Quando há uma entrevista entre duas pessoas seja em jornal, revista, rádio e TV, obviamente existem dois lados distintos: a do entrevistador que faz as perguntas e a do entrevistado que as responde. Quando o entrevistador faz a pergunta, o entrevistado fica calado atento ao que for perguntado. A recíproca é verdadeira: quando o entrevistado responde, o entrevistador deve ficar calado. Se a resposta não for convincente, o entrevistador poderá elaborar uma nova pergunta, mas sempre respeitando a opinião do entrevistado, jamais o interrompendo, discordando da opinião dele.
Quando o entrevistador atropela a resposta do entrevistado não é mais entrevista, mas sim, um debate, uma discussão acalorada em que se alegam razões pró ou contra. Numa entrevista, o que o público leitor, ouvinte ou telespectador interessa é exclusivamente a opinião do entrevistado jamais a do entrevistador.
Aqui em Mariana, um proprietário de uma emissora de rádio transforma as entrevistas em debate. Quer aparecer mais do que o entrevistado. Quase que não deixa o convidado entrevistado dar a sua opinião, atropelando e discordando das respostas e, autoritário, querendo impor a sua opinião. Se um entrevistador de rádio fizesse isso comigo, eu pediria ao vivo desculpas aos ouvintes e me recusaria a continuar a entrevista por falta de respeito às minhas opiniões, pois fui convidado para dar entrevista e não para debater com ele.
Usar uma emissora de rádio para constranger um convidado a dar entrevista transformada em debate sem o conhecimento prévio do entrevistado é um tremenda falta de respeito. No debate, quando um atropela o outro, há a exigência ética da presença de uma terceira pessoa neutra para mediar o conflito, pois as regras de entrevista e debate são muito diferentes. Que os próximos convidados a dar entrevistas nessa emissora de rádio fiquem bem atentos para não ser ludibriados nem massacrados pelo entrevistador autoritário!
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