sábado, 19 de outubro de 2013

Obsessão doentia pela vaidade

Certa ocasião, um intelectual vaidoso, mas bastante magoado, chegou perto de mim e me confidenciou e se queixou amargamente de as instituições públicas, privadas, esportivas, empresariais, acadêmicas, culturais e artísticas de Mariana de não darem a ele o tratamento que acha que merece como intelectual que é, pois nunca recebeu uma medalha, um diploma, títulos de cidadania honorária, de destaques, de marianense ausente, comendas de mérito cultural, educacional e social.
De forma irônica e debochada, comentei: você é uma espécie em extinção, pois a coisa mais difícil em Mariana hoje é encontrar alguém que nunca recebeu uma homenagem, pois, se você for cara de pau, basta pedir, pagar ou então fazer o famoso e franciscano troca-troca de honrarias, ou seja, é dando que se recebe...
Hoje em Mariana, segundo pesquisa que fiz, são distribuídas por ano mais de 200 condecorações. Uma verdadeira farra honorifica! Só uma empresa privada de comunicação distribui 100. No Dia de Minas, são distribuídas mais de 50 medalhas. No legislativo municipal o critério usado para o agraciamento de pessoas não é o mérito, mas o numérico e eleitoreiro: cada vereador tem o direito de escolher seu agraciado. Na legislatura passada, eram dez, hoje são quinze vereadores. Você multiplica isso com as quatro homenagens que a edilidade marianense faz todo ano e serão 60 os agraciados.

Cidadania honorária
No passado, a Câmara só homenageava o cidadão honorário. A edilidade marianense, em nome da instituição, escolhia apenas uma pessoa para receber o honroso titulo. Eram raríssimas as solenidades de escolha de cidadão honorário. Eram escolhidas pessoas ilustres, beneméritas, altruístas, abnegadas e que fizeram de fato na área educacional, cultural e social grandes obras para a nossa cidade. Nessa ocasião, receberam o titulo de cidadania honorária pessoas, por exemplo, do gabarito de Dom Oscar de Oliveira, Monsenhor Vicente Dilascio, Francisco Afonso Noronha, José Alencar da Silva, pessoas que, pelo o muito que fizeram por Mariana, dispensam apresentações.
Hoje não, o que importa é a quantidade e não a qualidade, só serve mesmo para sustentar o ego, a megalomania doentia de pessoas que têm uma verdadeira obsessão incurável pela vaidade pessoal.

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