domingo, 8 de maio de 2011

Beatificação de Dom Luciano

Douglas Couto
Processo de Beatificação de Dom Luciano será aberto.
O processo de beatificação de Dom Luciano Mendes de Almeida, morto em 2006, deverá ser oficialmente aberto a partir de agosto pela Arquidiocese de Mariana. A confirmação foi feita pelo arcebispo Dom Geraldo Lyrio Rocha, presidente da CNBB, na quinta-feira, dia 05, na abertura da 49ª Assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que aconteceu em Aparecida (SP).
A pedido de Dom Geraldo, os bispos, reunidos no congresso, assinaram a petição da beatificação a ser encaminhada à Santa Sé. Os mais de 300 religiosos responderam com uma sonora salva de palmas, pondo-se prontos para atender ao pedido. Além de Dom Luciano, existe na Arquidiocese de Mariana outro processo em andamento, aberto em 2007, pela beatificação de Dom Antonio Ferreira Viçoso.
De acordo com Dom Geraldo, somente após a aprovação do pedido pelo Vaticano é que poderá instalar o tribunal que conduzirá a beatificação de Dom Luciano. O tempo determinado para entrar com o pedido de instauração do processo de uma pessoa é de cinco anos após sua morte.
Dom Luciano foi arcebispo de Mariana durante 18 anos, morreu em 27 de agosto de 2006. Estimado por todo o episcopado brasileiro, ficou conhecido especialmente pelo seu amor aos pobres e excluídos e pela defesa dos direitos humanos. Foi secretário e presidente da CNBB por dois mandatos consecutivos em cada uma das funções.
Para os fiéis, Dom Luciano já era um bispo santo, mas até ser reconhecido pela Igreja é um processo longo. Pelas regras do Código de Direito Canônico, para ser beatificado, é preciso um milagre atribuído ao arcebispo. A partir daí, ele vai vencendo etapas: sendo considerado servo de Deus, venerável (quando são reconhecidas virtudes heróicas), beato (quando o papa reconhece um milagre) e, por fim, santo (quando um novo milagre é reconhecido).
Cada processo possui um postulador, uma espécie de advogado, que busca testemunhas e demonstrar os milagres. Para levar à beatificação, a Igreja exige a cura por meio de milagre e tem de ser instantânea, perfeita, duradoura e não explicável cientificamente. A partir do momento em que a pessoa se transforma em beato, passa a ser objeto de culto público nos países em que viveu. Já o santo está autorizado pelo Vaticano a ser cultuado em todo o mundo.

Meu comentário: A Arquidiocese de Mariana já tem dois pedidos de beatificação formulados à Santa Sé. O primeiro, solicitado há muitos anos, pede a beatificação de Dom Viçoso. O segundo, mais recente, pede a beatificação de Monsenhor Horta e agora, o terceiro, a de Dom Luciano. Antigamente, alguns processos de canonização levavam séculos. Já o Papa João Paulo II, durante os seus 26 anos de pontificado confirmou mais beatificações (1338) e canonizações (482) do que todos os outros 263 papas juntos. Antes de João Paulo II, o processo de canonização era caro e complexo, o que restringia as investigações. Em 1983, o papa diminuiu de dois para um o número de milagres necessários para a beatificação e permitiu que, além das pessoas que conviveram com o investigado, outras que ouviram falar de seus feitos fossem consideradas testemunhas. Além disso, incentivou bispos a procurar por santos em seus países. Dom Geraldo, atual arcebispo de Mariana, seguindo orientação papal, procurou e achou Dom Luciano como o novo candidato da Arquidiocese a ser beatificado. Agora são três! Até o momento, a Arquidiocese de Mariana ainda não conseguiu beatificar Dom Viçoso nem Monsenhor Horta.

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