sábado, 9 de junho de 2012

Especulações políticas

A exemplo do que aconteceu em 2004, quando Celso Cota venceu João Ramos numa única e histórica disputa eleitoral entre ramistas e antiramistas, as eleições municipais de 2012 prometem uma nova disputa semelhante àquela,  agora porém entre celsistas e anticelsistas.
Os anticelsistas, reconhecendo a força político-eleitoral de Celso Cota, estão muito esperançosos em tirá-lo do páreo. A esperança está baseada na derrubada de uma ação rescisória, ainda vigente, que suspende os efeitos do julgamento de uma sentença contra ele já transitada em julgado.
Enquanto essa ação rescisória não for julgada a favor ou contra, Celso Cota poderá registrar a sua candidatura, disputar as eleições, e, se ganhá-las, ser proclamado e diplomado pela Justiça Eleitoral e empossado pela Câmara Municipal de Mariana. Caso ele perca a ação, já eleito, ele perderá o mandato, mas quem ficará no seu lugar é o vice-prefeito eleito com ele, pois a sua suposta infração não é eleitoral. Caso fosse infração eleitoral, ambos perderiam o mandato.
Até a véspera das eleições municipais a lei eleitoral permite a substituição de candidatos ao cargo de prefeito e vice. Nesse caso, a foto de quem saiu permanecerá na urna eletrônica como aconteceu em 2000, quando Celso Cota ganhou as eleições com a foto de João Ramos.
Além do problema de enfrentar o prestigio eleitoral de Celso Cota nas urnas, os anticelsistas não dispõem de candidatos com experiência nas urnas. Ninguém sabe se empolgarão ou não o  eleitorado, se eles serão ruins ou bons de votos. Uma incógnita. A maioria é constituída de ilustres desconhecidos do eleitorado, sem nenhuma militância político-partidária anterior. À exceção de Bambu, vereador por três legislaturas e Sônia Azzi que conseguiu uma votação expressiva na eleição municipal passada quando conseguiu número de votos superior aos de três vereadores eleitos, os demais pré-candidatos são marinheiros de primeira viagem. Sem uma coligação eleitoralmente forte, fica muito difícil até mesmo fazer uma bancada de vereadores expressiva capaz de dar sustentação ao prefeito eleito ou fazer oposição caso perca a eleição. Outro problema sério é a irreversível incompatibilidade política e pessoal entre os que fazem parte do grupo. 
E, para piorar as coisas, são apoiados pelos notórios latifundiários empresários da mineração, aqueles que acham a instalação da mineração de ferro da Mina Del-Rei mais importante do que a saúde pública da numerosa população que reside nos bairros Maquiné, Jardim dos Inconfidentes, Gogô, São Cristóvão, São Sebastião, Colina e Vila do Sapo.
Sair um candidato de consenso num grupo muito heterogêneo e constituído por desafetos políticos e pessoais não é tarefa fácil. É complicado. Vamos aguardar!    
 

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