segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Habemus Bambu prefeito

Até que enfim a fumacinha branca da paz saiu da histórica chaminé da Câmara Municipal de Mariana anunciando a eleição do novo presidente da Câmara e futuro prefeito de Mariana por tempo indeterminado. Seu nome: Geraldo Sales de Souza, o Bambu.
No dia 20 de dezembro, a fumaça negra virtual que saia da chaminé indicava que os vereadores, numa reunião ordinária tumultuada, ainda não haviam chegado a um consenso para a escolha da nova mesa diretora da Casa. O clima ficou tenso não só dentro do plenário entre os vereadores, como também fora dele entre manifestantes. Para apaziguar os ânimos exaltados foi solicitada a presença da Policia Militar e da Guarda Municipal para garantir a ordem e a segurança dos vereadores e manifestantes.
Com a posse de Bambu no cargo de prefeito, um suplente de sua coligação tomará posse em sua Cadeira na Câmara Municipal. Com a volta de Raimundo Horta ao cargo de vereador, sai o seu suplente Pedro Eldorado. Fernando Sampaio, eleito vice na chapa única, ocupará a presidência da Câmara.
A eleição foi realizada, hoje, dia 27 de dezembro, com a apresentação de chapa única assim constituída: Presidente: Geraldo Sales de Souza – Bambu; vice: Fernando Sampaio, 1º secretário: Reginaldo Antonio de Castro Santos, 2ª secretária: Aílda Ribeiro Anacleto.
Segundo informações do jornalista Roberto Verona do jornal Território Notícias, a chapa única foi sufragada por nove dos dez vereadores da Câmara. O único voto contrário foi o do vereador Pedro Eldorado. A votação foi aberta. O vereador suplente que irá ocupar o lugar do Bambu, de acordo com a mesma fonte, será Serginho Sobreira, caso o critério seja partidário (PDT); ou será Bené do Caminhão, caso o critério seja pela coligação. A interpretação do Supremo Tribunal Federal impõe a ordem de suplentes pelos partidos, não pelas coligações. Vamos ver qual critério irá prevalecer.
É a quarta mudança de prefeito de Mariana, em 2010. Roque Camêllo passou o poder para Raimundo Horta, este para Terezinha Ramos, esta para Mundinho Horta e este para o Bambu. Um fato inédito e recorde na história politica de Mariana, tudo por culpa da crônica lentidão da Justiça Eleitoral do país que não resolve nada.
Na sessão de eleição da nova mesa diretora da Câmara, tranquila por sinal, não foi permitida a entrada franca do público no recinto. Por medida de segurança, além dos vereadores, só tiveram acesso ao recinto da Câmara os jornalistas e outras pessoas credenciadas pela direção da Casa. Forte esquema de segurança foi montado pela Policia Militar e a Guarda Municipal para evitar a repetição do tumulto ocorrido na reunião de 20.12.2010.
Meu comentário: se o Bambu fizer uma ampla reforma administrativa na prefeitura com a nomeação de novos secretários, de centenas de pessoas em cargos de confiança e comissionados sem concurso, como está sendo de praxe nesse período de posse transitória no cargo de prefeito, as pessoas nomeadas correm sério risco de ficar desempregadas: ficar no cargo até 31.12.2012 ou então serem exoneradas a qualquer momento, caso a Justiça Eleitoral decida resolver o problema político-eleitoral de Mariana.
Solução mágica
Quando se iniciaram os primeiros conchavos políticos para eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Mariana, os vereadores lançaram duas chapas concorrentes. Uma chapa tendo como candidato a presidente o vereador Nêgo e a outra chapa como candidato a presidente Leitão. Curiosamente, em nenhuma das duas chapas apresentadas constava o nome do vereador Bambu. De repente, depois de tantas escaramuças, de tentativas de mudar a Lei Orgânica do Município e do Regimento Interno da Câmara, para manter Mundinho Horta como prefeito, tumulto parlamentar no plenário e fora dele, ao invés de duas chapas, surgiu uma chapa única com o vereador Bambu como candidato a presidente. Foi eleito por maioria absoluta, quase que por unanimidade. Vamos ver até quando essa lua-de-mel entre ramistas tradicionais e dissidentes vai perdurar. Debaixo dessa solução mágica oculta deve haver muito angu-de-caroço.
Sem dúvida, uma solução política mágica, estranha, muito estranha, estranhíssima!
Mudando de assunto, Mariana ainda corre sério risco de ser dominada pelos latifundiários que estão doidos para tomar o poder político e derrubar novamente as leis de preservação ambiental do município e entregar a grupo estrangeiro a exploração de mineração predadora próxima ao centro histórico de Mariana. Há políticos que não resistem à tentação de uma cantada financeira. Afinal de contas são interesses bilionários em jogo. Todo cuidado é pouco. A imprensa independente de Mariana e a opinião pública marianense precisam ficar atentas ao comportamento de nossos políticos e denunciar caso a preservação ambiental do município seja de fato desrespeitada.

Nenhum comentário: