quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Volta às aulas

Todo início de ano vejo as livrarias e papelarias da cidade lotadas de pais e alunos adquirindo material escolar. No meu tempo de escola, para sorte de meus pais, não havia essa romaria a esses estabelecimentos comerciais. Bastava levar para a escola alguns cadernos, lápis pretos, régua e borracha. Com esse pequeno número de material escolar, os alunos já estavam em condições de iniciar o ano letivo. Como não existia naquela época a popular e barata caneta esferográfica BIC, não se exigia de ninguém o uso das então caras e chiques canetas-tinteiro.
Na EE. Dom Benevides, onde estudei, havia uma biblioteca. Os livros dela eram utilizados nas salas de aula. Ninguém precisava comprar livros didáticos, pois a própria escola fornecia o material para estudos. Se quantidade de material escolar valesse alguma coisa, o ensino hoje estaria bem melhor, mas não está.
Bons tempos aqueles em que a escola exigia pouco material escolar, mas dava um ensino de excelente qualidade. Hoje o ensino só é bom mesmo para quem vende material escolar e é proprietário de escolas particulares.

Ensino sem qualidade
Quando eu fiz os cursos primário, secundário e superior, nas décadas de 1950 a 1970, a avaliação de desempenho dos alunos era feita da seguinte maneira: se fosse aprovado em todas as matérias, o aluno era automaticamente promovido para a série seguinte; caso fosse reprovado em três matérias, tomava bomba e era automaticamente obrigado a repetir a mesma série. No entanto, se fosse reprovado em duas matérias, o aluno, para passar de ano, era obrigado a fazer a segunda época, uma espécie de segunda oportunidade para não perder o ano. Se fosse aprovado nessa etapa, o aluno era promovido à série seguinte, caso contrario, seria obrigado a repetir a mesma série.
Hoje, tudo é diferente. Não há reprovação. Todo mundo, aprendendo ou não, passa automaticamente para a série seguinte. A maioria dos alunos sai das Escolas como semianalfabetos diplomados.
Por causa desse novo critério de avaliação, surgiu então a nova geração de professores despreparados e, pior, alunos que não querem estudar e têm raiva de que quem quer ensiná-los O ensino hoje não tem qualidade só quantidade.
Atualmente, repito, quem ganha muito dinheiro com a educação são os empresários do ramo. Eles estão disseminando por todo o país escolas, faculdades e universidades que vendem, muito caro, cursos picaretas que não têm a menor serventia ou demanda no mercado de trabalho. Só servem para tomar dinheiro de alunos incautos ou desavisados. Mariana, infelizmente, não está fora desse perverso contexto, pois, com raras e honrosas exceções, está cheia desses cursos picaretas.

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