terça-feira, 21 de outubro de 2014

A fila da miséria e o bolsa família

Aqui em Mariana, entre as décadas de 70 a 90, tivemos um prefeito populista. Quando a prefeitura ainda funcionava no prédio da Câmara Municipal, todo santo dia havia uma imensa fila esperando o prefeito chegar. Essa fila foi denominada pelos adversários do prefeito como a fila da miséria. A população carente do município, humilhada, era obrigada a entrar na fila para pedir e implorar benefícios a que ela tinha direito por lei. O prefeito fazia questão de autorizar pessoalmente a concessão de benefícios como educação, saúde, alimentação, remédios, consultas médicas, exames laboratoriais e de imagem, ambulâncias para transporte de doentes para Belo Horizonte. Era considerado o pai dos pobres, fazendo “caridade” com dinheiro público.
Certa ocasião, orgulhoso com a falsa caridade que fazia ao povo carente, esse prefeito, achando que estava contando vantagem, em entrevista ao um jornal local disse o seguinte: “no princípio, eu autorizava uma média de mil remédios por mês para os pobres, hoje forneço dez mil e prometo aumentar cada vez mais”.  Espertamente usava a eleitoreira medicina curativa que rendia muitos votos ao invés da medicina preventiva que diminuiria o número de doentes e de remédios, como o tratamento da água, dos esgotos e rios que, até hoje, ainda não são tratados como deviam. Esse prefeito, falso pai dos pobres, foi eleito três vezes, governou e ficou no poder durante 14 anos.
A partir de 2003, portanto há 12 anos, em abrangência nacional, o PT criou o bolsa família, cujo objetivo primordial era acabar com a miséria no país. No principio, eram apenas cinco milhões de beneficiários, hoje quase 40 milhões de pessoas são assistidas pelo programa assistencial, um quinto da população brasileira. Paradoxalmente, o bolsa família não melhora as condições de vida dos pobres, pelo contrário piora e os faz ficar economicamente dependentes a vida inteira. Por causa disso, ao invés de diminuir aumentou a miséria no país. Mas o que importa aos políticos não é acabar com a miséria do povo, mas sim, perpetuar-se no poder. Enquanto os políticos, empreiteiras e banqueiros roubam bilhões de reais das estatais brasileiras, o povo pobre se contenta com as migalhas do bolsa família e, o pior, ainda ajuda os políticos corruptos a ficar muitos anos no poder!
Qualquer semelhança da fila da miséria em Mariana com o bolsa família no Brasil é apenas uma mera coincidência...

Nenhum comentário: