sábado, 25 de janeiro de 2014

As pombinhas do Lirinho*

Toda praça famosa no mundo está sempre coalhada de pombas, cuja revoada encanta os turistas. Foi com esse espírito humanitário e turístico que o folclórico Lirinho resolveu cuidar das pombinhas da Praça da Sé.
Todo santo dia, lá está o mestre Lirinho cuidando de suas pombinhas, alimentando-as carinhosamente com milho selecionado e importado. Não recebe ajuda de ninguém, bancando sozinho toda a despesa de manutenção de seu pombal. Como as pombinhas do Lirinho viraram atração turística na praça, bem que o departamento de Turismo deveria dar uma ajudazinha...
Devido à sujeira que as aves fazem na praça e o estrago que elas poderão fazer no telhado da Sé, recentemente restaurado, preservacionistas e defensores do patrimônio histórico têm espantado a pombinhas do Lirinho com bombinhas. Isso deixa o Lirinho irado. “Se continuarem a espantar minhas pombinhas soltando bombinhas, vou tratar delas dentro da igreja, transformando-a no pombal da Sé” afirma Lirinho bastante irritado.
Como o assunto é muito delicado e polemico, envolvendo inclusive a segurança nacional, seria muito interessante que se fizesse uma pesquisa na cidade perguntando à população marianense se ela seria a favor ou contra as pombinhas do Lirinho...

*Atualização: este texto acima foi escrito em 1998, portanto, há 16 anos, de forma brincalhona e humorística. Mas, falando sério, as pombas criadas e tratadas até hoje no centro histórico de Mariana nada têm de inofensivas. No final do ano passado, consertando o telhado da Casa de Cultura de Mariana, pudemos constatar que as elas fizeram muito estrago no forro e telhado do prédio. Aliás, vários telhados de nossos prédios coloniais e igrejas localizados no centro histórico de Mariana viraram pombal, tudo por culpa de nossos criadores de pomba. O IPHAN precisa coibir este tipo gente que usa o centro histórico de Mariana para criar pombas que transformam nossos forros e telhados em deletérios pombais mais sujos que poleiro de galinheiro...

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