Mariana, Ouro Preto e Sabará definem série de eventos para celebrar tricentenário de elevação a vila e revitalizam acervo para a Copa de 2014.
Gustavo Werneck
Patrimônio recebe manutenção constante, como o da Rua Direita, em Mariana.
Mariana – Forjadas no ouro e amadurecidas no calor da história, três cidades mineiras comemoram, em 2011, os 300 anos de elevação a vila. Mariana, Ouro Preto e Sabará têm programação extensa para celebrar a data, reverenciar a memória de personagens ilustres, valorizar o patrimônio colonial e envolver a comunidade no caldeirão cultural das atrações. A primeira a fazer festa é Mariana, que apresenta hoje, às 20h, na Praça da Sé, concerto da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Com um olho no passado e outro no futuro, os municípios enfrentam o desafio de preservar a bela arquitetura, superar problemas de infraestrutura urbana e de se preparar para a Copa’2014. Os moradores de Mariana podem se orgulhar do pioneirismo na história. Ela foi a primeira vila – batizada Nossa Senhora do Ribeirão do Carmo de Albuquerque e criada em 8 de abril de 1711 –, primeira cidade (1745), chamada Mariana em homenagem à rainha Maria Ana D’Áustria, mulher do então rei de Portugal dom João V, e primeira sede do bispado, no mesmo ano. A história, que começou em 1696 quando bandeirantes paulistas encontraram ouro no ribeirão, merece homenagens. A festa teve início na sexta-feira e se estende até 14 de abril de 2012. Estão previstos seminários, eventos culturais e Festival de Inverno, promovido pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) em Mariana e Ouro Preto, com possibilidade de estender ações para Sabará. Mariana leva a maior fé no Mundial para mostrar arte, arquitetura, gastronomia etc., informa o secretário municipal de Cultura, Turismo e Patrimônio, Cristiano Casimiro dos Santos. Ele adianta que até lá serão criadas ações para o turismo, com aumento da oferta em hotéis e pousadas, hoje com 1.554 leitos, e um cardápio com outros atrativos para os visitantes. “Queremos mostrar aos visitantes um lado diferente do município, que tem 12 distritos com tombamentos. Temos 11 bandas de música e mais uma em formação, além de muitos museus”, afirma o secretário, destacando a elaboração do inventário da oferta turística. Para dar brilho às celebrações, ele mostra um mapa datado de 1711 com o brasão da coroa portuguesa e a inscrição: Mapa das Minas do Ouro e de São Paulo e Costa do Mar que lhe pertence, com desenho da Vila de Nossa Senhora do Carmo. Reprodução do documento foi adquirida do Arquivo Público Mineiro. Nos planos da prefeitura está a terceirização do Centro de Convenções, que ocupa o antigo ginásio poliesportivo no entorno do Centro antigo, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Como Ouro Preto, Sabará e outras cidades coloniais, Mariana tem a mineração como esteio da economia e enfrenta problemas de infraestrutura urbana. “Um dos problemas graves é o trânsito e já temos 17 mil carros emplacados para uma população de 60 mil pessoas. O crescimento desenfreado levou à ocupação de encostas”, explica Cristiano. Para ele, seria importante que órgãos públicos cedessem aos municípios dados técnicos para a resolução de problemas e elaboração de políticas públicas.
*Fonte: jornal “Estado de Minas”, de 10.04.2011.
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