sábado, 26 de abril de 2014

Homenagem a Dona Joaquina de Pompéu*

Abertura da EXPOSIÇÃO TRAÇOS - de Gil Drummond de Castro

A Casa de Cultura-Academia Marianense de Letras e o Centro Cultural Dona Joaquina do Pompéu homenageiam a memória de DONA JOAQUINA, na sua cidade natal. O evento será hoje, dia 26 de abril, às 17h30, na sede da Academia, antigo solar onde funcionou a Intendência do Ouro, no século XVIII – Rua Frei Durão, 84, Centro Histórico de Mariana. Após a solenidade, será aberta da exposição TRAÇOS do jovem artista marianense GIL DRUMMOND DE CASTRO, mostrando toda sua criatividade.

Joaquina Bernarda da Silva Castelo nasceu em Mariana, em 20 de agosto de 1752 e faleceu em Pompéu-MG em 1824. Era filha do advogado Jorge de Abreu Castelo Branco, português formado em Coimbra e de Jacinta Tereza da Silva, da Ilha do Faial. Tornando-se viúvo, Jorge de Abreu fez o curso de Teologia e se ordenou sacerdote. Muitos biógrafos registraram a vida dessa marianense que o destino consagrou como uma das grandes personalidades dos séculos XVIII e XIX, conhecida não só em Minas como em São Paulo e no Rio de Janeiro com os títulos de Rainha do Oeste Mineiro, Baronesa do Gado, Sinhá Braba, Grande Dama do Sertão.
Além de Agripa de Vasconcelos, Antônio Campos Guimarães, Gilberto Noronha, Coriolano Ribeiro e Jacinto Guimarães, o médico e genealogista Deusdedit Pinto Ribeiro de Campos pesquisou por muitos anos a vida e a descendência de Dona Joaquina de Pompéu. Professor Deusdedit estará em Mariana para receber o Diploma do Mérito Cultural Waldemar de Moura Santos. Um de seus livros foi publicado, em 2003, com o título “Dona Joaquina de Pompéu: sua história e sua gente”. Este trabalho presta um grande serviço à História e à Genealogia brasileira.
Dona Joaquina foi uma mulher forte que marcou a sua época pela coragem, capacidade administrativa e desprendimento. Não mediu esforços para ajudar a Coroa Portuguesa, quando aqui desembarcaram, em 1808, a família real e mais de 15 mil pessoas. No Rio de Janeiro daquela época, não havendo condições de receber tanta gente, Dona Joaquina sustentou, por muito tempo, a Corte com mantimentos e gado. É também conhecida como “Heroína Mineira da Independência do Brasil” porque, como apoiadora da Independência, enviou bois e alimentos para as tropas de Dom Pedro I, na Bahia, que lutavam contra os portugueses ali residentes que contrários à separação do Brasil.
Hospedou viajantes alemães Eschwege e Freyreiss, respectivamente em 1811 e 1813 que estiveram em Minas a serviço do rei de Portugal. De sua descendência destacam-se inúmeros homens e mulheres que trabalham em prol do engrandecimento do nosso país.

Para o presidente da Academia Marianense, prof. Roque Camêllo, “Mariana, a cidade das primazias também se orgulha de ser a terra de mulheres fortes contribuidoras do desenvolvimento do país. Destacam-se Dona Joaquina de Pompéu; Mariana das Neves Corrêa - matriarca inicial do século XVIII dos cafeicultores brasileiros, ambas nascidas em 1752; Irmã Dubost – da congregação das Filhas da Caridade, francesa que aqui chegou em 1849, trazida por Dom Viçoso e fundou o Colégio Providência; Efigênia da Silva – líder social; Amanda Fernandes – educadora rural; Albertina Santos, Elza Vieira e Conceição Rezende – dedicadas a música; Olga Tukoff – nas artes; as professoras Hebe Rola - guardiã de nossa Cultura; Marly Moysés – educadora; Patrícia Ferreira Santos – pesquisadora; e as marianenses de adoção Virgínia de Castro Buarque – historiadora Célia Fernandes Nunes – educadora. São tantas e tão importantes para nossa terra que merecem uma cuidadosa pesquisa a ser publicada.
Receber a delegação da cidade de Pompéu, os membros do Centro Cultura Dona Joaquina de Pompéu sob a presidência de Hugo de Castro é uma honra para a Academia Marianense de Letras, sobretudo quando, por iniciativa deste Centro Cultural, se entronizará, nesta Casa, uma placa que pereniza a memória da notável marianense”.

GIL DRUMMON DE CASTRO
Um dos muitos objetivos da Casa de Cultura é promover as artes em todas as suas expressões. Por isso, realiza mostras de artistas marianenses e de outras localidades, alguns já consagrados e outros iniciando a carreira. Pretende receber também jovens talentos como Gil Drummond de Castro cuja obra é um conjunto de trabalhos digitais a mão livre, técnica simples, traço preciso, sem retoques. O objetivo do artista é definido, introspecto, sensível e transparente, levando sua arte ao mundo aos 13 anos de idade. É talento herdado da mãe, a artista plástica Cacá Drummond, e do avô, o consagrado escultor Amilcar de Castro. Gil participa de trabalhos sociais confeccionando brinquedos a partir de matérias recicláveis e ajudando na distribuição dos mesmos.

PIANISTA VIRGÍLIO DRUMMOND
O evento terá também a participação do pianista marianense VIRGILIO DRUMMOND, 16 anos, que estuda piano e violino desde os cinco anos de idade. É membro do Grupo Musical Asas e participa dos trabalhos das Campanhas Sociais do Atelier Cacá Drummond desde sua primeira edição, há doze anos.
*Texto de Merania Oliveira

Nenhum comentário: