segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Latifúndio eclesiástico e civil

Até o inicio da década de 1940, existia em Mariana apenas um latifúndio: o eclesiástico. Foram terras doadas pela Coroa portuguesa para a instalação e expansão da primeira diocese instalada em Minas Gerais. Esse latifúndio diminuiu muito de tamanho quando, a partir de 1960, Dom Oscar de Oliveira, o maior benfeitor de Mariana no século XX, começou então a doar terrenos para a comunidade e instituições beneficentes marianenses.
Na década de 1940 quando ainda vigia a ditadura do estado novo, o governador interventor de Minas indicado pelo ditador Getulio Vargas nomeou o então prefeito de Mariana. Este prefeito era genro do dono de uma empresa mineradora local quando doou para ela  uma imensa quantidade de terra do município para, segundo ele, expandir as atividades minerais daquela companhia. Até hoje, decorridos 70 anos, a tal prometida expansão das atividades de mineração jamais saiu do papel, pelo contrário só diminuiu.
Na década de 1983, por falta de espaço físico para a construção de novos bairros em Mariana, o então prefeito João Ramos Filho passou a desapropriar parte desse imenso latifúndio, ora transformado hoje nos populosos bairros de Cabanas, Santo Antonio, Alto do Rosário, Gogô e outros mais. Na época, o prefeito desapropriou, mas jamais pagou a indenização, pois julgava, e com muita razão, que os terrenos originalmente sempre foram do município, pois jamais havia sido alienado para terceiros. Posteriormente, os latifundiários entraram com ação na Justiça e obrigaram os prefeitos posteriores a pagar as terras desapropriadas.
Invasões incentivadas e consentidas        
Como essas terras invadidas não valem nada, pois são localizadas em áreas de risco sujeitas a desmoronamentos de encostas e a inundações, pois próximas de rios, as invasões são incentivadas e consentidas pelos proprietários das áreas. Por serem terras ruins, os latifundiários não vendem nem doam. Espertalhões, esperam pacientemente que essas invasões causem um caos social irreversível e o município se veja compulsoriamente obrigado a gastar uma imensa fortuna para urbanizar os terrenos, dotando-os de infraestrutura básica como água, esgoto, passeios e ruas calçadas, prédios públicos para saúde, educação e segurança pública.
Depois de valorizada a área, os espertalhões proprietários dos imóveis entram com uma ação na justiça pedindo indenizações milionárias dando um golpe sujo no município. Portanto, invasões criminosamente consentidas e incentivadas de terra em Mariana já viraram um ótimo e milionário negócio imobiliário para os felizardos “donos” do latifúndio civil marianense...
E, depois, ainda querem disputar eleições municipais mesmo dando tombo duplo no município e nos eleitores e contribuintes marianenses. Haja tamanha cara de pau!   

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