No meu entendimento, salvo melhor juízo, a única responsável pela maior crise política da história de Mariana foi a Justiça Eleitoral que não teve competência para resolver o problema eleitoral com agilidade necessária, causando um imenso prejuízo econômico-financeiro para o município.
É evidente que os nossos políticos tiveram também uma importante parcela de culpa na eclosão da crise, mas eles foram mais vitimas do que vilões, pois os diversos políticos que ocuparam o cargo de prefeito por decisão judicial ficaram muito desgastados política e eleitoralmente, pois eles tiveram muito pouco tempo para exercer com eficiência administrativa o município. Quando um começava a engrenar, a Justiça Eleitoral trocava o prefeito.
Até hoje, dois recursos ainda pendentes de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), há quase dois anos, impetrado pelo candidato eleito nas urnas, estão nas mãos do ministro-relator Gilmar Mendes que não resolve nada, fica em cima do muro, não condena nem absolve, não caga nem sai da moita...
O prefeito eleito nas urnas jamais deveria ser afastado do cargo, pois havia e há recursos seus ainda sem julgamento. No meu humilde entendimento, a Justiça Eleitoral, atropelando os seus legítimos direitos políticos, cometeu uma violência autoritária e jurídica ao afastá-lo indevidamente do cargo. Jamais poderia ser afastado antes que os seus recursos eleitorais de que ainda dispõe transitassem em julgado.
Se não me engano, Mariana é o único município mineiro onde as pendências eleitorais ainda não foram todas definitivamente resolvidas durante quase quatro anos.
Por causa disso, todos os políticos que ocuparam o cargo de prefeito durante a crise, ora por exercê-lo por pouco tempo, ora por incompetência mesmo, ficaram muito desgastados eleitoralmente. Como não tiveram tempo suficiente para fazer uma boa administração, esses políticos poderão ter sérias dificuldades para serem reeleitos nas eleições deste ano.
Na minha avaliação, ter sido prefeito por pouco tempo, ao invés de ajudar eleitoralmente os políticos que ocuparam o cargo, talvez vá atrapalhar os seus projetos políticos futuros. Talvez eles sejam as prováveis vítimas da crise provocada pela lentidão dos tribunais eleitorais, pois sofreram um desgaste político-eleitoral involuntário junto ao eleitorado marianense.
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