração e ampliação
Nos estudos realizados por meio da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais para o restauro, ampliação e readequação do espaço físico da Câmara de Mariana, os arquitetos chegaram às seguintes conclusões: “os maiores problemas que o prédio apresenta são basicamente três: a ausência de gabinetes para os vereadores, a necessidade de ampliação de espaços de apoio administrativo e o espaço exíguo para as sessões mais concorridas ou atividades socioculturais para públicos maiores.
Na opinião dos arquitetos, uma análise simplesmente quantitativa nos indica que o acréscimo dessas áreas no próprio edifício seria impossível sem um substancial aumento de espaços e volumes. Se quisermos garantir a permanência da Câmara no mesmo sítio, tal acréscimo deveria se realizar de maneira a não conspurcar a imagem do edifício antigo em suas características arquitetônicas e nem retirar dele sua condição de objeto solto na paisagem circundante - o que nos levaria à busca de espaços “alternativos” que não comprometessem a necessária distinção visual não só do prédio principal, como também da capela e do antigo armazém, esses situados na parte de trás do terreno. Além disso, seria fundamental garantir a manutenção dos dois espaços públicos vazios que o circundam – a rua lateral, à esquerda e o amplo gramado à direita – bem como do espaço que, apesar de hoje ser usado como estacionamento, garante a articulação câmara-capela e a visibilidade de fundos do prédio. Esses espaços alternativos foram buscados no subsolo e no desnível descendente da porção posterior do terreno”, concluíram os arquitetos. 
Portanto, nesse local alternativo subterrâneo serão construídos o plenário, os quinze gabinetes dos vereadores, cozinha, serviços, administração, cabine de som, foyer e circulação. Como na atual legislatura, cada um dos 15 vereadores terá direito a cinco assessores perfazendo um total de 75 funcionários, será que essa gente toda caberá ao mesmo tempo nos novos e futuros gabinetes? Uma boa pergunta!
Centro de Memória da Câmara e Cadeia
Segundo os arquitetos da UFMG, após a restauração da Câmara Municipal de Mariana, a proposta é de reuso de parte do edifício como Centro de Memória da Câmara e Cadeia. Sua conservação será favorecida pela nova utilização, que é compatível com sua tipologia original, onde será divulgado o rico acervo da instituição. O pavimento térreo da edificação será destinado à Memória da Cadeia e o pavimento superior à Memória da Câmara. Será desenvolvida uma proposta museográfica aproveitando as características físico-espaciais aí existentes e contemplando essa nova demanda da Câmara. No entanto, o edifício não será musealizado, já que o pavimento superior continuará abrigando a assessoria jurídica, o Plenário e a Presidência da Câmara. O novo uso, afirmam os arquitetos, além de salvaguardar a memória do Legislativo e do Judiciário nacional, vai criar uma rica interface do público com a casa de seus representantes, necessária à sua nova vida.      
Meu comentário: o projeto no papel é maravilhoso, pois realmente a ampliação construída no subsolo e no desnível descendente da porção posterior do terreno localizado nos fundos, parece, não irá conspurcar a imagem do edifício sede. Em 20.12.2012, foi aprovada na Câmara uma emenda que destina 10% dos recursos do superávit financeiro do município para a execução do projeto. Isso significa que um aporte financeiro de aproximadamente cinco milhões de reais já está assegurado para o inicio das obras.              

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