quarta-feira, 22 de julho de 2009

Patrimônio em risco

Frederico F. Freitas – via email

Poluição sonora e baderna na histórica Mariana
“Sou de Belo Horizonte e em vários fins de semana e feriados tenho ido à cidade de Mariana, na Região Central de Minas, a pouco mais de uma hora de viagem da capital. Como de costume, me hospedo no Centro Histórico da cidade, próximo à Praça Gomes Freire, localizada atrás da Catedral da Sé. Naquela região, predominantemente residencial, existem ao menos quatro hotéis, um museu e algumas igrejas. Infelizmente, todos os domingos, por volta das 19h, a tal praça vai sendo tomada por pessoas de todas as idades como em uma verdadeira invasão, com uso excessivo de álcool, em dois ou três botequins existentes ao redor. Parece uma competição de dança, não raras vezes de conotação erótica, com o som no último volume. Estamos falando de uma cidade onde boa parte dos imóveis é tombada em razão de seu valor cultural e arquitetônico.
Além disso, ao lado de um posto da Guarda Municipal menores de idade compram e consomem tranquilamente bebidas alcoólicas e cigarros; homens e mulheres urinam nas calçadas, paredes e portas das residências; ocorrem assaltos; atos libidinosos em plena via pública; e os carros sempre com seus sons em último volume transitando entre as residências. O que mais espanta é que, mesmo diante da inércia dos órgãos públicos, a Prefeitura de Mariana apresentou candidatura da cidade junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e à Unesco para ser reconhecida como patrimônio histórico e cultural da humanidade. Gostaria de ver preservados não apenas a paz, o sossego e a tranquilidade, mas que seja assegurado o rico patrimônio histórico, cultural, artístico, arquitetônico e culinário que, como várias outras cidades, Mariana ainda oferece.

PREFEITURA DE MARIANA RESPONDE
Em resposta aos questionamentos e ponderações do cidadão Frederico Freitas, a Prefeitura de Mariana esclarece que ele enviou para diversos endereços de munícipes e de órgãos públicos da cidade a mesma carta, mas não forneceu seu endereço para que entrássemos em contato para agradecer e transmitir desculpas por algum contratempo por ele sofrido durante sua estadia em nossa cidade. A Praça Gomes Freire é um logradouro público muito frequentado pelos moradores da cidade e visitantes.
Por isso, a prefeitura instalou ali um posto da Guarda Municipal, que atua na área acompanhada de policiais militares para manter a ordem e fazer cumprir o direito de todos ao lazer, impedindo assim que tais atos mencionados na carta ocorram. Os fiscais de postura fazem rotineiramente visitas aos estabelecimentos comerciais para aferir o som ambiente e aquele que porventura estiver produzindo ruídos acima do permitido pelo Código de Postura do município, é orientado a regular o som.
Nos casos de reincidência, os mesmos são autuados, podendo ter seus estabelecimentos fechados, como já ocorrera no passado. O título de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade não é apenas um ato isolado dos poderes constituídos de Mariana, mas de toda a população que está engajada na busca do referendo quanto à importância histórica, cultural e social da nossa cidade para Minas Gerais e o Brasil.
Fonte: caderno Gerais do jornal "Estado de Minas", de 22.07.2009.


Comentário: há muito tempo que não frequento a Praça Gomes Freire porque meus ouvidos não suportam tamanha poluição sonora. Aquilo ali virou um inferno. Não serve mais para as famílias marianenses descansar e desfrutar de lazer tranquilo e saudável. A poluição sonora, para quem não sabe, é provocada por jovens tímidos, que têm carência afetiva e sexual. Não conseguem arranjar mulheres para namorar e, para chamar a atenção delas, apelam para a poluição sonora. São jovens de baixo nível intelectual e artístico. As músicas são de péssima qualidade. Apesar de possuir equipamentos para medir decibéis, a Guarda Municipal é muito complacente com os poluidores, são coniventes ativa e passivamente com a barulheira infernal. Fingem que não estão vendo nem ouvindo barulho. Depois das 11 horas da noite, a Praça fica entregue aos baderneiros. Você não vê um guarda na praça. Não há ronda noturna nela. Os moradores dali, coitados, como sofrem com a bagunça e a poluição sonora!

Nenhum comentário: