terça-feira, 28 de junho de 2011

Audiência Pública - Repercussão


Poder público e população marianense são contra a reativação da Mina Del Rey.*
Durante a audiência discutiu-se também os Royalties da mineração e o movimento sindical da região. Realizada na última quarta-feira (22), a Audiência Pública destinada a debater a não reativação da Mina Del Rey contou com a participação de grande número da comunidade Marianense. Além da presença massiva da população, estiveram presentes também representantes de movimentos ambientais, sindicalistas, políticos e religiosos da região. Chefiada pelo Deputado Sávio Souza Cruz, a Audiência discutiu a real situação da ativação da Mina Del Rey.
Presente na Audiência, o prefeito deixou claro que o poder público da cidade de Mariana é contra a reativação da Mina, e se for preciso, a população será convidada a ir às ruas mostrar a insatisfação de todos. “A prefeitura não quer e não vai apoiar a reativação da mina”, afirma o prefeito. Em nome da Câmara Municipal, o vereador Fernando Sampaio apoiou a postura de Geraldo Sales e declarou que a decisão da população será acatada pela Câmara. O Promotor de Justiça de Mariana, Antonio Carlos também explicitou sua postura contra a reativação da mina, e criticou a postura da Vale de omitir informações sobre este novo empreendimento.
A vereadora Aida Anacleto, que solicitou ao Deputado Rogério Correia a realização da Audiência na cidade, se mostrou disposta a lutar pela preservação do sítio arqueológico da região. Todos os presentes se mostraram preocupado com as conseqüências para a saúde pública e desenvolvimento social da comunidade de Mariana. Representante do Movimento Mariana Viva, a professora da UFOP, Giulle da Mata, expôs todos os riscos que a população estará correndo com a exploração a 5 km do centro da cidade.
*Fonte: Informação e foto do site oficial do município de Mariana

Meu comentário: Em seu blog, Walter Rodrigues, proprietário da Companhia Minas da Passagem, único e conhecido ardoroso defensor da mineração no centro urbano de Mariana, está furioso com a posição do prefeito Bambu e da vereadora Ailda Anacleto contra a reativação da Mina Del-Rei. Presunçoso e prepotente, ele acha que a Constituição Federal não dá direito a ninguém ser contra a reativação. Só ele que pode ser a favor. Numa democracia, Walter, temos o dever e a obrigação constitucional de reciprocamente respeitar quem é contra ou a favor. Enquanto a Vale que é dona da mina está caladinha, ele defende com tanta emoção e paixão a reativação da mina que até parece que ele é dono dela. Talvez ele recebeu procuração da Vale para defendê-la. Como a Vale declarou que vai terceirizar a reativação da Mina Del-Rei, sem ainda indicar para qual empresa, quem sabe se o futuro e misterioso explorador e arrendatário da mina será o próprio Walter Rodrigues? Perguntar não ofende!
É muito importante nesta discussão polêmica ficar conhecendo o posicionamento político das autoridades civis, eclesiásticas, judiciárias, empresariais, culturais, Ministério Público, imprensa, organizações não governamentais a favor ou contra a reativação da Mina Del-Rei em pleno centro urbano e histórico de Mariana.
À exceção da vereadora Aílda, muito dinâmica e líder inconteste deste movimento, a atuação dos vereadores da Câmara Municipal de Mariana tem sido muito discreta. Não se ouve um pronunciamento incisivo de um vereador a favor ou contra. Estão como a Vale, num silêncio ensurdecedor...
É exemplar a atuação do prefeito de Mariana, Bambu, frontalmente contrário à reativação. É o primeiro prefeito de Mariana que teve a coragem cívica de peitar a Vale. Muito boa também o engajamento do Ministério Público na investigação cuidadosa e criteriosa que vem fazendo em favor da preservação ambiental de Mariana. O empresariado marianense também está caladinho: não diz se está a favor ou contra. Acredito que seja a favor, pois, quem cala, consente.
O posicionamento das ONGS e do clero marianense também foi fundamental, todos unidos contra a reativação da mina.

À exceção de apenas um jornal local que, em extensos editoriais, ficou contra a ativação da mina, mesmo assim à custa de muito dinheiro público e particular, a imprensa em Mariana deu muita repercussão e informação sobre a reativação da mina, mas não fez sequer um editorial tomando posição favorável ou não. Ficou com medo de se posicionar. Preferiu ficar em cima do muro para não perder as tão cobiçadas verbas publicitárias da Vale.
A Casa de Cultura de Mariana, por intermédio de seu presidente, Roque Camêllo, lançou um veemente manifesto contra a reativação da mina, lido na Rádio Itatiaia de Belo Horizonte e Ouro Preto e transcrito neste Blog. A minha posição, externada aqui no blog, é por demais conhecida, pois não é da minha índole ficar em cima do muro. Sempre fui e serei um intimorato defensor dos interesses de preservação ambiental de Mariana.

Um comentário:

Walter Rodrigues Filho disse...

Ozanan, não creio que ofender-me pessoalmente tachando-me de "presunçoso e prepotente" contribui para algum debate útil. Suas desqualificações à minha pessoa têm que razão? Fiz algum mal pessoal à sua pessoa?
Walter Rodrigues
04.07.2011
11:hs08min